[pt] Essa dissertação examina uma passagem do diálogo Sofista, de Platão. Nosso objetivo é oferecer uma abordagem da leitura platônica do poema de Parmênides pressuposta pelas aporíai do não-ser na passagem compreendida entre 236e e 241a. Esta passagem inicia-se com uma citação direta de dois versos do fragmento B7 do poema de Parmênides e termina com a célebre passagem do parricídio. Entre estas duas passagens, são expostos e relacionados ao poema de Parmênides cinco argumentos sofísticos. Trata-se, portanto, de uma passagem fundamental para a compreensão da influência de Parmênides de Eléia no desenvolvimento da metafísica platônica. Tradicionalmente, interpreta-se a leitura platônica de Parmênides nesta passagem como uma aceitação da conexão entre as teses parmenídicas e os argumentos contra a noção de imagem e de discurso falso, de modo que o parricídio é visto como uma refutação direta de Parmênides. No entanto, grande parte dos proponentes desta interpretação tradicional parte de um
pressuposto metodológico errôneo, que consiste em adotar, exteriormente, uma interpretação independente de Parmênides e então tentar determinar o uso que Platão faz de Parmênides neste diálogo com referência a esta interpretação independente. Sendo assim, tentaremos mostrar, a partir de uma tradução do texto direta do grego e da leitura de estudos recentes sobre o tema, que Platão está imbuído nesta passagem de um duplo objetivo: (i) salvar o legado de Parmênides de certas apropriações sofísticas a que está sujeito e (ii) reiterar e reforçar a sua própria interpretação de Parmênides, sobre a qual se apóiam importantes distinções metafísicas da Teoria das Formas do período médio. / [en] This dissertation examines a passage from Plato s Sophist. Our objective is to offer an account of the platonic reading of the Parmenides Poem presupposed by the aporíai of not-being in the passage that goes from 236e to 441a. This passage begins with a direct quotation of two verses from fragment B7 of
Parmenides s Poem and ends with the famous passage of the parricid. Between these two passages, are expounded and related to the Parmenides Poem five sophistic arguments. This passage, therefore, is very important for the understanding of the influence of Parmenides of Elea in the development of platonic metaphysics. Traditionally, this passage is interpreted as an acceptance of the connection between the parmenidean theses and the sophistic arguments against the notion of image and false speech, in a way that the parricide is seen as a direct refutation of Parmenides. However, the proponents of this traditional
interpretation start from an erroneous methodological principle, that consists of adopting an external and independent interpretation of Parmenides and then try to determine the use that Plato makes of Parmenides in this dialogue in reference to this independent interpretation. This being thus, we will try to show, by means of a direct translation from the original greek text and the reading of recent studies
on the subject, that Plato is engaged in a double mission: (i) to save the legacy of Parmenides from certain sophistic appropriations and (ii) to reiterate and to strengthen his own interpretation of Parmenides, on which important metaphysical decisions of the Theory of Forms of the middle period dialogues are supported.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:31769 |
Date | 17 October 2017 |
Creators | RAFAEL MONTEIRO HUGUENIN DE CARVALHO |
Contributors | MAURA IGLESIAS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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