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[pt] A TRANSPOSIÇÃO PLATÔNICA DA NOÇÃO MATEMÁTICA DE DYNAMIS E SUA IMPORTÂNCIA NO TEETETO DE PLATÃOMARIA INES SENRA ANACHORETA 24 June 2005 (has links)
[pt] A hipótese central considerada neste trabalho é a de que a
definição
matemática de dynamis, tal como apresentada na
passagem 148 a-b do
Teeteto, permite a Platão extrair implicações filosóficas
que contribuirão para o
desenvolvimento de seu pensamento nos últimos diálogos. De
acordo com essa
hipótese, teria sido possível para Platão expressar tais
implicações, tanto do ponto
de vista filosófico - repercutindo numa reavaliação do
estatuto ontológico do
mundo sensível - como também do ponto de vista da própria
matemática através
de uma valorização crescente desta, em especial a que
trata dos números
irracionais.
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[en] SUN, LINE AND CAVE: THE DIALECTICS OF THE IMAGE OF THE GOOD IN THE REPUBLIC OF PLATO / [pt] SOL, LINHA E CAVERNA: A DIALÉTICA DA IMAGEM DO BEM NA REPÚBLICA DE PLATÃOVICTOR SALES PINHEIRO 09 March 2010 (has links)
[pt] Esta dissertação examina a idéia do bem na República de Platão, nas
famosas imagens do Sol (505a-509b), da Linha (509d-511e) e da Caverna (514a-
521b; 531c-535a). Após uma introdução que justifica a importância do tema e traz
as hipóteses centrais deste estudo, é descrito o contexto em que é apresentada a
idéia do bem, como fundamento da principal proposição do diálogo, o governo
dos filósofos. No capítulo seguinte, o terceiro, é analisado o uso de imagens,
didaticamente conduzido por Sócrates a fim de convencer seus interlocutores da
necessidade deste conhecimento máximo e do modo de conhecê-lo, a dialética que
renuncia às imagens. Neste capítulo terceiro, são estudadas, ainda, a metáfora e a
analogia, relacionadas à teoria das idéias, a fim de entender o aparente paradoxo
de condenar as imagens usando-as. O objetivo do quarto capítulo é entender a
analogia do Sol, que representa a função causal do bem e indica a sua condição
ontológica e epistemológica, além do ser e da essência. O quinto capítulo estuda a
imagem da Linha, a fim de identificar a posição do bem, como princípio não
hipotético de tudo, na estrutura geral da realidade, indicando o estado da alma que
o conhece, a noesis. O sexto capítulo estuda a alegoria da Caverna, seu aspecto
pedagógico e a forma de conhecimento dialético capaz de alcançar a idéia do bem,
demonstrando a conseqüência prática, ética e política, deste saber. / [en] This dissertation examines the idea of the good in the Republic of Plato, in
the famous images of the sun (505a-509b), the line (509d-511e) and the cave
(514a-521b; 531c-535a). After an introduction that justifies the importance of the
subject and brings the central hypothesis of this study, it is described the context
in which it is presented the idea of the good, as the fundament of the capital
proposition of the dialogue, the philosophers’ government. In the following
chapter, the third one, it is analyzed the use of images, conducted by Socrates to
convince his interlocutors of the necessity of this maximum knowledge and the
way of knowing it, the dialects that renounce images. In this third chapter, it is yet
studied the metaphor and the analogy related to the theory of ideas, to understand
the apparent paradox of condemning images using them. The aim of the fourth
chapter is to comprehend the analogy of the sun, which represents the causal
function of the good and indicates its ontological and epistemological condition,
beyond being and essence. The fifth chapter studies the image of the line, to
identify the position of the good, as the non hypothetical first principle of
everything, in the general structure of reality, indicating the state of soul that
knows it, the noesis. The sixth chapter studies the allegory of the cave, its
pedagogical aspect and the form of dialectical knowledge able to achieve the idea
of the good, demonstrating the practical consequence, ethical and political, of this
knowledge.
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[en] ASPECTS OF PLATO’S RECEPTION OF HERACLITUS / [pt] ASPECTOS DA RECEPÇÃO DE HERÁCLITO POR PLATÃOANA FLAKSMAN 18 November 2009 (has links)
[pt] Uma interpretação muito comum da leitura platônica de Heráclito é aquela
segundo a qual Heráclito aparece nos diálogos de Platão, especialmente no
Teeteto, como o principal defensor do fluxo extremo e o pensador que trouxe à
tona uma interdição incontornável ao conhecimento e à linguagem. Entretanto, se
lemos os fragmentos de Heráclito, vemos que a questão do conhecimento foi
tematizada expressamente por ele, que a possibilidade do conhecimento e da
linguagem foi por ele afirmada, e que o mobilismo por ele defendido não era
extremado. Por esta razão, essa interpretação freqüente do Teeteto produz um
estranhamento que pode e deve ser convertido num desafio para a leitura de Platão
e de Heráclito. Esta tese busca mostrar, a partir principalmente da leitura da
primeira parte do Teeteto, como Platão compreendeu e transpôs o pensamento de
Heráclito. Algumas conclusões da tese são que Platão, no Teeteto, não transmitiu
de Heráclito a imagem exagerada de um mobilista radical, e sim distinguiu as
teses mais moderadas de Heráclito das opiniões mais extremadas de seus adeptos.
E, se tudo indica que Heráclito nunca dissociou a tese do fluxo universal de outras
teses suas, como por exemplo a tese da unidade dos opostos, Platão por sua vez
não isolou a tese do fluxo, de modo que não se deve considerar que ele atribuiu a
Heráclito uma versão unilateral e empobrecida de sua filosofia. Por fim, ao
contrário do que pode parecer à primeira vista, no Teeteto, Platão critica somente
o heraclitismo exagerado, dando a entender que está aceitando e considerando
respeitável a versão moderada da teoria do fluxo universal, tal como defendida por
Heráclito. / [en] A current interpretation of Plato’s reading of Heraclitus maintains that
Heraclitus appears in Plato’s dialogues, mostly in Theaetetus, as the main
defender of the extreme flux and as the philosopher who asserted an irrevocable
interdiction of knowledge and language. However, when we read Heraclitus’
fragments, we can see that he expressly considered the theme of knowledge, that
he recognized the possibility of knowledge and language, and that the flux he
defended was not extreme. For this reason, this frequent interpretation of
Theaetetus produces a kind of uneasiness that could and should be turned into a
challenge to the reading of Plato and Heraclitus. Basing its arguments mainly of
the first part of Theaetetus, this thesis intends to show how Plato understood and
translated Heraclitus thought. One of its conclusions is that in Theaetetus Plato
did not transmit an exaggerated image of Heraclitus as a radical flux defender, but
rather distinguished Heraclitus’ more moderate theories from his followers’ more
radical opinions. If most likely Heraclitus never dissociated the universal flux
doctrine from other of his theories, as the doctrine of the unity of opposites, and
neither Plato did isolate the theory of flux, we should not consider that Plato
imputed to Heraclitus an unilateral and impoverished version of heraclitean
philosophy. Finally, contrarily to what may seem at first sight, in Theaetetus Plato
condemns only exaggerated heraclitism, suggesting that he accepts and respects
the moderate version of the theory of universal flux as proposed by Heraclitus
himself.
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[pt] MITOLOGAR NA REPÚBLICA: O MITO NA KALLÍPOLIS E O MITO DA KALLÍPOLIS / [en] MYTHOLOGEIN IN THE REPUBLIC: MYTH IN THE KALLIPOLIS AND MYTH OF KALLIPOLISKIRA PINTO MURY ALVES 17 October 2023 (has links)
[pt] É bastante comentada a querela entre mythos e lógos nos escritos de
Platão, sendo o filósofo responsável tanto pelo afastamento quanto pela
aproximação dessas duas instâncias na filosofia. A dissertação se propôs a analisar
a contação de mitos (ou mitologação) na obra A República de Platão, na qual as
personagens do diálogo narram mitos, tecem julgamentos sobre eles, oferecem
uma definição de mythos, prescrevem aqueles que são úteis à cidade e
descortinam o belíssimo espetáculo do Hades na coroação do diálogo com a
contação do mito de Er. Tudo isso enquanto o processo de construção da própria
cidade-ideal é chamado por Sócrates, explicitamente, de uma mitologação em
lógos em 376d e 501e. Nesse sentido, objetivou-se examinar ocorrências
relevantes da palavra mythos em diferentes momentos da obra, comentadas pelas
variadas personagens e nos seus diversos contextos, a fim de mostrar seus
diferentes sentidos, estruturas e objetivos em cada enquadramento, além de
ressaltar a centralidade deste tema no diálogo. Diante desse rico debate construído
no decurso da República, propôs-se explorar o possível aspecto mítico da
Kallípolis, observando de que maneira ela é uma mitologação em lógos e de que
forma é possível entender o emprego de mythos nesse contexto, considerando todo
o cenário retratado na obra e os assuntos discutidos por suas personagens. / [en] The quarrel between mythos and logos in Plato s writings is widely commented, and the philosopher is responsible for both the estrangement and the approximation of these two instances in philosophy. The dissertation set out to analyze the telling of myths (or mythologization) in Plato s Republic, in which the characters of the dialogue narrate myths, make judgments about them, offer a definition of mythos, prescribe those that are useful to the city and unveil the beautiful spectacle of Hades in the crowning of the dialogue with the telling of the myth of Er. All this while the process of building the ideal-city itself is explicitly called by Socrates a mythologization in logos in 376d and 501e. In this sense, we aimed to examine relevant occurrences of the word mythos at different times in the work, commented by the diverse characters and in their various contexts, in order to show their different meanings, structures and objectives in each framework, in addition to highlighting the centrality of this theme in the dialogue. In view of this rich debate constructed in the course of The Republic, it was proposed to explore the possible mythical aspect of Kallípolis, observing how it is a mythologization in logos and how it is possible to understand the use of mythos in this context, considering the whole scenario portrayed in the work and the subjects discussed by its characters.
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[en] THE PROBLEM OF AKRASIA IN PLATO AND ARISTOTLE / [pt] O PROBLEMA DA AKRASIA EM PLATÃO E ARISTÓTELESDANIEL SIMAO NASCIMENTO 11 September 2013 (has links)
[pt] Se ainda hoje permanece a dúvida a respeito da possibilidade de se
encontrar, na filosofia grega, um conceito que possa corresponder ao conceito
latino de vontade, ninguém parece questionar o fato de que foram os gregos os
primeiros filósofos a tentar compreender o fenômeno que hoje chamamos de
fraqueza da vontade – e que eles chamavam simplesmente akrasia.
Embora o primeiro filósofo que tenha empregado tal termo ao discutir o
problema tenha sido Aristóteles (EN VII.1), a primeira discussão filosófica acerca
da akrasia pode ser encontrada no Protágoras de Platão. Lá, o fenômeno que é
discutido recebe o nome de ser vencido pelos prazeres. Como sabemos, Sócrates
nega que tal fenômeno seja possível e afirma o famoso paradoxo Socrático
segundo o qual ninguém erra voluntariamente.
Nosso trabalho tem por objetivo principal traçar uma comparação entre o
problema da akrasia nas filosofias de Platão e de Aristóteles, para que possamos
compreender melhor algo que até hoje é motivo de grandes controversas, a saber,
em que media Aristóteles se afasta da explicação socrática da akrasía e em que
sentido ele a aceita. Para tal, procuramos esclarecer não somente as diferenças
notáveis entre os dois autores no que diz respeito à descrição da akrasia mas
também à maneira como cada um dos autores concebem o ato voluntário. Além
disso, dedicamos nossa introdução à discussão de duas peças de Eurípides,
Hipólito e Medéia, com o objetivo de iluminar isso que poderíamos chamar,
talvez, de raízes pré-filosóficas do problema. / [en] Although to this day some doubt remains about whether we can find, in
Greek philosophy, a concept that corresponds to the latin notion of the will,
nobody seems to question the fact that the greek philosophers were the first to try
to understand the phenomenon which today we call weakness of the will – and
that they called akrasia.
Although the first philosopher employed this term when discussing the
problem was Aristotle (EN VII.1), the first philosophical discussion about akrasia
is to be found in Plato’s Protagoras. In this dialogue, the phenomenon that is
discussed is called being defeated by pleasures. As we know, Socrates denies
that such a thing is even possible and affirms his famous paradox according to
which nobody errs willingly.
This works main goal is to compare the problem of akrasia in Plato and
Aristotle, so that we can better understand something which is still a matter of great
dissent: how much of the Socratic explanation of the phenomenon is accepted by
Aristotle and how much of it is discarded? In order to answer this question, Ive
tried to highlight the differences that separate the authors in what concerns both
their description of akrasia and the way they conceive the voluntary act. Ive also
dedicated the introduction of the work to a discussion about two plays of Euripides,
Hyppolitus and Medea, with the objective of shedding some light in what we might
perhaps call the pre-philosophical roots of the problem.
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[en] THE EDUCATION BY THE POETRY ANALYSIS OF THE BOOKS II, III E X OF THE PLATO S DIALOGUE THE REPUBLIC / [pt] A EDUCAÇÃO PELA POESIA: ANÁLISE DOS LIVROS II, III E X DA REPÚBLICA DE PLATÃOMARCIO CORREA PEREIRA 23 October 2007 (has links)
[pt] Este trabalho consiste em uma análise do tratamento
dispensado por Platão
à poesia no diálogo A República. A proposta que Platão
apresenta para a poesia
tem profundas motivações éticas e políticas. A poesia
(mito) é o principal
componente da primeira parte de um processo educacional
que tem por principal
objetivo instruir a classe de cidadãos que será
responsável pela segurança e pelo
governo da cidade idealizada no diálogo. Em suas
composições, os poetas devem
obedecer a normas que são estabelecidas a partir de
critérios pedagógicos. Tais
normas são necessárias para fazer com que a poesia
contribua positivamente para
o desenvolvimento de um caráter belo e bom. A teoria
poética tem início nos
livros II e III, mas, devido a certas noções que serão
esclarecidas posteriormente a
essa primeira abordagem da poesia, sua conclusão somente
pode terminar em um
segundo momento. Por isso, defenderemos que o livro X é
necessário para
completar as determinações que são estabelecidas para a
poesia, e que há uma
continuidade entre os argumentos defendidos no primeiro
estágio com os do
segundo estágio da crítica poética. Na primeira parte
desta dissertação,
analisaremos as teses defendidas nos livros II e III,
onde
Platão inicia a construção
do paradigma de normas poéticas. Em seguida, veremos a
conclusão das
considerações sobre a poesia apresentada no livro X. / [en] This dissertation consists in an analysis of the poetry in
the Plato s
dialogue The Republic. The proposal that Plato presents
for the poetry has a
deeply ethical and political motivation. The poetry (myth)
is the main component
of the first part of an educational process whose
objective is to instruct certain
class of citizens responsible both for the security guard
and the government of the
city idealized in the dialogue. In its works, the poets
must follow some norms that
obey pedagogical criteria. Such norms are needed to get
the poetry to contribute
positively for the development of a good and beautiful
character. The poetical
theory is first approached in Books II and III, but, due
to a slight knowledge later
clarified, its conclusion could only be reached in the end
of the dialogue.
Therefore, this work defends that Book X is necessary to
conclude the
determinations for the poetic art, and that there is a
sense of continuity linking the
propositions presented in the first period to those of the
second stage of the
poetical criticism. The first part of this work analyzes
the arguments defended in
Books II and III, in which Plato initiates the
construction of the poetical norms
paradigm. The second part analyses the conclusion of the
considerations about the
poetry presented in Book X.
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[en] ABOUT DREAMS IN PLATONIC PHILOSOPHY / [pt] ACERCA DOS SONHOS NA FILOSOFIA PLATÔNICABIANCA PEREIRA DAS NEVES VILHENA CAMPINHO PEREIRA 27 November 2018 (has links)
[pt] O presente estudo tem como foco investigar os sonhos (para os quais os gregos empregavam três diferentes palavras: oneiros/oneiron, onar e enupnion) e suas incursões nos diálogos de Platão. Dentre os aproximadamente vinte e oito diálogos raramente considerados apócrifos, em dezoito deles encontramos numerosas incidências à irrupção do sono e ao processo do despertar, à formação dos sonhos, bem como ao problema da diferenciação entre sonho e vigília, motivo pelo qual consideramo-las preocupações filosóficas caras a Platão. Embora esta tese tenha como objetivo geral apresentar um panorama das menções aos sonhos ao longo do corpus platônico, nossa investigação concentra-se sobretudo em seis diálogos e suas respectivas tematizações dos sonhos: Teeteto, Cármides, República, Apologia, Críton e Fédon. O nosso objetivo específico, por sua vez, consiste em compreender a doutrina do filósofo a partir destas incursões, visto que, como veremos, se, por um lado, mostrar-se-á evidente a dificuldade de encontrar um critério capaz de discernir ilusão e realidade, sonho e vigília, à hipótese platônica das formas imutáveis será atribuído importante papel nesta distinção. Em paralelo, encontramos nos dramas filosóficos alguns relatos de sonhos que Sócrates sonhara, os quais, com a ajuda do próprio sonhador, somos levados a investigar. Junto a isso, observamos ainda a influência das concepções mitológicas homérica e hesiódica dos sonhos sobre a concepção platônica deles, bem como a sua própria reinvenção filosófica. / [en] The present study focuses on investigating dreams (for which the Greeks used three different words: oneiros/oneiron, onar and enupnion) and their incursions into Plato s dialogues. Of the approximately twenty-eight dialogues rarely considered apocryphal, in eighteen of them we find many incidences to the irruption of sleep and the process of awakening, to the formation of dreams, as well as to the problem of the differentiation between dream and wake, which is the reason why we consider them philosophical concerns dear to Plato. Although the general objective of this thesis is to propose an overview of the mentioning of dreams throughout the Platonic corpus, our investigation focuses mainly on six dialogues and their respective thematizations of dreams: Theaetetus, Carmides, Republic, Apology, Crito and Phaedo. Our specific aim is to understand the philosopher s doctrine through these incursions, since, as we shall see, if, on the one hand, it shall be made evident the difficulty of finding a criteria capable of discerning illusion and reality, dream and wake, to the Platonic hypothesis of immutable forms an important role in this distinction shall also be assigned. In parallel, we find in these philosophical dramas various accounts of dreams that Socrates had dreamed, which, with the help of the dreamer himself, we are led to investigate. In conjunction with that, we also observe the influence of the Homeric and Hesiodic mythological conceptions of dreams on the Platonic conception of them, as well as his own philosophical reinvention.
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[en] SOPHIST 236E-241A: A STUDY ON THE PLATONIC READING OF PARMENIDES OF ELEA / [pt] SOFISTA 236E-241A: UM ESTUDO SOBRE A LEITURA PLATÔNICA DE PARMÊNIDES DE ELÉIARAFAEL MONTEIRO HUGUENIN DE CARVALHO 17 October 2017 (has links)
[pt] Essa dissertação examina uma passagem do diálogo Sofista, de Platão. Nosso objetivo é oferecer uma abordagem da leitura platônica do poema de Parmênides pressuposta pelas aporíai do não-ser na passagem compreendida entre 236e e 241a. Esta passagem inicia-se com uma citação direta de dois versos do fragmento B7 do poema de Parmênides e termina com a célebre passagem do parricídio. Entre estas duas passagens, são expostos e relacionados ao poema de Parmênides cinco argumentos sofísticos. Trata-se, portanto, de uma passagem fundamental para a compreensão da influência de Parmênides de Eléia no desenvolvimento da metafísica platônica. Tradicionalmente, interpreta-se a leitura platônica de Parmênides nesta passagem como uma aceitação da conexão entre as teses parmenídicas e os argumentos contra a noção de imagem e de discurso falso, de modo que o parricídio é visto como uma refutação direta de Parmênides. No entanto, grande parte dos proponentes desta interpretação tradicional parte de um
pressuposto metodológico errôneo, que consiste em adotar, exteriormente, uma interpretação independente de Parmênides e então tentar determinar o uso que Platão faz de Parmênides neste diálogo com referência a esta interpretação independente. Sendo assim, tentaremos mostrar, a partir de uma tradução do texto direta do grego e da leitura de estudos recentes sobre o tema, que Platão está imbuído nesta passagem de um duplo objetivo: (i) salvar o legado de Parmênides de certas apropriações sofísticas a que está sujeito e (ii) reiterar e reforçar a sua própria interpretação de Parmênides, sobre a qual se apóiam importantes distinções metafísicas da Teoria das Formas do período médio. / [en] This dissertation examines a passage from Plato s Sophist. Our objective is to offer an account of the platonic reading of the Parmenides Poem presupposed by the aporíai of not-being in the passage that goes from 236e to 441a. This passage begins with a direct quotation of two verses from fragment B7 of
Parmenides s Poem and ends with the famous passage of the parricid. Between these two passages, are expounded and related to the Parmenides Poem five sophistic arguments. This passage, therefore, is very important for the understanding of the influence of Parmenides of Elea in the development of platonic metaphysics. Traditionally, this passage is interpreted as an acceptance of the connection between the parmenidean theses and the sophistic arguments against the notion of image and false speech, in a way that the parricide is seen as a direct refutation of Parmenides. However, the proponents of this traditional
interpretation start from an erroneous methodological principle, that consists of adopting an external and independent interpretation of Parmenides and then try to determine the use that Plato makes of Parmenides in this dialogue in reference to this independent interpretation. This being thus, we will try to show, by means of a direct translation from the original greek text and the reading of recent studies
on the subject, that Plato is engaged in a double mission: (i) to save the legacy of Parmenides from certain sophistic appropriations and (ii) to reiterate and to strengthen his own interpretation of Parmenides, on which important metaphysical decisions of the Theory of Forms of the middle period dialogues are supported.
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[en] THE METHOD OF DIVISIONS: PLATO S LAST DIALECTICAL PROPOSAL / [pt] O MÉTODO DAS DIVISÕES: A ÚLTIMA PROPOSTA DIALÉTICA DE PLATÃOREMO MANNARINO FILHO 21 June 2016 (has links)
[pt] O método das divisões: a última proposta dialética de Platão discute e investiga os fundamentos lógicos e ontológicos que sustentam a última visão platônica do mundo. A pergunta ti estin, apresentada nos primeiros diálogos, impôs à filosofia de Platão um objetivo ambicioso, e o desenvolvimento posterior de sua obra tem como propósito, em grande medida, encontrar uma solução para essa questão. Os últimos diálogos escritos pelo filósofo trazem uma nova proposta dialética que será a derradeira tentativa de dar solução a esse problema. Eminentemente prática, essa nova proposta – o método das divisões – traz em si, como que compactada, toda uma visão da realidade e da sua relação com a linguagem humana. / [en] The methods of divisions: Plato s last dialectical proposal discusses and investigates the logical and ontological foundations that sustain Plato s last worldview. The question ti estin, presented in the first dialogues, imposes to Plato s philosophy an ambicious purpose, and the posterior development of his work has, in many aspects, the goal of finding an answer to this problem. The last dialogues written by the philosopher bring up a new dialectical proposal, which will be his last attempt to solve the matter. Primarily of a practical nature, this new proposal – the method of divisions – implies a whole way of understanding reality and also some claims about the relations between language and reality.
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[en] PARMÊNIDES THE LOGOS POET / [pt] PARMÊNIDES, O POETA DO LOGOSJUAREZ DE QUEIROZ CAMPOS JUNIOR 30 March 2016 (has links)
[pt] A interpretação do Poema de Parmênides tradicionalmente tem como fontes Platão, Aristóteles e os neoplatônicos. Recentemente as questões lógicas e filológicas relacionadas ao verbo ser vem atraindo atenção não só de comentadores da filosofia antiga como Charles Kahn, mas também da filosofia analítica a partir dos críticas de Frege e Russell. Nesta dissertação, utiliza-se como eixo interpretativo os textos de Gorgias e Melisso sobre o ser, considerando a hipótese de que como estes pensadores desenvolveram os seus trabalhos em uma época mais próxima a Parmênides do que Platão e Aristóteles as suas interpretações nos fornecem uma leitura mais aproximada do sentido inicial do Poema. A partir da apresentação dos diversos sentidos do verbo ser pela filologia e das formulações de Kahn, será investigado o ser nas formulações de Melisso, Górgias comparando-o com o ser de Parmênides. / [en] Plato, Aristotle and the Neo-Platonists have traditionally been considered to be the main sources for interpreting Parmenides The Poem. However, in the last century, the logical and filological dilemmas regarding the concept of being have begun to draw the attention of other scholars seeking more precise interpretations of The Poem, such as ancient philosophy commentator Charles Kahn and analytical philosophers Frege and Russell. In this paper I will argue that philosophers Gorgias and Melisso offer a more accurate interpretation of the concept of being discussed in Parmenides original text. Consequently, it will also be shown that in order to understand precisely The Poem, it is necessary to focus on the interpretations drawn by the two pre-Socratic philosophers supra-cited regarding the Poem, rather than to emphasize on the analysis made by Plato and Aristotle. The main reason supporting this argument that will be presented is that the works of such pre-Socratic philosophers were written in a time period much closer to the one of Parmenides than the works of Plato and Aristotle were. In order to build my argument I will first analyze the filological meanings of the concept of being. Then I will scrutinize the formulations of this concept as Kahn presents them. After that, I will examine the formulations of the concept of being in the works of both Melisso and Gorgias. Finally, I will compare and apply all of these formulations and meanings to Parmenides original text, and therefore conclude my argument.
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