A pesquisa tem como objetivo investigar os usos do espaço agrário como um dos elementos centrais para os mecanismos de dominação senhorial e também para as estratégias de resistência escrava. Tendo como base os processos criminais do município de Bananal, o trabalho procura entender que o espaço foi vetor fundamental para produzir o controle senhorial sobre o conjunto dos homens livres e dos escravos. No entanto, o desejo de ordem e disciplina imposto pelos senhores era constantemente burlado pelos cativos, que se valiam dos conhecimentos adquiridos dos espaços e dos tempos permitidos e proibidos para realizarem um grande número de ações de resistência. Nesta pesquisa, a geografia da escravidão refere-se à dialética existente entre os usos alternativos ou não que os escravos faziam do espaço de plantação e os controles realizados por feitores, administradores e senhores sobre a mobilidade e o corpo dos cativos. Dos conflitos que se originavam desses embates tem-se a possibilidade de se compreender uma nova dinâmica para a resistência escrava. A pesquisa procurou também ultrapassar a escala do município e ampliar os horizontes. Desse modo, conseguiu-se entender a localidade de Bananal não como um estudo de caso , mas como um município articulado a um quadro mais amplo de consolidação, transformação e crise do Estado Imperial. Deste modo, a escravidão e seus corolários geográficos estavam interligados com o momento de crise da escravidão no plano nacional. Por esta razão, foi possível delinear uma nova dimensão da geografia, relacionada com as redes desenvolvidas pelos sujeitos para além dos limites do município / The aim of this research is to investigate the uses of plantation space as a central tool to slaveholders domination and the strategies used by slaves to resist it. Studying the county of Bananal, an important town of coffee production in the nineteenth century, the work focuses on the understanding of the space as a crucial vector to produce control over free men and slaves. Nonetheless, slaves usually challenged slaveholders. In this way, they used to apply their knowledge about the uses of the permitted and prohibited times and spaces in order to act against and resist slaveholders impositions. In this work, the Geography of slavery is related to the dialectic between slave uses of plantation space and the controls made by slaveholders and their agents. This relation provoked many conflicts and this shed light to the issue of slave resistance and their reaction to power. Therefore, it is possible to comprehend a new dynamics of slave resistance. On the other hand, the research is not simply a case study, because slavery in Bananal and its geographical corollaries were intertwined with the moment of crisis of slavery in Imperial Brazil. For this reason, it was possible to figure a new dimension of geography, related to the networks developed by the subjects beyond the limits of the municipality
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-29092014-165602 |
Date | 30 April 2014 |
Creators | Santos, Marco Aurelio dos |
Contributors | Marquese, Rafael de Bivar |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.0018 seconds