A abordagem da existência, que se pretende propor, tem como ponto de partida a analítica existencial elaborada por Martin Heidegger, na sua obra Ser e Tempo. É portanto segundo uma perspectiva fenomenológica e, mais especificamente, hermenêutica, que se orienta esta análise do ser-no-mundo ou dos traços fundamentais da experiência do real. No cerne desta abordagem encontra-se a definição do conceito de evento, como o fundamento radical e original de todo o fenómeno, isto é, como constituindo na sua essência a fenomenalidade do que se auto-manifesta de forma original. O conceito de evento, assim conceptualizado, obriga a uma revisaão das concepções tradicionais de entender a realidade do tempo, tanto nas suas versões "objectivas" (subordinado o seu senrido à consideração do movimento, como em Aristóteles), como nas interpretações subjectivas, de St. Agostinho a Edmund Husserl. A elucidação rigorosamente fenomenológica do conceito de evento requer que se conceba uma temporalidade como aquilo que o "sujeito" não pode de froma alguma objectivar nem dominar. Por sua vez, é esta des-subjectivação do tempo que funda a possibilidade de ipseidade e de uma singularidade, que ao contrário do Dasein na analítica existencial, não permite conquistar de nenhum modo um completo domínio sobre as possibilidades fundamentais da existência. estes diversos aspectos estruturam-se para elaborar o que Claude Romano propõe apelidar de empirismo transcendental.
Identifer | oai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/9143 |
Date | January 2008 |
Creators | Martins, João Gomes |
Publisher | Porto : [Edição de Autor] |
Source Sets | Universidade do Porto |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação |
Format | image/jpeg, image/jpeg |
Source | http://aleph.letras.up.pt/F?func=find-b&find_code=SYS&request=000190271 |
Rights | openAccess |
Page generated in 0.0022 seconds