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Influência da candidíase vulvovaginal recorrente na qualidade de vida / Influence of recurrent vulvovaginal candidiasis on quality of life

Introdução: A candidíase vulvovaginal recorrente (CVVR) afeta aproximadamente 138 milhões de mulheres mundialmente. Motivo frequente de consultas em ginecologia, é definida como a ocorrência de quatro ou mais episódios em um período de 12 meses. Manifesta-se por sintomas extremamente desagradáveis como prurido, corrimento, irritação vulvovaginal, dor, comprometendo as atividades diárias e laborais, vida sexual e relacionamentos sociais. Objetivo: Avaliar a influência da candidíase vulvovaginal recorrente na qualidade de vida de mulheres com essa afecção, comparativamente à mulheres saudáveis. Método: O estudo foi realizado no Setor de Imunologia, Genética e Infecções do Trato Reprodutivo do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período de Julho de 2016 à dezembro de 2017, após aprovação pelo comitê de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa do Hospital das Clínicas da FMUSP. Foram avaliadas 100 mulheres com diagnóstico de candidíase vulvovaginal recorrente, confirmado clínica e laboratorialmente (grupo estudo) e 101 mulheres saudáveis (grupo controle), em um estudo transversal analítico caso controle. Para avaliação da qualidade de vida foi utilizado o questionário validado World Health Quality of Life Abbreviated Assessment (WHOQOL-bref), autoadmininstrado, em ambos os grupos. Tal questionário é constituído por quatro domínios (físico, psicológico, social e meio ambiente) e contem 26 questões. A consistência interna foi avaliada pelo coeficiente de alfa de Cronbach. Para a análíse estatística foram utilizados o teste qui-quadrado e o teste T de Student. Resultados: As médias etárias das mulheres com candidíase vulvovaginal recorrente e das do grupo controle foram 34,0 e 32,2 anos respectivamente. Os escores médios das dimensões do WHOQOL-bref para a percepção da qualidade de vida (59,7), satisfação com a saúde (46,7), físico (54,4), psicológico (56,8), social (51,5), meio ambiente (43,5) para mulheres com candidíase vulvovaginal recorrente foram menores do que os do grupo controle: qualidade de vida (71,3), satisfação com a saúde (67,1), físico (68,5), psicológico (65,8), social (69,1) e meio ambiente (57,4).O coeficiente alfa de Cronbach resultou maior do que 0,8 para as questões gerais e maior do que 0,65 para questões específicas, indicando uma consistência interna quase perfeita e substancial respectivamente. Assim, a percepção da qualidade de vida e a satisfação com a saúde estiveram muito reduzidas nas mulheres com CVVR (p < 0,001). No domínio físico a percepção de dor, falta de energia, problemas com o sono, redução da atividade diária, dependência de medicações ou tratamentos apresentaram-se aumentados em mulheres com candidíase vulvovaginal recorrente (p < 0,001). No domínio psicológico tais mulheres referiram pouca afetividade, baixa autoestima, dificuldade na cognição e depreciação da imagem corporal (p < 0,001). Todos os aspectos sociais, incluindo atividade sexual também se mostraram reduzidos. No domínio meio ambiente apresentaram menor satisfação em seu local de moradia, poucos recursos financeiros, menos atividades recreativas e alto índice de desemprego (p < 0,001). Conclusão: Candidíase vulvovaginal recorrente impactou de maneira negativa múltiplos aspectos do bem-estar das mulheres afetadas. Mulheres com esta condição merecem especial atenção dos profissionais de saúde e também o incentivo de novas pesquisas, que possam melhor elucidar aspectos de susceptibilidade, prevenção e tratamento / Background: Recurrent vulvovaginal candidiasis (RVVC) affects about 138 million women annually worldwide. A frequent reason for gynecologist consults, RVVC is defined as four or more episodes of culture positive symptomatic episodes in a 12 month period. Vulvovaginal itching, irritation, pain, discharge and problems with their sexual and emotional relationships are frequent complaints. We evaluated the influence of RVVC on aspects of quality of life in affected women in comparison to a control group. METHODS: This study was conducted at University of Sao Paulo Hospital of Medicine between July 2016- December 2017. The study was approved by Ethical Committee of University Sao Paulo Medical School. The cross sectional study consisted of 100 women with RVVC and 101 epidemiologically healthy matched women with no history of RVVC. Each subject completed a selfadministrated validated World Health Organization Quality of Life Abbreviated Assessment (WHOQOL-bref) questionnaire, consisting of four domains (physical, psychological, social relations, environment) and composed of 26 questions. Internal consistency of responses was evaluated by Cronbach alpha. Data was analyzed by Chi square and student T test. RESULTS: The mean age of women with RVVC and controls was 34,0 years and 32,2 years, respectively. The mean WHOQOL-bref dimension scores for general health (59,7), life satisfaction (46,7), physical well being (54,5), social relations (51,5), psychological (56,8) and environment (43,5) for women with RVVC were all lower than in the control group: general health (71,3), life satisfaction (67,1), physical (68,5), social relations (69,1),psychological (65,8), and environment (57,4). Cronbach alpha coefficient was > 0.8 for general questions and > 0.65 for specific questions, indicating almost perfect and substantial internal consistency, respectively. In total, perception of quality of life and satisfaction with their health was greatly reduced in the RVVC group (p < 0.001). In the physical dominion, perception of pain, lack of energy, sleep problems, reduced daily activity, reliance on medications or treatments was increased in women with RVVC (p < 0.001). Psychologically, RVVC patients reported lowered affection, cognition, self-esteem and body image (p < 0.001). All aspects of social relations including sexual activity were also reduced (p < 0.001). Patients reported a less satisfactory home environment, lower financial resources, lower frequency of recreational activities and higher unemployment (p < 0.001). CONCLUSION: RVVC affects multiple aspects of affected women\'s well being. Women with this condition deserve serious attention from clinicians and research into susceptibility, prevention and treatment of this infection should receive much greater support

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-28022019-083920
Date06 December 2018
CreatorsEiko Ines Fukazawa
ContributorsIara Moreno Linhares, Kátia Cândido Carvalho, Cristina Aparecida Falbo Guazzelli
PublisherUniversidade de São Paulo, Medicina (Obstetrícia e Ginecologia), USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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