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A vivência da equipe de enfermagem sobre a violência praticada por pacientes com transtorno mental

Resumo: A violência tem íntima relação com a história da humanidade, se trata de fenômeno complexo e multifacetado, presente em todas as sociedades e, apresenta-se de diversas maneiras. Histórica e socialmente, foi construída a concepção de que as pessoas com transtorno mental são agressivas e violentas. Nos dias atuais, essa visão ainda persiste no imaginário social, inclusive para alguns profissionais de saúde. Esta pesquisa teve como questão norteadora: Qual a vivência da equipe de enfermagem, de um Pronto Atendimento, mediante a violência provocada pelo portador de transtorno mental em sua prática profissional? Para responder a essa questão foram elaborados os objetivos: Descrever a vivência do profissional, na prática da enfermagem, mediante a violência advinda da pessoa com transtorno mental; Analisar a violência sofrida pelo profissional na prática da enfermagem da violência advinda da pessoa com transtorno mental. Trata-se de pesquisa qualitativa e exploratória, realizada no período de 2010 a 2011, no Pronto Atendimento de um hospital geral de Curitiba, Paraná. Foram sujeitos desta pesquisa 38 profissionais da equipe de enfermagem: 05 enfermeiros, 05 técnicos e 28 auxiliares de enfermagem. Os dados foram obtidos mediante entrevista semiestruturada, registrada em aparelho digital e analisados de acordo com a Análise de Conteúdo Temático- Categorial. As categorias que emergiram foram: 1) A violência cometida pelo paciente com transtorno mental à equipe de enfermagem; 2) Sentimentos e atitudes da equipe de enfermagem em face ou não de violência sofrida. Obteve-se que a equipe de enfermagem sofre violência durante o cuidado ao paciente com transtorno mental, contudo em menor escala se comparado a pacientes em geral. Os resultados mostraram que dos 38 sujeitos, somente 05 tiveram vivência de violência cometida pelo paciente com transtorno mental, em toda a sua trajetória de prática na Enfermagem, que foi superior a três anos, chegando a vinte e oito anos. Na realidade estudada, pode-se considerar que a violência provocada por pessoas com transtorno mental é mais inferida do que real e é baseada no mito do indivíduo com transtorno mental como perigoso e violento. Isso porquanto, boa parte dos sujeitos, mesmo sem ter sofrido violência, referiram que sentem medo de prestar cuidado, produzindo discriminação e preconceito contra esse indivíduo. Acredita-se que assim como um mito é socialmente construído, nutrido e socialmente perpetuado, como o de pessoas com transtorno mental como violentas, da mesma forma este pode ser ressignificado. Para tanto, ressalta-se a necessidade do desenvolvimento e da divulgação de novas pesquisas sobre a temática.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/27051
Date30 March 2012
CreatorsSilva, Ângela Gonçalves da
ContributorsUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Maftum, Mariluci Alves
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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