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A luta pela terra Marãiwatsédé : povo Xavante, Agropecuária Suiá Missú, posseiros e grileiros do Posto da Mata em disputa (1960-2012)

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Previous issue date: 2015-05-15 / CAPES / O Araguaia mato-grossense fez parte da Amazônia Legal e concebida como área de
expansão econômica sobre territórios considerados “vazios” por parte do planejamento de
governos, sobretudo no período de Regime Militar. No entanto, sendo fronteira o Araguaia
mato-grossense é o lugar de alteridade e conflito entre populações existentes que tinham
domínio da terra de trabalho e migrantes que passam a tomar posse e adquirir na forma de
propriedades ou terra de negócio. O encontro de diferentes agentes sócio-históricos como
indígenas, posseiros, peões, grileiros, empresários, fazendeiros, comerciantes, militantes e
outros e que são protagonistas da luta pela terra. Nessa região, o caso analisado envolve
uma parcela dos indígenas Xavante e posseiros da Suiá e seus aliados na luta pela terra
Marãiwatsédé. A origem do conflito remete-se ao processo de compra de parte do território,
no qual viviam grupos da etnia Xavante, de 695 mil ha pela empresa agropecuária Suiá
Missú em meados da década de 1960. A consolidação do empreendimento agropecuário
resulta na deportação dos Xavante em 1966. O ano de 1992 é o ano dos grandes
acontecimentos: ocorreu a devolução da área remanescente de 195 mil ha por parte da
empresa estatal italiana ENI Agip Petroli aos Xavante durante a Rio 92, e no mesmo ano,
políticos locais organizaram e incentivaram uma invasão da área remanescente da Suiá
Missú, atraindo tanto posseiros interessados na terra para morar e plantar, como de grileiros
e comerciantes de terras. A Agip do Brasil, filial brasileira da empresa, discordou da
devolução e criou estratégias para vender a área remanescente da então agropecuária Suiá
para que supostamente fosse realizada uma regularização fundiária através de compra de
títulos ou do direito de posse. Ainda em 1992, um laudo antropológico delimitou a área que
seria devolvida aos Xavante, tornou-se um instrumento de luta por ser produzido a partir da
versão da história dos indígenas, através da memória do lugar como arma na luta pela terra
de Marãiwatsédé. Paralelamente, os posseiros da Suiá adotaram como local de resistência o
distrito do Posto da Mata, se organizaram politicamente por meio de uma associação
denominada APROSUM e intensificaram a luta através de batalhas jurídicas, batalha de
peritos e a batalha midiática, que” forneceram “armas” e possibilitaram a construção
histórica e social de um acontecimento monstro que foi a desintrusão ocorrida em 2012. Os
principais acontecimentos que entrecruzam o processo de luta pela terra de Marãiwatsédé
tem como sistema de referência a concepção de terra como propriedade privada destinada
ao aproveitamento econômico e fonte de desenvolvimento regional. Essa referência aparece
em discursos na reunião da invasão em 1992 e nas narrativas da mídia local na desintrusão
de 2012. A devolução da terra aos Xavante em 1992 e a desintrusão dos posseiros em 2012
tem como base a concepção de território tradicionalmente ocupado colocados na
Constituição de 1988. Portanto, a luta pela terra Marãiwatsédé é uma luta entre diferentes
concepções de uso da terra. / The Araguaia was part of the Amazon and conceived as economic expansion area on
territories considered "empty" by the planning of governments, particularly in the
military regime period. However, being the border Araguaia is the place of otherness
and conflict between existing populations that had the field of employment land and
migrants who come to take hold and get in the form of property or land deal. The
meeting of different socio-historical agents as Indians, settlers, pedestrians, squatters,
entrepreneurs, farmers, traders , activists and others and are protagonists of the struggle
for land. In this region, the case analyzed involves a portion of the Xavante Indians and
settlers of Suiá and their allies in Marãiwatsédé land. The origin of the conflict refers to
the part of the buying process of the territory in which they lived groups of Xavante
ethnicity, 695,000 ha by agricultural company Suiá Missú in the mid of 1960. The
consolidation of the agricultural enterprise results in the deportation of Xavante in 1966.
the year 1992 is the year of great events: was the return of the remaining area of
195,000 ha by the Italian company ENI Agip Petroli state to Xavante during Rio 92, and
the same year, local politicians organized and encouraged a remaining area of the
invasion of Suiá Missú, attracting both squatters interested in the land to live and grow,
as squatters and land traders. Brazil Agip, the Brazilian subsidiary of the company
disagreed with the return and created strategies to sell the remaining area of the then
agricultural Suiá for a land regularization supposed to be held by purchase of securities
or ownership rights. In 1992, an anthropological report delimited the area that would be
returned to the Xavante, it has become an instrument of struggle to be produced from
the version of the story of the natives, through the memory of the place as a weapon in
the struggle for land Marãiwatsédé. In parallel, the squatters of Suiá adopted as
resistance spot the Distrito Posto da Mata , organized themselves politically through an
association called APROSUM and intensified the struggle through legal battles , experts
battle and the media battle, which provided "weapons" and enabled the social and
historical construction of a monster event which was the non-intrusion occurred in
2012. The main events that crisscross the process of struggle for Marãiwatsédé of land
has as reference system the conception of land as private property intended for
economic use and source of regional development. This reference appears in speeches at
the meeting of the invasion in 1992 and the narratives of local media in the 2012 nonintrusion.
The return of land to the Xavante in 1992 and the non-intrusion of squatters in
2012 is based on the concept of territory traditionally occupied placed in the
Constitution of 1988. Therefore, the struggle for land Marãiwatsédé is a struggle
between different land use concepts.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:localhost:1/374
Date15 May 2015
CreatorsRosa, Juliana Cristina da
ContributorsBarrozo, João Carlos, Joanoni Neto, Vitale, Barrozo, João Carlos, Joanoni Neto, Vitale, Rust, Leandro Duarte, Bruno, Regina Angela Landim
PublisherUniversidade Federal de Mato Grosso, Programa de Pós-Graduação em História, UFMT CUC - Cuiabá, Brasil, Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS)
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFMT, instname:Universidade Federal de Mato Grosso, instacron:UFMT
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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