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A sagração do dinheiro no neopentecostalismo : religião e interesse à luz do sistema da dádiva

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Previous issue date: 2006 / A presente tese procura refletir sobre o dinheiro como elemento de mediação na
relação com o sagrado, na experiência religiosa neopentecostal. A referência empírica
escolhida para este estudo é a Igreja Internacional da Graça de Deus. A compreensão do
dinheiro como questão sociológica não pretende reduzir-se a uma crítica do mercado e ao
utilitarismo diante do fato de que o dinheiro é uma peça central na expressão da fé daqueles
que participam desse grupo religioso. O dinheiro, no uso que dele se faz no espaço do culto,
indica uma produção social ou uma espécie de reinvenção do social comunitário. Esse aspecto
sociológico é eixo norteador da análise que faremos a seguir e, para tanto, é preciso tratar o
dinheiro para além de um equivalente geral, é preciso tratá-lo como símbolo. Para isso, a
reflexão trilha seus caminhos à luz do sistema da dádiva. O referido caminho nos leva a
afirmar que certo movimento utilitarista, trazido pela onda capitalista do mundo moderno,
produziu o deslocamento das coisas dadas para aquelas que são guardadas, conservadas para
si. E essa coisa chamada dinheiro parece figurar na vida social, no ápice de sua ousadia,
quando, por qualquer motivo, encontramo-lo como parte do domínio do sagrado ou neste
penetrando: o dinheiro não é danação ou algo considerado como tal, mas é santificado,
quando imolado para se tornar oferta e, assim, contribuir para multiplicar as obras de Deus.
Alguns textos e contextos tenderiam a afirmar que a penetração do dinheiro, no campo do
sagrado, seria para profaná-lo, destruí-lo. Seria verdadeiro? O dízimo é dinheiro, é algo que
pertence a Deus. Perguntamo-nos, todavia, sobre o que existe de sagrado nesse objeto, hoje
tão nomeado no espaço religioso. Existe uma alma nesse objeto, e uma alma com muita
importância (ou com a devida importância). O dinheiro é um ponto sólido, isto é, está entre as
tantas realidades que fazem parte das trocas de dons cuja identidade estudamos na experiência
atual do Neopentecostalismo. No contexto de uma sociedade centrada na economia de sistema
de mercado, essa realidade chamada dinheiro parece ter encontrado, aí, nova base de
sustentação que, como uma realidade abstraída por tal experiência religiosa, já mencionada,
nós percebemos não como algo simplesmente provisório, mas duradouro. Mas a pergunta, a
partir do espírito do dom e a qual não queremos calar, é esta: o dinheiro é sagrado? Quem o
pede e quem o recebe? Quem o dá e quem espera receber? Existe um laço espiritual, um
fio condutor espiritual que costura esse processo de relação com o dinheiro no espaço
religioso que tomamos como ponto de referência

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/9690
Date January 2006
CreatorsElias da Silva, Drance
ContributorsHenrique Novaes Martins Albuquerque, Paulo
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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