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Currículo e diferença: cartografia de um corpo travesti / Curriculum and difference: cartography of a travesti body

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Previous issue date: 2014-09-19 / Sem bolsa / Nesta tese, procuramos mapear linhas de fuga traçadas pelo Corpo Travesti em sua constituição enquanto Corpo sem Órgãos (CsO). Corpo esse que não apresenta organização prévia e que se produz pela invenção de si, fugindo às normatizações e destacando a artificialidade de todos os corpos — que, assim como o Corpo Travesti, são efeitos de algum discurso. O discurso heteronormativo constrói as travestis como seres em desacordo com a realidade, como marginais à sociedade da scientia sexualis e da moral e bons costumes. Sob esse prisma, a constituição identitária de travestis e transexuais desafia a suposta funcionalidade natural dos corpos e o próprio conceito de humano. O Corpo Travesti cria problemas para esse discurso ao transitar entre os polos homem e mulher da equação binária que separa o mundo entre masculino e feminino; seu caráter móvel e fluído desestabiliza a lógica heterossexista do dispositivo da sexualidade. Por vezes, a desestabilização desencadeia violentas reações institucionais (coletivas e/ou individuais) contra o Corpo Travesti, especialmente quando ele transita por territórios onde é considerado obsceno, fora de lugar: escolas, empregos formais, universidades. O Currículo Oficial entra em conflito com o currículo de corpos que não se encaixam nos padrões pré-estabelecidos pelo discurso biológico da sexualidade que produz identidades sexuais em acordo com a heterossexualidade compulsória. Para cartografar esse corpo de experimentações, partirmos da narrativa produzida por Érika de Luna a respeito de seu currículo travesti. Coletamos histórias das quais destacamos linhas criadoras de um modo de vida que é deslegitimado pela ordem social heteronormativa. Tais episódios protagonizados pelo Corpo Travesti versam sobre viagens, família, escola, polícias, festas: linhas costumeiras, flexíveis e de fuga; linhas de vida e de morte que se cruzam, se misturam e se alimentam mutuamente. Linhas que compõem o corpo criado por Érika e que cartografamos com a ajuda das ferramentas disponibilizadas pelos estudos queer, por Derrida, por Deleuze e Guattari, por Michel Foucault e pelo trabalho de ativistas sociais e artistas costurados ao corpo teórico da tese. O resultado é um texto acadêmico composto por diferentes linhas de escrita que procura destacar a potência em tensionar a produção da heteronormatividade que o Corpo Travesti carrega ao apresentar-se enquanto diferença que não possui referente. Sustentamos que tal diferença se opõe à fixação identitária e, portanto, não encontra eco em práticas curriculares pautadas pelo pensamento realista que não admite a inserção de saberes que não tenham sido autorizados por discursos sérios a comporem o corpo educado. / In this thesis, we have tried to map the flight lines written by the Travesti Body as it constitutes itself as Body without Organs. This body that has no previous organization and which is produced by the invention of itself, escaping norms and highlighting the artificiality of all bodies — which, like the Travesti Body, are discoursive effects. The heteronormative discourse constructs travestis as beings at odds with reality, as outsiders from the society which is based on scientia sexualis and moral and decency rules. In this light, the identity construction of travestis and transsexuals challenges the so called natural function of the body and the concept of human itself. The Travesti Body moves between the poles of the male and female binary equation that separates the world between masculine and feminine; its mobile and fluid characters destabilize the heterosexist logic of the sexuality device. Sometimes the destabilization triggers violent (collective and/or individual) institutional reactions against the Travesti Body, especially when it transits through territories where it is considered obscene, out of place: schools, formal jobs, universities. The Official Curriculum conflicts with the curriculum of bodies that do not fit the patterns pre-established by the biological discourse of sexuality that produces sexual identities in accordance with the standards of the compulsory heterosexuality discourse. To map this body of experiments, we started from the narrative produced by Erika de Luna about her travesti curriculum. From the stories collected it was possible to highlight creative lines of a way of living that has no value in the heteronormative social order. Such episodes perpetrated by the Travesti Body deal with traveling, family, school, police, parties: customary, flexible and flighting lines; lines of life and death that meet, mingle and feed each other. Lines that are part of the body created by Erika and that we used to draw a cartography with the help of tools provided by queer studies, by Derrida, by Deleuze and Guattari, by Michel Foucault and by the work of social activists and artists sewn to the theoretical body of the thesis. The result is an academic text composed with different lines of writing that seeks to highlight the Travesti Body's potential in tensioning the production of heteronormativity when it presents itself as difference that has no referent. We argue that this difference is opposed to identity and, therefore, finds no echo in curricular practices guided by realistic thinking that does not allow the inclusion of unauthorized knowledge to compose the educated body.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpel.edu.br:ri/2741
Date19 September 2014
CreatorsSilva, Aline Ferraz da
Contributorshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723020H6, Vieira, Jarbas Santos
PublisherUniversidade Federal de Pelotas, Programa de Pós-Graduação em Educação, UFPel, Brasil, Faculdade de Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPEL, instname:Universidade Federal de Pelotas, instacron:UFPEL
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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