Return to search

'Somos todxs Adelir'

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-08-22T04:25:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1
347988.pdf: 2615574 bytes, checksum: dcea8ca50ce97a2cc498ccb6843d001e (MD5)
Previous issue date: 2017 / Esta tese apresenta a trajetória de mulheres participantes do Ato Nacional ?Somos Todxs Adelir?, contra a violência obstétrica, ocorrido em 2014, em Florianópolis, através da narrativa das mesmas sobre suas experiências. A inserção delas nesta ação política tem duas causas principais: por um lado, vítimas de violência obstétrica e, por outro lado, experiências satisfatórias de partos. O Ato é parte do contexto contemporâneo de reconhecimento da violência obstétrica, impulsionadora da organização coletiva de mulheres, com reivindicações perante as instituições de saúde, órgãos governamentais, Poder Legislativo e Ministério Público. Outros fatores da emergência contemporânea são a utilização do termo violência obstétrica em legislações de países latinos e de projetos de lei brasileiros, a visibilidade na mídia tradicional, do cyberativismo e a blogsfera brasileira (LUZ, 2014), em produções artísticas e normativas. A exposição argumentativa da pesquisa tem por escopo o reconhecimento da violência obstétrica como uma violência de gênero e a valorização da narrativa das mulheres sobre suas experiências e suas trajetórias de inserção na discussão e participação política no combate da violência obstétrica. Destarte o reconhecimento dos avanços biomédicos e tecnológicos que propiciam salvar vidas por meio interventivo e cirúrgico, há um controle do corpo feminino pela medicalização e a observação de processos fisiológicos, pelo ponto de vista patológico (MARTINS, 2004; DUDEN, 2007; SENA, 2016). Apresento, no capítulo 1, a base metodológica das epistemologias feministas, pesquisa qualitativa feminista e a proposição de uma visão interdisciplinar e que acolha as subjetividades e interseccionalidades de gênero, raça/etnia e cultura; articulando as categorias da pesquisa encarnada, ?partir de si? e experiência. O Capítulo 2 é o marco teórico para compreensão da apropriação do corpo das mulheres pelas ciências, tendo como consequências a institucionalização e os processos de medicalização e industrialização dos partos e a humanização dos nascimentos como movimento na contracorrente. No Capítulo 3, uma breve contextualização dos direitos reprodutivos, a emergência contemporânea do tema da violência obstétrica e o contexto dos nascimentos no Brasil contemporâneo. No capítulo 4 situo as mulheres entrevistadas com foco nas narrativas e trajetórias de vida referente aos aspectos de maternidade. Articulando aos aspectos teóricos, apresento as falas das mulheres, no decorrer de todo o capítulo, em sessões específicas como as experiências intergeracionais relacionadas à maternidade, as experiências de partos e as violências obstétricas sofridas. Os aspectos transversais nas trajetórias são as questões profissionais e de amizade, a identificação com os feminismos e trajetórias de empoderamento. No capítulo 5 apresento a história do Ato narrada pelas participantes, o processo de conscientização política, os desdobramentos e as expectativas na relação com o Ministério Público. Por fim, a problematização sobre o movimento em torno da humanização dos nascimentos, o mercado das cesarianas e do parto humanizado, sendo reconhecida pelas interlocutoras, a necessidade do alcance das conquistas à outras mulheres.<br> / Abstract : This thesis presents the trajectories of women who participated in the national Somos Todxs Adelir march against obstetric violence, in 2014, in Florianópolis, through the narrative of these women about their experiences. Their insertion in this political act has two main causes: some were victims of obstetric violence while others had satisfactory childbirth experiences. The March is part of a contemporary context of acknowledgement of the obstetric violence, which pushes forward the collective organization of women to present claims to the health institutions, government agencies, the Legislative branch and the Public Ministry. Other factors for the contemporary rise of this subject include the use of the term ?obstetric violence? in legislation from Latin American countries and also in Brazilian proposed laws, the larger visibility of the subject in the mainstream media, the cyberactivism and the Brazilian blogosphere (LUZ, 2014), and the subject's appearance in artistic and normative productions. The arguments presented in this research aim at recognizing obstetric violence as a gender-based violence and to appreciate the women's narrative on their experiences and their engagement trajectories in discussion and political activism against obstetric violence. Despite the biomedical and technological advances that save lives by intervention and surgical procedures, there is a control of the feminine body by medicalization and observation of physiological processes under a pathologic point of view (MARTINS, 2004; DUDEN, 2007; SENA, 2016). I present in chapter 1 the methodological basis of feminist epistemologies, the feminist qualitative research and the proposition of a new interdisciplinary vision that embraces subjectivities and intersectionalities of gender, race, ethnicity, and culture, integrating cathegories of incarnate research, 'start from oneself' and experience. Chapter 2 is the theoretical basis for the understanding of women bodies appropriation by the sciences, which results in the institutionalisation and the medicalization and industrialization processes of delivery and childbirth, and the humanization of delivery as a counter-current movement. In Chapter 3 a brief context of reproductive rights is presented, the contemporary rise of the subject of obstetric violence and the context of childbirth in today's Brazil. In Chapter 4 I situate the interviewed women in light of their narratives and life trajectories referring to aspects of maternity. Integrating them to theoretical aspects, I present the women's say along the entire chapter, in specific sections such as the inter-generation experiences related to maternity, the delivery experiences and the suffered obstetric violence. The transversal aspects in their trajectories are the professional and friendship issues, the identification with the feminisms and empowerment trajectories. In Chapter 5 I present the history of the March as told by its participants, the process of raising political awareness, the developments and the expectations in the relationship with the Public Ministry. Finally, the problematization about the movement on childbirth humanization, the market of cesarean operations and the humanized delivery, and the need, recognized by the interviewed women, of extending the movement's achievements to other women.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/178591
Date January 2017
CreatorsManfrini, Daniele Beatriz
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Lisboa, Teresa Kleba, Wolff, Cristina Scheibe
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format287 p.| il., gráfs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0031 seconds