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A concepção de sexualidade na vivência de jovens

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. / Made available in DSpace on 2012-10-21T11:45:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1
206118.pdf: 4743690 bytes, checksum: 27d62369207eaf59bbef02d5f1904585 (MD5) / Os estudos que têm como tema a sexualidade humana e, mais especificamente, a sexualidade na perspectiva de adolescentes são complexos e, por isso, precisam ser abordados de uma forma ampla, evitando que vieses importantes deixem de ser valorizados. Nesse sentido, em busca da amplitude necessária, propomo-nos compreender a concepção de sexualidade e o modo de vivê-la, por intermédio dos depoimentos de jovens escolares do ensino médio, de uma escola pública, do Município de Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul. Escolhemos como referencial filosófico o Existencialismo, dando ênfase aos pressupostos de Simone de Beauvoir, os quais se constituem em suporte para compreender o tema delimitado pela questão norteadora desse estudo: Qual é a concepção acerca da sexualidade e o modo de vivê-la, referidos por jovens de uma escola pública de ensino médio? Sustentando a tese de que a concepção de sexualidade d@s jovens e o modo de vivê-la são construídos na convivência, optamos por utilizar uma metodologia qualitativa de inspiração fenomenológica. Para coletar os dados, realizamos entrevistas individuais, gravadas, cujo roteiro foi elaborado por um grupo de jovens adolescentes # consultor@s # matriculad@s na instituição em que se realizou o estudo e selecionad@s por sorteio. Participaram da construção temática 58 jovens, chamad@s de colaborador@s, com idades compreendidas entre 14 e 19 anos. Os depoimentos permitiram compreender que, para a maioria d@s jovens deste estudo, sexualidade tem nove significados diferentes: é instinto, é influência hormonal, é prevenção, é relação sexual, é opção sexual, é sexo (feminino ou masculino), é desenvolvimento pessoal, é relacionamento e é sentimento. O modo de viver a sexualidade revelou que nem a família, nem a escola desempenharam a função de educadores sexuais, como @s jovens gostariam. Assim, ávidos pelo conhecimento, buscaram esclarecimentos com @s amig@s e na mídia. Outrossim, referiram sentir falta de diálogo com a família sobre suas dúvidas e seus sentimentos. Revelaram que a escola também deveria abordar melhor o tema. Para el@s, a ausência dessa discussão ocorre porque a maioria dos adultos # pais, mães e professor@s # não está preparada para desempenhar esta função. Enfatizaram a importância da mídia como fonte de informação e sugeriram que esta seja utilizada como recurso didático. Desvelamos também que os valores patriarcais alicerçaram o processo de viver desses jovens, o que nos fez compreender que o modo de viver a sexualidade não foi muito diferente daquele das gerações passadas, pois persistem desigualdades, tabus, preconceitos, estereótipos e restrições, sendo as mulheres as mais prejudicadas. Desvelamos, ainda, questões referentes às experiências de vida d@s colaborador@s: relação com o corpo, masturbação, ficar, transar e violência sexual, as quais serviram para fundamentar as bases filosófica, teórica e metodológica do Cuidado de Enfermagem. E, por fim, preconizamos que esse cuidado precisa ser permeado pela ética, pela lei e pelos valores culturais; precisa atentar às dimensões técnica e afetiva, instigar o envolvimento d@ jovem, valorizar o diálogo corporal, considerar cada jovem um ser único e integral. É preciso, ainda, primar pela confiança, pela cumplicidade e pelo acolhimento, num ambiente propício, para que o vínculo e o respeito sejam estabelecidos. O Cuidado de Enfermagem pode proporcionar apoio social, agindo em prol da adoção de leis, programas e projetos que promovam a saúde e a integração da família, escola e mídia. Enfim, é preciso valorizar o potencial d@ jovem.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/86887
Date January 2004
CreatorsFonseca, Adriana Dora da
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Souza, Maria de Lourdes de
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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