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Avaliação do efeito antinociceptivo e antiinflamatório dos triterpenos semi-sintéticos

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia / Made available in DSpace on 2012-10-24T10:22:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1
267873.pdf: 1341060 bytes, checksum: 8a157ec64201a7f397c63741dc64cf59 (MD5) / O presente estudo avaliou a possível ação antinociceptiva e antiinflamatória do derivado semi-sintético do triterpeno a e ß-amirina: denominado octanoato de a e ß-amirina (OA), em vários modelos experimentais in vivo e in vitro, em ratos e camundongos. O OA quando administrado pela via intraperitoneal (i.p.) (0,0001 - 0,1 mg/kg) ou oral (v.o.) (1 - 30 mg/kg), 30 e 60 min antes do teste, reduziu significativamente as contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, com DI50 de 0,003 (0,001-0,005) e 7,15 (5,94-8,60) mg/kg e inibições de 85 ± 5% e 72 ± 9%, para a via i.p. e v.o., respectivamente. Além disso, o OA manteve seu efeito por até 8 h após sua administração i.p. no modelo de ácido acético. O pré-tratamento com OA (0,1 - 30 mg/kg) reduziu significativamente a nocicepção de origem inflamatória em 89 ± 6% e DI50 de 5,36 (3,98-7,23) mg/kg, mas não alterou a nocicepção de origem neurogênica induzidas pela formalina. O OA (0,001-1 mg/kg, i.p.), também reduziu a nocicepção induzida pela administração intraplantar (i.pl.) de glutamato e capsaicina, com DI50 de 0,04 (0,03-0,08) mg/kg e 1,36 (1,12-2,22) mg/kg e inibição de 65 ± 5% e 57 ± 7%, respectivamente. Além disso, o OA (0,1 mg/kg) causou redução da resposta nociceptiva induzida pela administração intratecal (i.t.) de glutamato, substância P e capsaicina, com inibições de 36 ± 1%, 67 ± 1% e 68 ± 1%, respectivamente. Perifericamente, a nocicepção causada pela capsaicina (0,2 nmol/pata, agonista seletivo dos receptores TRPV1) foi parcialmente revertida pela co-administração com OA (1,8 nmol/pata) ou capsazepina (0,2 nmol/pata, antagonista seletivo dos receptores TRPV1) com reversão de 77 ± 5% e 50 ± 4%, respectivamente. No modelo do ácido acético, a antinocicepção causada pelo OA (0,1mg/kg, i.p.) foi revertida pelo pré-tratamento com capsaicina (50 mg/kg, s.c., no período neonatal, depletor de fibras C e Ad que expressam o TRPV1), mas não em animais tratados com toxina Pertussis (1µg/sitio, i.t., inativador da proteína Gi/0), naloxona (1 mg/kg, i.p., antagonista não seletivo dos receptores opióides), PCPA (100 mg/kg, i.p., inibidor da enzima triptofano hidroxilase e depletor de serotonina endógena), ioimbina (0,15 mg/kg, i.p., antagonista seletivo dos receptores a2-adrenérgicos), mecamilamina (2 mg/kg, i.p., antagonista seletivo dos receptores nicotínicos a2ß3) e atropina (1 mg/kg, i.p., antagonista seletivo dos receptores muscarínicos). Além disso, o OA (0,1-1 mg/kg) foi capaz de reverter a hiperalgesia térmica em 76 ± 7% e 91 ± 4% e mecânica em 100% e 91 ± 2%, induzidas pela injeção intraplatar de BK e PMA, respectivamente. Embora, o mesmo tratamento não alterou a hiperalgesia provocada pela PGE2 em ratos. Além disso, o pré-tratamento com OA (3-30 mg/kg) reduziu a nocicepção induzida pela administração intraplantar de PMA (500 pmol/pata) com DI50 de 19,6 (13,5-28,8) mg/kg e inibição de 64 ± 9%. Contudo, não alterou a translocação da PKCe do citosol para a membrana em comparação com animais tratados com veículo. A atividade antiinflamatória foi avaliada no modelo de edema de pata induzido pela carragenina (300 µg/pata), onde foi observado que o pré-tratamento com o OA (0,1 - 10 mg/kg) reduziu significativamente e de forma dependente da dose o edema de pata, além disso, a Indometacina (4 mg/kg, Ind) também reduziu significativamente o edema. Os mesmo tratamentos com o OA e Ind diminuíram a atividade da MPO na pata em 100% e 60 ± 8%, respectivamente e DI50 0,2 (0,05 - 0,45) mg/kg para o OA. Tanto o tratamento sistêmico com OA (10 mg/kg) quanto com Ind (4 mg/kg) reduziram a níveis basais a quantidade de IL-1ß, mas não alteraram a quantidade de TNF-a presentes na pata dos animais que receberam carragenina. No modelo de pleurisia foi observado que o tratamento sistêmico com OA (0,1 - 10 mg/kg) reduziu significativamente e de forma dependente da dose a migração total de leucócitos e polimorfonucleares no líquido pleural e os níveis de MPO no pulmão, com DI50 de 4,5 (2,3 - 9,1), 4,7 (2,6-8,3) e 2,2 (0,3 - 7,2) mg/kg e redução de 57 ± 1%, 72 ± 5% e 95 ± 2%, respectivamente. Embora o mesmo tratamento não tenha alterado o extravasamento plasmático e também a migração de células mononucleares para a cavidade pleural. O tratamento com dexametasona (1 mg/kg, s.c.) também reduziu a migração total de leucócitos, migração de polimorfonuclear, atividade da MPO no pulmão e o extravasamento plasmático, com inibição de 63 ± 8%, 71 ± 1% e 93 ± 3%, 33 ± 7% respectivamente. Em síntese, estes resultados indicam que o OA possui atividade antinociceptiva e antiinflamatória em modelos químicos de dor e inflamação, através de mecanismos que podem envolver a interação com fibras aferentes sensíveis a capsaicina, bem como, pode interagir com outros membros da família da PKC, sem interferir com a PKCe. Além disso, o OA pode estar inibindo direta ou indiretamente a ação, produção ou liberação de mediadores pró-inflamatórios envolvidos na geração da dor e da inflamação.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92596
Date January 2009
CreatorsMarcon, Rodrigo
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Santos, Adair Roberto Soares dos, Werner, Maria Fernanda de Paula
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatxviii, 103 f.| il., grafs., tab.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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