Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2017. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2017-04-04T15:50:16Z
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2017_LuísaPontesMolina.pdf: 3531723 bytes, checksum: c31dca64860588645de6b437ddc7e3dc (MD5) / A que esforço imaginativo as políticas indígenas nos convidam hoje? Se por um
lado a ofensiva contra as terras e as vidas dos índios recrudesce, por outro, as
lutas indígenas se propagam em diversas formas e em um espaço distinto
daquele onde impera a identidade e a obediência; onde o coletivo não se reduz
à unidade sob os signos da civilização, mas promove a multiplicação mesma da
diferença. Inspirada por iniciativas de autodemarcação de Terras Indígenas (TIs),
a presente dissertação se debruça sobre a relação entre terra, luta e vida para
discutir dois problemas principais. Primeiro, acerca do que são e o que fazem as
autodemarcações quando os índios indicam que elas não se reduzem à pressão
sobre o governo, à simples garantia de direitos, ou à dimensão estritamente
técnica de suas atividades. Segundo, sobre como pensar a atuação do Estado
brasileiro em relação aos direitos territoriais e à vida dos índios, de modo a
pensar com e para o que esses povos enfrentam e clamam hoje. Tomando como
fio condutor o conflito em torno do território Daje Kapap Eypi/Sawré Muybu,
dos índios Munduruku, e o complexo de 43 usinas hidrelétricas projetadas para o
rio Tapajós, este trabalho parte das críticas munduruku à atuação do governo
brasileiro nesse conflito, e à política de expropriação e exploração predatória do
solo e dos rios da Amazônia, para discutir práticas e discursos de omissão,
improviso e gestão da ilegalidade que têm levado à frente projetos e políticas
etnocidas e genocidas. Além disso, e principalmente, esta dissertação procura
mostrar que não é apenas da garantia de sobrevivência numa terra demarcada
que se trata a luta – como se sobreviver bastasse e qualquer terra servisse; é,
antes, pela existência do coletivo como tal e a persistência de seu modo de vida,
indissociável da vida em sua terra, que lutam. A autodemarcação como
autodeterminação indígena: eis a potência dessa iniciativa. / Which imaginative effort are the indigenous politics inviting us to, today? If, on one hand, the attack against the lives and lands of the Amerindians is intensified, on the other, indigenous struggles spread in diverse forms and in a space other than that in which obedience and identity prevails and in which the collective is irreducible to the signs of civilization, but promotes the very multiplication of difference. Inspired by actions of indigenous lands self-demarcations, this thesis addresses the relation between land, struggle and life to discuss two main issues. First, of what are and what do self-demarcations do, considering what the Amerindians suggest about the character of these actions – irreducible to the mechanisms of state pressure, to guaranteeing rights, or to the strict technical aspects of its activities. Second: how to discuss the actions of the Brazilian State
towards the territorial rights and the lives of the indigenous peoples – in order to ponder over the issues faced by these peoples today. Taking as a guiding theme
the conflict between the Munduruku people (and their territory, Daje Kapap
Eypi/Sawré Muybu) and the complex of 43 hydropower plants projected to the
Tapajós River, this thesis discusses – from the munduruku critics towards the
Brazilian government and its politics of dispossession and predatory exploration
of land and water in Amazonia – practices and speeches of omission, improvisations and illegality management that have assured ethnocidal and genocidal projects and policies. Besides, and above all, this thesis seeks to show that the indigenous struggled are not only about surviving in a demarcated land – as if surviving was enough and any land would do. It’s about the existence of the indigenous collective as it is and the persistence of its mode of living – inseparable from living in the land. Self-demarcation as indigenous selfdetermination: there’s the power of these actions.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/23233 |
Date | 24 February 2017 |
Creators | Molina, Luísa Pontes |
Contributors | Souza, Marcela Stockler Coelho de |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess |
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