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Utilização de medicamentos em pessoas que vivem com HIV na Associação dos Municípios da Região de Laguna (SC)

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Previous issue date: 2012 / Objetivo: Conhecer o perfil de utilização de medicamentos em pessoas que vivem com HIV, em especial a prática de automedicação e a adesão aos antirretrovirais. Métodos: Foi realizado um estudo transversal baseado na técnica de entrevista e na análise documental. Os pacientes foram selecionados por conveniência e de forma proporcional em três Serviços de Saúde da Associação dos Municípios da Região de Laguna. Foram coletadas informações a respeito do perfil sócio demográfico, clínico, relacionado a hábitos como uso de drogas e álcool e ao uso de medicamentos. Sobre estes últimos foi verificada a automedicação nos últimos quinze dias. Foi também investigado o uso dos antirretrovirais buscando-se estimar a adesão farmacoterapêutica, a qual foi aferida por cinco diferentes métodos. Para selecionar o método mais adequado foi realizada a associação com os valores de CD4 (= 350/mL). A concordância entre os resultados de adesão foi verificada através do índice de kappa. Foi adotado o teste do qui-quadrado para avaliar as associações entre as variáveis de desfecho (prática de automedicação e adesão farmacoterapêutica) e as outras variáveis de exposição. Para eliminar possíveis fatores de confusão foi utilizado a Regressão de Poisson com variância robusta com as variáveis que obtiverem um valor de p<0,2. Adotou-se como significante p<0,05. Resultados: Foram entrevistadas 381 pessoas que vivem com HIV que referiram utilizar de zero a nove medicamentos diariamente entre antirretrovirais e medicamentos sem prescrição. Dos entrevistados, 69,3% já realizou automedicação e 133 (34,9%; IC95%: 30,3 ¿ 39,8%) referiram esta prática nos quinze dias anteriores a entrevista. Dos medicamentos utilizados, 63,0% atuam no sistema nervoso, sendo representados em sua maioria por analgésicos como o paracetamol (68,1%) e a dipirona (23,3%) para o tratamento de sintomas dolorosos (81,4%). Apenas o consumo de álcool esteve associado a automedicação neste público, atuando como fator de proteção (RP=0,917; IC95%: 0,864- 0,973). Quanto ao uso de antirretrovirais, 302 (79,3%) possuem terapia antirretroviral prescrita, sendo esta geralmente representada pela associação de dois (44,7%) ou três (38,4%) medicamentos. Os resultados de adesão variaram de 33,1% até 84,4% dependendo do método utilizado. Sendo que o método de conferência entre a descrição de uso e a prescrição dos medicamentos (35,4%; IC95%: 30,2-41,0) foi o que melhor se associou com o CD4 atual (p = 0,030). O índice Kappa de concordância entre os métodos foi razoável apenas entre o método de conferência e o método de data de retirada dos antirretrovirais da farmácia nos últimos três meses (p=0,212). Através da regressão de Poisson, identificou-se que praticar automedicação (p=0,026) e ser o paciente o responsável pela medicação (p=0,036) diminuem significativamente a adesão enquanto não possuir dificuldades para usar os medicamentos (p=0,044) aumenta de forma significativa este desfecho. Conclusão: As pessoas que vivem com HIV representam um grupo polimedicado, que pratica automedicação e que apresenta dificuldades para aderir ao tratamento antirretroviral. A automedicação, mesmo fazendo parte do autocuidado, diminui de forma significativa a adesão farmacoterapêutica. Desta forma, intervenções devem ser realizadas no sentido de melhorar a adesão e reduzir a automedicação nesta população. / Objective: This study was intended to evaluate the use of medicines by people living with HIV, in particular self-medication and adherence to antiretroviral therapy. Methods: We conducted a cross-sectional study based on interviews and documentary analysis. Patients were proportionally selected by convenience in three Health Care Services of the Association of the Municipalities of the Laguna Region. Information regarding demographic, social and clinical profile related to habits such as drug use and alcohol consumption, and use of medicines were collected. Self-medication practices within the preceding two weeks were examined. The use of antiretroviral drugs was investigated seeking to estimate adherence to pharmacotherapy, using five different methods. An association with CD4 counts (= 350/mL) was held to select the most suitable method. The kappa index score was used to verify the agreement between the adherence rates. The Chi-square test was used to evaluate the associations between the outcome variables (self-medication practice and adherence to pharmacotherapy) and additional exposure variables. Poisson regression with robust variance was used to eliminate potential confounding variables with a p-value less than 0.2. A p-value less than 0.05 was considered statistically significant. Results: In all, 381 people living with HIV were interviewed. They reported using between zero and nine medicines daily, including prescribed antiretroviral drugs and products without prescription. Of those surveyed, 69.3% reported self-medication practices in the past, and 34.9% (95% CI: 30.3-39.8%) mentioned this practice during the past 15 days preceding the survey interview. The main use was of medicines acting on the nervous system (63.0%), included analgesics such as paracetamol (68.1%), and dipyrone (23.3%) for pain management (81.4%). Only alcohol consumption was associated with self-medication, acting as a protective factor (RP = 0.917; 95% CI: 0.864 - 0.973). As for the use of antiretroviral drugs, 302 (79.3%) had prescribed anti-retroviral therapy, which is usually a combined usage of two (44.7%) or three (38.4%) types of antiviral drugs. The adherence rates ranged from 33.1% to 84.4% depending on the method used. The inspection between the use description and medication prescription (35.4%; CI95%: 30.2 - 41.0) was the method that revealed the significant association with the current CD4 count (p = 0.030). The kappa index showed a fair agreement only between the inspection method and the date of antiretroviral drug withdrawal from the pharmacy within the past three months (0.212). Poisson regression allowed identifying that self-medication (p=0.026) and being the patient responsible for the medication (p=0.036) significantly impair adhesion, whereas having no difficulties taking medications (p=0.044) significantly increases the outcome. Conclusion: People living with HIV used multiple medicines. They are usually engaged in self-medication practices and have difficulty adhering to antiretroviral treatment. Selfmedication, even as part of self-care, decreases significantly adherence to pharmacotherapy. Thus, interventions should be undertaken to improve adherence rates and reduce selfmedication among this population.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:riuni.unisul.br:12345/511
Date January 2012
CreatorsBiudes, Marcela Ferro
ContributorsGalato, Dayani
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNISUL, instname:Universidade do Sul de SC, instacron:UNISUL
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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