Return to search

Escrevendo a lápis de cor: infância e história na escritura de Guimarães Rosa / Writing with colored pencil: childhood and history in the scriptures of Guimarães Rosa

Pensando nas relações entre História e Literatura, propomos uma consideração acerca da escritura, compreendida como um elemento da construção ficcional que atua como instância mediadora, relevando as questões em torno da ficcionalidade enquanto um operador que nos permite contemplar certos procedimentos rosianos dentre os quais, por exemplo, o fato de o autor utilizar o lápis de cor , a fim de destacar a função transitória e imaginativa do texto, aspecto que inspirou o título desta tese. Durante a década de 1960, a escritura de João Guimarães Rosa começou a ganhar novos tons em relação à produção que tinha sido publicada até então, visto que ele passou a escrever textos mais curtos, com linguagem mais condensada, desenvolvendo o que ele denominou de Estórias. Como gênero narrativo curto, próximo da anedota, as estórias contrapõem-se diretamente à grande narrativa da História, já que nelas as noções de tempo e de direção, assumidas pela historiografia tradicional, são sempre postas em xeque, sendo que tal questionamento pode aparecer através da proximidade com alguns temas que também são contrários à perspectiva linear, tal como a infância. Visando tanto problematizar essas instâncias como nos aproximar da própria construção da escritura rosiana, além de publicações de Rosa como algumas estórias selecionadas e a correspondência desenhada que manteve com a neta de pouca idade Vera Ooó , foi consultado especialmente o conteúdo do acervo do autor disponível nos arquivos do IEB e da Fundação Casa de Rui Barbosa, notadamente os seus Cadernos manuscritos, nos quais foram flagradas diversas referências à infância e à maneira das crianças lidarem com a linguagem, aspecto que nos permitiu visualizar imagens difusas da ligação entre infância e História naquela escritura / Considering the relationship between History and Literature, this research proposes viewing the writing process as part of the construction of fiction, and as mediator in this relationship.During the 1960s, the writings of João Guimarães Rosa started changing, if compared to what had been published until then. He began to write shorter texts, with more succinct language, which he named Estórias (stories). Being very short narratives, quite similar to anecdotes, the Estórias directly oppose the grand narrative of History. In the Estórias, the notions of time and direction offered by Historiography are always questioned, through their proximity with themes that are essentially opposed to a linear perspective, such as childhood.To reflect upon this, and get in touch Rosas writing process, as well as his publications, such as some selected Estórias and some letters with drawings that he exchanged with his granddaughter Vera Ooó (who was a child at the time), we consulted the content of archives from IEB and Fundação Casa Rui Barbosa. A special part of this material are Rosa\'s handwritten notebooks, that allow us to visualize traces of the connection between childhood and History in his work, and where we can find several references to childhood and the special way in which children deal with language

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-08012015-181751
Date15 August 2014
CreatorsCamila Rodrigues
ContributorsElias Thome Saliba, Nelson Aprobato Filho, Luiz de França Costa Lima Filho, Patricia Tavares Raffaini, Roberto Zular
PublisherUniversidade de São Paulo, História Social, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0034 seconds