Return to search

Ãfrica "Na Pasagen": Identidades e Nacionalides Guienenses e Cabo- Verdianas / Ãfrica "na pasajen": identities and nationalities capeverdians and guineans.

O objetivo desta dissertaÃÃo foi realizar uma reflexÃo sobre os conceitos de identidades e nacionalidades a partir das concepÃÃes formuladas por quadros profissionais guineenses e cabo-verdianos, formados no Brasil pelos programas PEC-G e PEC-PG . Do ponto de vista teÃrico privilegiou-se o conceito de identidade formulado por Manuela Carneiro da Cunha, como uma estratÃgia de diferenÃa, numa perspectiva relacional, situacional e de manipulaÃÃo das prÃprias diferenÃas. No que se refere Ãs nacionalidades, tomo o conceito de naÃÃo como nÃo restrita a territÃrio, lÃngua, religiÃo ou raÃa, embora todos esses referenciais sejam considerados construtores de identidades nacionais. Como referido por Benedict Anderson, a nacionalidade à o sentimento que os indivÃduos tÃm de pertencer a uma determinada naÃÃo, por meio de costumes, valores, crenÃas e prÃticas cotidianas partilhadas coletivamente. Por meio das entrevistas realizadas com os quadros profissionais guineenses e cabo-verdianos formados no Brasil foram constatados distintos processos de ressignificaÃÃo de identidade cultural (Ãtnica) e nacional, em ambos os paÃses, possibilitando a eles adoÃÃo de diferentes estratÃgias de inserÃÃo no âmodelo democrÃticoâ de Estado-naÃÃo. GuinÃ-Bissau e Cabo Verde sÃo muito prÃximos geograficamente e tÃm histÃrias de lutas polÃticas comuns. Mas a forma de ocupaÃÃo colonial nos paÃses foi diferente uma da outra, o que permitiu a construÃÃo de distintas identidades nacionais. O colonizador estabeleceu muitas distinÃÃes entre guineenses, âindÃgenasâ, e cabo-verdianos, âassimiladosâ pela coroa. Isso gerou diversos conflitos entre eles, que seriam apaziguados apenas durante o processo de independÃncia. Para tornarem-se independentes de Portugal, idealizaram a constituiÃÃo de um estado bi-nacional englobando os dois paÃses. Por algum tempo, tiveram o mesmo partido e hino nacional. A favor da uniÃo, guineenses e cabo-verdianos, manipularam suas identidades amenizando diferenÃas entre etnias, religiÃes, tradiÃÃes culturais, valores e crenÃas diversas. Mas as divergÃncias e distinÃÃes entre eles prevaleceriam à uniÃo, separando definitivamente os paÃses, por meio de conflitos entre suas elites no poder. O trabalho reforÃa a desconstruÃÃo de uma idÃia do continente africano como um todo homogÃneo. Desnaturaliza a idÃia de naÃÃo e nacionalidade posta pelo ocidente, revelando as intenÃÃes polÃticas e econÃmicas subjacentes a essa idÃia, mostrando que sÃo construÃdas socialmente por determinados grupos com interesses estratÃgicos. E, no caso estudado, mostra como o sistema educacional foi fundamental para disseminar os valores ocidentais associados à idÃia de naÃÃo moderna nas colÃnias europÃias. / The goal of this work is to comment the concepts of identity and nationality as they have been formulated by guineans and cape verdians professionals taking part at PEC-G e PEC-PG programs in Brazil. From a theoretical point of view, focus has been given to the identity concept formulated by Manuela Carneiro da Cunha, as a strategy of difference, from relational and situational perspectives, as well as of manipulation of its own differences. In terms of nationality, the concept of nation is considered as not restricted to territory, language, religion or race, even if all these reference points contribute in building a national identity. Quoting Benedict Anderson, nationality is the feeling of belonging to a certain nation, trough shared customs, values, beliefs and daily practices with the collectivity. By interviewing guineans and cape verdians professionals trained in Brazil, distinctive processes of renewed significations of cultural (ethnic) and national identities have been identified in both African countries, allowing them different approaches in entering the âdemocratic modelâ of nation-state. Guinea and Cape Verde are very close to each other geographically speaking, and share a history of political struggle. But the two countries were subjected to different models of colonization, which promoted the building of distinct national identities. The colonizer established many distinctions between guineans ânativesâ and âcolonizedâ cape verdians. It produced several conflicts between them, to be ended only during the independency process from Portugal, when a bi-national state was formed embracing both countries. For some time, they shared the same party and national anthem. To favour the union, guineans and cape verdians manipulated their own national identities to reduce their differences in race, religion, cultural tradition, values and beliefs. But differences and disagreements would prevail to this union, with conflicts between the ruling classes finally separating the two countries. This work emphasizes the deconstruction of the notion of the African continent considered as a homogeneous whole. It questions the concepts of nation and nationality presented by the West, revealing political and economical intentions underneath these ideas, showing that they are socially built by certain groups with strategic interests in the matter. Finally, within the case under study, it shows how the educational system played a crucial role in disseminating western values linked to the modern concept of nation in European colonies.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:496
Date23 August 2006
CreatorsDaniele Ellery MourÃo
ContributorsLea Carvalho Rodrigues
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Sociologia, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0027 seconds