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Pedagogia das corporeidades : prática terapêutica e educação da saúde

Caballero, Raphael Maciel da Silva January 2009 (has links)
Esta dissertação defende uma prática de corpo, no âmbito da terapêutica e da educação em saúde, que desacomode as condutas disciplinares vigentes nas abordagens técnico-profissionais quando indivíduos ou grupos se tornam usuários freqüentes ou por tempo prolongado dos serviços de saúde. Essa prática de corpo é apresentada como uma “pedagogia das corporeidades”, onde a Educação comparece como dispositivo de encontro, criação/recriação e aposta na invenção do próprio corpo, desafiando a Saúde a reinscrever seu projeto terapêutico em um projeto educativo da saúde. O corpo deixaria de ser reificado por sua natureza biológica ou explicado por sua inserção cultural para ser tomado em aberto, um corpo “ovo-de-linhas-de-tempo”, corpo sensível e capaz de germinar a si mesmo em novidades de si, conectado à invenção de uma existência como “obra de arte”. Uma pedagogia das corporeidades buscaria direções de desenvolvimento do corpo, não a sua simples habilitação/reabilitação, quando em contato com os serviços de saúde, isto é, a presentificação da potência da alegria em composições transindividuais, inventivas de si, de entornos e de mundo. A prática terapêutica ou educativa em saúde passaria à produção de singularidades e heterogêneses, não um curativismo ou retorno da homeostase de caráter higienista em um ideal de corpo saudável. A associação pedagógico-terapêutica representa a tentativa de resolução dos problemas de saúde com as pessoas em produção de si e de corpos para si. Foram realizadas conversações com usuários de longo contato com os serviços de saúde, portadores do diagnóstico de doença crônica, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, problemas relevantes pela elevada prevalência, alta incidência na mortalidade geral da população e intensa presença da educação em saúde entre as condutas terapêuticas recomendadas. Duas características foram marcantes: (1) corpos que acoplam à educação do organismo proposta pelos serviços, uma criativa invenção de si e (2) corpos que destoam dessa educação do organismo, resistindo, mesmo que em direção de uma não-vida, por isso, amortecidos, ou reprimindo seu poder de expansão em prescrições dissonantes de suas potências. A perspectiva teórica contemplou as formulações de Deleuze e Guattari, sobre o Corpo sem Órgãos, e de Rolnik, sobre o corpo vibrátil, aportando possíveis interfaces da Saúde e Educação da Saúde com as Artes, em especial as visões de Lygia Clark ou Hélio Oiticica. / This dissertation stands for a body practice, under therapeutics and education in health, that unsettles the disciplinary conduct present in technical-professional approaches when individuals or groups became frequent or prolonged users of health services. This body practice is presented as a “corporeity pedagogy”, where Education appears as a dispositive of encounter, creation/recreation and bet in the invention of the own body, defining Health to re- inscribe its therapeutic project in an educational project of health. The body would no longer be reified for its biological nature or explained by its cultural insertion to be taken in open, a body “egg-in-timelines”, body sensitive and capable of geminate itself in news of itself, connected to the invention of an existence as “work of art”. A corporeity pedagogy would search directions of body development, not its simple habilitation/rehabilitation, when in contact to health services, ie, the presentification of potency of joy in trans-individuals compositions, inventive of itself, of environment and of the world. The therapeutic or educations practice in health would pass to produce singularities and heterogenesis, not a curativism or return to an homeostasis of hygienist character in an ideal of healthy body. The pedagogic-therapeutic association represents the attempt of resolving health problems with people in production of itself and of bodies for itself. Conversations were made with users in long contact to health services, with a diagnostic of chronic disease, such as arterial hypertension and mellitus diabetes, relevant problems due to elevated prevalence, high incidence in general population mortality and intense presence of education in health among the recommended therapeutic conducts. Two characteristics were relevant: (1) bodies that engage to the education of organism proposed by services, a creative invention of itself and (2)bodies that distune from this education of organism, resisting, even that towards a non-life, for that reason, numb, or repressing its expansion power in prescriptions dissonant of their potencies. The theoretical perspective contemplated formulations from Deleuze and Guattari, on the Body Without Organs, and Rolnik, on vibratile body, approaching possible interfaces between Health and Education of Health with Arts, specially the visions of Lygia Clark or Hélio Oiticica.
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Pedagogia das corporeidades : prática terapêutica e educação da saúde

Caballero, Raphael Maciel da Silva January 2009 (has links)
Esta dissertação defende uma prática de corpo, no âmbito da terapêutica e da educação em saúde, que desacomode as condutas disciplinares vigentes nas abordagens técnico-profissionais quando indivíduos ou grupos se tornam usuários freqüentes ou por tempo prolongado dos serviços de saúde. Essa prática de corpo é apresentada como uma “pedagogia das corporeidades”, onde a Educação comparece como dispositivo de encontro, criação/recriação e aposta na invenção do próprio corpo, desafiando a Saúde a reinscrever seu projeto terapêutico em um projeto educativo da saúde. O corpo deixaria de ser reificado por sua natureza biológica ou explicado por sua inserção cultural para ser tomado em aberto, um corpo “ovo-de-linhas-de-tempo”, corpo sensível e capaz de germinar a si mesmo em novidades de si, conectado à invenção de uma existência como “obra de arte”. Uma pedagogia das corporeidades buscaria direções de desenvolvimento do corpo, não a sua simples habilitação/reabilitação, quando em contato com os serviços de saúde, isto é, a presentificação da potência da alegria em composições transindividuais, inventivas de si, de entornos e de mundo. A prática terapêutica ou educativa em saúde passaria à produção de singularidades e heterogêneses, não um curativismo ou retorno da homeostase de caráter higienista em um ideal de corpo saudável. A associação pedagógico-terapêutica representa a tentativa de resolução dos problemas de saúde com as pessoas em produção de si e de corpos para si. Foram realizadas conversações com usuários de longo contato com os serviços de saúde, portadores do diagnóstico de doença crônica, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, problemas relevantes pela elevada prevalência, alta incidência na mortalidade geral da população e intensa presença da educação em saúde entre as condutas terapêuticas recomendadas. Duas características foram marcantes: (1) corpos que acoplam à educação do organismo proposta pelos serviços, uma criativa invenção de si e (2) corpos que destoam dessa educação do organismo, resistindo, mesmo que em direção de uma não-vida, por isso, amortecidos, ou reprimindo seu poder de expansão em prescrições dissonantes de suas potências. A perspectiva teórica contemplou as formulações de Deleuze e Guattari, sobre o Corpo sem Órgãos, e de Rolnik, sobre o corpo vibrátil, aportando possíveis interfaces da Saúde e Educação da Saúde com as Artes, em especial as visões de Lygia Clark ou Hélio Oiticica. / This dissertation stands for a body practice, under therapeutics and education in health, that unsettles the disciplinary conduct present in technical-professional approaches when individuals or groups became frequent or prolonged users of health services. This body practice is presented as a “corporeity pedagogy”, where Education appears as a dispositive of encounter, creation/recreation and bet in the invention of the own body, defining Health to re- inscribe its therapeutic project in an educational project of health. The body would no longer be reified for its biological nature or explained by its cultural insertion to be taken in open, a body “egg-in-timelines”, body sensitive and capable of geminate itself in news of itself, connected to the invention of an existence as “work of art”. A corporeity pedagogy would search directions of body development, not its simple habilitation/rehabilitation, when in contact to health services, ie, the presentification of potency of joy in trans-individuals compositions, inventive of itself, of environment and of the world. The therapeutic or educations practice in health would pass to produce singularities and heterogenesis, not a curativism or return to an homeostasis of hygienist character in an ideal of healthy body. The pedagogic-therapeutic association represents the attempt of resolving health problems with people in production of itself and of bodies for itself. Conversations were made with users in long contact to health services, with a diagnostic of chronic disease, such as arterial hypertension and mellitus diabetes, relevant problems due to elevated prevalence, high incidence in general population mortality and intense presence of education in health among the recommended therapeutic conducts. Two characteristics were relevant: (1) bodies that engage to the education of organism proposed by services, a creative invention of itself and (2)bodies that distune from this education of organism, resisting, even that towards a non-life, for that reason, numb, or repressing its expansion power in prescriptions dissonant of their potencies. The theoretical perspective contemplated formulations from Deleuze and Guattari, on the Body Without Organs, and Rolnik, on vibratile body, approaching possible interfaces between Health and Education of Health with Arts, specially the visions of Lygia Clark or Hélio Oiticica.
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Pedagogia das corporeidades : prática terapêutica e educação da saúde

Caballero, Raphael Maciel da Silva January 2009 (has links)
Esta dissertação defende uma prática de corpo, no âmbito da terapêutica e da educação em saúde, que desacomode as condutas disciplinares vigentes nas abordagens técnico-profissionais quando indivíduos ou grupos se tornam usuários freqüentes ou por tempo prolongado dos serviços de saúde. Essa prática de corpo é apresentada como uma “pedagogia das corporeidades”, onde a Educação comparece como dispositivo de encontro, criação/recriação e aposta na invenção do próprio corpo, desafiando a Saúde a reinscrever seu projeto terapêutico em um projeto educativo da saúde. O corpo deixaria de ser reificado por sua natureza biológica ou explicado por sua inserção cultural para ser tomado em aberto, um corpo “ovo-de-linhas-de-tempo”, corpo sensível e capaz de germinar a si mesmo em novidades de si, conectado à invenção de uma existência como “obra de arte”. Uma pedagogia das corporeidades buscaria direções de desenvolvimento do corpo, não a sua simples habilitação/reabilitação, quando em contato com os serviços de saúde, isto é, a presentificação da potência da alegria em composições transindividuais, inventivas de si, de entornos e de mundo. A prática terapêutica ou educativa em saúde passaria à produção de singularidades e heterogêneses, não um curativismo ou retorno da homeostase de caráter higienista em um ideal de corpo saudável. A associação pedagógico-terapêutica representa a tentativa de resolução dos problemas de saúde com as pessoas em produção de si e de corpos para si. Foram realizadas conversações com usuários de longo contato com os serviços de saúde, portadores do diagnóstico de doença crônica, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, problemas relevantes pela elevada prevalência, alta incidência na mortalidade geral da população e intensa presença da educação em saúde entre as condutas terapêuticas recomendadas. Duas características foram marcantes: (1) corpos que acoplam à educação do organismo proposta pelos serviços, uma criativa invenção de si e (2) corpos que destoam dessa educação do organismo, resistindo, mesmo que em direção de uma não-vida, por isso, amortecidos, ou reprimindo seu poder de expansão em prescrições dissonantes de suas potências. A perspectiva teórica contemplou as formulações de Deleuze e Guattari, sobre o Corpo sem Órgãos, e de Rolnik, sobre o corpo vibrátil, aportando possíveis interfaces da Saúde e Educação da Saúde com as Artes, em especial as visões de Lygia Clark ou Hélio Oiticica. / This dissertation stands for a body practice, under therapeutics and education in health, that unsettles the disciplinary conduct present in technical-professional approaches when individuals or groups became frequent or prolonged users of health services. This body practice is presented as a “corporeity pedagogy”, where Education appears as a dispositive of encounter, creation/recreation and bet in the invention of the own body, defining Health to re- inscribe its therapeutic project in an educational project of health. The body would no longer be reified for its biological nature or explained by its cultural insertion to be taken in open, a body “egg-in-timelines”, body sensitive and capable of geminate itself in news of itself, connected to the invention of an existence as “work of art”. A corporeity pedagogy would search directions of body development, not its simple habilitation/rehabilitation, when in contact to health services, ie, the presentification of potency of joy in trans-individuals compositions, inventive of itself, of environment and of the world. The therapeutic or educations practice in health would pass to produce singularities and heterogenesis, not a curativism or return to an homeostasis of hygienist character in an ideal of healthy body. The pedagogic-therapeutic association represents the attempt of resolving health problems with people in production of itself and of bodies for itself. Conversations were made with users in long contact to health services, with a diagnostic of chronic disease, such as arterial hypertension and mellitus diabetes, relevant problems due to elevated prevalence, high incidence in general population mortality and intense presence of education in health among the recommended therapeutic conducts. Two characteristics were relevant: (1) bodies that engage to the education of organism proposed by services, a creative invention of itself and (2)bodies that distune from this education of organism, resisting, even that towards a non-life, for that reason, numb, or repressing its expansion power in prescriptions dissonant of their potencies. The theoretical perspective contemplated formulations from Deleuze and Guattari, on the Body Without Organs, and Rolnik, on vibratile body, approaching possible interfaces between Health and Education of Health with Arts, specially the visions of Lygia Clark or Hélio Oiticica.
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[pt] TEU CORPO NÃO É ROSTO: EXPRESSIVIDADE FACIAL E SUA RELAÇÃO COM O CULTO À JUVENTUDE NA CULTURA MIDIÁTICA / [en] YOUR BODY IS NOT A FACE: FACIAL EXPRESSIVENESS AND ITS CONNECTION TO THE YOUTH CULT IN THE MEDIA CULTURE

ELAINE VIDAL OLIVEIRA 30 May 2019 (has links)
[pt] A proposta fundamental deste estudo versa sobre a expressividade facial e o culto da eternização da juventude, exemplificado nas imagens dos indivíduos na cultura midiática. Aqui, as lentes são voltadas para corpo feminino ao longo da história e na sociedade contemporânea, digital e narcísica. Ressalta-se que, embora nos séculos XX e XXI este corpo seja socialmente aceito e com a revolução sexual tenha se tornado um pouco mais independente e um dos principais suportes publicitários, por vezes os corpos femininos continuam estereotipados e subjugados. Em uma atualidade cuja corporeidade é midiatizada e milimetricamente controlada, corpos femininos com rugas e marcas da vida são excluídos do espaço publicitário e do espaço público, encaminhados para desempenhar papéis sociais bastante específicos e muitas vezes estereotipados. É apresentado o corpo como um objeto de desejo que se desgasta com o tempo. Assim busca-se identificar os recursos imagéticos e significacionais usados nos anúncios, assim como entender de que forma tais recursos são organizados com o propósito de produzir identificação no público (GOMES, 2004). Serão utilizados a semiologia de Barthes (1990) e conceitos de Aumont (2000), Jolie (1996), Dondis (1997) e a compreensão das formas sociais, em diálogo com o Formismo – o jogo das aparências –, proposto por Maffesoli (1988, p.29), entendendo que a forma permite a apreensão da imagem e de sua pregnância no corpo social. Observa-se o corpo liberado física e sexualmente na publicidade, moda e filmes, tornando-se cada vez mais carregado de conotações e objeto de investimento, consumo e obsessão. Verificase que em algumas culturas o corpo todo é rosto e este corpo-rosto é lugar mais humano do sujeito, onde se cristalizam os sentidos de identidade e se estabelece o reconhecimento do outro. Em uma cultura midiática a publicidade se apresenta como a arte oficial do capitalismo (HARVEY, 2005, p. 65). Ela é fruto do contexto histórico em que está inserida, não um fenômeno isolado. Com sua retórica e formações imagéticas a publicidade se apresenta como mediadora essencial entre a sociedade, sua cultura e economia. Este trabalho debruça sobre a conexão entre a saída dos rostos sem rugas e marcas de expressão dos anúncios publicitários para os consultórios estéticos, consequentemente para as ruas e para os locais sociais para os quais estes rostos são encaminhados. Como resultado, observa-se que Os modelos de mulheres apresentados pela publicidade no século XXI em sua maioria ainda propagam o idadismo e a exclusão das marcas do tempo nos rostos midiáticos, tanto na mídia impressa como na mídia eletrônica. As experiências proporcionadas pela passagem do tempo, sucessos, alegrias, fracassos e realizações; amores vividos, filhos nascidos, perdas afetivas, produzem transformações que não deveriam estar em seus rostos. / [en] This study is about the facial expressiveness and the cult of the eternal youth, exemplified by the images of the individuals in the media culture. Here, we turn the lenses to the females bodies throughout history and in the contemporary society, digital and narcissist. It is noteworthy that even though in the 20th and 21st centuries these bodies were socially accepted and with the sexual revolution became more independent including the main advertising and media, sometimes the women bodies are still stereotyped and subdued. In an actuality whose corporeity is mediatized and millimetrically controlled, women s bodies with wrinkles are many times excluded from the advertising spaces, perhaps from the public space, and directed to play very specific and often stereotyped social roles. In this case the body is presented as an object of desire that wears out over time. So we seek to identify the pictorial resources and significacionais used in ads, as well as understand how these resources are organized in order to produce identification in public (GOMES, 2004). The semiology of Barthes (1990) and concepts of Aumont (2000), Jolie (1996), Dondis (1997) and the understanding of social forms, in dialogue with Formismo - the game of appearances - proposed by Maffesoli (1988) , p.29), understanding that form allows the seizure of the image and its prägnanz the social body We observe also the physically and sexually liberated bodies of women in advertising, fashion and films, becoming more and more charged with connotations and object of investment, consumption and obsession. In some cultures the whole body is face and this body-face is the subject s most human place, where the senses of identity crystallize and the recognition of the other is established. In our contemporary society, advertising presents itself as the capitalism s official art (Harvey, 2005, p.65). It is a result of the historical context to which it belongs, not an isolated phenomenon. Today the advertising is a hybrid element and assumes an important economic and social role in a reality focused on mass consumption. This work observes the connection between the absence of the faces without wrinkles and marks of expression in the advertisements and their migration to the cosmetic clinics, consequently to the streets and the social places to where these faces are routed. As a result, it can be observed that the models of women presented by advertising in the 21st century mostly still propagate the idadismo and the exclusion of the marks of the time in the faces media, in the printed media as in the electronic media. The experiences provided by the passage of time, successes, joys, failures and achievements; living loves, born children, affective losses, produce transformations that should not be on their faces.

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