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[en] AESTHETICS OF LATIN-AMERICAN SPACE: COLONIALITY, SOVEREIGNTY, VIRTUALIZATION / [pt] UMA ESTÉTICA DO ESPAÇO LATINO-AMERICANO: COLONIALIDADE, SOBERANIA, VIRTUALIZAÇÃOJOSE ROBERTO ARAUJO DE GODOY 23 May 2022 (has links)
[pt] Este trabalho trata da contribuição do campo estético na reflexão sobre as consequências do processo colonial na América Latina; defendendo o conhecimento gestado em nosso continente como ferramenta de análise de nossos problemas. A hipótese central é de que o estético se particulariza em nosso continente, funcionando como um dispositivo presentificador de específicas condições do espaço latinoamericano,
ocupando-se de zonas imprecisas, habitadas por virtualidades e fantasmagorias, nas quais persistem resíduos de uma temporalidade arcaica, antimoderna, que atritam com as incessantes demandas progressistas da modernidade. Esses resíduos desdobram-se de modos diversos, em corpos, espacialidades, modos de viver e construir conhecimento, e são rearticulados pelo estético por meio de processos de virtualização que emergem em variadas formas criativas. Ao longo dos próximos
capítulos serão apresentados trabalhos que ocupam essas zonas imprecisas, produzidos
em diversas épocas e respondendo a distintas ambições. Da ficção de Jorge Luis Borges
às fotografias etnográficas do austríaco Martin Gusinde, na Terra do Fogo. Dos desenhos do arquiteto chileno Miguel Lawner, realizados em campos de concentração chilenos, durante a ditadura Pinochet, a narrativas recentes, que tratam das consequências do Golpe de 1964 no Brasil, em seu âmbito pessoal, familiar e coletivo, como é o caso de Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva, e A noite da
espera, de Milton Hatoum (2017). Trabalhos como esses são capazes de repor ou reapresentar o que foi destruído, apagado ou ocultado pelos Estados que aqui se configuram, a partir dos processos de independência nacional, possibilitando reatualizar na contemporaneidade as recorrências dos traumas de constituição do espaço colonial de nosso continente, em variadas encarnações das sociedades pós-coloniais. É essa importante tarefa de fazer do passado um elemento vivo entre nós, a principal
colaboração do estético para que enfim se possa emancipar a América Latina do papel
de dependência que ocupamos desde 1492. / [en] Aesthetics of Latin American space searches to investigate the contributions of aesthetic
field in the analyses of the colonial process, in Latin America, urging to recognize the
knowledge produced in our continent as a key to understand our problems. The main
hypothesis is the process of particularization of the aesthetic in Latin American,
working as an apparatus that bring to the present specifics conditions of Latin American
space, as some vague zones inhabited by virtualities and phantasmagoria, where
residues of an archaic, anti-modern temporality persist, fighting against the progressive demands of modernity. These residues unfold in different ways, in bodies, spatialities, ways of living and building knowledge, and are re-articulated and re-presented by the aesthetic through processes of virtualization that emerge in a diversity of creative forms. Throughout the next chapters, works that occupy these imprecise zones produced in different times and responding to different ambitions, will be presented. From Jorge Luis Borges s fiction to the ethnographic photographs of the Austrian priest Martin Gusinde, in Tierra del Fuego. From drawings by Chilean architect Miguel Lawner, made in concentration camps during the Pinochet dictatorship, to recent narratives that deal with the consequences of the 1964 s coup in Brazil, in the personal, familiar and collective spheres, in books as Ainda estou aqui (2015), by Marcelo Rubens Paiva, and A noite da espera, by Milton Hatoum (2017). Works like these are capable of replacing or re-presenting what was destroyed, erased or hidden by the States that emerge after processes of national independence, making it possible to bring to contemporaneity the recurrences of traumas that constitute colonial space in Latin American continent, in different incarnations of post-colonial societies. The complex work of making past a living element is the main contribution of the aesthetic to emancipate Latin America from the role of dependence that it have occupied since 1492.
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