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[en] WRITING, SCHOOL AND LITERACY: STUDENT TEXTS THROUGH APPRAISAL THEORY AND SYSTEMIC-FUNCTIONAL LINGUISTICS / [pt] ESCRITA, ESCOLA E LETRAMENTO: PRODUÇÃO TEXTUAL NA PERSPECTIVA DA AVALIATIVIDADE E DA LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONALLIVIA MARIA AIRES DE CASTRO 10 April 2015 (has links)
[pt] O presente trabalho tem como objetivo investigar a produção escrita de alunos de ensino médio de uma escola pública da rede estadual do Rio de Janeiro, buscando observar as dificuldades em lidar com a modalidade escrita da língua, considerando que, muitas vezes, isso pode trazer consequências para a vida do indivíduo, dentro e fora do ambiente escolar. Na escola, a dificuldade com a escrita pode acarretar falta de interesse ou motivação, ao passo que, uma vez fora da escola, o indivíduo que tenha dificuldades em se envolver em práticas sociais de leitura e escrita pode ter menos chances de mobilidade social, além de ficar à margem da sociedade de um modo geral (Rojo, 2010, Soares, 1998). Observando a funcionalidade da linguagem e questões sociais e contextuais relativas ao seu uso (Halliday, 1994; Martin, 2001), esta pesquisa propõe as seguintes questões: 1) Que avaliações os alunos concluintes do ensino médio fazem acerca da escola, incluindo os sujeitos que ali agem, reagem e interagem? 2) De que maneira essa escola desempenha o seu papel como agência de letramento escolar? 3) Que relações podem ser levantadas entre escola e inclusão e exclusão social? O conjunto de dados gerados para este estudo consiste em redações escritas em sala de aula (N=30) por alunos do terceiro ano do Ensino Médio, de uma escola na zona oeste do Rio de Janeiro e respostas a um questionário online (N=11), enviado aos alunos após sua saída da escola, via rede social. Dados estatísticos acerca do desempenho de alunos brasileiros em avaliações de percurso, tais como PISA, SAEB e, sobretudo, matrizes de avaliação do ENEM, foram utilizados para examinar e classificar os dados. O sistema da avaliatividade e pressupostos sistêmico-funcionais possibilitaram a análise das avaliações que os alunos fazem da escola como comunidade, incluindo eles mesmos, e a investigação do grau de letramento escolar que apresentam em sua produção escrita. As respostas ao questionário forneceram informações acerca das atividades educacionais e/ou profissionais dos alunos depois de concluído o ensino médio, possibilitando a discussão de eventuais relações entre letramento escolar e a inclusão social. Os resultados da análise indicam que os alunos fazem uma avaliação da escola que oscila, muitas vezes, entre o positivo e o negativo, sobretudo quando se trata de Afeto, e que a instituição é personificada e valorizada pelo seu papel social sobre o educacional. Os demais membros da comunidade escolar, como professores e colegas, também são avaliados afetivamente. Quando as marcas linguísticas nos mostram Julgamento ou Apreciação, no entanto, a avaliação aponta para um posicionamento mais negativo do aluno em relação à escola. Os textos escritos dos alunos mostram ainda que estes apresentam um grau bastante incipiente de letramento escolar, mesmo após onze anos, em média, dedicados à conclusão da educação básica. Esses resultados levam à discussão sobre as interferências que as deficiências de letramento podem ter na vida dos indivíduos, que, como os alunos observados, podem enfrentar dificuldades para ingressar em instituições públicas de ensino superior e para obter colocações mais satisfatórias no mercado de trabalho. / [en] The present study aims at investigating the written production of students at a public state school in Rio de Janeiro, in order to observe the difficulties in dealing with the written language modality, considering that these difficulties can frequently bring consequences to their lives, inside and outside the school context. At school, these difficulties can cause lack of interest or motivation, whereas out of school someone who has difficulty at engaging in social practices of reading and writing (Rojo, 2010; Soares, 1998) can have fewer chances of social mobility and be led into living on the edge of society. Considering the functionality of language as well as social and contextual issues related to its use (Halliday, 1994; Martin, 2001), this research proposes the following questions: 1) What evaluation do the graduating secondary school students make upon the school, including the individuals who act, react and interact there? 2) How does this school play its role as agency of school literacy? 3) What connections can be raised between school and social inclusion and exclusion? The set of data analyzed in this study consists of essays written by secondary students in their classroom (N = 30),and answers to an online questionnaire (N=11) sent to students after they have left school, via a social media. Statistical data about the performance of Brazilian students in national and international examinations, such as PISA, SAEB and especially ENEM, were used to examine and classify data. The Appraisal system and systemic-functional perspectives supported both the analysis of the evaluation that students make of the school as a community, including themselves, and the investigation of the degree of literacy that they present in their written production. Answers to the questionnaire provided information about the educational and/or professional activities of the students after their conclusion of secondary school, adding material for the discussion of possible relations between school literacy and social inclusion. Results of the analysis indicate that students make an evaluation of the school that often varies between positive and negative, especially when related to Affection, and that the institution is personalized and valued by its social role over the educational one. Other members of the school community, such as teachers and peers, are also affectively evaluated. However, when linguistic evidences show Judgement or Appreciation, the evaluation points to a more negative positioning of students in relation to school, especially as an agency of literacy. Students texts also show that they present a very incipient degree of literacy, even after having spent nearly eleven years at school. These results lead into a discussion about the interference that literacy deficiencies can have on people s lives, such as the students who participate in this research, who can face difficulties to enter public universities and to have better jobs or careers.
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