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[pt] KUZUMBUCA: PANELAS SEM TAMPAS: TERRITORIALIDADES, EXPERIÊNCIAS SOCIAIS E TROCAS CULTURAIS DO CONSUMO ALIMENTAR EM LUANDA (1949-1973) / [en] KUZUMBUCA: PANS WITHOUT LIDS: TERRITORIALITIES, FOOD CONSUMING SOCIAL AND CULTURAL EXCHANGES IN LUANDA (1949-1973)22 November 2021 (has links)
[pt] Com a internacionalização da economia a partir dos anos 1950, década em que se conformava um padrão alimentar global, os africanos passaram a ser integrados no mercado de trabalho assalariado urbano. Por conseguinte, eram vistos como agentes econômicos sujeitos a novos hábitos de consumo e inseridos nas estratégias de enquadramento social, estas, ajustáveis a uma classificação colonial que se espelhava espacialmente, demarcando as linhas de uma territorialidade. Ao defendermos o consumo alimentar como expressão dinâmica de um vivido territorial, esta Tese tem como objetivo central apresentar de que forma os habitantes da cidade de Luanda reconstruíram cotidianamente as suas formas de ser, estar e comer em uma experiência social ambígua, porque entrecortada por fluxos múltiplos. Para tal, alicerçados em um referencial teórico-metodológico que se inscreve na geografia, antropologia e história social, cotejamos informações apresentadas em diferentes tipologias de fontes, incluindo-se periódicos, documentos médico-nutricionais e investigações sócio-antropológicas elaborados pelas autoridades coloniais. Ao apostarmos na metodologia da História Oral nos baseamos, também, em entrevistas realizadas com angolanos que experimentaram a vivência na Luanda daquele tempo. Os resultados da análise nos permitiram perceber como a população da cidade, apesar dos diferentes fatores de contingência social, teceram os fios de sustentação para a garantia de seus desejos alimentares e como, em diferentes campos, a agência feminina era um imprescindível sustentáculo. No movimento conflituoso de negociação para a realização desses desejos, pudemos notar a relevância das estratégias cotidianas fundamentadas em conhecimentos técnicos engendrados localmente, dentro das quais se tornou fulcral a interface com a materialidade dos alimentos para o dinâmico atar e desatar das redes comerciais e relações sociais tecidas, em especial pelas mulheres africanas, mas também por uma multiplicidade de agentes que buscavam fabricar uma cidade e fazer dela o seu território. / [en] As a result, to the internationalization of the economy started in the 1950s, decade in which a global food ingestion pattern was established, Africans began to be a part of the urban labor market. They became economic agents subject tonew consuming habits as well as to the strategic social frameworks adjustable to the colonial classification, therefore establishing territorial lines. This thesis, as we support the idea of food consumption as a dynamical expression of a given territorial experience, focuses on the presentation of how Luanda s inhabitants rebuilt daily their ways of eating and being as an ambiguous social experience due to the multiple fluxes that cross it. To accomplish our goal, we anchored our work in theorical, and methodological references derived from Geography, Anthropology and Social History. Furthermore, we analyzed information from different sources, journals, nutrition and medical documents, social-anthropological investigations carried by colonial authorities. Our work was also based on Oral History methodology through recorded interviews given by Angolans who lived in Luanda at that time. The results of this analysis allowed us to perceive how de population of the city, despite the different social contingency factors, weaved threads to support and guarantee their desires concerning food. We were also able to realize the precious role played by women to sustain that network. The conflicting movement to meet those desires showed us the importance of daily strategies founded on the knowledge of their local technical resources. Those strategies were crucial for the dynamic of weaving and unweaving commercial and social relations established around food products. Especially in what concerns the role of women, but also to other multiple agents that were in search to build a city where they could also create their own territory.
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