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[pt] AS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS DE UNIVERSOS FANTÁSTICOS: A GEOGRAFIA DO IMAGINÁRIO DA TERRA-MÉDIA DE J. R. R. TOLKIEN / [en] CARTOGRAPHIC REPRESENTATIONS OF FANTASTIC UNIVERSES: THE GEO GRAPHY OF THE IMAGINARY OF MIDDLE-EARTH BY J. R. R. TOLKIENRAFAEL DA SILVA NUNES 22 December 2020 (has links)
[pt] A Cartografia propicia, através de seus produtos, o estabelecimento de uma capacidade reflexiva sobre a dimensão espacial de um dado recorte. Corrobora para que diversas análises espaciais sejam elaboradas retratando processos, fenômenos e padrões da superfície terrestre. Apesar desta capacidade, ao longo do
tempo, a ciência cartográfica foi submetida à primazia do positivismo lógico, desconsiderando aspectos imateriais e que transcendem aquilo que é observável, desvalorizando a dimensão do imaginário e das realidades passíveis de serem representadas, relegando-as à condição de devaneio e de irrealidade.
Contrariamente, esta perspectiva assume centralidade quando dialogada com a arte. Como exemplo cita-se a literatura fantástica, que opera na relação direta entre a ficção e a realidade, fazendo-se utilizar, em muitos casos, de mapas (entre outras representações) visando à espacialização dos universos onde as narrativas se desenrolam. A cartografia subsidia e é subsidiada pelo imaginário, promovendo a representação espacial destes universos imateriais. Assim, buscar-se-á entender como a Cartografia Fantástica representada no universo imaginado de J. R. R. Tolkien contribui para a compreensão das relações geográficas existentes no imaginário do autor. Para tal fim, torna-se necessário que se visitem as fundações criacionais do universo imaginado, percorrendo-se por significados e simbolismos expressos a partir de acontecimentos vivenciados e que perfazem a construção de paisagens fantásticas. Como consequência, tomam-se rebatimentos interpretativos que alçam a realidade dada a múltiplas possibilidades. A cartografação e a construção de uma ardo grafia são fruto deste mesmo processo. Estabelece-se como resultante de interpretações forjadas a partir da recepção, decodificação e transformação das informações transmitidas por Tolkien e que são moldadas a partir de um background histórico, cultural e cognitivo daquele que a concebe. / [en] Cartography provides, through its products, the establishment of a reflective capacity on the spatial dimension of a given area. It corroborates that several spatial analyzes are elaborated portraying processes, phenomena and patterns of the Earth s surface. Despite this ability, over time, cartographic science has been subjected to the primacy of logical positivism, disregarding immaterial aspects
and transcending what is observable, devaluing the dimension of the imaginary and the realities that can be represented, relegating them to the condition of reverie and unreality. In contrast, this perspective assumes centrality when dialogued with art. As an example fantastic literature is mentioned, which
operates in the direct relationship between fiction and reality, making use, in many cases, of maps (among other representations) aiming at the spatialization of the universes where the narratives unfold. Cartography subsidizes and is subsidized by the imaginary, promoting the spatial representation of these
immaterial universes. Thus, we will try to understand how the Fantastic Cartography represented in the imagined universe of J. R. R. Tolkien contributes to the understanding of the geographical relations existing in the author s imagination. For that purpose, it is necessary to visit the creational foundations of
the imagined universe, going trough meanings and symbolisms expressed from experienced events that make up the construction of fantastic landscapes. As a consequence, interpretative repercussions that raise a reality given to multiple possibilities. The mapping and construction of an ardo graphy are the result of
this same process. It is established as a result of interpretations forged from the reception, decoding and transformation of the information transmitted by Tolkien and which are shaped from a historical, cultural and cognitive background of the person who conceives it.
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