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[en] MATERNITY, PSYCHOANALYSIS AND NORMATIVITY: A CRITICAL READING OF FEMININITY AND MATERNITY IN FREUDIAN THEORY / [pt] PSICANÁLISE, MATERNIDADE E NORMATIVIDADE: UMA LEITURA CRÍTICA DA FEMINILIDADE E MATERNIDADE NA TEORIA FREUDIANA

THAIS BECKER DE CAMPOS 30 September 2021 (has links)
[pt] Esta tese realiza uma releitura crítica das elaborações freudianas acerca da maternidade no desenvolvimento psicossexual feminino. Baseada nas ideias feministas de performatividade e interseccionalidade, questiona-se em que medida os principais conceitos envolvidos na teorização freudiana, especialmente o complexo de Édipo, contribuem para uma visão normativa da maternidade. Para isso, apresenta-se uma contextualização histórica a fim de problematizar a naturalização da função materna para a mulher. Posteriormente, empreende-se um estudo metapsicológico da teoria freudiana sobre o desenvolvimento da feminilidade, passando pela investigação do complexo de Édipo, do complexo de castração e inveja do pênis, a partir do que se conclui que, para Freud, a maternidade localiza-se como uma compensação à falta fálica, considerada fundamental ao amadurecimento psíquico feminino. Criticamos essa teoria, pela universalização de uma narrativa de viés falocêntrico, branco, burguês, norte-ocidental, que desconsidera as múltiplas possibilidades de subjetivação feminina de diferentes contextos raciais, sociais e étnicos. Por meio da própria teoria freudiana, propõe-se que a maternidade seja abordada de forma a considerar o aspecto anárquico e criativo da pulsionalidade, não conformada, à priori, a nenhum caminho privilegiado, desvinculando-a, assim, do caráter imperativo da constituição binária de gênero, bem como desidealizando as formas de maternar, quando estas se apresentam. / [en] This thesis pretends a critical rereading of Freud s elaborations about motherhood in feminine psychosexual development. Based on feminist ideas of performativity and intersectionality, the question is to what extent the main concepts involved in Freudian theorizing, especially the Oedipus complex, contribute to a normative view of motherhood. For this, a historical contextualization is presented in order to problematize the naturalization of the maternal role for women. Subsequently, a metapsychological study of the Freudian theory on the development of femininity is undertaken, through the understanding of the Oedipus complex, castration complex and penis envy, we conclude that, for Freud, motherhood is located as a compensation for the phallic lack, considered fundamental to the female psychic maturation. We criticize this theory for the universalization of a phallocentric, white, bourgeois, north-western narrative that disregards the multiple possibilities of female subjectivation in different racial, social and ethnic contexts. Through the Freudian theory itself, it is proposed that maternity be approached in order to consider the anarchic and creative aspect of the drive, not conformed, a priori, to any privileged path, thus delinking it from the imperative character of the binary constitution of gender, as well as deidealizing the ways of mothering, when they present themselves.

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