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[pt] ATRAVÉS DA JANELA, UMA CENA ÍNTIMA: HISTÓRIAS COTIDIANAS DE MULHERES NA HOLANDA COLONIAL DO SÉCULO XX / [en] THROUGH THE WINDOW, AN INTIMATE SCENE: EVERYDAY STORIES OF WOMEN IN 20TH-CENTURY COLONIAL NETHERLANDSMARIA LIDIA MATTOS VALDIVIA 07 May 2024 (has links)
[pt] Esta dissertação pretende explorar a complexa rede de práticas, relações e imaginários que sustentavam a vida íntima e cotidiana das mulheres na
Holanda colonial durante a primeira metade do século XX. Esse período foi
marcado por um intenso desenvolvimento nas cidades, êxodo rural e migração
de/para/entre as colônias, mudanças nos padrões de moradia e políticas que
regulavam a família e a vida feminina. Embora o império colonial holandês
tenha sido um centro de fluxos de capital durante o colonialismo, sua participação nessas dinâmicas de violência e assimetria permanece pouco explorada e
não contemplada nas discussões políticas contemporâneas. Em contraste, esta
dissertação busca mobilizar outros modos de ver e narrar o arquivo colonial
holandês, observando múltiplas redes de poder incorporadas em processos diversos e correlacionados de representação e narração da dinâmica que envolve
a intimidade feminina em dimensões sociais, raciais, sexuais e de gênero. O
argumento central é que essas relações de poder trouxeram à tona imaginários, fantasias, relações afetivas, bem como práticas disciplinares e regulatórias
que produziram os limites da intimidade feminina por meio do encontro colonial entre as colônias (especialmente Indonésia e Suriname) e a metrópole.
O suporte teórico para esse projeto está situado em engajamentos estéticos,
pós-estruturais e pós-coloniais em RI, particularmente por meio do trabalho
de Michel Foucault e Homi Bhabha. A análise é conduzida por um processo
triplo de revisão de arquivos de documentos, relatórios e fotografias sobre essas
mulheres; de leitura contrapuntal de arquivos (conforme proposto por Edward
Said) e de fabulação crítica (conforme proposto por Saidiya Hartman). Com
esses engajamentos, espero contribuir para novos modos de interação com o
arquivo colonial, proporcionando assim uma compreensão complexa do internacional no contexto da vida íntima feminina. / [en] This dissertation aims to explore the complex network of practices, relations and imaginaries that underwrote the intimate and the everyday lives of
women in colonial Netherlands during the first half of the 20th-century. This
period was marked by intense development in the cities, rural exodus and migration from/to/within the colonies, changes in housing patterns, and policies
regulating family and female life. Although the Dutch colonial empire was a
center of capital flows during colonialism, its participation in these dynamics
of violence and asymmetry remains underexplored and unaccounted for in contemporary political discussions. In contrast, this dissertation attempts to bring
forth other modes of seeing and narrating the Dutch colonial archive by observing multiple networks of power embedded in diverse and correlated processes
of representation and narration of dynamics surrounding female intimacy in
social, racial, sexual and gendered dimensions. The central argument is these
power relations brought forth imaginaries, fantasies, affective relations, as well
as disciplinary and regulatory practices producing the limits of female intimacy
through the colonial encounter between the colonies (particularly Indonesia and Suriname) and metropole. The theoretical support for this project is
situated within aesthetic, post-strutucural and post-colonial engagements in
IR, particularly through the work of Michel Foucault and Homi Bhabha. The
analysis is conducted by a triple process of archival review of documents, reports and photographs about these women; of archival contrapuntal reading
(as proposed by Edward Said) and critical fabulation (as proposed by Saidiya
Hartman). With these engagements, I hope to contribute to new modes of interacting with the colonial archive, thus providing a complex understanding of
the international in the context of female intimate life.
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