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[pt] O PRAZER DA LÍNGUA: INCONSCIENTE E TIRADA ESPIRITUOSA / [en] THE PLEASURE OF THE JOKE: UNCONSCIOUS AND WITTY REMARK

MARINA DE SA GOMARA 27 December 2021 (has links)
[pt] Esse trabalho parte da afirmativa freudiana de que as palavras têm um poder mágico para apontarmos, pela teoria do chiste ou da tirada espirituosa, que a linguagem possui um aspecto subversivo decisivo. Para isso, investigamos a intrínseca relação entre linguagem e inconsciente, sendo a linguagem condição para o inconsciente. Examinamos como a ambiguidade e a equivocidade das palavras podem fornecer meios para a expressão do inconsciente pela fala. Pesquisamos, ainda, outras formações do inconsciente (lapsos, atos falhos e sonhos), apostando, com Lacan, que as leis regendo linguagem e inconsciente seriam as mesmas. Pela metáfora e metonímia vimos como é possível distorcer palavras e pensamentos para que sejam dribladas a censura e a razão crítica. Esses jogos linguísticos e intelectuais, além de prazer, podem proporcionar reconfigurações subjetivas decisivas. A psicanálise trata disso: dessa transformação pessoal que o encontro com o inconsciente promove trazendo a verdade do sujeito. Não deixaremos de abordar a dimensão política do chiste, a mais social das formações do inconsciente, que subverte as leis do código linguístico e denuncia tabus, inibições e proibições. Por último, vamos indicar que o poder subversivo do chiste consiste em uma transgressão localizada, revolução de veludo, se comparada ao poder de desrealização generalizada da ironia. / [en] This work starts from the Freudian assertion that words have a magical power to point out, by the theory of joke, or witty tirade, that language has an important subversive aspect. For this, we present the intrinsic relationship between language and the unconscious. Language being a condition for the unconscious. We have seen how the ambiguity and equivocality of words can provide a means for the expression of the unconscious through speech. We also researched other formations of the unconscious (slips of the tongue, dreams and the forgetting of words and names), betting, with Lacan, that the laws that govern language and the unconscious would be the same. We come to metaphor and metonymy to understand how, through them, we distort words and language elements to circumvent censorship and critical reason. These linguistic and intellectual games, in addition to pleasure, can provide subjective reconfigurations. Psychoanalysis deals with this: this personal transformation that the encounter with the unconscious promotes, bringing the subject s truth. We will not fail to address the political dimension of the joke, subverting the laws of the linguistic code to denounce taboos, inhibitions and prohibitions. Finally, let us point out that the subversive power of the joke is a localized transgression, if we compare it to the power of generalized de-realization capacity of irony.

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