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Do bebedor-problema ao cidadÃo: uma anÃlise do ethos discursivo do alcoÃlico anÃnimo

Georgyana PatrÃcia Rodrigues Melo 08 September 2009 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Cette recherche a pour objet la construction de lâethos de citoyen des membres des Alcooliques Anonymes dans leurs rÃcits lors de rÃunions du groupe comme partie du traitement pour le rÃtablissement des malades alcooliques. Ces rÃcits portent sur la vie dâalcoolisme et dâabstinent de quelquâun aprÃs son entrÃe aux AA, prÃsentant les changements arrivÃs dans sa vie, sa famille et son travail depuis quâil sâarrÃte de boire et quâil assimile le discours du groupe. Ainsi, lâhistoire de lâalcoolique est racontÃe du point de vue du moment prÃsent oà il se trouve, oà il rÃfuse son passà dâalcoolisme et met en Ãvidence son moment actuel dâabstinent soulignant son changement et son honorabilitÃ. Pour cela, dans lâanalyse des rÃcits est utilisÃe le refus de lâhabitus de lâalcoolique au mÃpris des tensions entre les scÃnographies du passà et du prÃsent de lâalcoolique pour renforcer les changements par lesquels il est passà et pour faire croire quâil est devenu citoyen. En outre, le corps de lâalcoolique, son caractÃre et sa corporalità sont aussi construits pour montrer la diffÃrence entre lâavant et lâaprÃs son entrÃe aux AA. / A presente pesquisa disserta sobre a construÃÃo do ethos de cidadÃo de membros de AlcoÃlicos AnÃnimos em depoimentos proferidos por estes em reuniÃes da irmandade, como parte do tratamento de recuperaÃÃo de doentes alcoÃlicos. Esses depoimentos narram sobre a vida de alcoolismo ativo e de abstemia do alcoÃlico, apÃs entrar em AA, apresentando as mudanÃas ocorridas na vida deste, na famÃlia e no emprego, a partir do momento que pÃra de beber e incorpora o discurso do grupo. Assim, a histÃria do alcoÃlico à narrada do ponto de vista do presente em que se encontra, em que o alcoÃlico rejeita o passado de alcoolismo e exalta o presente de abstemia tendo em vista ressaltar que mudou e que hoje à respeitÃvel. Para isso, à utilizada, na anÃlise das narrativas, a rejeiÃÃo do habitus do alcoÃlatra pela tensÃo entre as cenografias do passado e do presente do alcoÃlico para enfatizar as mudanÃas por que passou e para fazer crer que à um cidadÃo. AlÃm disso, à construÃdo o corpo do alcoÃlico, o carÃter e a corporalidade, tambÃm para mostrar a diferenÃa entre o antes o depois de ingressar em AA.
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Grupo de auto-ajuda ao alcoolista como dispositivo da rede de apoio social / Self-help group to alcohol as a device network of social support

Helder de PÃdua Lima 06 January 2009 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Em resposta ao crescente consumo de Ãlcool e dos problemas relacionados, como uso prejudicial e/ou dependÃncia, o Brasil vem estabelecendo polÃticas pÃblicas como a de atenÃÃo integral a usuÃrios de Ãlcool e outras drogas que, por sua vez, destaca a atenÃÃo psicossocial baseada em uma rede de apoio organizada pelos Centros de AtenÃÃo Psicossocial (CAPS), articulada aos demais serviÃos de saÃde e dispositivos comunitÃrios. Grupos de auto-ajuda, como AlcoÃlicos AnÃnimos (AA), estÃo se tornando cada vez mais comuns, à medida que seus membros se organizam para conviver com o alcoolismo e resolver seus prÃprios problemas. Esta pesquisa objetivou apreender da vivÃncia de alcoolistas o modo como um grupo de auto-ajuda se constitui como dispositivo da rede de apoio social. Estudo descritivo, desenvolvido em um AA do municÃpio de Fortaleza â CearÃ, com 20 sujeitos maiores de 18 anos, que desejaram participar e se encontravam afiliados ao grupo escolhido por, no mÃnimo, um ano, frequentando regularmente as reuniÃes; e que apresentavam condiÃÃes fÃsicas e emocionais para responder aos questionamentos. Os dados foram coletados atravÃs de entrevista individual, utilizando-se um roteiro semi-estruturado; organizados em quadros; agrupados em quatro categorias que emergiram das falas dos entrevistados; o processo de anÃlise teve por base os preceitos da anÃlise de conteÃdo, de Bardin. Os resultados mostram as diferentes caracterÃsticas dos sujeitos quanto aos aspectos sociais, demogrÃficos e histÃricos de uso de drogas e vivÃncia de conseqÃÃncias adversas à sua saÃde, com interferÃncia negativa em todos os aspectos da vida: pessoal, familiar, social e econÃmica. Nos relatos, os sujeitos mencionaram a busca de ajuda espiritual, em serviÃos de saÃde e em um grupo de auto-ajuda para o tratamento da dependÃncia quÃmica; enfatizaram a contribuiÃÃo do AA na promoÃÃo da saÃde, nÃo somente pelo fato de restabelecer sua condiÃÃo fÃsica, mas, tambÃm, por ofertar subsÃdios para o empowerment e proporcionar a reinserÃÃo de pessoas com histÃrico de exclusÃo social. O grupo de auto-ajuda mostrou-se como dispositivo de apoio aos sujeitos estudados desde o acolhimento, perpassando pela oferta de um programa com metas atingÃveis, por funcionar como espaÃo que possibilitava a expressÃo do alcoolista, e por se articular com outros dispositivos da rede de apoio, fortalecendo-se enquanto tal. Com base na realidade apreendida, refletimos sobre a necessidade de, nÃs profissionais de saÃde, nos engajar mais na luta contra o uso de drogas psicoativas, tendo uma atuaÃÃo mais decisiva na construÃÃo de polÃticas e prÃticas que percebam e atendam esta condiÃÃo como problemÃtica de saÃde pÃblica complexa e que necessita de aÃÃes intersetoriais. Dada esta complexidade, esta participaÃÃo necessita de algumas condiÃÃes primordiais, como o reconhecimento da importÃncia de outros conhecimentos e dispositivos de apoio, e a realizaÃÃo de parcerias como estratÃgia de cuidado e inserÃÃo social. / In response to growing consumption of alcohol and its related problems, exemplified by harmful use and/or dependence, Brazil has been setting public policies such as full attention on alcohol and drugs users which, in turn, highlights the psychosocial care based on a support network organized by the Psychosocial Care Center (PCA), linked to other health services and community groups. Self-help groups as the Alcoholics Anonymous (AA) are becoming increasingly common, as its members organize themselves in order to live and solve their own alcohol related problems. This research aimed to learn, from the experience of handling with alcoholics, how a self-help group develops itself as a social support network. The descriptive study took place in an AA from Fortaleza (CE), with 20 participants aged over 18 years-old, who wished to take part and were affiliated and regularly attending the group meetings for at least one year, and also were in physical and emotional conditions to properly respond the questionnaire. Data were collected through individual interviews, using a semi-structured road map and organized in tables, then grouped in four main categories that emerged from the interviewed testimonies. The analysis process was based on the precepts of BardinÂs Content Analysis. The results shows the diversity of characteristics about social, demographic and historical aspects related to the use of drugs, with a history of heavy use of alcohol and its adverse consequences to the health of the participants, including all sorts of negative interference in all aspects of their lives: personal, family, social and economic. It was reported by the participants the search for spiritual assistance in health services and self-help groups to drug-dependency treatment. It was also emphasized the AA contribution to the Health Promotion, not only because it restores their physical condition, but also by offering them subsidies for empowerment, and giving the possibility of reintegration of those ones previously victimized by social exclusion. The self-help group proved to be an efficient support environment to the participants, permeated by the offer of a program with attainable goals, by working as a space where the participant has a voice, and by its intersectorial ability of articulation within support network groups. Based on the perceived reality, comes the perception about the need of more health professionals engaged in the fight against the use of psychoactive drugs, taking a more decisive role in the construction of policies and practices that meet this condition and provide solutions for it. To the given complexity, this participation requires some key conditions, such as the recognition of the importance of knowledge from other areas and the capability of building partnerships as a strategy for care and social inclusion.

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