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"Leituras confiadas às mais inocentes e mais puras leitoras"? : as mulheres nos almanaques gaúchos (1889-1910)Segalin, Linara Bessega January 2013 (has links)
O presente trabalho pretende analisar a construção de modelos femininos ideais e as disputas de poder entre homens e mulheres presentes nos textos do Almanaque Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul e do Almanaque Popular Brasileiro, ambos editados em Pelotas, Rio Grande do Sul, importante centro de cultura do Estado à época, num período de intensas transformações sociais: o limiar do século XIX para século XX. Os almanaques, originários da Europa Medieval, estão presentes no Brasil desde o Império, tendo atingido seu auge de expressão justamente no período ora analisado, graças ao florescimento da imprensa e da indústria editorial. São publicações de caráter plural, cujas páginas dividem seu espaço entre tradição e modernidade, senso-comum e ciência. Os dois almanaques analisados tiveram intensa circulação e importância em todo estado do Rio Grande do Sul, sendo reconhecidos também nacionalmente e internacionalmente. Nos almanaques, é possível perceber a construção e divulgação de modelos femininos desejados para a sociedade da época, bem como modelos que deveriam ser repudiados. Uma grande quantidade de discursos disciplinadores das relações de gênero foi encontrada nas páginas dos dois almanaques. Também foi possível evidenciar uma significativa presença feminina atuando como escritoras e colaboradoras, mulheres que, igualmente, manifestaram-se sobre as relações entre homens e mulheres e sobre papel das mulheres na sociedade. Desta forma, revelaram-se os almanaques um espaço tanto de fixação de condutas de gênero, bem como de disputas de poder. Através de textos, poesias, crônicas e anedotas foi possível verificar o que os almanaques trazem com relação às relações de gênero vivenciadas na virada do século XIX e início do século XX e, ainda, (re) conhecer a trajetória de muitas das colaboradoras dos almanaques, enquanto figuras atuantes na luta pela inclusão social das mulheres na sociedade. / The present study wants to analyze the construction of ideal female models and power disputes between genders presented in the texts of Literary and Statistical Almanac from Rio Grande do Sul and Brazilian Popular Almanac, both published in Pelotas, Rio Grande do Sul, an important center of culture in the State at that time, in a period of intense social transformations: the threshold of the nineteenth to the twentieth century. The almanacs, originating in Medieval Europe, are present in Brazil since the Empire Time, reaching its height of expression in the period now analyzed, thanks to the flourishing of the press and publishing industry. In these publications there are a plural character, whose pages divide this space between tradition and modernity, common sense and science. Both almanacs analyzed had intense circulation and importance throughout the state of Rio Grande do Sul, also being recognized nationally and internationally. In the almanacs, it is possible to see the construction and dissemination of female models wanted for the society of that age as well as models that should be repudiated. A large amount of disciplinary discourses of gender relations was found in the pages of the two almanacs. It was also possible to show a significant presence of women working as writers and collaborators, women also showed up on the relationship between gender and the role of women in society. By this way, the almanacs proved both a fixing space of gender conduct as well as power struggles between genders. Through texts, poems, stories and anecdotes it was possible to understand what the almanacs bring related with respect to gender relations experienced at the turn of the nineteenth and early twentieth century, and also (re) learn the history of many collaborators from the almanacs while active figure in the fight for women social inclusion in the society.
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"Leituras confiadas às mais inocentes e mais puras leitoras"? : as mulheres nos almanaques gaúchos (1889-1910)Segalin, Linara Bessega January 2013 (has links)
O presente trabalho pretende analisar a construção de modelos femininos ideais e as disputas de poder entre homens e mulheres presentes nos textos do Almanaque Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul e do Almanaque Popular Brasileiro, ambos editados em Pelotas, Rio Grande do Sul, importante centro de cultura do Estado à época, num período de intensas transformações sociais: o limiar do século XIX para século XX. Os almanaques, originários da Europa Medieval, estão presentes no Brasil desde o Império, tendo atingido seu auge de expressão justamente no período ora analisado, graças ao florescimento da imprensa e da indústria editorial. São publicações de caráter plural, cujas páginas dividem seu espaço entre tradição e modernidade, senso-comum e ciência. Os dois almanaques analisados tiveram intensa circulação e importância em todo estado do Rio Grande do Sul, sendo reconhecidos também nacionalmente e internacionalmente. Nos almanaques, é possível perceber a construção e divulgação de modelos femininos desejados para a sociedade da época, bem como modelos que deveriam ser repudiados. Uma grande quantidade de discursos disciplinadores das relações de gênero foi encontrada nas páginas dos dois almanaques. Também foi possível evidenciar uma significativa presença feminina atuando como escritoras e colaboradoras, mulheres que, igualmente, manifestaram-se sobre as relações entre homens e mulheres e sobre papel das mulheres na sociedade. Desta forma, revelaram-se os almanaques um espaço tanto de fixação de condutas de gênero, bem como de disputas de poder. Através de textos, poesias, crônicas e anedotas foi possível verificar o que os almanaques trazem com relação às relações de gênero vivenciadas na virada do século XIX e início do século XX e, ainda, (re) conhecer a trajetória de muitas das colaboradoras dos almanaques, enquanto figuras atuantes na luta pela inclusão social das mulheres na sociedade. / The present study wants to analyze the construction of ideal female models and power disputes between genders presented in the texts of Literary and Statistical Almanac from Rio Grande do Sul and Brazilian Popular Almanac, both published in Pelotas, Rio Grande do Sul, an important center of culture in the State at that time, in a period of intense social transformations: the threshold of the nineteenth to the twentieth century. The almanacs, originating in Medieval Europe, are present in Brazil since the Empire Time, reaching its height of expression in the period now analyzed, thanks to the flourishing of the press and publishing industry. In these publications there are a plural character, whose pages divide this space between tradition and modernity, common sense and science. Both almanacs analyzed had intense circulation and importance throughout the state of Rio Grande do Sul, also being recognized nationally and internationally. In the almanacs, it is possible to see the construction and dissemination of female models wanted for the society of that age as well as models that should be repudiated. A large amount of disciplinary discourses of gender relations was found in the pages of the two almanacs. It was also possible to show a significant presence of women working as writers and collaborators, women also showed up on the relationship between gender and the role of women in society. By this way, the almanacs proved both a fixing space of gender conduct as well as power struggles between genders. Through texts, poems, stories and anecdotes it was possible to understand what the almanacs bring related with respect to gender relations experienced at the turn of the nineteenth and early twentieth century, and also (re) learn the history of many collaborators from the almanacs while active figure in the fight for women social inclusion in the society.
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Os remédios, os livros e os tempos. Consumo de remédios e experiência do tempo entre o Lunário Perpétuo e o Diccionario do Dr. Chernoviz / Les remèdes, les livres et les temps. Consommation de remèdes et expérience du temps entre le Lunário Perpétuo et le Diccionnario du Dr. ChernovizMedeiros, Aline da Silva January 2015 (has links)
MEDEIROS, Aline da Silva. Os remédios, os livros e os tempos. Consumo de remédios e experiência do tempo entre o Lunário Perpétuo e o Diccionario do Dr. Chernoviz. 2015. 320f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em História Social, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2015-12-15T11:22:40Z
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Previous issue date: 2015 / Esta tese se guiou pela seguinte pergunta: como se davam os consumos de remédios em relação com as experiências do tempo? Tomando como ponto de partida o estado do Ceará, interessava compreender como as práticas de saúde ocorriam ao longo dos séculos XIX e XX, pondo ênfase, a partir de movimentos do cotidiano, sobre suas espessuras temporais. Diante da natureza fragmentária das fontes coligidas (romances, memórias, anúncios, documentos oficiais), forjou-se uma estratégia metodológica: a consulta de livros de medicina autoinstrutivos. A leitura destes livros, sobretudo do Lunário Perpétuo, de Jerônimo Cortez, e do Diccionario de Medicina Popular, do Dr. Chernoviz, não apenas trouxe maiores elementos para a compreensão das lógicas de consumo, como também levou a uma ampliação semântica do conceito de remédio. A partir de então, a palavra remédio compreendia não essencialmente uma substância, mas uma multiplicidade de produtos, gestos e artefatos, entre os quais os próprios livros. Tratou-se de delinear algumas experiências do tempo manifestadas por essas práticas de remediar: a medicina humoral em suas associações com as rotas astrais; as relações entre saúde e salvação, pelos entrelaçamentos entre corpo e alma, solidárias a uma certa ideia de eternidade; o paradigma clínico que orienta terapêuticas num corpo individualizado a transformar-se potente para o trabalho e a construção do futuro etc. Estes três planos ou estratos temporais, assim como alguns outros que se esboçam nas práticas de remediar, apresentam procedências, durações, ritmos e velocidades particulares, reorganizando ademais as reciprocidades entre passado e futuro. Entretanto, são simultâneos e, nas diversas circunstâncias do cotidiano, se colocam em relações de conflitos e de consensos.
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