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"Numa cama, numa festa, numa greve, numa revoluÃÃo: o cinema se bifurca, o tempo se abre". / In a bed, a strike, a party or a revolution: cinema makes bifurcations, time opens itself

Ãrico Oliveira de AraÃjo Lima 28 April 2014 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de NÃvel Superior / Numa cama, numa greve, numa festa ou numa revoluÃÃo: era assim que Glauber Rocha imaginava que A Idade da Terra (1980), seu Ãltimo filme, poderia ser experimentado. A obra leva ao limite um processo de pesquisa que radicalizava o fazer cinema e inventava novos possÃveis para a experiÃncia estÃtica. à um trabalho que tento pensar junto a duas outras obras do realizador, Claro (1975), filmado durante o exÃlio em Roma, e Di Cavalcanti (1977), curta-metragem que ele produziu no impulso, ao saber da morte do amigo pintor. Cada um desses filmes desencadeia procedimentos singulares de ocupaÃÃo do mundo e de invenÃÃo de caminhos para o cinema. Eles sÃo entendidos aqui como bifurcaÃÃes em formas configuradas de sensibilidade, na medida em que embarcam na proliferaÃÃo de veredas para a fabricaÃÃo fÃlmica. Trata-se de uma preocupaÃÃo mais ampla em discutir as polÃticas dos filmes, maneiras singulares pelas quais o cinema pode inscrever no mundo uma operaÃÃo de rotura estÃtica que à jà uma polÃtica. Nesse sentido, cabe pensar com as obras algumas figuras que afirmam o cinema como campo de resistÃncias. Uma das questÃes que norteiam as discussÃes deste trabalho à a dimensÃo de um devir minoritÃrio, pensado a partir de Deleuze e Guattari, um movimento no qual o cinema pode se engajar para tensionar com um visÃvel e um audÃvel que se apresentam como fatos majoritÃrios. Nesse processo, à a prÃpria vida em comum que està em jogo. Essas operaÃÃes de invenÃÃo se dÃo em um emaranhado de temporalidades, o que leva a uma abordagem metodolÃgica que se coloca como assumidamente anacrÃnica, na medida em que tenta pensar o que uma obra faz agitar no tempo e como ela pode fazer esse tempo se abrir, numa articulaÃÃo que tento fazer com os pensamentos de Benjamin, Warburg, Didi-Huberman e Agamben. Dessa maneira, cabe investigar a dimensÃo de uma contemporaneidade desse cinema de Glauber, na medida em que as proliferaÃÃes buscadas pelas formas fÃlmicas nÃo estÃo circunscritas a um instante de uma cronologia de eventos sucessivos, mas se espalham rizomaticamente pelos tempos, em movimento proliferante e diferenciante. A polÃtica e a estÃtica seriam questÃes de como fazemos pontes nas temporalidades, de quais traÃados sÃo arrancados como possÃveis. Ou de como os engajamentos no tempo podem suscitar acontecimentos e instaurar resistÃncias em devir. / In a bed, a strike, a party or a revolution: that was how Glauber Rocha once thought that his last film, A Idade da Terra (1980), could be experienced. The work takes to the limit a research that turns making cinema a process more radical. It also invents news possibilities to aesthetic experience. Itâs a film that I try to think with two others works from Glauber: Claro (1975), shot when he was in exile in Rome, and Di Cavalcanti (1977), a short film that he produced on an impulse, when he heard that his painter friend had died. Each of these films triggers singular procedures on occupying the world and on inventing paths to the cinema. They are taken here as bifurcations on configured forms of sensibility, as they try to proliferate ways of making a film. This is a broader concern in discussing the politics of films, singular ways in which cinema can inscribe in the world an operation of aesthetic fracture that is already political. In this sense, it is thinking with the works that we can propose some figures who claim cinema as field of resistances. One of the questions that guide the discussions of this work is the concept of a becoming minority, thought from Deleuze and Guattari, a movement in which cinema can engage to create tension with a visible and an audible that present themselves as major facts. In this process, it is common life that is at stake. Those operations of invention are taken in a entanglement of temporalities, which leads to an approach frankly anachronistic, on thinking what a work can shake in time and how it can open this time, in which I try to articulate with the thoughts of Benjamin, Warburg, Didi-Huberman and Agamben. Thus, the idea is to investigate how we could consider a contemporaneity in this cinema of Glauber, in that the proliferations researched by filmic forms are not restricted to a chronology of successive events, rather they spread in a rhizomatic way through temporalities, a proliferative and differentiating movement. Politics and aesthetics would be questions of how we bridge the temporalities, of which tracings are turn into possibilities. Or how the engagements in time can raise events and create resistances in becoming.
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Numa cama, numa festa, numa greve, numa revolução: o cinema se bifurca, o tempo se abre / In a bed, a strike, a party or a revolution: cinema makes bifurcations, time opens itself

Lima, Érico Oliveira de Araújo January 2014 (has links)
LIMA, Érico Oliveira de Araújo. Numa cama, numa festa, numa greve, numa revolução: o cinema se bifurca, o tempo se abre. 2014. 208f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Comunicação Social, Fortaleza (CE), 2014. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-08-04T14:59:11Z No. of bitstreams: 1 2014_dis_eoalima.pdf: 1651935 bytes, checksum: 4bd50acc541319d070f4328aa52784d1 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-08-04T17:22:26Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2014_dis_eoalima.pdf: 1651935 bytes, checksum: 4bd50acc541319d070f4328aa52784d1 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-08-04T17:22:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2014_dis_eoalima.pdf: 1651935 bytes, checksum: 4bd50acc541319d070f4328aa52784d1 (MD5) Previous issue date: 2014 / In a bed, a strike, a party or a revolution: that was how Glauber Rocha once thought that his last film, A Idade da Terra (1980), could be experienced. The work takes to the limit a research that turns making cinema a process more radical. It also invents news possibilities to aesthetic experience. It’s a film that I try to think with two others works from Glauber: Claro (1975), shot when he was in exile in Rome, and Di Cavalcanti (1977), a short film that he produced on an impulse, when he heard that his painter friend had died. Each of these films triggers singular procedures on occupying the world and on inventing paths to the cinema. They are taken here as bifurcations on configured forms of sensibility, as they try to proliferate ways of making a film. This is a broader concern in discussing the politics of films, singular ways in which cinema can inscribe in the world an operation of aesthetic fracture that is already political. In this sense, it is thinking with the works that we can propose some figures who claim cinema as field of resistances. One of the questions that guide the discussions of this work is the concept of a becoming minority, thought from Deleuze and Guattari, a movement in which cinema can engage to create tension with a visible and an audible that present themselves as major facts. In this process, it is common life that is at stake. Those operations of invention are taken in a entanglement of temporalities, which leads to an approach frankly anachronistic, on thinking what a work can shake in time and how it can open this time, in which I try to articulate with the thoughts of Benjamin, Warburg, Didi-Huberman and Agamben. Thus, the idea is to investigate how we could consider a contemporaneity in this cinema of Glauber, in that the proliferations researched by filmic forms are not restricted to a chronology of successive events, rather they spread in a rhizomatic way through temporalities, a proliferative and differentiating movement. Politics and aesthetics would be questions of how we bridge the temporalities, of which tracings are turn into possibilities. Or how the engagements in time can raise events and create resistances in becoming. / Numa cama, numa greve, numa festa ou numa revolução: era assim que Glauber Rocha imaginava que A Idade da Terra (1980), seu último filme, poderia ser experimentado. A obra leva ao limite um processo de pesquisa que radicalizava o fazer cinema e inventava novos possíveis para a experiência estética. É um trabalho que tento pensar junto a duas outras obras do realizador, Claro (1975), filmado durante o exílio em Roma, e Di Cavalcanti (1977), curta-metragem que ele produziu no impulso, ao saber da morte do amigo pintor. Cada um desses filmes desencadeia procedimentos singulares de ocupação do mundo e de invenção de caminhos para o cinema. Eles são entendidos aqui como bifurcações em formas configuradas de sensibilidade, na medida em que embarcam na proliferação de veredas para a fabricação fílmica. Trata-se de uma preocupação mais ampla em discutir as políticas dos filmes, maneiras singulares pelas quais o cinema pode inscrever no mundo uma operação de rotura estética que é já uma política. Nesse sentido, cabe pensar com as obras algumas figuras que afirmam o cinema como campo de resistências. Uma das questões que norteiam as discussões deste trabalho é a dimensão de um devir minoritário, pensado a partir de Deleuze e Guattari, um movimento no qual o cinema pode se engajar para tensionar com um visível e um audível que se apresentam como fatos majoritários. Nesse processo, é a própria vida em comum que está em jogo. Essas operações de invenção se dão em um emaranhado de temporalidades, o que leva a uma abordagem metodológica que se coloca como assumidamente anacrônica, na medida em que tenta pensar o que uma obra faz agitar no tempo e como ela pode fazer esse tempo se abrir, numa articulação que tento fazer com os pensamentos de Benjamin, Warburg, Didi-Huberman e Agamben. Dessa maneira, cabe investigar a dimensão de uma contemporaneidade desse cinema de Glauber, na medida em que as proliferações buscadas pelas formas fílmicas não estão circunscritas a um instante de uma cronologia de eventos sucessivos, mas se espalham rizomaticamente pelos tempos, em movimento proliferante e diferenciante. A política e a estética seriam questões de como fazemos pontes nas temporalidades, de quais traçados são arrancados como possíveis. Ou de como os engajamentos no tempo podem suscitar acontecimentos e instaurar resistências em devir.

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