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Morfoanatomia dos órgãos vegetativos de Anthurium coriaceum G. Don (Araceae) em diferentes estádios do desenvolvimento

Almeida, Sérgio Luiz de January 2006 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pos-Graduação em Biologia Vegetal. / Made available in DSpace on 2012-10-22T19:42:44Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2013-07-16T19:58:08Z : No. of bitstreams: 1 233934.pdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Araceae é cosmopolita, com representantes tropicais e subtropicais, sendo comum nas florestas tropicais úmidas. Esta família pode ser o início de uma linhagem divergente entre as monocotiledôneas, tendo grande diversidade estrutural dos órgãos vegetativos e reprodutivos, bem como no hábitat. Suas características morfoanatômicas são relevantes para estudos filogenéticos. Anthurium coriaceum é uma Araceae, endêmica da Costa Sul e Sudeste do Brasil, com grande potencial ornamental. Diversas investigações, especialmente em áreas aplicadas, vêm sendo desenvolvidas com esta espécie. Entretanto, carecem de conhecimentos básicos referentes a organogênese e histogênese. O presente trabalho objetivou investigar a morfoanatomia dos órgãos vegetativos de A. coriaceum em diferentes estádios de desenvolvimento, a partir da fase pós-germinação até atingir a fase de planta jovem. Para obtenção de plântulas e plantas jovens, sementes de A. coriaceum germinaram e desenvolveram-se em casa de vegetação, sobre areia. Foram feitas análises in vivo e testes histoquímicos. Amostras foram fixadas em glutaraldeído 2,5%, tampão fosfato de sódio 0,1M, pH 7,2 e desidratadas em série etílica. Para microscopia óptica, as amostras foram infiltradas em parafina e coradas com safranina/fast-green. Usou-se HMDS para secagem das amostras para estudo ultraestrutural, em microscopia eletrônica de varredura. A. coriaceum é criptocotiledonar e o hipocótilo não se desenvolve. Nas plântulas é mais freqüente a presença exclusiva de raiz primária. Nesta, a região basal mostra xilema triarco, sem medula, e no sentido acrópeto altera-se para tetrarco e poliarco com porção medular. A protoderme dá origem ao velame, mas mantém pêlos absorventes, isto favorece a absorção tanto como terrestre (pêlos absorventes) quanto como epífita (velame). Na planta jovem, a raiz primária geralmente degenera e a função passa a ser exercida pelas raízes adventícias. Estas diferem da raiz primária: o xilema tem maior número de arcos e o tecido de revestimento tem pluriestratificação mais acentuada. A heterofilia, durante o desenvolvimento, sugere plasticidade das folhas às condições ambientais. A plântula tem eofilos cordiformes (3 a 4 folhas efêmeras) e a planta jovem tem nomofilos lanceolados. Nos eofilos, a nervura mediana possui um único feixe vascular e o mesofilo tem clorênquima homogêneo; nos nomofilos, a nervura mediana tem grande número de feixes vasculares dispersos e o mesofilo é constituído por parênquimas paliçádico e esponjoso. A convergência de poucas nervuras secundárias, só nas folhas cordiformes, e a formação de retículos podem constituir dados relevantes para estudos filogenéticos. Colênquima ocorre no pecíolo e é importante para permitir uma maior sustentação e flexibilidade da lâmina foliar; tem ainda relevância em estudos taxonômicos. Ráfides e drusas estão presentes em todos órgãos e podem significar defesa à herbivoria. Araceae is cosmopolitan, with tropical and subtropical representatives, being common in the humid tropical forests. This family can be the beginning of a divergent lineage among the monocotyledons, it tends big structural diversity of vegetative and reproductive organs, as well as in the habitat. These morphoanatomy features are relevant for phylogenetic studies. Anthurium coriaceum is Araceae, endemic in Brazil South Coast and Southeast, with great adornment potential. Several investigations, especially in applied areas, have been developed with this species; however, they lack basic knowledge regarding to organogenesis and histogenesis. The present work aimed to investigate the morphoanatomy of A. coriaceum vegetative organs in different development stages, starting from the phase after-germination to reach the phase of young plant. For seedlings obtaining and young plants, the A. coriaceum seeds germinated and grew at greenhouse, on the sand. In vivo analyses and histochemistry tests were made. Samples were fixed in glutaraldehyde 2,5%, sodium phosphate buffer 0,1M, pH 7,2 and dehydrated in ethanol series. For light microscopy, the samples were infiltrated in paraffin and stained with safranin/fast-green. For scanning electron microscopy the samples were dehydrated and later immerged in HMDS. A. coriaceum is cryptocotyledon and the hypocotyl doesn't grow. In the seedlings it is more frequent the exclusive presence of primary root. In this, the basal area shows triarch xylem without pith; in acropetal direction it becomes tetrarch and polyarch and with pith. The protoderm originate velamen maintaining the root hairs, this has advantage for absorption as much as terrestrial (root hairs) as epiphytic (velamen). In the young plant, the primary root usually degenerates and the function is done by the adventitious roots. Adventiceous roots differ from primary root because: the xylem has larger number of arches and the epidermis is more stratified. The heterophylly, during the development, suggests the leaves plasticity to the environmental conditions. The seedling has cordate eophyll (3 to 4 ephemeral leaves) and the young plant has lanceolate nomophylls. In the eophylls, midrib possesses a single vascular bundle and mesophyll has homogeneous chlorenchyma; in the nomophylls, midrib has high number of dispersed vascular bundles and mesophyll is constituted of palisade and spongy parenchymas. The convergence of few secondary veins, only in the cordates leaves, and the reticulate formation can constitute relevant data for phylogenetic studies. Collenchyma occurs in the petiole and it is important for a larger maintenance and flexibility of the blade leaf; further this has relevance in taxonomic studies. Raphides and druses are present in all organs and they can mean defense to the herbivore.
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Fundamentos para conservação de Anthurium coriaceum G. Don (Araceae), uma espécie potencialmente ameaçada à extinção no sul do Brasil

Berkenbrock, Isabela Schmitt January 2005 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais / Made available in DSpace on 2013-07-16T02:41:13Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / Anthurium coriaceum G. Don é uma arácea epífita ou rupestre, restrita da Floresta Ombrófila Densa, da região Sul e Sudeste do Brasil. A intensa exploração e destruição de seu habitat a torna mais suscetível à extinção. Para fundamentar estratégias de conservação, foram estudados aspectos fenológicos, emergência de plântulas, longevidade das sementes, recrutamento, diversidade e estrutura genética da espécie. Na fenologia cinco indivíduos cultivados, provenientes da população de São Ludgero, SC, foram avaliados semanalmente durante 11 meses. Caracterizou-se as fenofases: emissão da espata, abertura da espata, manifestação feminina, intervalo entre feminina e masculina, manifestação masculina, infrutescência verde e infrutescência madura. A emissão de inflorescências teve padrão contínuo. A floração ocorreu em todos os meses do ano, exceto em abril e maio. Infrutescências verdes foram registradas durante todo ano, e maduras no final do verão. Inflorescências em fase feminina e masculina ocorrem simultaneamente em diferentes inflorescências de um mesmo indivíduo e em indivíduos diferentes. Folhas são emitidas continuamente. Protoginia é o padrão da espécie. A manifestação das fases masculinas e femininas simultaneamente possibilita autopolinização e a fecundação cruzada. Os frutos levam dois anos para amadurecerem. A emergência média das plântulas foi de 46%. A emergência entre as matrizes variou de 34 a 99,5%. A longevidade ao zero, 90, 180 e 270 dias na temperatura ambiente, foi 97, 80,5, 48 e 7%, respectivamente de emergência. Em câmara fria, as sementes não germinaram. Em serrapilheira de solo e de rocha, praticamente todas as sementes emergiram antes dos 90 dias. A emergência nas bromélias foi de 17,5% e 10%, nos troncos com matéria orgânica de 58,3% e sem matéria orgânica de 25%. Esta espécie não apresenta dormência e nem especificidade de substrato para emergência. A emergência das sementes mostrou-se diferenciada entre as matrizes. Marcadores isoenzimáticos foram utilizados para determinar a diversidade e estrutura genética da espécie em duas populações remanescentes no sul do Estado. Dos 17 locos analisados, três apresentaram polimorfismo, com uma média de 17,65% de locos polimórficos, 1,18 alelos por loco, heterozigosidade esperada de 0,007 e zero de endogamia. A baixa diversidade encontrada é muito inferior a média da maioria das espécies endêmicas. Os coeficientes de ancestralidade de Cockerham ( =0,034995, =-0,024816, =0,011047), indicam uma baixa endogamia e reduzida divergência entre as populações. A análise da progênie de indivíduos cultivados isolados, mostrou a segregação mendeliana para autofecundação (1:2:1) para a maioria dos locos avaliados, indicando a espécie ser autocompatível. O baixo polimorfismo pode estar associado ao sistema reprodutivo, a autofecundação, e ao efeito fundador. O estudo caracterizou-se como um pré-diagnóstico onde as informações obtidas além de oferecer subsídios para estratégias de conservação da espécie, pode servir de modelo para um grande número de espécies que apresentam situação semelhante e necessitam de medidas urgentes para sua conservação.

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