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Arte enquadrada e gambiarra: identidade, circuito e mercado de arte no Brasil (anos 80 e 90) / Framed art and improvisation: identity, circuit and art market in Brazil (80\'s and 90\'s)Bertolossi, Leonardo Carvalho 10 February 2015 (has links)
Essa tese é uma etnografia das ideias, práticas, histórias, memórias, teorias nativas, conflitos, desigualdades, imaginações e experiências de artistas, críticos, curadores, galeristas e colecionadores brasileiros ao longo dos anos 80 e 90. Embora o escopo temporal e espacial oscile, ancoramo-nos nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, e na interseção entre o circuito e o mercado primário de arte contemporânea brasileira nestas décadas. O trabalho aborda diversos temas e problemas acessados através do meu campo em galerias, museus, bienais, bibliotecas, arquivos públicos e privados, cursos de história da arte e depoimentos. Dentre os objetos tangenciados, se destacou: o retorno internacional à pintura, a invenção da geração 80 e sua relação com o mercado; as exposições Primitivism in the Twentieth Century no MoMA, em Nova York, em 1984, e Magiciens de la Terre, no Centre Pompidou, na França, em 1989; a redescoberta do corpo, do eu e da narrativa nos anos 90; a arte abjeta e suas principais exposições internacionais; a Bienal de São Paulo Antropofágica de 1998; a internacionalização da arte brasileira na Europa, Estados Unidos e América Latina; a trajetória e as contendas entre diferentes gerações de galeristas no Brasil; a entrada do empresariado e dos bancos na política cultural; e, sobretudo o estatuto da arte brasileira e latino-americana diante da globalização. Desde a Escola Fluminense de Pintura, passando pelo Modernismo, pelo Neoconcretismo, pela Tropicália até o período em destaque neste trabalho, o sistema artístico brasileiro e seus personagens se questionaram sobre uma arte genuinamente brasileira. A antropofagia foi novamente mobilizada como alternativa às hierarquias de poder e imposições euro-americanas, sobretudo na Bienal Antropofágica de 1998. Mas quando todos são canibais, quem canibaliza quem? Oswald de Andrade ou Montaigne? Minha hipótese é a deformação da questão em direção à superação do problema da representação para o da presença, a partir da filosofia deleuziana sobre a experiência barroca. Superar a antropofagia em favor do barroco de modo a imaginar outro conceito de criação que conceba a invenção da diferença através de uma exterioridade em contínua descontinuidade, devires, dobra que se desdobra, antropofagia e regurgitofagia, dentro e fora, figura e fundo, interpretação e contrainterpretação, arte enquadrada e gambiarra. / This thesis is an ethnography of the ideias, practices, histories, memories, native theories, conflicts, inequalities, imaginations and experiences of Brazilian artists, critics, curators, art dealers and art collectors throughout the 1980s and 90s. The temporal and spacial breadth covered oscillates; we have, however, decided to focus the cities of Rio de Janeiro and São Paulo, and the intersection between the contemporary art circuit and its market through fieldwork done in galleries, museums, bienals, libraries, public and private archives, courses on art history, and testimonials. Between the many objects described, an emphasis is made on the international return to painting; the invention of the 80s generation and its relations to the market; the exhibitions Primitivism in the Twentieth Century (MoMA, New York, 1984) and Magiciens de la Terre (Centre Pompidou, Paris, 1989); the rediscovery of body, self and narrative during the 1990s; abject art and its main international exhibitions; the Anthropophagic Bienal of São Paulo (1998); the internationalization of Brazilian art in Europe, United States and Latin America; the trajectories and quarrels between different generations of art dealers in Brazil; the introduction of the entreprenurial and financial classes into cultural policies; and, above all, the status of Brazilian and Latin American art in a globalized context. From the Fluminense school of painting, through Brazilian Modernism, Neoconcretism, Tropicália, to the period emphasized in this work, the Brazilian artistic system and its characters have put a genuinely Brazilian art into question. Anthropophagy has been newly engaged as an alternative to euro-american power hierarchies and impositions, especially in the Anthropophagic Bienal of 1998. Nevertheless, when everyone is a cannibal, who cannibalizes whom? Oswald de Andrade or Montaigne? My hypothesis is the deformation of that matter, overcoming the problem of representation towards that of the presence, drawing on the deleuzian philosophy of the baroque experiments. Overcoming anthropophagy in benefit of the baroque is a way of inventing a different concept of creation, one that conceives the invention of difference through an exteriority in continued discontinuity, becomings, foldings that unfold, anthropophagy and regurgitophagy, inside and outside, figure and ground, interpretation and counter interpretation, framed art, and improvisation.
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Arte enquadrada e gambiarra: identidade, circuito e mercado de arte no Brasil (anos 80 e 90) / Framed art and improvisation: identity, circuit and art market in Brazil (80\'s and 90\'s)Leonardo Carvalho Bertolossi 10 February 2015 (has links)
Essa tese é uma etnografia das ideias, práticas, histórias, memórias, teorias nativas, conflitos, desigualdades, imaginações e experiências de artistas, críticos, curadores, galeristas e colecionadores brasileiros ao longo dos anos 80 e 90. Embora o escopo temporal e espacial oscile, ancoramo-nos nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, e na interseção entre o circuito e o mercado primário de arte contemporânea brasileira nestas décadas. O trabalho aborda diversos temas e problemas acessados através do meu campo em galerias, museus, bienais, bibliotecas, arquivos públicos e privados, cursos de história da arte e depoimentos. Dentre os objetos tangenciados, se destacou: o retorno internacional à pintura, a invenção da geração 80 e sua relação com o mercado; as exposições Primitivism in the Twentieth Century no MoMA, em Nova York, em 1984, e Magiciens de la Terre, no Centre Pompidou, na França, em 1989; a redescoberta do corpo, do eu e da narrativa nos anos 90; a arte abjeta e suas principais exposições internacionais; a Bienal de São Paulo Antropofágica de 1998; a internacionalização da arte brasileira na Europa, Estados Unidos e América Latina; a trajetória e as contendas entre diferentes gerações de galeristas no Brasil; a entrada do empresariado e dos bancos na política cultural; e, sobretudo o estatuto da arte brasileira e latino-americana diante da globalização. Desde a Escola Fluminense de Pintura, passando pelo Modernismo, pelo Neoconcretismo, pela Tropicália até o período em destaque neste trabalho, o sistema artístico brasileiro e seus personagens se questionaram sobre uma arte genuinamente brasileira. A antropofagia foi novamente mobilizada como alternativa às hierarquias de poder e imposições euro-americanas, sobretudo na Bienal Antropofágica de 1998. Mas quando todos são canibais, quem canibaliza quem? Oswald de Andrade ou Montaigne? Minha hipótese é a deformação da questão em direção à superação do problema da representação para o da presença, a partir da filosofia deleuziana sobre a experiência barroca. Superar a antropofagia em favor do barroco de modo a imaginar outro conceito de criação que conceba a invenção da diferença através de uma exterioridade em contínua descontinuidade, devires, dobra que se desdobra, antropofagia e regurgitofagia, dentro e fora, figura e fundo, interpretação e contrainterpretação, arte enquadrada e gambiarra. / This thesis is an ethnography of the ideias, practices, histories, memories, native theories, conflicts, inequalities, imaginations and experiences of Brazilian artists, critics, curators, art dealers and art collectors throughout the 1980s and 90s. The temporal and spacial breadth covered oscillates; we have, however, decided to focus the cities of Rio de Janeiro and São Paulo, and the intersection between the contemporary art circuit and its market through fieldwork done in galleries, museums, bienals, libraries, public and private archives, courses on art history, and testimonials. Between the many objects described, an emphasis is made on the international return to painting; the invention of the 80s generation and its relations to the market; the exhibitions Primitivism in the Twentieth Century (MoMA, New York, 1984) and Magiciens de la Terre (Centre Pompidou, Paris, 1989); the rediscovery of body, self and narrative during the 1990s; abject art and its main international exhibitions; the Anthropophagic Bienal of São Paulo (1998); the internationalization of Brazilian art in Europe, United States and Latin America; the trajectories and quarrels between different generations of art dealers in Brazil; the introduction of the entreprenurial and financial classes into cultural policies; and, above all, the status of Brazilian and Latin American art in a globalized context. From the Fluminense school of painting, through Brazilian Modernism, Neoconcretism, Tropicália, to the period emphasized in this work, the Brazilian artistic system and its characters have put a genuinely Brazilian art into question. Anthropophagy has been newly engaged as an alternative to euro-american power hierarchies and impositions, especially in the Anthropophagic Bienal of 1998. Nevertheless, when everyone is a cannibal, who cannibalizes whom? Oswald de Andrade or Montaigne? My hypothesis is the deformation of that matter, overcoming the problem of representation towards that of the presence, drawing on the deleuzian philosophy of the baroque experiments. Overcoming anthropophagy in benefit of the baroque is a way of inventing a different concept of creation, one that conceives the invention of difference through an exteriority in continued discontinuity, becomings, foldings that unfold, anthropophagy and regurgitophagy, inside and outside, figure and ground, interpretation and counter interpretation, framed art, and improvisation.
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