nÃo hà / Este trabalho analisa os processos de referenciaÃÃo e (re)categorizaÃÃo em tomada de depoimento de acusados. A pesquisa parte da anÃlise de nove audiÃncias de instruÃÃo processual penal, em varas criminais do FÃrum ClÃvis BevilÃqua, em Fortaleza, gravadas e transcritas. Dessa transcriÃÃo obtivemos nove textos-depoimento, que correspondem, respectivamente, a nove termos de interrogatÃrio do acusado, ou seja, nove textos-consignados. Neste sentido, abordamos a relaÃÃo da LingÃÃstica com o Direito e destacamos perspectivas de tratamento do discurso jurÃdico, seja em relaÃÃo à argumentaÃÃo, seja quanto à referÃncia. Nossa fundamentaÃÃo teÃrica parte da enunciaÃÃo, passando pela crÃtica à noÃÃo clÃssica de referÃncia. Defendemos uma concepÃÃo representacional da referÃncia, que nos leva a conceber os referentes como objetos-do-discurso. Nosso trabalho pretende investigar os processos de referenciaÃÃo e (re)categorizaÃÃo que se manifestam no texto-depoimento e no texto-consignado como recurso estruturador da unidade textual. Com esse escopo, extraÃmos do âcorpusâ exemplos desses processos, classificando-os de acordo com a teoria lingÃÃstica adotada. ConcluÃmos que, no texto-depoimento, encontramos maior diversidade de anafÃricos e dÃiticos do que no texto-consignado. Isto se dà por ser o texto-consignado menor e mais formal. Embora o texto-depoimento se revista tambÃm da formalidade que exige o ato, ele à mais espontÃneo, favorecendo a manifestaÃÃo de escolhas lexicais e de estratÃgias de progressÃo referencial.