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[en] IS TO TOLERATE A LITTLE? FOR A PHILOSOPHY OF THE EDUCATION STARTING FROM THE CONCEPT OF TOLERANCE / [pt] TOLERAR É POUCO?: POR UMA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO A PARTIR DO CONCEITO DE TOLERÂNCIA

MARCELO GUSTAVO ANDRADE DE SOUZA 16 January 2007 (has links)
[pt] A tolerância, às vezes, é considerada uma atitude antipática de quem não quer aceitar e muito menos amar o outro, mas apenas suportar ou permitir, como um favor de condescendência, que o outro exista. Não é esta a perspectiva assumida nesta pesquisa. O conceito de tolerância se coloca cada vez mais na pauta de discussão porque a intolerância com a diferença tem sido uma realidade recorrente em nossas sociedades. Inegavelmente estamos caracterizados pela diferença e, não obstante, parece que não sabemos tratá- la. A humanidade - marcada dolorosamente pela escravidão dos negros, pelas guerras religiosas, pelo genocídio dos povos ameríndios, pelo holocausto dos judeus, pela aversão à homossexualidade e pela submissão das mulheres - busca não mais permitir as manifestações de intolerância com o diferente, pois a intolerância não é apenas questão de não aceitar as opiniões divergentes; ela é agressiva e com freqüência assassina em seu ódio à diversidade alheia. Neste sentido, a educação tem um papel fundamental a desempenhar no embate por sociedades menos intolerantes e mais abertas às diferenças que dignamente nos constituem enquanto humanos. Porém, não se trata de uma educação qualquer. É imperativo que seja um projeto educacional capaz de entender e incorporar em sua prática pedagógica o valor da tolerância, que precisa ser fundamentado e consolidado. Minha pesquisa visa contribuir com esta demanda. Para isso, busquei refazer o desenvolvimento do conceito de tolerância, desde a Renascença até os tempos atuais, destacando o embate histórico entre intolerância e tolerância. Para explorar o conceito de intolerância utilizei o referencial teórico de Hannah Arendt, em especial o conceito de banalidade do mal. Para fundamentar o conceito de tolerância recorri ao pensamento de Adela Cortina sobre uma ética de mínimos. Meu trabalho, em última instância, sustenta que tolerar não é pouco, mas, ao contrário, trata-se de um valor-atitude basilar, tanto no campo das normas éticas quanto no campo educacional. Tolerância é um mínimo moralmente exigível, aquele pouco que nos revela o fundamental. E o que é fundamental, na verdade, não é pouco, é sim o imprescindível, o valioso, o essencial, aquilo que em hipótese nenhuma pode faltar em nossas relações sociais e muito menos na prática educativa. / [en] Tolerance is sometimes considered the negative attitude of one who does not accept, much less love, another human being but is willing to put up with, or allow for, the existence of others by being condescending. The concept of tolerance has become a key debate topic since intolerance towards diversity is a recurring situation in society. Undoubtedly, diversity reflects our real identities but at the same time we seem unable to handle it. Humanity - painfully stained by black slavery, religious wars, native Indian genocide, the Jewish holocaust, and prejudice against homosexuality and against women - is no longer willing to allow for intolerance of diversity. Intolerance is not just a question of not accepting diverging opinions: hate is an aggressive perspective that is responsible for destroying diversity. Thus, education has an important role to play in the battle between less tolerant societies and those that are more open to human diversity. However, not just any kind of education will suffice. It is important to select an education project approach that offers a comprehensive definition of tolerance based on facts. My research study aims to fulfill that role. Therefore, I tried to offer a background on the concept of tolerance, from the Renaissance period until recent times, highlighting the historical battle between intolerance and tolerance. To further expand on the concept of intolerance I used as reference Hannah Arendt´s research work, specifically selecting the concept of banality of evil. To further support this thesis, I referred to Adela Cortina´s theories on ethics of minimum requirements. Ultimately, my paper states the thesis that tolerance represents a big step. It represents the basic belief- system both in the field of ethics and education. Tolerance is a moral minimum requirement, the basic building block which reveals what is fundamental. However, the definition of fundamental is actually not what constitutes minimum requirement but, instead, what is considered invaluable, essential, and cannot be lacking in social interactions, much less in education.
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De combattants à ex-combattants : interprétations des ex-combattants des groupes paramilitaires colombiens sur leur participation au conflit armé

Manrique Rueda, Gabriela 10 1900 (has links)
Ce mémoire s’intéresse aux récits des ex-combattants des groupes paramilitaires Autodéfenses unies de Colombie sur leur participation au conflit armé. Ces narrations, construites dans un contexte de réintégration à la société, permettent de réfléchir à la construction de la vérité par les ex-combattants dans les contextes post-conflit. Nous avons analysé les histoires de vie de 18 ex-combattants qui participaient au Programme de réintégration à la vie civile à Bogota. Nos interviewés ont adopté une position de victimes, en élaborant des discours justificateurs visant à se déresponsabiliser. Ces discours montrent une normalisation de la violence qui revient à la notion de « banalité du mal » d’Hannah Arendt. Nos interviewés ont employé plusieurs rhétoriques des groupes paramilitaires afin de justifier la violence. Ces rhétoriques font partie de la construction psychologique de l’ennemi par les groupes et elles invitent à analyser le rôle du langage dans la construction d’une culture paramilitaire. Néanmoins, certains interviewés ont condamné la violence exercée par leur groupe. Nous avons observé qu’il existe plusieurs interprétations de la manière dont nos interviewés disaient avoir réagi aux contextes de violence de masse, ce qui nous a amenés à réfléchir aux notions de culpabilité morale et juridique. / This paper studies the interpretations of the ex-combatants of the paramilitary groups United Self-Defense Forces of Colombia about their participation in the internal conflict. These discourses, created in a context of social reintegration, are used to discuss the recreation of the truth brought by the ex-combatants in post-conflict contexts. We analyzed the life stories of 18 ex-combatants who were part of the reintegration to civil life Program held in Bogota. Our interviewees have adopted a position of victims, creating discourses of legitimation of the violence in order to avoid the according responsability. In there, it suggests a normalization of violence, remembering the concept of the “banality of evil” brought by Hannah Arendt. Our interviewees have used the paramilitary rhetoric to justify violence. This rhetoric belongs to the psychological construction of the enemy by the groups and it reveals the role of language in the construction of a paramilitary culture. Although, we found that there are other interpretations that don’t concede and justify violence. There are different interpretations of their reactions in the contexts of mass violence. From there we discussed the notions of moral and legal guilty. / Esta investigación se interesa por las interpretaciones de los excombatientes de los grupos paramilitares Autodefensas Unidas de Colombia sobre su participación en el conflicto armado interno. Estas narraciones, creadas en un contexto de reintegración social, permiten reflexionar sobre la construcción de la verdad por los excombatientes en los contextos post-conflicto. Analizamos las historias de vida de 18 excombatientes que participaban en el Programa de Reintegración a la Vida Civil en Bogotá. Nuestros entrevistados adoptaron una posición de víctimas, construyendo discursos justificatorios buscando des-responsabilizarse. Estos discursos muestran una normalización de la violencia que recuerdan la noción de “banalidad del mal” de Hannah Arendt. Nuestros entrevistados emplearon varias retóricas de los grupos paramilitares para justificar la violencia. Estas retóricas hacen parte de la construcción psicológica del enemigo por los grupos e invitan a analizar el rol del lenguaje en la construcción de una cultura paramilitar. Sin embargo, no todos utilizaron discursos justificatorios. Encontramos que existen varias interpretaciones de la manera en que nuestros entrevistados decían haber reaccionado a los contextos de violencia de masa, lo cual nos condujo a reflexionar sobre las nociones de culpabilidad moral y jurídica.
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De combattants à ex-combattants : interprétations des ex-combattants des groupes paramilitaires colombiens sur leur participation au conflit armé

Manrique Rueda, Gabriela 10 1900 (has links)
Ce mémoire s’intéresse aux récits des ex-combattants des groupes paramilitaires Autodéfenses unies de Colombie sur leur participation au conflit armé. Ces narrations, construites dans un contexte de réintégration à la société, permettent de réfléchir à la construction de la vérité par les ex-combattants dans les contextes post-conflit. Nous avons analysé les histoires de vie de 18 ex-combattants qui participaient au Programme de réintégration à la vie civile à Bogota. Nos interviewés ont adopté une position de victimes, en élaborant des discours justificateurs visant à se déresponsabiliser. Ces discours montrent une normalisation de la violence qui revient à la notion de « banalité du mal » d’Hannah Arendt. Nos interviewés ont employé plusieurs rhétoriques des groupes paramilitaires afin de justifier la violence. Ces rhétoriques font partie de la construction psychologique de l’ennemi par les groupes et elles invitent à analyser le rôle du langage dans la construction d’une culture paramilitaire. Néanmoins, certains interviewés ont condamné la violence exercée par leur groupe. Nous avons observé qu’il existe plusieurs interprétations de la manière dont nos interviewés disaient avoir réagi aux contextes de violence de masse, ce qui nous a amenés à réfléchir aux notions de culpabilité morale et juridique. / This paper studies the interpretations of the ex-combatants of the paramilitary groups United Self-Defense Forces of Colombia about their participation in the internal conflict. These discourses, created in a context of social reintegration, are used to discuss the recreation of the truth brought by the ex-combatants in post-conflict contexts. We analyzed the life stories of 18 ex-combatants who were part of the reintegration to civil life Program held in Bogota. Our interviewees have adopted a position of victims, creating discourses of legitimation of the violence in order to avoid the according responsability. In there, it suggests a normalization of violence, remembering the concept of the “banality of evil” brought by Hannah Arendt. Our interviewees have used the paramilitary rhetoric to justify violence. This rhetoric belongs to the psychological construction of the enemy by the groups and it reveals the role of language in the construction of a paramilitary culture. Although, we found that there are other interpretations that don’t concede and justify violence. There are different interpretations of their reactions in the contexts of mass violence. From there we discussed the notions of moral and legal guilty. / Esta investigación se interesa por las interpretaciones de los excombatientes de los grupos paramilitares Autodefensas Unidas de Colombia sobre su participación en el conflicto armado interno. Estas narraciones, creadas en un contexto de reintegración social, permiten reflexionar sobre la construcción de la verdad por los excombatientes en los contextos post-conflicto. Analizamos las historias de vida de 18 excombatientes que participaban en el Programa de Reintegración a la Vida Civil en Bogotá. Nuestros entrevistados adoptaron una posición de víctimas, construyendo discursos justificatorios buscando des-responsabilizarse. Estos discursos muestran una normalización de la violencia que recuerdan la noción de “banalidad del mal” de Hannah Arendt. Nuestros entrevistados emplearon varias retóricas de los grupos paramilitares para justificar la violencia. Estas retóricas hacen parte de la construcción psicológica del enemigo por los grupos e invitan a analizar el rol del lenguaje en la construcción de una cultura paramilitar. Sin embargo, no todos utilizaron discursos justificatorios. Encontramos que existen varias interpretaciones de la manera en que nuestros entrevistados decían haber reaccionado a los contextos de violencia de masa, lo cual nos condujo a reflexionar sobre las nociones de culpabilidad moral y jurídica.
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[en] HANNAH ARENDT AND THE PROBLEM OF EVIL / [pt] HANNAH ARENDT E O PROBLEMA DO MAL

MAURO SOUZA MARQUES DA COSTA BRAGA 01 June 2021 (has links)
[pt] Esta dissertação apresenta uma breve introdução à obra de Hannah Arendt a partir do problema do mal. Seu objetivo é determinar, com base em alguns dos principais conceitos enunciados pela autora, uma solução para a controvérsia, presente na literatura filosófica, sobre a compatibilidade entre as noções de radicalidade do mal, de matriz kantiana, e de banalidade do mal, desenvolvida por Arendt. Para isso, são estudados o evento totalitário e a abordagem realizada por Arendt do problema do mal. Nesse contexto, o ponto de partida é uma análise das visões sobre a questão do mal na tradição filosófica com base em Agostinho de Hipona, Leibniz, Kant e Nietzsche. A seguir, com base no fenômeno totalitário, é analisada a radicalidade do mal, com o objetivo de compreender os horrores praticados pelos regimes nazista e stalinista durante os tempos sombrios do século XX. Posteriormente, estuda-se o julgamento de Adolf Eichmann e seu significado para a obra da autora. Naquele julgamento, apareceram três questões fundamentais: a dificuldade dos juízes de julgar um caso sem precedentes; a consciência de Eichmann; e o fenômeno da banalidade do mal. A seguir, a pesquisa apresenta uma possibilidade de compatibilizar o conceito de mal radical com o de mal banal, presentes no cânone arendtiano, a partir de uma análise da correspondência de Arendt com Gershom Scholem. Por fim, com base nas noções arendtianas de ação e liberdade, destacaremos a maneira pela qual será possível ao ser humano o retorno a si mesmo, na forma de animal político que é. / [en] This dissertation presents a brief introduction to the work of Hannah Arendt based on the problem of evil. The objective is to determine, based on some of the main concepts presented by the author, a solution to the controversy, present in the philosophical literature, about the compatibility between the notions of the radicality of evil, with Kantian matrix, and the banality of evil, as developed by Arendt. To this end, the totalitarian event and Arendt s approach to the problem of evil are studied. In this context, the starting point is an analysis of the views on the question of evil in the philosophical tradition based on Augustine of Hippo, Leibniz, Kant and Nietzsche. Then, based on the totalitarian phenomenon, the radicality of evil is analyzed in order to understand the horrors practiced by the Nazi and Stalinist regimes during dark periods of the 20th century. Subsequently, Adolf Eichmann s judgment and its meaning for the author s work are studied. In that trial, three fundamental questions emerged: the judges difficulty in judging a case without precedents; Eichmann s conscience; and the phenomenon of the banality of evil. Next, the research presents a possibility of reconciling the concept of radical evil with that of banal evil, present in the Arendtian canon, based on an analysis of Arendt s correspondence with Gershom Scholem. Finally, based on the Arendtian notions of action and freedom, we will highlight the way in which it will be possible for the human being to return to himself/herself, in the form of the political animal that he/she is.

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