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Tempo memorial e tempo histórico: uma leitura de Eurico, o Presbítero

Souza, Celina Rosa de 19 May 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T19:59:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Celina Rosa de Souza.pdf: 319544 bytes, checksum: eed4399fd13418185b9022364dad8f2c (MD5) Previous issue date: 2010-05-19 / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo / The purpose of this research is a reading of Alexandre Herculano´s Eurico, o presbítero. In this study, we examine Herculano not only as a historical novelist, but as the author defines himself in his prologue, a "poet-chronicler," in other words, the guardian of the memory, the Portugal´s identity. In this perspective, we realize that Herculano, by alternating in his work poetry, through the memories worked in a subjective way, and chronicle, used as a literary record of historical facts, then chronological memory, had the intent to actually protect from the forgetfullness the reference of Portugal´s identity. He really wanted to be the guardian of it. From this perspective, we are led to a journey through time, through St. Agostinho and Aristóteles´s theories. The collective memory earns the status of guardian´s identity. Supported in Bachelard and Ecléia Bosi´s theoris, we will treat the function of the memory and, respectively, of the images that populate it and are rebuilt through the imagination of the novelist. Also important to note, in Herculano´s work, some theoretical´s influences proposed by Rousseau, such as the return to the nature in the search for a purification for the romantic author, through the removal of a society he can´t tolerate. Herculano, rebuilding the Middle Age, also created an intertextuality between his novel and Bernardim Ribeiro´s work, who was highly estimated in his period, which shows that, as Bernardim, Herculano wanted that his novel were read on two levels: a critic and a romantic way. We defend, therefore, that in the novel, we found the idealization of a rebuild of the self, based on the interface man versus nature, as this is the purification way of the society that is in a corruptive process, so the intent of the author is not limited to be the guardian of the memory, but, the incenter for the creation of a new Portuguese identity / A proposta desta dissertação é uma leitura da obra Eurico, o presbítero, de Alexandre Herculano. Nessa pesquisa, examinaremos Herculano não somente como um romancista histórico, mas sim, como o próprio autor se define em seu prólogo, como um cronista-poeta , ou seja, o guardião da memória, da identidade portuguesa. Nesta perspectiva, percebemos que Herculano, ao alternar em sua obra a poesia, por meio das memórias trabalhadas de forma subjetiva, e a crônica, utilizada como registro literário de fatos históricos, portanto memória cronológica, revela a intenção de, na verdade, proteger do esquecimento a referência da identidade portuguesa. Queria ser o guardião desta. A partir desta perspectiva, somos levados a uma viagem pelo tempo, por meio das teorias de Santo Agostinho e Aristóteles. A memória coletiva ganha o papel de guardiã da identidade. Amparados em Bachelard e Ecléia Bosi trataremos do papel da memória e, respectivamente, das imagens que a povoam e que são reconstruídas pela imaginação do romancista. É importante ressaltar também, na obra de Herculano, algumas influências teóricas propostas por Rousseau, tais como a volta à natureza, na busca pelo autor romântico de uma purificação, por meio do afastamento de uma sociedade que o desagrada. Herculano ao reconstruir o ideário da Idade Média, criou também uma intertextualidade entre seu romance e o de Bernardim Ribeiro, que era muito apreciado em seu período, o que evidencia que, como Bernardim, Herculano queria que seu romance de amor fosse lido em dois planos: um crítico e outro amoroso. Defendemos, portanto, que no romance, há a idealização de uma reconstrução do eu, pautada na relação homem versus natureza, por esta ser purificadora da sociedade em processo corruptivo, de modo que a intenção do autor não se limita à de guardião da memória, mas sim, incentivador da criação de uma nova identidade portuguesa

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