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A questão de Molyneux em Diderot / Molyneuxs question in Diderot

Adell, Edna Amaral de Andrade 25 March 2011 (has links)
O objetivo principal da presente dissertação é mostrar a brilhante solução dada por Diderot à questão de Molyneux que foi proposta à Locke por Molyneux e tinha o seguinte enunciado: um cego de nascença que aprendeu a identificar uma esfera e um cubo pelo tato, quando curado e puder enxergar, poderá distinguir estes objetos apenas pela visão? Esta questão leva a discussões filosóficas a respeito de percepções táteis e visuais. Ampliando a abordagem do problema podemos questionar outros pontos, tais como: 1) O cego que recupera a visão pode transferir para o domínio visual o conhecimento adquirido pelo tato?; 2) Pode este homem perceber a tridimensionalidade do espaço?; 3) A percepção do espaço é inata ou adquirida? Diderot vai além desta investigação e questiona: 1) Como o cego recém-operado relataria suas novas sensações?; 2) Por esta investigação específica não seria possível descobrir como o indivíduo adquire seu conhecimento do mundo?; 3) Pode-se afirmar que a moral e a religião dependem da percepção?; 4) Existe alguma relação entre a percepção e a linguagem?; 5) No caso desta relação de fato existir, quais são suas implicações epistemológicas? As considerações de Diderot sobre o tema encontram-se na Carta sobre os cegos para o uso dos que veem (1749). Nesta obra, o filósofo francês mostra como as nossas ideias dependem dos nossos sentidos e conduz um estudo muito interessante sobre a origem do conhecimento e de que maneira a falta de um dos cinco sentidos modifica as noções adquiridas com relação aos conceitos de visão, moralidade e a existência de Deus. Diderot empenha-se em compreender como a abstração de certas percepções pode conduzir um indivíduo a determinados conceitos. Ele retoma várias vezes o problema de Molyneux para analisar como o cego de nascença pode representar o espaço e em todas suas afirmações encontra a solução no conhecimento da geometria. O texto possui três momentos fundamentais. No primeiro, Diderot interroga o cego de nascença Puiseaux e relata como esse cego vive em seu mundo e como ele define objetos dos quais não pode possuir nenhum conhecimento sensível devido à falta de visão. Na segunda parte do texto, Diderot descreve como o matemático Saunderson, cego desde um ano de idade, adquiriu conhecimentos pelo tato como se não fosse privado da visão. Em seguida, Diderot atribui a Saunderson, em um diálogo com o reverendo Holmes, um discurso no qual especula os conceitos de Deus, do bem e do mal em um indivíduo privado de um dos sentidos. Dessa forma, ele mostra como nossas ideias concernentes à existência de Deus e à moral não são absolutas e sim relativas à nossa condição física e à conformação de nossos órgãos. No terceiro momento da Carta, Diderot expõe o problema de Molyneux e reponde à questão, comparando suas considerações com as de Locke e Condillac. / The main objective of this thesis is to show the brilliant solution given by Diderot to Molyneuxs question which was proposed to Locke by Molyneux. It said: a born blind man who learnt to identify a globe and a cube by his touch, when having his sight restored and being able to see, will he be able to distinguish these objects just looking at them? This question leads to philosophical discussions regarding to tactile and visual perceptions. Extending the approach to the problem we can ask other points, such as: 1) Can the blind man who recovers his sight transfer to the visual domain the knowledge acquired by touch?; 2) Can this man perceive the three dimensions of the space?; 3) The perception of space is innate or acquired? Diderot goes further and asks: 1) How would the new-sighted man present his new sensations?; 2) Through this scientific investigation, could it not be possible to discover how an individual acquires his knowledge of the world? ; 3) Can one say that moral and religion depend on perception?; 4) Is there any relation between perception and language?; 5) If this relation really exists, what are its epistemological implications? Diderots accounts on the subject can be found in the Letter on the blind (1749). In this text, the French philosopher shows how our ideas depend on our senses and he guides a very interesting study on the origin of knowledge and how the lack of one of our five senses can modify the acquired notions regarding to the concepts of sight, morality and the existence of God. Diderot strives to understand how the abstraction of some perceptions can lead the individual to certain concepts. He retakes Molyenuxs problem many times to analyse how the born blind man can represent the space and in all his assertions he finds out the solution for the problem in geometry. The text has three fundamental moments. In the first one, Diderot questions the born blind Puiseaux and reports how that blind man lives in his world and how he defines objects of which he cannot have any sensible knowledge due to his lack of vision. In the second part of the text, Diderot describes how the mathematician Saunderson, blind since one year old, acquired knowledge by touch as he was not deprived of sight. After that, Diderot attributes to Saunderson, in a dialogue with Reverend Holmes, a speech in which he speculates the concepts of God, of good and evil in an individual deprived of one of the senses Thus, he demonstrates how our ideas related to the existence of God and to the moral are not absolute, but relative to our physical condition and to the conformation of our organs. In the third moment of the Letter, Diderot exposes Molyneuxs problem and answers to the question, comparing his considerations to Lockes and Condillacs.
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A questão de Molyneux em Diderot / Molyneuxs question in Diderot

Edna Amaral de Andrade Adell 25 March 2011 (has links)
O objetivo principal da presente dissertação é mostrar a brilhante solução dada por Diderot à questão de Molyneux que foi proposta à Locke por Molyneux e tinha o seguinte enunciado: um cego de nascença que aprendeu a identificar uma esfera e um cubo pelo tato, quando curado e puder enxergar, poderá distinguir estes objetos apenas pela visão? Esta questão leva a discussões filosóficas a respeito de percepções táteis e visuais. Ampliando a abordagem do problema podemos questionar outros pontos, tais como: 1) O cego que recupera a visão pode transferir para o domínio visual o conhecimento adquirido pelo tato?; 2) Pode este homem perceber a tridimensionalidade do espaço?; 3) A percepção do espaço é inata ou adquirida? Diderot vai além desta investigação e questiona: 1) Como o cego recém-operado relataria suas novas sensações?; 2) Por esta investigação específica não seria possível descobrir como o indivíduo adquire seu conhecimento do mundo?; 3) Pode-se afirmar que a moral e a religião dependem da percepção?; 4) Existe alguma relação entre a percepção e a linguagem?; 5) No caso desta relação de fato existir, quais são suas implicações epistemológicas? As considerações de Diderot sobre o tema encontram-se na Carta sobre os cegos para o uso dos que veem (1749). Nesta obra, o filósofo francês mostra como as nossas ideias dependem dos nossos sentidos e conduz um estudo muito interessante sobre a origem do conhecimento e de que maneira a falta de um dos cinco sentidos modifica as noções adquiridas com relação aos conceitos de visão, moralidade e a existência de Deus. Diderot empenha-se em compreender como a abstração de certas percepções pode conduzir um indivíduo a determinados conceitos. Ele retoma várias vezes o problema de Molyneux para analisar como o cego de nascença pode representar o espaço e em todas suas afirmações encontra a solução no conhecimento da geometria. O texto possui três momentos fundamentais. No primeiro, Diderot interroga o cego de nascença Puiseaux e relata como esse cego vive em seu mundo e como ele define objetos dos quais não pode possuir nenhum conhecimento sensível devido à falta de visão. Na segunda parte do texto, Diderot descreve como o matemático Saunderson, cego desde um ano de idade, adquiriu conhecimentos pelo tato como se não fosse privado da visão. Em seguida, Diderot atribui a Saunderson, em um diálogo com o reverendo Holmes, um discurso no qual especula os conceitos de Deus, do bem e do mal em um indivíduo privado de um dos sentidos. Dessa forma, ele mostra como nossas ideias concernentes à existência de Deus e à moral não são absolutas e sim relativas à nossa condição física e à conformação de nossos órgãos. No terceiro momento da Carta, Diderot expõe o problema de Molyneux e reponde à questão, comparando suas considerações com as de Locke e Condillac. / The main objective of this thesis is to show the brilliant solution given by Diderot to Molyneuxs question which was proposed to Locke by Molyneux. It said: a born blind man who learnt to identify a globe and a cube by his touch, when having his sight restored and being able to see, will he be able to distinguish these objects just looking at them? This question leads to philosophical discussions regarding to tactile and visual perceptions. Extending the approach to the problem we can ask other points, such as: 1) Can the blind man who recovers his sight transfer to the visual domain the knowledge acquired by touch?; 2) Can this man perceive the three dimensions of the space?; 3) The perception of space is innate or acquired? Diderot goes further and asks: 1) How would the new-sighted man present his new sensations?; 2) Through this scientific investigation, could it not be possible to discover how an individual acquires his knowledge of the world? ; 3) Can one say that moral and religion depend on perception?; 4) Is there any relation between perception and language?; 5) If this relation really exists, what are its epistemological implications? Diderots accounts on the subject can be found in the Letter on the blind (1749). In this text, the French philosopher shows how our ideas depend on our senses and he guides a very interesting study on the origin of knowledge and how the lack of one of our five senses can modify the acquired notions regarding to the concepts of sight, morality and the existence of God. Diderot strives to understand how the abstraction of some perceptions can lead the individual to certain concepts. He retakes Molyenuxs problem many times to analyse how the born blind man can represent the space and in all his assertions he finds out the solution for the problem in geometry. The text has three fundamental moments. In the first one, Diderot questions the born blind Puiseaux and reports how that blind man lives in his world and how he defines objects of which he cannot have any sensible knowledge due to his lack of vision. In the second part of the text, Diderot describes how the mathematician Saunderson, blind since one year old, acquired knowledge by touch as he was not deprived of sight. After that, Diderot attributes to Saunderson, in a dialogue with Reverend Holmes, a speech in which he speculates the concepts of God, of good and evil in an individual deprived of one of the senses Thus, he demonstrates how our ideas related to the existence of God and to the moral are not absolute, but relative to our physical condition and to the conformation of our organs. In the third moment of the Letter, Diderot exposes Molyneuxs problem and answers to the question, comparing his considerations to Lockes and Condillacs.
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Libertação, conversão e catequese em Jo 9. Estudo do texto, suas consequências na comunidade joanina e indicativos para catequese

Silvia Regina Nunes da Rosa Togneri 19 November 2011 (has links)
Libertação, Conversão e Catequese em Jo 9 tem o propósito de identificar o itinerário percorrido por uma pessoa cega de nascença para confessar sua adesão de fé, publicamente, a Jesus, como o Filho do homem, em tempos de exclusão da sinagoga. A libertação das normas e leis que não estão em defesa da vida e, que, por isso, não são de Deus, exige coragem, a partir da abertura dos olhos e da mente, frente a uma situação que exclui. O primeiro capítulo aborda o evangelho segundo a comunidade joanina como um todo, evidenciando suas principais características, sua relação com as festas judaicas e o sábado. O segundo capítulo aprofunda o estudo da narrativa da cura do cego de nascença, para evidenciar como a libertação, conversão e catequese aparecem no texto. Essa narrativa apresenta o processo de adesão a Jesus como o Filho do homem e, como, para isso, Ele precisa ser visto perfeitamente como Ele é. Para tal, é necessária a abertura gradativa da visão, mesmo em tempo de punição e exclusão, por parte dos judeus fariseus, a quem nEle confessa sua fé. O entendimento a respeito de quem é Jesus dá-se a partir do fazer o que ele manda; enfrentar com coragem os interrogatórios do grupo dos judeus fariseus e não temer mostrar opinião contrária a eles, mesmo que isso resulte em uma punição. O cego curado é modelo para a comunidade ao se deixar iluminar por Jesus. O terceiro capítulo aprofunda como a catequese pode ser feita a partir do texto de Jo 9. Estuda a forma como a comunidade joanina desenvolveu o seu processo catequético, o da comunidade judaica e da comunidade cristã primitiva. Com base no itinerário de libertação e conversão, realizado pelo cego curado, apresentamos alguns elementos indicativos para a catequese de adultos em nossos dias. / Liberation, Conversion and Catechesis have the purpose, in John 9, to identify the itinerary of a person born blind in order to profess publicly his adhesion of faith to Jesus, as the Son of Man, in a time of exclusion from the synagogue. The liberation from laws and rules not directed towards defending life and, therefore, not according to the will of God, with regard to an excluding situation, takes courage after having opened eyes and mind. The first chapter considers the gospel according to the community of John as a whole, pointing out its main characteristics, its relation to the Jewish Feasts and the Sabbath. Chapter two deepens the study of the narration about the healing of the man born blind so as to make clear how liberation, conversion and catechesis become evident in the text. The narration presents the process of adhesion to Jesus as the Son of Man, showing how, accordingly, Jesus has to be seen exactly like he is. Therefore, the person who professes faith in Him, even in times of punishment and exclusion by the Jews and Pharisees, needs having his eyes gradually opened. The understanding of who Jesus is begins with doing what he orders, confronting courageously the questionning by the group of Jews Pharisees and not fearing to express an opinion contrary to theirs, even at the risk of punishment. The man born blind now healed, who lets himself be illuminated by Jesus, is a model for the community. Chapter three shows how the text of John 9 can be used for catechesis and how the community of John, the Jewish and the ancient Christian communities developed their catechetical process. Based on the itinerary of liberation and conversion made by the man born blind now healed, indicative elements for the catechesis of adults in our days are presented.

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