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Transitividade variável em verbos monotransitivos e o uso inovador do clítico lhe no português do Brasil

Lucas, Elaine Mesquita January 2008 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Classicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2008. / Submitted by Jaqueline Oliveira (jaqueoliveiram@gmail.com) on 2008-11-13T16:17:43Z No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO_2008_ElaineMesquitaLucas.pdf: 569243 bytes, checksum: 1f6351742ef39c145363f70a4bf1981e (MD5) / Approved for entry into archive by Georgia Fernandes(georgia@bce.unb.br) on 2009-01-28T11:53:30Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO_2008_ElaineMesquitaLucas.pdf: 569243 bytes, checksum: 1f6351742ef39c145363f70a4bf1981e (MD5) / Made available in DSpace on 2009-01-28T11:53:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO_2008_ElaineMesquitaLucas.pdf: 569243 bytes, checksum: 1f6351742ef39c145363f70a4bf1981e (MD5) / Este trabalho examina a sintaxe de complementação e pronominalização no português do Brasil (PB), considerando particularmente a ocorrência de complementos preposicionados em oposição a complementos objeto direto, bem como a retomada anafórica dessas funções gramaticais por meio do clítico dativo lhe (e demais formas do paradigma). São consideradas nesta pesquisa apenas as estruturas formadas por predicados monotransitivos que selecionam um argumento interno preposicionado introduzido pela preposição a. Procuramos relacionar duas inovações verificadas na sintaxe de complementação e no quadro pronominal do PB: (a) queda da preposição a introdutora de complemento preposicionado de verbos monotransitivos, conduzindo a que esse complemento seja mapeado como objeto direto e (b) a realização do clítico dativo lhe como complemento objeto direto. À luz do quadro teórico da teoria gerativa, buscamos relacionar os fenômenos em estudo a fatores sintático-semânticos, como o tipo aspectual de predicado e o estatuto do complemento quanto à propriedade de mudança de estado do complemento. Na análise, identifica-se ambigüidade na interpretação do complemento com o papel temático de Alvo e Tema, o que explica sua realização como OD ou OI. Verifica-se ainda que a preposição a dos predicados monotransitivos é uma preposição gramatical/ dummy, que ocorre como marca morfológica de Caso. O mapeamento do complemento como OD é analisado no contexto mais amplo da perda da preposição a na codificação do dativo no PB. Adicionalmente, demonstra-se que as mudanças no sistema pronominal do PB, pelas quais passa a se caracterizar como sistema mais referencial em detrimento de um sistema casual, conduzem a que o clítico seja mapeado também como clítico acusativo. __________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The study examines the syntax of complementation and pronominalization in Brazilian Portuguese (PB). In particular, the occurrence of prepositional complements, as opposed to direct objects is taken into consideration, in relation to the use of the dative clitic lhe anaphoric as an anaphoric pronoun in (direct) object position. Adopting the approach of the generative framework, the discussion is mainly concerned with monotransitive constructions introduced by the preposition a, establishing a relation between two innovations of BP grammar: (a) the loss of the preposition a introducing the prepositional complement, giving rise to a monotransitive predicate with a direct object; and (b) the realization of the dative clitic lhe as accusative. The study further considers the role of syntactic and semantic features, such as the aspectual properties of the predicate and the status of the complement with respect affectedness. An ambiguity in the interpretation of the Goal and Theme thematic roles is identified, which is taken to account to their realization as DO and IO. From the syntactic point of view, the preposition a is analysed as grammatical/ dummy category, occurring as morphological Case marker. The mapping of the DO is analysed within the broader context of the change in the syntax of datives in BP. It is additionally shown that the fact that the pronominal system in PB tends to become a system encoding referentiality, not case, relates to the fact that the dative clitic is mapped as accusative.
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A complementação oracional no latim : a estrutura ‘accusativus cum infinitivo’

Castro, Jane Adriana Ramos Ottoni de 14 March 2014 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2014. / Submitted by Larissa Stefane Vieira Rodrigues (larissarodrigues@bce.unb.br) on 2014-11-10T20:01:37Z No. of bitstreams: 1 2014_JaneAdrianaRamosOttoniDeCastro.pdf: 1610923 bytes, checksum: 480c1a2d14f7a4f206b21775037636da (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2014-11-11T17:03:39Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2014_JaneAdrianaRamosOttoniDeCastro.pdf: 1610923 bytes, checksum: 480c1a2d14f7a4f206b21775037636da (MD5) / Made available in DSpace on 2014-11-11T17:03:39Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2014_JaneAdrianaRamosOttoniDeCastro.pdf: 1610923 bytes, checksum: 480c1a2d14f7a4f206b21775037636da (MD5) / O foco do presente trabalho é o estudo descritivo e explicativo de um determinado tipo de complementação oracional no latim, presente desde o período arcaico e produtivo até depois do período clássico, a estrutura Accusativus cum Infinitivo (AcI). Segundo Serbat (1986, p.174), o uso da construção AcI declina lentamente até o meio do primeiro milênio. A estrutura AcI é uma oração completiva, que ocorre sem conjunção ou preposição, sendo seu sujeito flexionado no Caso acusativo, e o verbo no infinitivo, o qual manifesta flexão de tempo/ aspecto/ voz. É enquadrada nas possibilidades de complementação de predicados do tipo epistêmicos (verba sciendi), de predicados declarativos (verba declarandi) e de predicados jussivos (verba jubendi), além de estruturas ditas impessoais. Seguindo vários estudos, atribuímos a ampla distribuição de AcI à presença da flexão de tempo/ aspecto/ voz no infinitivo. O estudo tem como principal questão de pesquisa identificar os fatores que determinam a flexão em Acusativo do sujeito do infinitivo. Partimos da hipótese de que o caso Acusativo é um caso default, cuja manifestação é associada ao traço [+atual] em T ou [+durativo] em Asp, conforme demonstram os “usos particulares” dessa categoria. Tal propriedade morfossintática permite que AcI manifeste o traço [+definido] em T, uma propriedade crucial dessa estrutura. Adotando o quadro teórico gerativista, propomos que AcI pode ser realizada tanto como um CP, quanto como um TP, em determinados contextos sintáticos. Isso permite explicar as estruturas em que o sujeito acusativo é licenciado internamente à oração complemento e as estruturas em que é licenciado por uma categoria funcional no domínio da matriz. Investigamos ainda os fatores que determinam a perda da oração AcI nas línguas românicas, rejeitando a hipótese corrente que a relaciona à perda da flexão do infinitivo (para tempo/ aspecto/ voz), uma vez que é possível demonstrar que formais verbais inovadoras passam a codificar tais informações. Diante disso, sugere-se que o desaparecimento de AcI se deve à reanálise do sistema pronominal, que leva ao surgimento da formas pronominais de 3a pessoa, bem como ao alinhamento de todos os pronomes como clíticos. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / The goal of the present study is to examine a certain type of complement clause in Latin, which is productively used back to the archaic period (3rd century B.C.), up to the post-classical period, namely the Accusativus cum Infinitivo (AcI) construction. According to Serbat (1986, p.174), the occurrence of AcI decreases slowly until the first half of the first millennium. The AcI structure is a completive clause that is found without an introductory complementizer or preposition, its subject being inflected for the accusative case, while the infinitival verb manifests tense/ aspectual/ voice inflection. The AcI is one of the possible complements of epistemic predicates (sciendi), declarative predicates (declarandi) and jussive predicates (jubendi), as well as impersonal structures. Following previous studies, we account for the pervasive distribution of AcI alluding to the presence of tense/ aspect/ voice inflection on the infinitive. The main research question is thus to determine the formal conditions licensing the accusative inflection on the subject of the infinitive. We assume that the accusative is a default case, we argue that its manifestation is associated with the feature [+actual] on T or [+durative] on Asp, as can be inferred from the particular uses of the accusative. The former property interacts with the fact that AcI manifests the feature [+definite] on T, which is crucially found when it is a complement of dicendi verbs. Adopting the framework of the generative theory, we propose that the AcI construction may be realized either as a CP, or as a TP, depending on whether the accusative subject is licensed either internally to the completive clause or by a functional head of the matrix clause. We further investigate the conditions determining the loss of the AcI clause in the Romance languages, rejecting the current hypothesis that relates it to the loss of (tense/ aspect/ voice) inflection on the infinitive, as it is possible to show that the innovative verbal forms also encode tense and aspect properties. Given this, we suggest that the loss of AcI is due to the reanalysis of the pronominal system, by which 3rd person forms arise, forming with 1st and 2nd person forms a paradigm of pronominal clitics.

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