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A distinção entre conceito e objeto e a inexpressabilidade da lógica em FregeMachado, Valquíria January 2014 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo compreender como a distinção entre conceito e objeto opera no sistema fregeano de modo a autorizar ou não alguma concepção de inexpressabilidade como característica fundamental da lógica. O problema de fundo é determinar em que sentido distinções entre categorias lógicas, especificamente a distinção entre conceito e objeto, envolvem algum tipo de inexpressabilidade. A questão é abordada com foco no problema do estatuto da proposição “O conceito cavalo não é um conceito”. Tratamos do problema através da apresentação de duas alternativas que envolvem um esforço de formalização da proposição. A primeira alternativa insere-se numa tradição de comentários que aproxima as considerações de Frege sobre essa proposição a certas ideias do Tractatus de Wittgenstein, atribuindo à proposição o estatuto de contrassenso. A segunda alternativa problematiza, pelo menos em parte, a primeira, ao trazer razões para a consideração da afirmação como uma proposição com sentido. Refletindo sobre as duas alternativas, consideramos que há mais de uma maneira de conceber a ideia de inexpressabilidade da lógica presente nas obras de Frege. / This work aims to understand how the distinction between concept and object works in the fregean system in such a way as to authorize some conception of inexpressibility as a fundamental feature of logic. The background problem is to ascertain how distinctions between logical categories, specifically the distinction between concept and object, involve some kind of inexpressibility. Our approach to the question focuses on the problem of the status of the proposition ‘The concept horse is not a concept’. Two alternatives are shown here that involve an effort of formalization of this proposition. The first alternative is part of a tradition of Frege’s exegesis that approximates Frege’s considerations about this proposition to certain ideas of Wittgenstein's Tractatus, assigning to the proposition the status of nonsense. The second alternative probematizes the first one at least in part by bringing reasons to considerate the statement as a proposition with sense. Reflecting on the two alternatives, we believe that there is more than one way of conceiving the idea of inexpressibility of logic in the works of Frege.
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A distinção entre conceito e objeto e a inexpressabilidade da lógica em FregeMachado, Valquíria January 2014 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo compreender como a distinção entre conceito e objeto opera no sistema fregeano de modo a autorizar ou não alguma concepção de inexpressabilidade como característica fundamental da lógica. O problema de fundo é determinar em que sentido distinções entre categorias lógicas, especificamente a distinção entre conceito e objeto, envolvem algum tipo de inexpressabilidade. A questão é abordada com foco no problema do estatuto da proposição “O conceito cavalo não é um conceito”. Tratamos do problema através da apresentação de duas alternativas que envolvem um esforço de formalização da proposição. A primeira alternativa insere-se numa tradição de comentários que aproxima as considerações de Frege sobre essa proposição a certas ideias do Tractatus de Wittgenstein, atribuindo à proposição o estatuto de contrassenso. A segunda alternativa problematiza, pelo menos em parte, a primeira, ao trazer razões para a consideração da afirmação como uma proposição com sentido. Refletindo sobre as duas alternativas, consideramos que há mais de uma maneira de conceber a ideia de inexpressabilidade da lógica presente nas obras de Frege. / This work aims to understand how the distinction between concept and object works in the fregean system in such a way as to authorize some conception of inexpressibility as a fundamental feature of logic. The background problem is to ascertain how distinctions between logical categories, specifically the distinction between concept and object, involve some kind of inexpressibility. Our approach to the question focuses on the problem of the status of the proposition ‘The concept horse is not a concept’. Two alternatives are shown here that involve an effort of formalization of this proposition. The first alternative is part of a tradition of Frege’s exegesis that approximates Frege’s considerations about this proposition to certain ideas of Wittgenstein's Tractatus, assigning to the proposition the status of nonsense. The second alternative probematizes the first one at least in part by bringing reasons to considerate the statement as a proposition with sense. Reflecting on the two alternatives, we believe that there is more than one way of conceiving the idea of inexpressibility of logic in the works of Frege.
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A distinção entre conceito e objeto e a inexpressabilidade da lógica em FregeMachado, Valquíria January 2014 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo compreender como a distinção entre conceito e objeto opera no sistema fregeano de modo a autorizar ou não alguma concepção de inexpressabilidade como característica fundamental da lógica. O problema de fundo é determinar em que sentido distinções entre categorias lógicas, especificamente a distinção entre conceito e objeto, envolvem algum tipo de inexpressabilidade. A questão é abordada com foco no problema do estatuto da proposição “O conceito cavalo não é um conceito”. Tratamos do problema através da apresentação de duas alternativas que envolvem um esforço de formalização da proposição. A primeira alternativa insere-se numa tradição de comentários que aproxima as considerações de Frege sobre essa proposição a certas ideias do Tractatus de Wittgenstein, atribuindo à proposição o estatuto de contrassenso. A segunda alternativa problematiza, pelo menos em parte, a primeira, ao trazer razões para a consideração da afirmação como uma proposição com sentido. Refletindo sobre as duas alternativas, consideramos que há mais de uma maneira de conceber a ideia de inexpressabilidade da lógica presente nas obras de Frege. / This work aims to understand how the distinction between concept and object works in the fregean system in such a way as to authorize some conception of inexpressibility as a fundamental feature of logic. The background problem is to ascertain how distinctions between logical categories, specifically the distinction between concept and object, involve some kind of inexpressibility. Our approach to the question focuses on the problem of the status of the proposition ‘The concept horse is not a concept’. Two alternatives are shown here that involve an effort of formalization of this proposition. The first alternative is part of a tradition of Frege’s exegesis that approximates Frege’s considerations about this proposition to certain ideas of Wittgenstein's Tractatus, assigning to the proposition the status of nonsense. The second alternative probematizes the first one at least in part by bringing reasons to considerate the statement as a proposition with sense. Reflecting on the two alternatives, we believe that there is more than one way of conceiving the idea of inexpressibility of logic in the works of Frege.
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Lógica e formação de conceitos em KantSilva, Mitieli Seixas da January 2016 (has links)
Nesta tese buscamos identificar uma resposta à questão sobre a formação dos conceitos empíricos à luz da lógica geral. Para responder essa questão, trabalhamos em dois caminhos. Em primeiro lugar, buscamos compreender qual é exatamente a questão que pode ser respondida no domínio da lógica geral. Para alcançar esse objetivo partimos de uma pista encontrada na Crítica da razão pura, onde Kant compara o projeto crítico com aquele desenvolvido por John Locke, e investigamos o modo como Locke explica a formação das representações gerais. Além disso, procedemos por analisar a própria noção de lógica geral em Kant, o que foi realizado, igualmente, em duas etapas: o registro histórico das influências recebidas através do Manual de Meier e a análise das Reflexões concernentes à natureza e limite da lógica geral. Realizado esse trabalho, foi possível circunscrever nossa questão inicial: à lógica geral cabe explicar a forma dos conceitos, isto é, sua universalidade. Assim, em segundo lugar, nos dedicamos à análise da distinção do que consiste propriamente a universalidade dos conceitos para Kant. Sugerimos que a universalidade dos conceitos, em oposição à singularidade das intuições, significa tomar uma representação parcial como fundamento de cognição. A hipótese desenvolvida foi, portanto, enfrentar o texto das Lições e das Reflexões sobre lógica, especificamente, no que diz respeito ao papel dos atos lógicos (comparação, reflexão e abstração), para buscar encontrar uma explicação de como surgem representações capazes de serem utilizadas pelo entendimento como fundamento de cognição. Após discutir e rejeitar uma possibilidade de interpretação encontrada na literatura, sugerimos uma alternativa para compreender o papel dos atos lógicos na geração da forma de um conceito. Defendemos, assim, que a comparação e a reflexão respondem pelas atividades de: i) representar como parte, o que não é explicado pela recepção de um objeto intuído e; ii) tomar uma representação parcial como fundamento de cognição da coisa. Por sua vez, caberia à abstração, atividade de separar representações, um papel negativo: uma vez tomada uma representação como fundamento de cognição da coisa, segue-se uma subordinação da coisa à minha representação na medida em que a penso segundo o que ela tem em comum com outras. / The aim of this thesis is to identify an answer to the question about the formation of the empirical concepts through the general logic in Kant. In order to obtain this aim, we worked on two tracks. First, we try to understand what is exactly the question which can be answered by general logic. For this, we start with a clue found in the Critique of pure reason, where Kant compares his own project with the one developed in John Locke’s work and, then, investigate how Locke explains the formation of general representations. Besides that, we proceed to analyse the Kantian notion of general logic, which is also realized in two steps: an historical approach of the influences received by the Georg F. Meier’s Auszug and the analysis of the Kantian Notes over Meier’s text on the nature and limits of general logic. Therefore, we could circumscribe our initial question: the general logic can explain only the form of concepts, namely, their generality. Secondly, we scrutinize the distinction between intuitions and concepts through the following criteria: immediacy/mediacy and singularity/generality. We suggest understanding the generality of concepts in terms of the capacity of “taking a partial representation as a ground of cognition”. So, the developed hypothesis was to look to the Kantian Notes on logic, especially its sections dedicated to the logical acts (comparison, reflection, abstraction) in order to find an explanation of the generation of general representations capable of being used by the understanding as a ground of cognition. After discussing and rejecting a possibility found in the specialized literature, we suggest an alternative to understanding the logical acts in the generation of the form of concepts. We defend, by the end, that the comparison and reflection are activities of: i) representing as partial, which cannot be explained exclusively by the reception of an object e; ii) taking that partial representation as a ground of cognition. On the other hand, the logical act of abstraction is the activity of separating representations: once we have a representation taken as a ground of cognition, it follows an activity of subordination of the thing represented according to what it has in common with others.
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O fio condutor na dedução metafísica : matéria, forma e síntese nos conceitos purosSilva, Mitieli Seixas da January 2008 (has links)
Como entender a afirmação de Kant de que os conceitos puros do entendimento são derivados do entendimento puro? Este problema se impõe na medida em que as categorias são conceitos e os conceitos são cognições cuja forma é a mesma para todos e cuja matéria é sempre oriunda da sensibilidade. Por sua vez, tal dificuldade nos deixa outro problema: compreender como podemos distinguir duas categorias puras, sendo que elas não possuem matéria e têm a mesma forma comum. Ora, se os únicos modos de distinguirmos entre diferentes conceitos é com base em sua matéria ou sua forma, então parece que duas categorias puras – como as categorias de substância e causa - não são, em princípio, conceitos distintos. Testaremos a alternativa de buscar um modo de distinção entre conceitos que não passe nem pela sua matéria, nem pela sua forma entendida como mera universalidade. Investiguemos se é possível termos conceitos empíricos que quanto à matéria e quanto à forma são iguais, mas que, no entanto, são – ainda assim - distintos. Pensemos no exemplo dos conceitos de “árvore”, “passarinho” e “arvorinho”. Se tomarmos os dois primeiros conceitos, vemos que eles exprimem uma realidade na medida em que correspondem a certa apreensão dos objetos na intuição empírica, do mesmo modo que o conceito de “arvorinho”. Assim, ao perguntarmos pelo fundamento empírico desses conceitos, vemos que eles são “formados” a partir de uma mesma matéria sensível. Por outro lado, sabemos que estes conceitos também são idênticos no que diz respeito à sua forma. Entretanto, mesmo tendo a mesma matéria e a mesma forma, são conceitos distintos. O que este exemplo chama atenção é uma diferença na síntese que nem sempre pode ser explicada pela matéria sintetizada. Por sua vez, tal síntese pode ser dita uma síntese empírica na medida em que sua regra refletida no conceito do objeto é determinada com recurso à experiência. Assim, se pudermos encontrar algo análogo a esta regra de síntese no caso dos conceitos puros do entendimento, poderemos chegar a um fundamento de distinção entre os conceitos que não repousa nem na sua matéria nem na sua forma como mera universalidade. Modos distintos de fazer uma síntese pura, permitiriam distinguir uma categoria pura de outra, por exemplo, que nos permitiriam distinguir a categoria de “substância” da categoria de “causa”. E, com isso, podemos tentar resolver o problema da derivação das categorias do entendimento ao atentar para uma regra de síntese pura refletida nas categorias, regra essa que poderia ser derivada das formas do juízo. A tarefa desta dissertação será elucidar os elementos do problema aqui exposto e apresentar a solução aqui indicada. / How to understand Kant’s claim that the pure concepts of understanding are derived from the pure understanding? This problem arises because the categories are concepts, and the concepts are cognitions whose form is the same and whose matter is always derived from sensibility. This difficulty leads us to another problem: how to distinguish between two pure categories, once they don’t have matter, but they still do have the same common form. If the only way to distinguish concepts is with respect to their matter, then it seems that two pure categories – like the categories of substance and cause – are not, in principle, two distinct concepts. We shall test the alternative of finding a way of distinguishing between concepts neither from their matter, nor from their form understood as a mere universality. We shall investigate if it is possible to have empirical concepts which are the same in regard to their matter and form, but are, nevertheless, distinct concepts. Think about the example of the concepts “tree”, “bird” and “treebird”. If we take the two first concepts, we see that they express a reality because they correspond to the apprehension of objects in the empirical intuition, like the concept of “tree-bird”. So, if we ask for the empirical ground of their concepts, we shall find that they are “formed” from the same sensible matter. On the other hand, we know that these concepts are also the same in regard the common form. However, even though they have the same matter and the same form, they are distinct concepts. What this example shows is a difference in the synthesis, that can not always be explained by the synthesized matter. This synthesis can be called an empirical synthesis, since it’s rule reflected in the concept of the object is determined by means of experience. Therefore, if we can find something analogous to this rule of synthesis in the case of the pure concepts of the understanding, we can find a ground for distinguishing between the concepts that do not rest neither in their matter, nor in their form as a mere universality. Distinct ways of making a pure synthesis would permit to distinguish one pure category from another, for example, they would permit to distinguish the category of “substance” from the category of “cause”. And, then, we can try to solve the problem of the derivation of the categories of pure understanding when we pay attention to the rule of pure synthesis reflected in the categories, a rule that can be derived from the judgment forms. The task of this dissertation is to elucidate the elements of the problem here exposed and to present the solution here indicated.
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Lógica e formação de conceitos em KantSilva, Mitieli Seixas da January 2016 (has links)
Nesta tese buscamos identificar uma resposta à questão sobre a formação dos conceitos empíricos à luz da lógica geral. Para responder essa questão, trabalhamos em dois caminhos. Em primeiro lugar, buscamos compreender qual é exatamente a questão que pode ser respondida no domínio da lógica geral. Para alcançar esse objetivo partimos de uma pista encontrada na Crítica da razão pura, onde Kant compara o projeto crítico com aquele desenvolvido por John Locke, e investigamos o modo como Locke explica a formação das representações gerais. Além disso, procedemos por analisar a própria noção de lógica geral em Kant, o que foi realizado, igualmente, em duas etapas: o registro histórico das influências recebidas através do Manual de Meier e a análise das Reflexões concernentes à natureza e limite da lógica geral. Realizado esse trabalho, foi possível circunscrever nossa questão inicial: à lógica geral cabe explicar a forma dos conceitos, isto é, sua universalidade. Assim, em segundo lugar, nos dedicamos à análise da distinção do que consiste propriamente a universalidade dos conceitos para Kant. Sugerimos que a universalidade dos conceitos, em oposição à singularidade das intuições, significa tomar uma representação parcial como fundamento de cognição. A hipótese desenvolvida foi, portanto, enfrentar o texto das Lições e das Reflexões sobre lógica, especificamente, no que diz respeito ao papel dos atos lógicos (comparação, reflexão e abstração), para buscar encontrar uma explicação de como surgem representações capazes de serem utilizadas pelo entendimento como fundamento de cognição. Após discutir e rejeitar uma possibilidade de interpretação encontrada na literatura, sugerimos uma alternativa para compreender o papel dos atos lógicos na geração da forma de um conceito. Defendemos, assim, que a comparação e a reflexão respondem pelas atividades de: i) representar como parte, o que não é explicado pela recepção de um objeto intuído e; ii) tomar uma representação parcial como fundamento de cognição da coisa. Por sua vez, caberia à abstração, atividade de separar representações, um papel negativo: uma vez tomada uma representação como fundamento de cognição da coisa, segue-se uma subordinação da coisa à minha representação na medida em que a penso segundo o que ela tem em comum com outras. / The aim of this thesis is to identify an answer to the question about the formation of the empirical concepts through the general logic in Kant. In order to obtain this aim, we worked on two tracks. First, we try to understand what is exactly the question which can be answered by general logic. For this, we start with a clue found in the Critique of pure reason, where Kant compares his own project with the one developed in John Locke’s work and, then, investigate how Locke explains the formation of general representations. Besides that, we proceed to analyse the Kantian notion of general logic, which is also realized in two steps: an historical approach of the influences received by the Georg F. Meier’s Auszug and the analysis of the Kantian Notes over Meier’s text on the nature and limits of general logic. Therefore, we could circumscribe our initial question: the general logic can explain only the form of concepts, namely, their generality. Secondly, we scrutinize the distinction between intuitions and concepts through the following criteria: immediacy/mediacy and singularity/generality. We suggest understanding the generality of concepts in terms of the capacity of “taking a partial representation as a ground of cognition”. So, the developed hypothesis was to look to the Kantian Notes on logic, especially its sections dedicated to the logical acts (comparison, reflection, abstraction) in order to find an explanation of the generation of general representations capable of being used by the understanding as a ground of cognition. After discussing and rejecting a possibility found in the specialized literature, we suggest an alternative to understanding the logical acts in the generation of the form of concepts. We defend, by the end, that the comparison and reflection are activities of: i) representing as partial, which cannot be explained exclusively by the reception of an object e; ii) taking that partial representation as a ground of cognition. On the other hand, the logical act of abstraction is the activity of separating representations: once we have a representation taken as a ground of cognition, it follows an activity of subordination of the thing represented according to what it has in common with others.
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O fio condutor na dedução metafísica : matéria, forma e síntese nos conceitos purosSilva, Mitieli Seixas da January 2008 (has links)
Como entender a afirmação de Kant de que os conceitos puros do entendimento são derivados do entendimento puro? Este problema se impõe na medida em que as categorias são conceitos e os conceitos são cognições cuja forma é a mesma para todos e cuja matéria é sempre oriunda da sensibilidade. Por sua vez, tal dificuldade nos deixa outro problema: compreender como podemos distinguir duas categorias puras, sendo que elas não possuem matéria e têm a mesma forma comum. Ora, se os únicos modos de distinguirmos entre diferentes conceitos é com base em sua matéria ou sua forma, então parece que duas categorias puras – como as categorias de substância e causa - não são, em princípio, conceitos distintos. Testaremos a alternativa de buscar um modo de distinção entre conceitos que não passe nem pela sua matéria, nem pela sua forma entendida como mera universalidade. Investiguemos se é possível termos conceitos empíricos que quanto à matéria e quanto à forma são iguais, mas que, no entanto, são – ainda assim - distintos. Pensemos no exemplo dos conceitos de “árvore”, “passarinho” e “arvorinho”. Se tomarmos os dois primeiros conceitos, vemos que eles exprimem uma realidade na medida em que correspondem a certa apreensão dos objetos na intuição empírica, do mesmo modo que o conceito de “arvorinho”. Assim, ao perguntarmos pelo fundamento empírico desses conceitos, vemos que eles são “formados” a partir de uma mesma matéria sensível. Por outro lado, sabemos que estes conceitos também são idênticos no que diz respeito à sua forma. Entretanto, mesmo tendo a mesma matéria e a mesma forma, são conceitos distintos. O que este exemplo chama atenção é uma diferença na síntese que nem sempre pode ser explicada pela matéria sintetizada. Por sua vez, tal síntese pode ser dita uma síntese empírica na medida em que sua regra refletida no conceito do objeto é determinada com recurso à experiência. Assim, se pudermos encontrar algo análogo a esta regra de síntese no caso dos conceitos puros do entendimento, poderemos chegar a um fundamento de distinção entre os conceitos que não repousa nem na sua matéria nem na sua forma como mera universalidade. Modos distintos de fazer uma síntese pura, permitiriam distinguir uma categoria pura de outra, por exemplo, que nos permitiriam distinguir a categoria de “substância” da categoria de “causa”. E, com isso, podemos tentar resolver o problema da derivação das categorias do entendimento ao atentar para uma regra de síntese pura refletida nas categorias, regra essa que poderia ser derivada das formas do juízo. A tarefa desta dissertação será elucidar os elementos do problema aqui exposto e apresentar a solução aqui indicada. / How to understand Kant’s claim that the pure concepts of understanding are derived from the pure understanding? This problem arises because the categories are concepts, and the concepts are cognitions whose form is the same and whose matter is always derived from sensibility. This difficulty leads us to another problem: how to distinguish between two pure categories, once they don’t have matter, but they still do have the same common form. If the only way to distinguish concepts is with respect to their matter, then it seems that two pure categories – like the categories of substance and cause – are not, in principle, two distinct concepts. We shall test the alternative of finding a way of distinguishing between concepts neither from their matter, nor from their form understood as a mere universality. We shall investigate if it is possible to have empirical concepts which are the same in regard to their matter and form, but are, nevertheless, distinct concepts. Think about the example of the concepts “tree”, “bird” and “treebird”. If we take the two first concepts, we see that they express a reality because they correspond to the apprehension of objects in the empirical intuition, like the concept of “tree-bird”. So, if we ask for the empirical ground of their concepts, we shall find that they are “formed” from the same sensible matter. On the other hand, we know that these concepts are also the same in regard the common form. However, even though they have the same matter and the same form, they are distinct concepts. What this example shows is a difference in the synthesis, that can not always be explained by the synthesized matter. This synthesis can be called an empirical synthesis, since it’s rule reflected in the concept of the object is determined by means of experience. Therefore, if we can find something analogous to this rule of synthesis in the case of the pure concepts of the understanding, we can find a ground for distinguishing between the concepts that do not rest neither in their matter, nor in their form as a mere universality. Distinct ways of making a pure synthesis would permit to distinguish one pure category from another, for example, they would permit to distinguish the category of “substance” from the category of “cause”. And, then, we can try to solve the problem of the derivation of the categories of pure understanding when we pay attention to the rule of pure synthesis reflected in the categories, a rule that can be derived from the judgment forms. The task of this dissertation is to elucidate the elements of the problem here exposed and to present the solution here indicated.
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Lógica e formação de conceitos em KantSilva, Mitieli Seixas da January 2016 (has links)
Nesta tese buscamos identificar uma resposta à questão sobre a formação dos conceitos empíricos à luz da lógica geral. Para responder essa questão, trabalhamos em dois caminhos. Em primeiro lugar, buscamos compreender qual é exatamente a questão que pode ser respondida no domínio da lógica geral. Para alcançar esse objetivo partimos de uma pista encontrada na Crítica da razão pura, onde Kant compara o projeto crítico com aquele desenvolvido por John Locke, e investigamos o modo como Locke explica a formação das representações gerais. Além disso, procedemos por analisar a própria noção de lógica geral em Kant, o que foi realizado, igualmente, em duas etapas: o registro histórico das influências recebidas através do Manual de Meier e a análise das Reflexões concernentes à natureza e limite da lógica geral. Realizado esse trabalho, foi possível circunscrever nossa questão inicial: à lógica geral cabe explicar a forma dos conceitos, isto é, sua universalidade. Assim, em segundo lugar, nos dedicamos à análise da distinção do que consiste propriamente a universalidade dos conceitos para Kant. Sugerimos que a universalidade dos conceitos, em oposição à singularidade das intuições, significa tomar uma representação parcial como fundamento de cognição. A hipótese desenvolvida foi, portanto, enfrentar o texto das Lições e das Reflexões sobre lógica, especificamente, no que diz respeito ao papel dos atos lógicos (comparação, reflexão e abstração), para buscar encontrar uma explicação de como surgem representações capazes de serem utilizadas pelo entendimento como fundamento de cognição. Após discutir e rejeitar uma possibilidade de interpretação encontrada na literatura, sugerimos uma alternativa para compreender o papel dos atos lógicos na geração da forma de um conceito. Defendemos, assim, que a comparação e a reflexão respondem pelas atividades de: i) representar como parte, o que não é explicado pela recepção de um objeto intuído e; ii) tomar uma representação parcial como fundamento de cognição da coisa. Por sua vez, caberia à abstração, atividade de separar representações, um papel negativo: uma vez tomada uma representação como fundamento de cognição da coisa, segue-se uma subordinação da coisa à minha representação na medida em que a penso segundo o que ela tem em comum com outras. / The aim of this thesis is to identify an answer to the question about the formation of the empirical concepts through the general logic in Kant. In order to obtain this aim, we worked on two tracks. First, we try to understand what is exactly the question which can be answered by general logic. For this, we start with a clue found in the Critique of pure reason, where Kant compares his own project with the one developed in John Locke’s work and, then, investigate how Locke explains the formation of general representations. Besides that, we proceed to analyse the Kantian notion of general logic, which is also realized in two steps: an historical approach of the influences received by the Georg F. Meier’s Auszug and the analysis of the Kantian Notes over Meier’s text on the nature and limits of general logic. Therefore, we could circumscribe our initial question: the general logic can explain only the form of concepts, namely, their generality. Secondly, we scrutinize the distinction between intuitions and concepts through the following criteria: immediacy/mediacy and singularity/generality. We suggest understanding the generality of concepts in terms of the capacity of “taking a partial representation as a ground of cognition”. So, the developed hypothesis was to look to the Kantian Notes on logic, especially its sections dedicated to the logical acts (comparison, reflection, abstraction) in order to find an explanation of the generation of general representations capable of being used by the understanding as a ground of cognition. After discussing and rejecting a possibility found in the specialized literature, we suggest an alternative to understanding the logical acts in the generation of the form of concepts. We defend, by the end, that the comparison and reflection are activities of: i) representing as partial, which cannot be explained exclusively by the reception of an object e; ii) taking that partial representation as a ground of cognition. On the other hand, the logical act of abstraction is the activity of separating representations: once we have a representation taken as a ground of cognition, it follows an activity of subordination of the thing represented according to what it has in common with others.
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O fio condutor na dedução metafísica : matéria, forma e síntese nos conceitos purosSilva, Mitieli Seixas da January 2008 (has links)
Como entender a afirmação de Kant de que os conceitos puros do entendimento são derivados do entendimento puro? Este problema se impõe na medida em que as categorias são conceitos e os conceitos são cognições cuja forma é a mesma para todos e cuja matéria é sempre oriunda da sensibilidade. Por sua vez, tal dificuldade nos deixa outro problema: compreender como podemos distinguir duas categorias puras, sendo que elas não possuem matéria e têm a mesma forma comum. Ora, se os únicos modos de distinguirmos entre diferentes conceitos é com base em sua matéria ou sua forma, então parece que duas categorias puras – como as categorias de substância e causa - não são, em princípio, conceitos distintos. Testaremos a alternativa de buscar um modo de distinção entre conceitos que não passe nem pela sua matéria, nem pela sua forma entendida como mera universalidade. Investiguemos se é possível termos conceitos empíricos que quanto à matéria e quanto à forma são iguais, mas que, no entanto, são – ainda assim - distintos. Pensemos no exemplo dos conceitos de “árvore”, “passarinho” e “arvorinho”. Se tomarmos os dois primeiros conceitos, vemos que eles exprimem uma realidade na medida em que correspondem a certa apreensão dos objetos na intuição empírica, do mesmo modo que o conceito de “arvorinho”. Assim, ao perguntarmos pelo fundamento empírico desses conceitos, vemos que eles são “formados” a partir de uma mesma matéria sensível. Por outro lado, sabemos que estes conceitos também são idênticos no que diz respeito à sua forma. Entretanto, mesmo tendo a mesma matéria e a mesma forma, são conceitos distintos. O que este exemplo chama atenção é uma diferença na síntese que nem sempre pode ser explicada pela matéria sintetizada. Por sua vez, tal síntese pode ser dita uma síntese empírica na medida em que sua regra refletida no conceito do objeto é determinada com recurso à experiência. Assim, se pudermos encontrar algo análogo a esta regra de síntese no caso dos conceitos puros do entendimento, poderemos chegar a um fundamento de distinção entre os conceitos que não repousa nem na sua matéria nem na sua forma como mera universalidade. Modos distintos de fazer uma síntese pura, permitiriam distinguir uma categoria pura de outra, por exemplo, que nos permitiriam distinguir a categoria de “substância” da categoria de “causa”. E, com isso, podemos tentar resolver o problema da derivação das categorias do entendimento ao atentar para uma regra de síntese pura refletida nas categorias, regra essa que poderia ser derivada das formas do juízo. A tarefa desta dissertação será elucidar os elementos do problema aqui exposto e apresentar a solução aqui indicada. / How to understand Kant’s claim that the pure concepts of understanding are derived from the pure understanding? This problem arises because the categories are concepts, and the concepts are cognitions whose form is the same and whose matter is always derived from sensibility. This difficulty leads us to another problem: how to distinguish between two pure categories, once they don’t have matter, but they still do have the same common form. If the only way to distinguish concepts is with respect to their matter, then it seems that two pure categories – like the categories of substance and cause – are not, in principle, two distinct concepts. We shall test the alternative of finding a way of distinguishing between concepts neither from their matter, nor from their form understood as a mere universality. We shall investigate if it is possible to have empirical concepts which are the same in regard to their matter and form, but are, nevertheless, distinct concepts. Think about the example of the concepts “tree”, “bird” and “treebird”. If we take the two first concepts, we see that they express a reality because they correspond to the apprehension of objects in the empirical intuition, like the concept of “tree-bird”. So, if we ask for the empirical ground of their concepts, we shall find that they are “formed” from the same sensible matter. On the other hand, we know that these concepts are also the same in regard the common form. However, even though they have the same matter and the same form, they are distinct concepts. What this example shows is a difference in the synthesis, that can not always be explained by the synthesized matter. This synthesis can be called an empirical synthesis, since it’s rule reflected in the concept of the object is determined by means of experience. Therefore, if we can find something analogous to this rule of synthesis in the case of the pure concepts of the understanding, we can find a ground for distinguishing between the concepts that do not rest neither in their matter, nor in their form as a mere universality. Distinct ways of making a pure synthesis would permit to distinguish one pure category from another, for example, they would permit to distinguish the category of “substance” from the category of “cause”. And, then, we can try to solve the problem of the derivation of the categories of pure understanding when we pay attention to the rule of pure synthesis reflected in the categories, a rule that can be derived from the judgment forms. The task of this dissertation is to elucidate the elements of the problem here exposed and to present the solution here indicated.
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