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O território do tabaco no sul do Rio Grande do Sul diante da convenção quadro para o controle do tabaco

Hilsinger, Roni January 2016 (has links)
A cadeia produtiva do tabaco brasileiro restringe-se aos estados do Sul do Brasil responsáveis por aproximadamente 90% da produção brasileira. O cultivo é encontrado em aproximadamente 700 municípios, ocupa aproximadamente 376 mil hectares e integra 186 mil pequenos produtores. A organização da cadeia ocorreu no começo do século XX sob a liderança do capital industrial e coincidiu com o processo de industrialização do tabaco e a sua modificação na forma de consumo, priorizando o cigarro, as transformações promovidas pela modernização agrícola no contexto da revolução verde, a crise na agropecuária brasileira da década de 1980, etc. A perda de renda e dificuldades de comercialização da produção levou milhares de familiares a buscar alternativas. As condições oferecidas pela integração à agroindústria do tabaco centralizada em Santa Cruz do Sul, como por exemplo, oferecer uma elevada renda em pequenas áreas de exploração, a garantia de comercialização de toda a produção, a oferta de assistência técnica e financeira, etc. atraíram milhares de agricultores familiares. A indústria tabaqueira ampliou a oferta de matéria-prima para atender ao crescente mercado cigarreiro em expansão no Brasil até a primeira década de 2000 e ocupou espaços deixados por importantes players no mercado internacional. O Brasil tornou-se desde a década de 1990, um dos maiores produtores mundiais e o maior exportador de tabaco em folha, com a produção alcançando 712.750 toneladas na safra 2012/13. A expansão do mercado consumidor (interno e externo) expandiu o cultivo para diversas regiões do Sul do Brasil, periféricas ao núcleo agroindustrial. Na década de 1960, o cultivo do tabaco incluiu os municípios das Microrregiões de Pelotas/RS e Camaquã/RS que experimentaram uma forte expansão da produção no começo da década de 2000 elevando esses municípios ao patamar de maiores produtores nacionais. A importância econômica e social do tabaco para milhares de famílias no Sul do Brasil e para os territórios fumicultores não implica, entretanto, na ausência de críticas a este cultivo. A grande fragilidade reside no fato de que o tabaco é uma matéria-prima destinada quase que exclusivamente para a fabricação de cigarros. Historicamente o tabagismo nunca foi bem aceito, por isso alvo de grandes taxações. Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem articulando a implantação de acordos supranacionais que visam a redução do consumo, como por exemplo, a Convenção Quadro para o Controle do Consumo do Tabaco, que congrega mais de 170 países e visa regulamentar a atividade, sobretudo o consumo. As consequências diretas dessas medidas não são facilmente percebidas no Brasil devido ao posicionamento ambíguo do Governo Brasileiro com relação à implantação das medidas previstas pela Convenção e principalmente pela forte inserção da cadeia produtiva brasileira no mercado internacional, onde mais de 85% da produção é destinada à exportação, sobretudo para países com consumo em franca expansão. A incerteza promovida pela Convenção configura o grande desafio para a cadeia. Por outro lado, para os agricultores familiares vinculados à atividade, uma possível limitação ou proibição representaria um grave problema social, uma vez que a cultura da produção de tabaco está, em muitos casos, enraizada no modo de vida desses agricultores, portanto, está diretamente ligada à sua reprodução. / The productive chain of Brazilian tobacco is restricted to the southern states of Brazil accounted for approximately 90% of Brazilian production. Cultivation is found in approximately 700 municipalities, it occupies approximately 376,000 hectares and includes 186 000 small farmers. The organization of the chain occurred in the early twentieth century under the leadership of industrial capital and coincided with the tobacco industrialization process and its modification in the form of consumption, prioritizing the cigarette, the changes promoted by agricultural modernization in the context of the green revolution, the crisis in Brazilian agriculture in the 1980s, etc. The loss of income and difficulties marketing of the production took thousands of families to search alternatives. The conditions offered by the integration into the agricultural industry of tobacco centralized in Santa Cruz do Sul, as an example, offer a high income in small areas of exploration, the warranties of merchantability of all production, the supply of technical and financial assistance, etc.,it attracted thousands of family farmers. The tobacco industry has expanded the supply of raw materials to attend the growing of the tobacco market in expansion in Brazil until the beginning of 2000s and occupied spaces left by major players in the international market. Brazil has become since the 1990s, one of the largest producers and the largest exporter of tobacco leaf, with production reaching 712.750 tonnes in 2012/13 crop. The expansion of the consumer market (domestic and foreign) it expanded the farming to several regions of southern of Brazil, peripheral to the agro-industrial core. In the 1960s, tobacco cultivation included the municipalities of Microregions of Pelotas / RS and Camaquã / RS that have experienced a strong expansion of production in the early 2000s bringing these municipalities to the largest national producer level. The economic and social importance of tobacco for thousands of families in southern of Brazil and for tobacco growers territories does not imply, however, in the absence of criticism to this crop. The great fragility is in the fact that tobacco is a raw material used almost exclusively for the manufacture of cigarettes. Historically, smoking has never been well accepted, because of this it is target of great taxation. Recently the World Health Organization (WHO) is coordinating the implementation of supranational agreements aiming the reduction of the consumption, as an example, the Framework Convention on Tobacco Consumption Control, which brings together more than 170 countries and aims to regulate the activity, especially consumption. The direct consequences of these measures are not easily perceived in Brazil due to the ambiguous position of the Brazilian government regarding the implementation of the measures forseen by the Convention and mainly by the strong integration of the Brazilian productive chain in the international market, where more than 85% of production is destined for export, especially to countries with consumption booming. The uncertainty promoted by the Convention sets the big challenge to the chain. On the other hand, for family farmers linked to the activity, a possible limitation or prohibition would represent a serious social problem, because the tobacco crop production is, in many cases, rooted in the way of life of farmers, therefore, is directly linked to its reproduction. / La cadena productiva del tabaco brasilero se reduce a los estados del Sur de Brasil responsables aproximadamente 90 % de la producción brasilera. El cultivo es encontrado en aproximadamente 700 municipios, ocupa aproximadamente 376 mil hectarias e integra 186 mil pequeños productores. La organización de la cadena ocurrió en inicio del siglo XX con el liderazgo del capital industrial y coincidió con el proceso de industrialización del tabaco y a su modificación en la forma de consumo, dando prioridad al cigarrillo, las transformaciones promovidas por la modernización agrícola en el contexto de la revolución verde, la crisis en la agropecuaria brasilera de la década de 1980, etc. La pérdida de la renta y dificultades de comercialización de la producción llevó a millones de familias a buscar alternativas. Las condiciones ofrecidas por la integración a la agroindustria del tabaco centralizada en Santa Cruz do Sul, como por ejemplo, ofrece una elevada renta en pequeñas áreas de exploración, la garantía de comercialización de toda la producción, la oferta de asistencia técnica y financiera, etc, atrayeron millones de agricultores familiares. La industria tabaquera amplió la oferta de la materia prima para atender al creciente mercado cigarrero en expansión en Brasil hasta la primera década de 2000 y ocupó espacios dejados por importantes players en el mercado internacional. Brasil se volvió desde la década de 1990, uno de los mayores productores mundiales y el mayor exportador de producción alcanzando 712.750 toneladas en la cosecha 2012/13. La expansión del mercado consumidor (interno y externo) extendió el cultivo para diversas regiones del Sur de Brasil, periféricas al núcleo agroindustrial. En la década de 1960, el cultivo del tabaco incluyó los municipios de las microrregiones de Pelotas/RS y Camaquã/RS que experimentaron una fuerte expansión de la producción en el inicio de la década de 2000 elevando esos municipios al patamar de mayores productores nacionales. La importancia económica y social del tabaco para millares de familias en el Sur de Brasil y para los territorios fumicultores no implica, entre tanto, en la ausencia de críticas a este cultivo. La gran fragilidad reside en el hecho de que el tabaco es una materia prima destinada casi que exclusivamente para la fabricación de cigarrillos. Históricamente el tabaquismo nunca fue bien acepto, por eso albo de grandes tasaciones. Recientemente la organización Mundial de la Salud (OMS) viene articulando la implantación de acuerdos supranacionales que tienen por objetivo la reducción del consumo, como por ejemplo, la Convención Cuadro para el control del consumo del tabaco, que congrega más de 170 países e intenta reglamentar la actividad, principalmente el consumo. Las consecuencias directas de esas medidas no son fácilmente percibidas en Brasil debido al posicionamiento ambiguo del gobierno brasilero con relación a la implantación de las medidas calculadas por la Convención y principalmente por la fuerte inserción de la cadena productiva brasilera en el comercio internacional, donde más del 85 % de la producción es destinada a la exportación, sobre todo para países con consumo en gran expansión. La incertidumbre promovida por la Convención muestra el gran desafío para la cadena. Por otro lado, para los agricultores familiares vinculados a la actividad, una posible limitación o prohibición representaría un grave problema social, una vez que la cultura de la producción de tabaco está, en muchos casos, enraizada en el modo de vida de esos agricultores, por lo que, está directamente ligada a su reproducción.
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O território do tabaco no sul do Rio Grande do Sul diante da convenção quadro para o controle do tabaco

Hilsinger, Roni January 2016 (has links)
A cadeia produtiva do tabaco brasileiro restringe-se aos estados do Sul do Brasil responsáveis por aproximadamente 90% da produção brasileira. O cultivo é encontrado em aproximadamente 700 municípios, ocupa aproximadamente 376 mil hectares e integra 186 mil pequenos produtores. A organização da cadeia ocorreu no começo do século XX sob a liderança do capital industrial e coincidiu com o processo de industrialização do tabaco e a sua modificação na forma de consumo, priorizando o cigarro, as transformações promovidas pela modernização agrícola no contexto da revolução verde, a crise na agropecuária brasileira da década de 1980, etc. A perda de renda e dificuldades de comercialização da produção levou milhares de familiares a buscar alternativas. As condições oferecidas pela integração à agroindústria do tabaco centralizada em Santa Cruz do Sul, como por exemplo, oferecer uma elevada renda em pequenas áreas de exploração, a garantia de comercialização de toda a produção, a oferta de assistência técnica e financeira, etc. atraíram milhares de agricultores familiares. A indústria tabaqueira ampliou a oferta de matéria-prima para atender ao crescente mercado cigarreiro em expansão no Brasil até a primeira década de 2000 e ocupou espaços deixados por importantes players no mercado internacional. O Brasil tornou-se desde a década de 1990, um dos maiores produtores mundiais e o maior exportador de tabaco em folha, com a produção alcançando 712.750 toneladas na safra 2012/13. A expansão do mercado consumidor (interno e externo) expandiu o cultivo para diversas regiões do Sul do Brasil, periféricas ao núcleo agroindustrial. Na década de 1960, o cultivo do tabaco incluiu os municípios das Microrregiões de Pelotas/RS e Camaquã/RS que experimentaram uma forte expansão da produção no começo da década de 2000 elevando esses municípios ao patamar de maiores produtores nacionais. A importância econômica e social do tabaco para milhares de famílias no Sul do Brasil e para os territórios fumicultores não implica, entretanto, na ausência de críticas a este cultivo. A grande fragilidade reside no fato de que o tabaco é uma matéria-prima destinada quase que exclusivamente para a fabricação de cigarros. Historicamente o tabagismo nunca foi bem aceito, por isso alvo de grandes taxações. Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem articulando a implantação de acordos supranacionais que visam a redução do consumo, como por exemplo, a Convenção Quadro para o Controle do Consumo do Tabaco, que congrega mais de 170 países e visa regulamentar a atividade, sobretudo o consumo. As consequências diretas dessas medidas não são facilmente percebidas no Brasil devido ao posicionamento ambíguo do Governo Brasileiro com relação à implantação das medidas previstas pela Convenção e principalmente pela forte inserção da cadeia produtiva brasileira no mercado internacional, onde mais de 85% da produção é destinada à exportação, sobretudo para países com consumo em franca expansão. A incerteza promovida pela Convenção configura o grande desafio para a cadeia. Por outro lado, para os agricultores familiares vinculados à atividade, uma possível limitação ou proibição representaria um grave problema social, uma vez que a cultura da produção de tabaco está, em muitos casos, enraizada no modo de vida desses agricultores, portanto, está diretamente ligada à sua reprodução. / The productive chain of Brazilian tobacco is restricted to the southern states of Brazil accounted for approximately 90% of Brazilian production. Cultivation is found in approximately 700 municipalities, it occupies approximately 376,000 hectares and includes 186 000 small farmers. The organization of the chain occurred in the early twentieth century under the leadership of industrial capital and coincided with the tobacco industrialization process and its modification in the form of consumption, prioritizing the cigarette, the changes promoted by agricultural modernization in the context of the green revolution, the crisis in Brazilian agriculture in the 1980s, etc. The loss of income and difficulties marketing of the production took thousands of families to search alternatives. The conditions offered by the integration into the agricultural industry of tobacco centralized in Santa Cruz do Sul, as an example, offer a high income in small areas of exploration, the warranties of merchantability of all production, the supply of technical and financial assistance, etc.,it attracted thousands of family farmers. The tobacco industry has expanded the supply of raw materials to attend the growing of the tobacco market in expansion in Brazil until the beginning of 2000s and occupied spaces left by major players in the international market. Brazil has become since the 1990s, one of the largest producers and the largest exporter of tobacco leaf, with production reaching 712.750 tonnes in 2012/13 crop. The expansion of the consumer market (domestic and foreign) it expanded the farming to several regions of southern of Brazil, peripheral to the agro-industrial core. In the 1960s, tobacco cultivation included the municipalities of Microregions of Pelotas / RS and Camaquã / RS that have experienced a strong expansion of production in the early 2000s bringing these municipalities to the largest national producer level. The economic and social importance of tobacco for thousands of families in southern of Brazil and for tobacco growers territories does not imply, however, in the absence of criticism to this crop. The great fragility is in the fact that tobacco is a raw material used almost exclusively for the manufacture of cigarettes. Historically, smoking has never been well accepted, because of this it is target of great taxation. Recently the World Health Organization (WHO) is coordinating the implementation of supranational agreements aiming the reduction of the consumption, as an example, the Framework Convention on Tobacco Consumption Control, which brings together more than 170 countries and aims to regulate the activity, especially consumption. The direct consequences of these measures are not easily perceived in Brazil due to the ambiguous position of the Brazilian government regarding the implementation of the measures forseen by the Convention and mainly by the strong integration of the Brazilian productive chain in the international market, where more than 85% of production is destined for export, especially to countries with consumption booming. The uncertainty promoted by the Convention sets the big challenge to the chain. On the other hand, for family farmers linked to the activity, a possible limitation or prohibition would represent a serious social problem, because the tobacco crop production is, in many cases, rooted in the way of life of farmers, therefore, is directly linked to its reproduction. / La cadena productiva del tabaco brasilero se reduce a los estados del Sur de Brasil responsables aproximadamente 90 % de la producción brasilera. El cultivo es encontrado en aproximadamente 700 municipios, ocupa aproximadamente 376 mil hectarias e integra 186 mil pequeños productores. La organización de la cadena ocurrió en inicio del siglo XX con el liderazgo del capital industrial y coincidió con el proceso de industrialización del tabaco y a su modificación en la forma de consumo, dando prioridad al cigarrillo, las transformaciones promovidas por la modernización agrícola en el contexto de la revolución verde, la crisis en la agropecuaria brasilera de la década de 1980, etc. La pérdida de la renta y dificultades de comercialización de la producción llevó a millones de familias a buscar alternativas. Las condiciones ofrecidas por la integración a la agroindustria del tabaco centralizada en Santa Cruz do Sul, como por ejemplo, ofrece una elevada renta en pequeñas áreas de exploración, la garantía de comercialización de toda la producción, la oferta de asistencia técnica y financiera, etc, atrayeron millones de agricultores familiares. La industria tabaquera amplió la oferta de la materia prima para atender al creciente mercado cigarrero en expansión en Brasil hasta la primera década de 2000 y ocupó espacios dejados por importantes players en el mercado internacional. Brasil se volvió desde la década de 1990, uno de los mayores productores mundiales y el mayor exportador de producción alcanzando 712.750 toneladas en la cosecha 2012/13. La expansión del mercado consumidor (interno y externo) extendió el cultivo para diversas regiones del Sur de Brasil, periféricas al núcleo agroindustrial. En la década de 1960, el cultivo del tabaco incluyó los municipios de las microrregiones de Pelotas/RS y Camaquã/RS que experimentaron una fuerte expansión de la producción en el inicio de la década de 2000 elevando esos municipios al patamar de mayores productores nacionales. La importancia económica y social del tabaco para millares de familias en el Sur de Brasil y para los territorios fumicultores no implica, entre tanto, en la ausencia de críticas a este cultivo. La gran fragilidad reside en el hecho de que el tabaco es una materia prima destinada casi que exclusivamente para la fabricación de cigarrillos. Históricamente el tabaquismo nunca fue bien acepto, por eso albo de grandes tasaciones. Recientemente la organización Mundial de la Salud (OMS) viene articulando la implantación de acuerdos supranacionales que tienen por objetivo la reducción del consumo, como por ejemplo, la Convención Cuadro para el control del consumo del tabaco, que congrega más de 170 países e intenta reglamentar la actividad, principalmente el consumo. Las consecuencias directas de esas medidas no son fácilmente percibidas en Brasil debido al posicionamiento ambiguo del gobierno brasilero con relación a la implantación de las medidas calculadas por la Convención y principalmente por la fuerte inserción de la cadena productiva brasilera en el comercio internacional, donde más del 85 % de la producción es destinada a la exportación, sobre todo para países con consumo en gran expansión. La incertidumbre promovida por la Convención muestra el gran desafío para la cadena. Por otro lado, para los agricultores familiares vinculados a la actividad, una posible limitación o prohibición representaría un grave problema social, una vez que la cultura de la producción de tabaco está, en muchos casos, enraizada en el modo de vida de esos agricultores, por lo que, está directamente ligada a su reproducción.
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O território do tabaco no sul do Rio Grande do Sul diante da convenção quadro para o controle do tabaco

Hilsinger, Roni January 2016 (has links)
A cadeia produtiva do tabaco brasileiro restringe-se aos estados do Sul do Brasil responsáveis por aproximadamente 90% da produção brasileira. O cultivo é encontrado em aproximadamente 700 municípios, ocupa aproximadamente 376 mil hectares e integra 186 mil pequenos produtores. A organização da cadeia ocorreu no começo do século XX sob a liderança do capital industrial e coincidiu com o processo de industrialização do tabaco e a sua modificação na forma de consumo, priorizando o cigarro, as transformações promovidas pela modernização agrícola no contexto da revolução verde, a crise na agropecuária brasileira da década de 1980, etc. A perda de renda e dificuldades de comercialização da produção levou milhares de familiares a buscar alternativas. As condições oferecidas pela integração à agroindústria do tabaco centralizada em Santa Cruz do Sul, como por exemplo, oferecer uma elevada renda em pequenas áreas de exploração, a garantia de comercialização de toda a produção, a oferta de assistência técnica e financeira, etc. atraíram milhares de agricultores familiares. A indústria tabaqueira ampliou a oferta de matéria-prima para atender ao crescente mercado cigarreiro em expansão no Brasil até a primeira década de 2000 e ocupou espaços deixados por importantes players no mercado internacional. O Brasil tornou-se desde a década de 1990, um dos maiores produtores mundiais e o maior exportador de tabaco em folha, com a produção alcançando 712.750 toneladas na safra 2012/13. A expansão do mercado consumidor (interno e externo) expandiu o cultivo para diversas regiões do Sul do Brasil, periféricas ao núcleo agroindustrial. Na década de 1960, o cultivo do tabaco incluiu os municípios das Microrregiões de Pelotas/RS e Camaquã/RS que experimentaram uma forte expansão da produção no começo da década de 2000 elevando esses municípios ao patamar de maiores produtores nacionais. A importância econômica e social do tabaco para milhares de famílias no Sul do Brasil e para os territórios fumicultores não implica, entretanto, na ausência de críticas a este cultivo. A grande fragilidade reside no fato de que o tabaco é uma matéria-prima destinada quase que exclusivamente para a fabricação de cigarros. Historicamente o tabagismo nunca foi bem aceito, por isso alvo de grandes taxações. Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem articulando a implantação de acordos supranacionais que visam a redução do consumo, como por exemplo, a Convenção Quadro para o Controle do Consumo do Tabaco, que congrega mais de 170 países e visa regulamentar a atividade, sobretudo o consumo. As consequências diretas dessas medidas não são facilmente percebidas no Brasil devido ao posicionamento ambíguo do Governo Brasileiro com relação à implantação das medidas previstas pela Convenção e principalmente pela forte inserção da cadeia produtiva brasileira no mercado internacional, onde mais de 85% da produção é destinada à exportação, sobretudo para países com consumo em franca expansão. A incerteza promovida pela Convenção configura o grande desafio para a cadeia. Por outro lado, para os agricultores familiares vinculados à atividade, uma possível limitação ou proibição representaria um grave problema social, uma vez que a cultura da produção de tabaco está, em muitos casos, enraizada no modo de vida desses agricultores, portanto, está diretamente ligada à sua reprodução. / The productive chain of Brazilian tobacco is restricted to the southern states of Brazil accounted for approximately 90% of Brazilian production. Cultivation is found in approximately 700 municipalities, it occupies approximately 376,000 hectares and includes 186 000 small farmers. The organization of the chain occurred in the early twentieth century under the leadership of industrial capital and coincided with the tobacco industrialization process and its modification in the form of consumption, prioritizing the cigarette, the changes promoted by agricultural modernization in the context of the green revolution, the crisis in Brazilian agriculture in the 1980s, etc. The loss of income and difficulties marketing of the production took thousands of families to search alternatives. The conditions offered by the integration into the agricultural industry of tobacco centralized in Santa Cruz do Sul, as an example, offer a high income in small areas of exploration, the warranties of merchantability of all production, the supply of technical and financial assistance, etc.,it attracted thousands of family farmers. The tobacco industry has expanded the supply of raw materials to attend the growing of the tobacco market in expansion in Brazil until the beginning of 2000s and occupied spaces left by major players in the international market. Brazil has become since the 1990s, one of the largest producers and the largest exporter of tobacco leaf, with production reaching 712.750 tonnes in 2012/13 crop. The expansion of the consumer market (domestic and foreign) it expanded the farming to several regions of southern of Brazil, peripheral to the agro-industrial core. In the 1960s, tobacco cultivation included the municipalities of Microregions of Pelotas / RS and Camaquã / RS that have experienced a strong expansion of production in the early 2000s bringing these municipalities to the largest national producer level. The economic and social importance of tobacco for thousands of families in southern of Brazil and for tobacco growers territories does not imply, however, in the absence of criticism to this crop. The great fragility is in the fact that tobacco is a raw material used almost exclusively for the manufacture of cigarettes. Historically, smoking has never been well accepted, because of this it is target of great taxation. Recently the World Health Organization (WHO) is coordinating the implementation of supranational agreements aiming the reduction of the consumption, as an example, the Framework Convention on Tobacco Consumption Control, which brings together more than 170 countries and aims to regulate the activity, especially consumption. The direct consequences of these measures are not easily perceived in Brazil due to the ambiguous position of the Brazilian government regarding the implementation of the measures forseen by the Convention and mainly by the strong integration of the Brazilian productive chain in the international market, where more than 85% of production is destined for export, especially to countries with consumption booming. The uncertainty promoted by the Convention sets the big challenge to the chain. On the other hand, for family farmers linked to the activity, a possible limitation or prohibition would represent a serious social problem, because the tobacco crop production is, in many cases, rooted in the way of life of farmers, therefore, is directly linked to its reproduction. / La cadena productiva del tabaco brasilero se reduce a los estados del Sur de Brasil responsables aproximadamente 90 % de la producción brasilera. El cultivo es encontrado en aproximadamente 700 municipios, ocupa aproximadamente 376 mil hectarias e integra 186 mil pequeños productores. La organización de la cadena ocurrió en inicio del siglo XX con el liderazgo del capital industrial y coincidió con el proceso de industrialización del tabaco y a su modificación en la forma de consumo, dando prioridad al cigarrillo, las transformaciones promovidas por la modernización agrícola en el contexto de la revolución verde, la crisis en la agropecuaria brasilera de la década de 1980, etc. La pérdida de la renta y dificultades de comercialización de la producción llevó a millones de familias a buscar alternativas. Las condiciones ofrecidas por la integración a la agroindustria del tabaco centralizada en Santa Cruz do Sul, como por ejemplo, ofrece una elevada renta en pequeñas áreas de exploración, la garantía de comercialización de toda la producción, la oferta de asistencia técnica y financiera, etc, atrayeron millones de agricultores familiares. La industria tabaquera amplió la oferta de la materia prima para atender al creciente mercado cigarrero en expansión en Brasil hasta la primera década de 2000 y ocupó espacios dejados por importantes players en el mercado internacional. Brasil se volvió desde la década de 1990, uno de los mayores productores mundiales y el mayor exportador de producción alcanzando 712.750 toneladas en la cosecha 2012/13. La expansión del mercado consumidor (interno y externo) extendió el cultivo para diversas regiones del Sur de Brasil, periféricas al núcleo agroindustrial. En la década de 1960, el cultivo del tabaco incluyó los municipios de las microrregiones de Pelotas/RS y Camaquã/RS que experimentaron una fuerte expansión de la producción en el inicio de la década de 2000 elevando esos municipios al patamar de mayores productores nacionales. La importancia económica y social del tabaco para millares de familias en el Sur de Brasil y para los territorios fumicultores no implica, entre tanto, en la ausencia de críticas a este cultivo. La gran fragilidad reside en el hecho de que el tabaco es una materia prima destinada casi que exclusivamente para la fabricación de cigarrillos. Históricamente el tabaquismo nunca fue bien acepto, por eso albo de grandes tasaciones. Recientemente la organización Mundial de la Salud (OMS) viene articulando la implantación de acuerdos supranacionales que tienen por objetivo la reducción del consumo, como por ejemplo, la Convención Cuadro para el control del consumo del tabaco, que congrega más de 170 países e intenta reglamentar la actividad, principalmente el consumo. Las consecuencias directas de esas medidas no son fácilmente percibidas en Brasil debido al posicionamiento ambiguo del gobierno brasilero con relación a la implantación de las medidas calculadas por la Convención y principalmente por la fuerte inserción de la cadena productiva brasilera en el comercio internacional, donde más del 85 % de la producción es destinada a la exportación, sobre todo para países con consumo en gran expansión. La incertidumbre promovida por la Convención muestra el gran desafío para la cadena. Por otro lado, para los agricultores familiares vinculados a la actividad, una posible limitación o prohibición representaría un grave problema social, una vez que la cultura de la producción de tabaco está, en muchos casos, enraizada en el modo de vida de esos agricultores, por lo que, está directamente ligada a su reproducción.

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