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Crises não epilépticas psicogênicas : delineamento e validação de um instrumento diagnóstico breve

Paola, Luciano de January 2017 (has links)
Orientador: Prof. Dr. Hélio Afonso Ghizoni Teive / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna. Defesa : Curitiba, 03/08/2017 / Inclui referências : f. 83-90 / Resumo: JUSTIFICATIVA: crises não epilépticas psicogênicas (CNEPs) são comuns. Contudo, há frequente dificuldade diagnóstica e para condução dos casos. Crises epilépticas (CEs) constituem uma emergência médica e sua abordagem imediata e correta é essencial, particularmente em ambiente de pronto atendimento. Várias situações clínicas podem mimetizar CEs, conduzindo a erros e prescrições inadequadas de fármacos antiepilépticos (FAEs), tanto emergencialmente, quanto em ambiente ambulatorial. CNEPs equivocadamente interpretadas como CEs levam a incrementos em morbidade e custo. Emergencistas, enfermeiros, estudantes de Medicina do último ano, médicos residentes e plantonistas em geral são os primeiros a abordar estes casos e sua impressão inicial é extremamente importante na condução dos mesmos. Nosso estudo aborda a fenomenologia das CNEPs, determina a acurácia diagnóstica para esta condição entre os profissionais citados, propõe e valida um instrumento diagnóstico breve, com base semiológica. MÉTODOS: Este estudo foi concebido em duas partes. Na primeira na fase foram avaliadas CNEPs e CEs para identificação de sinais semiológicos que possibilitassem a discriminação entre estes dois tipos de crises. Estes achados foram comparados com os dados descritos na literatura e foram então separados 6 sinais para compor um instrumento clínico, visando a diferenciação de CNEPs e CEs. Na segunda parte deste estudo, quatro grupos de profissionais (53 enfermeiros, 34 médicos emergencistas, 33 estudantes do último ano de Medicina e 12 residentes de Neurologia) participaram de um curto programa de treinamento, consistindo em uma determinação de acurácia diagnóstica inicial (pré-teste), uma sessão de instrução de 30 minutos, incluindo o instrumento diagnóstico breve e finalmente uma nova determinação de acurácia póstreinamento (pós-teste). As curvas de aprendizagem foram estudadas. RESULTADOS: foram identificados 27 sinais observados nas CNEPs e CEs dos pacientes analisados, todos previamente descritos na literatura. Destes foram separados 6 sinais para compor um instrumento para aplicação clínica. Estes sinais tinham como características o fácil e imediato reconhecimento, dispensando a necessidade de dados da história clínica, testemunhos de circunstantes ou dados sobre a duração da crise. As diferentes categorias de profissionais não mostraram diferenças significativas em sua acurácia diagnóstica para CNEPs ou CEs, ao longo das fases de pré e pós-testes. Entretanto, todos os grupos se beneficiaram significativamente do programa de treinamento apresentado. CONCLUSÕES: os resultados obtidos permitiram identificar sinais clínicos com potencial discriminatório entre CNEPs e CEs e produziram validação para um novo instrumento diagnóstico breve, com fundamentação exclusivamente semiológica. Adicionalmente, nossos resultados demonstram que medidas educativas podem contribuir na identificação de CNEPs por equipes em plantões de emergências médicas, o que poderia melhorar o atendimento primário e reduzir custos e a morbi-letalidade nestes pacientes. PALAVRAS-CHAVE: crises não epilépticas psicogênicas, epilepsia, semiologia / Abstract: RATIONALE: Psychogenic nonepileptic seizures (PNES) are common, often misdiagnosed and poorly approached regarding to treatment. Epileptic seizures (ES) are often seen as a medical emergency and their immediate and accurate recognition is pivotal in providing acute care. A number of clinical situations may mimic ES, potentially leading to misdiagnosis at the emergency room and to inadequate prescription of antiepileptic drugs (AED) in the acute and chronic settings. PNES play a major role in this scenario, leading to delay in the correct diagnosis and consequent increase in treatment morbidity and cost. Emergency physicians, nurse clinicians, senior medical students, medical residents and oncall personnel often conduct the initial assessment of these patients and their impression may be decisive in the prehospital approach to seizures. In our study we evaluate PNES phenomenology and sought to investigate the accuracy of PNES diagnosis among these professionals involved in the initial assistance to patients with ES and PNES. We also proposed and validated a brief diagnostic tool for discrimination between PNES and ES. METHODS: this study was designed with two components to be carried out together. First, we evaluated PNES and ES seeking to identify potential discriminators between these seizures. These findings were compared with the literature and we developed a 6-item diagnostic tool aiming to distinguish PNES from ES. On phase two, 53 registered nurses, 34 emergency physicians, 33 senior year medical students, and 12 neurology residents took a short training program consisting of an initial video-based seizure assessment test (pretest), a 30-minute presentation including the 6-item diagnostic tool and then a videobased reassessment (posttest). Baseline and learning curves were determined. RESULTS: We identified 27 signs listed as potential discriminators between PNES and ES, all previously described in the literature. We then set up a brief diagnostic tool including 6 of these signs. Selection was based on easy and immediate recognition of each sign, not requiring information coming from clinical history, witnesses reports or seizure duration. The distinct professional categories showed no significant differences in their ability to diagnose PNES and ES on both pre and posttests. All groups improved diagnostic skills after the instructional program. CONCLUSIONS: Results aided to determine the best identifiable PNES clinical signs and to provide initial validation to a novel diagnostic instrument. In addition, our results showed that educative measures might help in the identification of PNES by first responders, which may decrease the treatment gap. KEY-WORDS: psychogenic nonepileptic seizures, epilepsy, semiology

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