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Avaliação da influência de cetose em vacas leiteiras / Incidence of ketosis in dairy cows: evaluation

Lago, Ernani Paulino do 30 April 1997 (has links)
Um estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a incidência de cetose em vacas leiteiras no início da lactação através da análise de beta-hidroxibutirato (BHBA), glicose e aspartato-aminotransferase (AST) no plasma. Os efeitos de BHBA, condição corporal e perda de condição corporal sobre a perfomance lactacional e o uso de testes de campo para monitorar vacas com cetose também foram avaliados. Cento e dezoito vacas holandesas de um rebanho comercial, que pariram entre 5 de fevereiro a 24 de junho de 1996, foram estudadas com relação à ordem de lactação, produção de leite, teor de gordura e presença de corpos cetônicos (CC) no leite, peso e condição corporal, níveis plasmáticos de BHBA, glicose e AST durante as oito primeiras semanas de lactação. Também foram observadas as doenças que ocorreram neste período. A cetose subclínica foi observada em 16 animais, representando 13,5% da amostra, sendo que apenas um caso evoluiu para a forma clínica. O pico de incidência ocorreu na primeira e segunda semanas de lactação com tendência a ser maior em vacas mais velhas. Os testes de campo foram eficientes para detectar a maioria dos animais com cetose, exceto na primeira semana de lactação. O escore de condição corporal (ECC) ao parto não afetou a produção de leite e a incidência de doenças o período pós-parto. Todavia as vacas que tiveram intensa mobilização de reservas corporais (avaliada através da perda de mais de 40 kg de peso vivo e 1 ECC), tiveram significativamente menor produção de leite e maior incidência de cetose e problemas de casco sendo esta portanto, mais prejudicial do que a própria condição corporal ao parto, BHBA maior que 10 mg/dl afetou negativamente a produção de leite no início da lactação porém seus níveis não estiveram associados às doenças que ocorreram neste período. Em conclusão, o ECC ao parto não afetou a performance das vacas no pós-parto, entretanto grande mobilização de reservas ) aumentou a incidência de cetose e reduziu a produção e leite. Assumiu-se que a cetose esteja ocorrendo com incidência semelhante em vários outros rebanhos que adotam o mesmo nível no manejo, conforto e práticas de alimentação que o do rebanho estudado, e foi sugerido que o supercondicionamento das vacas ao parto deve ser evitado / A survey was conducted to determine the incidence of energetic metabolic disorders in dairy cows on early lactation using blood levels of βHidroxibutiric acid (BHBA), glycose, and Aspartate-aminotransferase (AST). The effects of BHBA levels, body condition score (BCS) and body condition loss on lactation performance were determined. A field test to identify ketotic animals was also used. One hundred and eighteen Holstein cows from a commercial heard, calving from February 5 and June 24 of 1996 were used during the first 8 weeks post partum. Data was collected for parity, milk production, milk fat content, ketones in milk, body wight and condition score, plasma levels of BHBA, glycose e AST. The incidence of diseases was also monitored. Subclinical ketosis was observed in 16 (13.5%) animals. One animal developed clinical signs. Peak incidence occurred in the first two weeks of lactation with older cows being the most affected. The field test was efficient in detecting most ketotic animals except in the first week post partum. BCS at parturition did not affect milk production nor incidence of diseases post partum. However cows with high mobilization of body reserves produced less milk and had a higher incidence of ketosis, and hoof problems indicating that BCS loss is a better predictor of the incidence of disorders then the absolute value. BHBA values grater then 10 mg/dl decreased milk production on early lactation but was not associated to other problems during the period. In conclusion, BCS at parturition did not affect cows performance pospartum; however, mobilization of body reserves (>40 kg and > 1 BCS), increased incidence of ketosis and reduced milk production. Was assumed that incidence of ketosis are similar to other herds with similar management, nutrition and animals comfort, and was suggest that overconditioned cows at parturition must be avoided
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Avaliação diagnóstica e prognóstica dos distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos pelo método de Stewart

Boniatti, Márcio Manozzo January 2010 (has links)
Este trabalho tem como objetivos verificar se o método de Stewart pode melhorar nossa capacidade diagnóstica dos distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos quando comparado ao modelo tradicional. Além disso, pretende-se determinar se as variáveis ácido-básicas estão associadas à mortalidade hospitalar. Este estudo de coorte prospectivo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de fevereiro a maio de 2007. Foram incluídos 175 pacientes admitidos na UTI durante este período. Variáveis clínicas e laboratoriais foram coletadas na admissão, além de seguimento destes pacientes para verificar mortalidade na UTI e hospitalar. Na primeira parte do trabalho, comparou-se a capacidade diagnóstica dos dois métodos de avaliação de distúrbios ácido-básicos: modelo tradicional e modelo de Stewart. No modelo tradicional, acidose metabólica era diagnosticada quando Standard Base Excess (SBE) fosse ≤ -5,0 mmol/L. Pelo método de Stewart, considerou-se acidose metabólica quando Strong Ion Difference efetivo (SIDe) fosse < 38,0mmol/L ou houvesse aumento de ácidos fracos não-voláteis (por exemplo, fósforo). Entre os 68 pacientes com SBE normal, isto é, sem distúrbio metabólico pela avaliação tradicional, a maioria (n=59, 86,8%) apresentava SIDe diminuído. Entre os 103 pacientes com acidose metabólica reconhecida pela avaliação tradicional, todos também apresentavam SIDe diminuído. A comparação entre sobreviventes e não-sobreviventes no hospital mostrou uma diferença significativa para Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE) II, SOFA, sódio, cálcio, albumina, SBE, bicarbonato, cloro, SID aparente (SIDa), SIDe, e Strong Ion Gap (SIG). Individualmente, nenhuma dessas variáveis mostrou boa acurácia para predição de mortalidade hospitalar. O modelo de regressão logística com SOFA e idade apresentou uma área sob a curva Receiver Operating Characteristic (ROC) de 0,72. A adição das variáveis ácido-básicas evidenciou que cloro e albumina melhoravam o modelo significativamente. No modelo final, SOFA, idade e cloro associaram-se com maior mortalidade, enquanto albumina associou-se com maior sobrevida. A área sob a curva ROC para este modelo foi 0,80. A comparação entre as áreas sob a curva ROC dos dois modelos foi significativamente diferente (p = 0,01). Conclui-se que a avaliação diagnóstica de distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos pode ser aprimorada pelo método de Stewart em relação ao modelo tradicional e que hipercloremia pode estar associada com maior mortalidade.
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Metabolismo da matriz extracelular e função diastólica em indivíduos com síndrome metabólica

Santos, Ângela Barreto Santiago January 2010 (has links)
Resumo não disponível
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Avaliação diagnóstica e prognóstica dos distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos pelo método de Stewart

Boniatti, Márcio Manozzo January 2010 (has links)
Este trabalho tem como objetivos verificar se o método de Stewart pode melhorar nossa capacidade diagnóstica dos distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos quando comparado ao modelo tradicional. Além disso, pretende-se determinar se as variáveis ácido-básicas estão associadas à mortalidade hospitalar. Este estudo de coorte prospectivo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de fevereiro a maio de 2007. Foram incluídos 175 pacientes admitidos na UTI durante este período. Variáveis clínicas e laboratoriais foram coletadas na admissão, além de seguimento destes pacientes para verificar mortalidade na UTI e hospitalar. Na primeira parte do trabalho, comparou-se a capacidade diagnóstica dos dois métodos de avaliação de distúrbios ácido-básicos: modelo tradicional e modelo de Stewart. No modelo tradicional, acidose metabólica era diagnosticada quando Standard Base Excess (SBE) fosse ≤ -5,0 mmol/L. Pelo método de Stewart, considerou-se acidose metabólica quando Strong Ion Difference efetivo (SIDe) fosse < 38,0mmol/L ou houvesse aumento de ácidos fracos não-voláteis (por exemplo, fósforo). Entre os 68 pacientes com SBE normal, isto é, sem distúrbio metabólico pela avaliação tradicional, a maioria (n=59, 86,8%) apresentava SIDe diminuído. Entre os 103 pacientes com acidose metabólica reconhecida pela avaliação tradicional, todos também apresentavam SIDe diminuído. A comparação entre sobreviventes e não-sobreviventes no hospital mostrou uma diferença significativa para Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE) II, SOFA, sódio, cálcio, albumina, SBE, bicarbonato, cloro, SID aparente (SIDa), SIDe, e Strong Ion Gap (SIG). Individualmente, nenhuma dessas variáveis mostrou boa acurácia para predição de mortalidade hospitalar. O modelo de regressão logística com SOFA e idade apresentou uma área sob a curva Receiver Operating Characteristic (ROC) de 0,72. A adição das variáveis ácido-básicas evidenciou que cloro e albumina melhoravam o modelo significativamente. No modelo final, SOFA, idade e cloro associaram-se com maior mortalidade, enquanto albumina associou-se com maior sobrevida. A área sob a curva ROC para este modelo foi 0,80. A comparação entre as áreas sob a curva ROC dos dois modelos foi significativamente diferente (p = 0,01). Conclui-se que a avaliação diagnóstica de distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos pode ser aprimorada pelo método de Stewart em relação ao modelo tradicional e que hipercloremia pode estar associada com maior mortalidade.
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Metabolismo da matriz extracelular e função diastólica em indivíduos com síndrome metabólica

Santos, Ângela Barreto Santiago January 2010 (has links)
Resumo não disponível
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Avaliação diagnóstica e prognóstica dos distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos pelo método de Stewart

Boniatti, Márcio Manozzo January 2010 (has links)
Este trabalho tem como objetivos verificar se o método de Stewart pode melhorar nossa capacidade diagnóstica dos distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos quando comparado ao modelo tradicional. Além disso, pretende-se determinar se as variáveis ácido-básicas estão associadas à mortalidade hospitalar. Este estudo de coorte prospectivo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de fevereiro a maio de 2007. Foram incluídos 175 pacientes admitidos na UTI durante este período. Variáveis clínicas e laboratoriais foram coletadas na admissão, além de seguimento destes pacientes para verificar mortalidade na UTI e hospitalar. Na primeira parte do trabalho, comparou-se a capacidade diagnóstica dos dois métodos de avaliação de distúrbios ácido-básicos: modelo tradicional e modelo de Stewart. No modelo tradicional, acidose metabólica era diagnosticada quando Standard Base Excess (SBE) fosse ≤ -5,0 mmol/L. Pelo método de Stewart, considerou-se acidose metabólica quando Strong Ion Difference efetivo (SIDe) fosse < 38,0mmol/L ou houvesse aumento de ácidos fracos não-voláteis (por exemplo, fósforo). Entre os 68 pacientes com SBE normal, isto é, sem distúrbio metabólico pela avaliação tradicional, a maioria (n=59, 86,8%) apresentava SIDe diminuído. Entre os 103 pacientes com acidose metabólica reconhecida pela avaliação tradicional, todos também apresentavam SIDe diminuído. A comparação entre sobreviventes e não-sobreviventes no hospital mostrou uma diferença significativa para Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE) II, SOFA, sódio, cálcio, albumina, SBE, bicarbonato, cloro, SID aparente (SIDa), SIDe, e Strong Ion Gap (SIG). Individualmente, nenhuma dessas variáveis mostrou boa acurácia para predição de mortalidade hospitalar. O modelo de regressão logística com SOFA e idade apresentou uma área sob a curva Receiver Operating Characteristic (ROC) de 0,72. A adição das variáveis ácido-básicas evidenciou que cloro e albumina melhoravam o modelo significativamente. No modelo final, SOFA, idade e cloro associaram-se com maior mortalidade, enquanto albumina associou-se com maior sobrevida. A área sob a curva ROC para este modelo foi 0,80. A comparação entre as áreas sob a curva ROC dos dois modelos foi significativamente diferente (p = 0,01). Conclui-se que a avaliação diagnóstica de distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos pode ser aprimorada pelo método de Stewart em relação ao modelo tradicional e que hipercloremia pode estar associada com maior mortalidade.
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Metabolismo da matriz extracelular e função diastólica em indivíduos com síndrome metabólica

Santos, Ângela Barreto Santiago January 2010 (has links)
Resumo não disponível
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Avaliação molecular e bioquímica do metabolismo do ferro em pacientes portadores de síndrome metabólica

Rauber, Mariana Reis January 2014 (has links)
Introdução: A síndrome metabólica (SM) apresenta elevada prevalência na população mundial, sendo a hiperferritinemia um achado frequente nestes pacientes. A investigação do aumento da ferritina nesta doença representa um desafio diagnóstico, muitas vezes necessitando exames de alto custo, mas sendo fundamental para identificação dos pacientes que apresentam sobrecarga de ferro. Objetivo: Avaliar os parâmetros bioquímicos e moleculares relacionados ao metabolismo do ferro em pacientes portadores de SM. Métodos: Através de um estudo transversal, foram avaliados 94 pacientes portadores de SM de acordo com os critérios da International Diabetes Federation que estavam em acompanhamento no ambulatório de Medicina Interna do HCPA. Foram avaliados dados antropométricos e de diagnóstico para SM, dosagem de ferro, ferritina, a saturação da transferrina, hepcidina, além das mutações C282Y e H63D do gene HFE da hemocromatose. Resultados: A prevalência de hiperferritinemia na população em estudo foi de 27,7%, sendo maior no sexo masculino (53,8%) que no sexo feminino (14,5%) (p<0,001). A elevação da saturação de transferrina, e não da ferritina, se correlacionou com mutações do gene da hemocromatose. A hiperferritinemia se associou com saturação de transferrina (p<0,001) e a hepcidina (p=0,008), após análise de regressão logística. Conclusão: A hiperferritinemia é um achado frequente na SM, sendo mais comum em homens. A dosagem da saturação de transferrina é um bom parâmetro para screening de pacientes com mutação da hemocromatose, como já demonstrado na literatura. Sugere-se a hepcidina como um novo biomarcador com potencial promissor na investigação da hiperferritinemia associada à SM. / Introduction: Metabolic syndrome (MS) has a high prevalence in the world population, and hyperferritinemia is a frequent finding in these patients. The investigation of the increased ferritin in this syndrome represents a diagnostic challenge, often requiring expensive tests, but is essential for identification of patients with iron overload. Objective: To evaluate biochemical and molecular parameters related to iron metabolism in patients with MS. Methods: In a cross-sectional study, we evaluated 94 patients with MS according to the criteria of the International Diabetes Federation who were accompanied in the outpatient clinics of internal medicine, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. We evaluated anthropometric data and diagnostic criteria for MS, iron dosage, ferritin, transferrin saturation, hepcidin, besides the C282Y and H63D mutations in the HFE hemochromatosis gene. Results: The prevalence of hyperferritinemia in the study population was 27.7% and was higher in males (53.8%) than in females (14.5%) (p <0.001). The elevation of transferrin saturation, but not ferritin, did relate with mutations the hemochromatosis gene. Hyperferritinemia related to transferrin saturation (p <0.001) and hepcidin (p = 0.008) after logistic regression analysis. Conclusion: Hyperferritinemia is a frequent finding in metabolic syndrome, most frequently in men. Determination of transferrin saturation is a good parameter for screening of patients with hemochromatosis mutation, as already demonstrated in literature. It is suggested hepcidin as a new biomarker with promising potential in research hyperferritinemia associated with MS.
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Avaliação de um serviço pioneiro de informações sobre erros inatos do metabolismo no Brasil

Pitt, Silvia Brustolin January 2004 (has links)
O Brasil é um país grande, com poucos laboratórios dedicados ao diagnóstico de Erros Inatos do Metabolismo (EIM), e com escassos centros que se dedicam ao manejo dessas doenças. A área de doenças genético-metabólicas é ainda nova no país, e poucos profissionais da área médica estão familiarizados com essas doenças. Os EIM incluem cerca de 500 doenças causadas por distúrbios que envolvem o acúmulo de substratos tóxicos ou a falta de produtos vitais para o funcionamento adequado do organismo. Por serem patologias raras e pouco conhecidas em nosso meio, o diagnóstico correto é tardio e, na maioria das vezes, compromet a eficácia das medidas de manejo dos afetados. Para tentar melhorar essa situação, foi criado o Serviço de Informações sobre Erros Inatos do Metabolismo (SIEM) um serviço com acesso gratuito, pioneiro no Brasil e na América Latina. Implantado em outubro de 2001, em Porto Alegre, no sul do Brasil, o serviço tem o objetivo de fornecer suporte aos profissionais da área da saúde envolvidos com o diagnóstico e manejo de pacientes com suspeita de uma doença metabólica. O SIEM é dirigido por uma equipe especializada, constituída por geneticistas, nutricionistas e biólogos treinados para prestar o serviço proposto. O objetivo principal do presente estudo foi analisar as características demográficas e clínicas das consultas dirigidas a este serviço em seus primeiros dois anos e meio de funcionamento, para identificar o perfil dos profissionais que buscam esse tipo de serviço e dos casos que são objeto de consulta. Foram analisadas 376 consultas feitas nesse período. Verificamos que, na maior parte das vezes, a suspeita de uma doença metabólica esteve associada à presença da sintomatologia neurológica, a um início precoce dos sintomas e a uma tendência à presença de consangüinidade entre os pais. Nessa amostra tivemos 47 (24,4%) casos com diagnóstico de EIM, com predomínio de acidúrias orgânicas e aminoacidopatias. Acreditamos que serviços como este podem prestar apoio a profissionais da área da saúde, incluindo aqueles que estão distantes de centros de referência, podendo contribuir para o melhor diagnóstico e manejo de EIM, mudando para melhor o desfecho clínico dos pacientes em muitas situações.
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Alterações neuroquímicas e comportamentais induzidas pela exposição à prolina em peixe-zebra (Dano rerio)

Savio, Luiz Eduardo Baggio January 2012 (has links)
A hiperprolinemia é uma doença metabólica que pode ser causada por dois distintos erros inatos do metabolismo da prolina. A hiperprolinemia tipo I ocorre por uma deficiência na enzima prolina oxidase, enquanto que a hiperprolinemia tipo II é causada pela ausência da atividade da enzima Δ1-pirrolino-5-carboxilato desidrogenase. Os pacientes afetados por essa doença geralmente apresentam manifestações neurológicas, tais como convulsões, déficit cognitivo e retardo mental. Além disso, tem sido descrita uma associação entre a hiperprolinemia moderada e doenças psiquiátricas. Entretanto, os mecanismos neuroquímicos relacionados a esses sintomas neurológicos ainda são pouco compreendidos. Portanto, no presente estudo, investigamos o efeito da exposição aguda e crônica à prolina sobre parâmetros comportamentais em peixe-zebra, tais como: atividade locomotora, ansiedade e interação social. Além disso, avaliamos o efeito in vivo e in vitro da prolina sobre a atividade da acetilcolinesterase (AChE), bem como sobre a atividade e expressão gênica das ectonucleotidases em cérebro de peixe-zebra. Para os estudos in vivo, os animais foram expostos a duas concentrações de prolina (1,5 e 3,0 mM) durante 1 hora ou 7 dias (tratamento agudo e crônico, respectivamente). Para os ensaios in vitro, diferentes concentrações de prolina foram testadas (variando de 3,0 a 1000 μM). A exposição aguda à prolina não promoveu alterações significativas nos parâmetros bioquímicos e comportamentais analisados. Entretanto, a exposição crônica à prolina na concentração de 1,5 mM provocou um aumento na atividade locomotora do peixe-zebra, caracterizada pelo aumento no número de linhas cruzadas (47%), na distância total percorrida (29%) e na velocidade média (33%). Um aumento significativo no tempo gasto na parte superior do aquário (91%) também foi observado após esse mesmo tratamento, o que pode ser interpretado como um comportamento ansiolítico. A prolina na concentração de 1,5 mM também induziu o déficit de interação social (78%), quando comparado ao grupo controle. Além disso, exposição crônica aumentou significativamente a atividade da AChE em ambos os grupos tratados (34% e 39%). Esse mesmo tratamento também aumentou a hidrólise de ATP em ambas as concentrações testadas (14% e 22%, respectivamente), enquanto que a hidrólise de ADP e AMP aumentou apenas na concentração de 3,0 mM (21% e 17%, respectivamente). A expressão gênica da E-NTPDase3 aumentou em ambos os grupos tratados após a exposição crônica à prolina, enquanto que a E-NTPDase1 teve seus níveis de transcritos aumentados apenas na concentração de 3,0 mM. A prolina, quando avaliada in vitro, não promoveu alterações significativas nas atividades das ectonucleotidase e da AChE. Por fim, demonstramos, ainda, que as alterações comportamentais e o aumento da atividade da AChE induzidos pela prolina foram completamente revertidos pela administração aguda de um antipsicótico atípico (sulpirida), mas não por um típico (haloperidol). Em conjunto, estes dados demonstram que a exposição crônica à prolina induz alterações comportamentais, bem como aumenta a atividade da AChE e catabolismo de nucleotídeos em cérebro de peixe-zebra. Esses achados podem contribuir, pelo menos em parte, para uma melhor compreensão dos mecanismos relacionados às manifestações neurológicas verificadas em pacientes hiperprolinêmicos, como os transtornos psicóticos e cognitivos. Além disso, este estudo pode facilitar o uso do peixe-zebra como modelo experimental para o estudo de erros inatos do metabolismo que afetam o sistema nervoso central. / Hyperprolinemia is a metabolic disease that may be caused by two distinct inborn errors of proline metabolism. Hyperprolinemia type I occurs by a deficiency in proline oxidase, while the hyperprolinemia type II is caused by an absence of Δ1-pyrroline-5-carboxylic acid dehydrogenase. Patients affected by this disease usually present neurological manifestations, such as seizures, cognitive impairment, and mental retardation. Moreover, an association between psychiatry disorders and moderate hyperprolinemia has been reported. However, the mechanisms related to these neurological symptoms still remain poorly understood. Therefore, in the present study, we investigated the effect of short- and long-term proline exposure on behavioral parameters in zebrafish, such as locomotor activity, anxiety, and social interaction. In addition, we evaluated the in vivo and in vitro effects of proline on acetylcholinesterase (AChE) activity, as well as on ectonucleotidase activities and gene expression in zebrafish brain. For the in vivo studies, animals were exposed at two proline concentrations (1.5 and 3.0 mM) during 1 hour or 7 days (short- or long-term treatments, respectively). For the in vitro assays, different proline concentrations (ranging from 3.0 μM to 1000 μM) were tested. Short-term proline exposure did not promote significant changes on the behavioral and biochemical parameters analyzed. Long-term exposure at 1.5 mM proline caused an increase in locomotor activity in zebrafish, characterized by an increase in the number of line crossings (47%), in the total distance traveled (29%), and in the mean speed (33%). A significant increase in the time spent in the upper portion of the test tank was also observed after the same treatment (91%), which may be interpreted as an indicator of anxiolytic behavior. Proline at 1.5 mM also induced social interaction impairment (78%), when compared to the untreated group. Moreover, long-term proline exposure significantly increased AChE activity for both treated groups (34% and 39%). This treatment also increased ATP catabolism in both concentrations tested (14% and 22%, respectively), whereas ADP and AMP hydrolysis were increased only at 3.0 mM proline (21% and 17%, respectively). The gene expression of E-NTPDase3 increased in both treated groups after long-term proline, whereas E-NTPDase1 transcript levels increased only at concentration of 3.0 mM. Proline, when assessed in vitro, did not promote significant changes on AChE and ectonucleotidase activities. At last, we demonstrated the proline-induced behavioral changes and increase in AChE activity were completely reversed by acute administration of an atypical antipsychotic drug (sulpiride), but not by a typical (haloperidol). Altogether, these data demonstrate that long-term proline exposure induces behavioral changes as well as increases AChE activity and nucleotide catabolism in zebrafish brain. These findings may contribute, at least in part, to better understand the mechanisms related to the neurological manifestations observed in hyperprolinemic patients, such as the psychotic and cognitive dysfunctions. Moreover, this study might facilitate the use of the zebrafish as experimental model for studying inborn errors of amino acid metabolism that affect the central nervous system.

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