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De além do princípio de prazer ao além do princípio de desempenho: ressonâncias da teoria das pulsões no pensamento de Herbert Marcuse / From beyond the pleasure principle to beyond the performance principle: echoes of the drive theory in Herbert Marcuses thinkingPolyana Stocco Muniz 12 November 2010 (has links)
O presente trabalho tem por objetivo problematizar a inserção da teoria das pulsões no pensamento de Herbert Marcuse, mais especificamente em sua obra publicada em 1955 sob o título Eros e civilização: uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Aproximadamente três décadas antes a essa publicação de Marcuse, Freud publicou a obra que rearticulou como um todo o seu pensamento: o ensaio sobre a hipótese da Pulsão de Morte. Tal foi a sua repercussão, tanto clínica como cultural, que fez com que a psicanálise avançasse em temas como o masoquismo, a compulsão à repetição, a psicologia de massas e a destrutividade, chegando mesmo a problematizar o desenvolvimento cultural humano em sua possibilidade de garantir a vida comunal diante de uma pulsão para além do princípio de prazer. Não obstante, a recepção dessa conceituação provocou diversas revisões da psicanálise. Dentre as que aqui interessam, destacaram-se aquelas que foram atravessadas pelas questões relativas ao socialismo, já que questionaram a condição de imutabilidade da Pulsão de Morte. Contudo, as propostas desse Revisionismo Neofreudiano, que tentava articular marxismo e psicanálise, culminaram na extirpação da teoria das pulsões, dessexualizando a psicanálise. Ao criticar essa tendência popular, à época, a obra de Marcuse renovou o impasse: como inserir a metapsicologia, especialmente o conceito de Pulsão de Morte, no contexto das pesquisas do Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt, fundamentalmente marxista? O autor realocou a psicanálise no debate crítico sobre a cultura, renovando também outra questão que se vinculava à Pulsão de Morte: a relação entre dominação e progresso constituiria realmente o princípio da civilização? Sob esse contexto, a presente pesquisa articulou os seguintes pontos, a fim de esclarecer as ressonâncias da teoria das pulsões no pensamento de Marcuse: a) buscou-se esclarecer a crítica marcuseana às escolas culturalistas Neofreudianas; b) procurou-se compreender alguns pontos da conceituação sobre a Pulsão de Morte na obra de Freud; c) e, por fim, os desdobramentos dessa pulsão na obra Eros e civilização. Pode-se apontar que Marcuse centrou o debate sobre a cultura no conflito entre os princípios de prazer e realidade. Entretanto, o autor não negou a Pulsão de Morte em suas análises, mas a sua atividade numa realidade regida pelo princípio de desempenho, comparada com sua atividade regida por um mais além princípio de desempenho, já que, aliviada a tensão, pouco se expressaria. Problematizou-se a conclusão dessa obra, pois, não sendo a Pulsão de Morte somente alívio de tensão, ela insistiu na dinâmica da civilização como negação do indivíduo. A proposição de uma utopia foi questionada posteriormente pelo próprio autor e, assim, permaneceu seu posicionamento crítico, na medida em que compreendeu, nas próprias conceituações da psicanálise, a negação do existente, ou seja, a revelação da negação do indivíduo / The present work aims to debate the insertion of the drive theory in Herbert Marcuses thinking, as per, more specifically, this authors work Eros and Civilization: a philosophical inquiry into Freud published in 1955. Approximately three decades before this Marcuses publication, Freud had published a work which articulated his thinking as a whole: the essay on the hypothesis of the death drive. The great repercussion of the former work, in both clinical and cultural terms, made psychoanalysis advance in themes such as masochism, compulsion to repetition, crowd psychology and destructivity, besides having discussed human cultural development within its possibility of guaranteeing communal life in the face of a drive, which goes beyond pleasure principle. Nevertheless, the approach of this new concept provoked many reviews in the psychoanalysis area one of which we can highlight. Questions related to socialism were examined, as they referred to the immutability of the condition of the death drive. However, the proposals of this Neo-Freudian Revisionism which tried to merge Marxism and psychoanalysis, terminated in the extirpation of the theory of drives and generated an opposed movement to the previously accepted eroticization of psychoanalysis. As Marcuses work criticized such a popular trend at that time, it renewed the dilemma: how to insert metapsychology, particularly the death drive concept, in the context of the researches carried out in the Institute of Social Research of Frankfurt which was fundamentally Marxist? The author reallocated psychoanalysis in the midst of critical debate on culture, and also renewed another inquiry that is linked to the death drive: would the relationship between dominance and progress really constitute the principle of civilization? In this context, this research discussed the following points to clarify the echoes of the drive theory in Marcuses thinking: a) by trying to elucidate Marcusean critical theory to the Neo- Freudian culturalist schools; b) by analyzing some elements in the concept of death drive in Freuds work; c) ultimately, by understanding the outcome of death drive in Eros and Civilization: a philosophical inquiry into Freud. Furthermore, we can point out that Marcuse focused the debate about culture on the conflict between the principles of pleasure and reality. Still, the author did not discredit death drive itself in his analysis, but its mechanisms in a reality led by performance principle if compared to the previously referred drives action conducted by a beyond the performance principle, as the death drive would be nonexpressive after tension had been released. Also, the conclusion of that book was examined, as death drive is not only tension release. Moreover, that work insisted on the point that the dynamics of civilization can be considered a denial of the individual. The proposition of a utopia was questioned afterwards by the author himself. Thus, his assertion remained a critical one as Marcuse understood the denial of the existent in his own concept of psychoanalysis, that is, the revelation of the negation of the individual
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Jeux et enjeux de la violence infantile : pour une métapsychologie du geste / "Infantil violence" : plays and issues : for a metapsychology of the gestureDurozard, Claire 29 September 2015 (has links)
Cette thèse explore la clinique de l’enfant violent au travers du concept de « violence infantile » qui permet d’en dégager toutes les potentialités et de maintenir un regard créatif sur les « cliniques de l’extrême ». Loin de défendre un point de vue innéiste ou déficitaire, cette thèse envisage le recours à l’acte violent, chez des enfants présentant des troubles de la personnalité « narcissiques-identitaires », comme le témoin des faillites précoces de l’organisation du narcissisme. Au-delà de ses aspects manifestes, la « violence infantile » constitue donc un organisateur central des pathologies narcissiques dont nous retrouvons les traces jusque dans la vie adulte. Son articulation avec le geste explore la manière dont l’enfant a pu trouver à organiser sa vie pulsionnelle au contact de l’objet maternel. En lieu et place du jeu de la destructivité, l’enfant a fait l’expérience d’une destruction. La thèse envisage les destins du geste spontané confronté à un environnement qui ne s’est pas laissé utiliser. La « violence infantile » témoigne d’un jeu de bébé qui aurait dégénéré, elle est envisagée comme une tentative d’exploration de la psyché de l’objet. Cela implique des remaniements du cadre et de la posture du clinicien, qui l’engagent corporellement, condition nécessaire pour qu’une symbolisation des enjeux précoces contenus dans la « violence infantile » puisse avoir lieu. / In this thesis, the violent child’s clinical exploration is questionned using the concept of « infantile violence », which allows us to extract all the potentialities and to maintain a creative view on the extreme situations of subjectivity. In this work, children with serious personality disorder using violent acts are considered as witnesses of early failures of narcissistic organization. « Infantile violence » constitutes a central organizer of the narcissistic pathologies whose traces may be found in the adult state. His articulation with the gesture explores the way by which the child has organized his instinctual life in contact with the maternal object. In state of playing destructivity the child has experimented destruction.This work discusses the destiny of a spontaneous gesture which is confronted by an environment that does not allow for it to be used. « Infantile violence » shows a baby’s play that could have been degenerated, it is seen as an attempt to explore the object’s psyche. These facts involve revisions of setting and clinician’s posture. This leads him to a corporal engagement which is a necessary condition to allow an infantile violence symbolization.
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Discussão psicanalítica sobre o transtorno e pânico, com estudo de caso / Psychoanalytical discussion about panic disorder with case studyOliveira, Paulo Cezar de 30 September 2016 (has links)
O objetivo principal desse trabalho foi discorrer sobre o lugar do transtorno pânico na metapsicologia psicanalítica freudiana e pós-freudiana. Inicialmente, ele foi apresentado segundo a psiquiatria. Em seguida, tendo em vista as associações desse transtorno com as construções freudianas sobre a neurose de angústia, discorreu-se acerca das teorias da angústia de Freud a partir de textos freudianos e de Laplanche. Este autor, ao fazer importantes críticas à segunda teoria da angústia do pai da psicanálise, aponta para uma possível terceira teoria da angústia como reflexo da implicação direta do conceito de pulsão de morte sobre as duas primeiras. Nesse sentido, ocorreram discussões sobre as teorias da pulsão de Freud a partir de textos freudianos e dos escritos de Garcia-Roza e de Laplanche. Buscando derivar essa terceira teoria da angústia, destacou-se a ênfase laplanchiana marcante sobre a sexualidade como pedra angular da psicanálise, que somada a reformulação da teoria do apoio freudiana, levou ao conceito original da teoria de sedução generalizada. Nesse processo, conceitos como masoquismo e autoagressão originários, implicados sobre a obra kleiniana, permitiram a Laplanche renomear a pulsão de morte como pulsão sexual de morte. Com isso, a teorização freudiana da neurose de angústia, como consequência de um ataque pulsional sexual, foi reformulada ao equivaler esse sexual à sexualidade demoníaca citada por Freud, que é vista como aquela que excita, desliga e transborda, sendo portanto a parte da sexualidade dominada pela pulsão sexual de morte. Em seguida, foram apresentadas considerações específicas sobre o transtorno de pânico de autores psicanalíticos pós-freudianos nacionais e internacionais. No sentido da produção de dados como base de realidade para a articulação das teorias psicanalíticas sobre o transtorno de pânico com as reformulações das teorias da angústia advinda da discussão metapsicológica de Laplanche, apresenta-se pesquisa qualitativa conforme a concepção de Turato. Essa foi desenvolvida através de um estudo de caso único, sistematizado, por conveniência da pesquisa, em um processo de diagnóstico compreensivo seguido de psicoterapia. O psicodiagnóstico se dá através de duas entrevistas psicológicas semidirigidas, com posterior aplicação do Procedimento de Desenho-Estória; já a psicoterapia de orientação psicanalítica teve seus relatos de sessão submetidos a supervisões no grupo de pesquisa. Os dados coletados com esses procedimentos foram analisados tendo em vista a análise de conteúdo proposta por Turato e os estudos de referência do Procedimento Desenho-Estória de Tardivo. Nessa análise, conceitos e ferramentas psicanalíticas foram tomados como referência: manifestações do inconsciente, manejo da angústia, transferência, contratransferência, interpretação e acolhimento. Finalmente, foi feita a articulação dos dados com a teoria, evidenciando, como destaca Sigal, a importância das colocações laplanchianas sobre as diferentes consequências da introdução e da intromissão dos significantes enigmáticos. Melhor entendendo assim, a instalação e manutenção do transtorno de pânico. Por fim, discutiu-se sobre os manejos específicos no enfrentamento dos núcleos psicóticos formados pelos restos intrometidos, que são marcas de falha no recalque primário, comum também em pacientes que manifestam o transtorno de pânico / The main objective of this work is to discuss the place of panic disorder in Freud\'s and post-Freudian psychoanalytic metapsychology. Initially, the panic disorder is presented here under the psychiatric perspective. Afterwards, having its disorder associations with Freud´s constructions about anxiety neurosis in sight, Freud´s anxiety theories will be spoken about having his and Laplanche´s texts as basis. Laplanche, as he criticizes the second anxiety theory of the psychoanalysis father, points out to a possible third anxiety theory as a reflex of the direct implication of the death instinct concept on the first two. Therefore, there are some discussion about Freud´s instinct theories based on Freud´s texts and Garcia-Roza´s and Laplanche´s writings. In this exercise of creating this third anxiety theory there is a strong Laplanche based emphasis on sexuality as a psychoanalysis turning point and a reconstruction of Freud´s supporting theory, leading to a new concept: the generalized seduction. In this process, Klein´s work seeing under concepts such as original masochism and auto-aggression, allowed Laplanche, as he created his seduction theory, to rename the death instinct as sexual death instinct. Thus, Freud´s idea of the anxiety neurosis as consequence of a sexual instinct attack is reformulated by this sexual specification, as Freud´s demoniac sexuality. This part of sexuality is dominated by the sexual death instinct and is the one that excites, turns off and overflows. Subsequently, there will be presented some specific considerations on panic disorder made by national and international post Freudian psychoanalytical authors. A qualitative research based on Turato will be shown in order to produce reality based data to be articulated with psychoanalytical theories on panic disorder and the anxiety neurosis theories raised by Laplanche´s metapsychological discussion. This research consists of a unique case study systematized in a comprehensive diagnosis process, followed by psychotherapy. The psych diagnosis occurs in two semi guided interviews, followed by a Desenho-estoria procedure. The psychoanalytical psychotherapy sessions´ reports were discussed in group supervision. The collected data are analyzed based on Turato´s content analysis perspective and the referenced studies on Desenho-Estoria procedure, specially emphasizing Tardivo´s. In this analysis, psychoanalytical concepts and tools such as unconscious manifestations, anxiety handle, transference, countertransference, interpretation and holding are used as references. At last, the data is articulated with the theory, as highlighted by Sigal, pointing out to Laplanches consideration about the implantation and intromission of the enigmatic signifier. Therefore, creating and understanding about the panic disorders installation. There are also some discussion about specific management in order to confront psychotic spots formed by unassimilated remains, which the primal repression fail marks, common in patients that manifest panic disorder
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