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Reflexões de profissionais da saúde em relação a pacientes infantis neurológicos crônicos em cuidados paliativos: um olhar da bioéticaMargareth de Oliveira Kuster 01 July 2011 (has links)
Este estudo relata o que pensam profissionais da saúde, a respeito de usar ou não de alta tecnologia em pacientes neurológicos crônicos em cuidados paliativos, sob o olhar da bioética. Objetivou-se investigar o que fundamenta suas ações, no caso, por exemplo, de uma parada cardíaca, quais os conflitos que vivem e como os resolvem na dinâmica de um hospital público referência em pediatria. O uso de alta tecnologia ajudando a manter a vida biológica, parece tão somente prolongar o sofrimento, quando nada mais há a oferecer enquanto possibilidade de melhora e cura, e sim estaria na hora de aplicar cuidados paliativos. Esses momentos ainda são considerados de responsabilidade da assistência externa e não mais hospitalar. Foi realizada pesquisa de campo envolvendo 146 profissionais da saúde, sendo estes médicos, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionista e fonoaudióloga. A análise foi do tipo quanti-qualitativa, sendo usado o pacote estatístico SPSS e análise de conteúdo de Bardin. O referencial de análise para sustentação dos resultados foi a bioética clínica, preferencialmente de autores brasileiros, dentro do enfoque cultural de tradição judaico cristã. Como resultados da pesquisa, podemos constatar que a bioética ainda é desconhecida da maioria, principalmente nas reflexões e atuações em relação à vida, morte, dignidade humana no processo de morrer, intervenções e limites, avanços tecnológicos em relação a pacientes que não têm mais o que se beneficiar deles. Constatamos atitudes e intervenções baseadas somente nas orientações dos códigos das categorias profissionais, e que as discussões ainda são muito tímidas e permeadas por conflitos e medos de processos éticos disciplinares e também de jurisdição civil. Propõe-se que haja espaço institucional específico para discussão dos casos complexos, assim como formação continuada dos profissionais da saúde em relação às reflexões atuais que a bioética traz, enquanto campo de conhecimento interdisciplinar, associando não somente os princípios bioéticos clássicos, mas referenciais mais amplos de análise, sendo um deles à prudência. / This study reports what health professionals think about using or not high technology on chronic neurological patients in palliative care, from the perspective of bioethics. The purpose was to investigate what, for instance in the case of a cardiac arrest, underlies their actions, what conflicts they experience and what solutions they find in the dynamics of a public hospital which is a local reference in pediatrics. The use of high technology, trying to sustain biological life, seems to just extend suffering when theres nothing else to offer as a possibility for improvement and cure, but, rather, time for applying palliative care. These moments are still considered the responsibility of external assistance, not of the hospital anymore. A field research was performed involving 146 health professionals, such as doctors, nurses, psychologists, psychiatrists, physiotherapists, social workers, a nutritionist and a speech therapist. It was a quantitative/qualitative analysis using the statistical package SPSS and Bardins content analysis. The analysis referential to support the results was clinical bioethics, preferably from Brazilian authors, inside the cultural perspective of the Judeo-Christian tradition. As a result of the research, we can note that bioethics is still unknown to most people, namely as to reflections and actions in relation to life, death, human dignity in the process of death, interventions and limits, and technological advancements related to patients who have nothing to benefit from them. We discovered attitudes and interventions based just on the guidelines of ethical codes of professional categories, and that the discussions were still very timid and permeated by conflict and fears of disciplinary ethical processes as well as civil jurisdiction. An institutional, specific space for discussion of complex cases is proposed, as well as continuing education of health professionals in relation to current thinking that bioethics brings as an interdisciplinary field of knowledge, involving not only the classic bioethical principles, but more extensive references of analysis, among them the principle of prudence.
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