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Autonomia nas experiências de anticoncepção de multíparas pobres / Autonomía en las experiencias de anticoncepción de mujeres pobres multíparas atendidas en una unidad básica de salud de Canoas, RS / Autonomy in contraception experiences of multiparae low-income women in a basic health unit in Canoas, RSPrates, Cibeli de Souza January 2007 (has links)
A dissertação analisa as experiências de anticoncepção de mulheres pobres multíparas, considerando os fatores que condicionam a sua autonomia no campo da anticoncepção. A pesquisa foi de cunho qualitativo, do tipo descritivo-exploratório. A coleta das informações foi desenvolvida através da realização de grupos focais com multíparas que freqüentam uma Unidade Básica de Saúde da região metropolitana de Porto Alegre. As informações foram analisadas através de análise de conteúdo proposta por Minayo. A análise sugere que, para as participantes da pesquisa, o número elevado de filhos se justifica em função da sua autonomia contraceptiva reduzida gerada por fatores sociais e individuais. A análise indicou os seguintes fatores como implicados na produção de multiparidade – (1) sociais: dificuldades financeiras, problemas de acesso aos serviços de saúde e aos métodos anticoncepcionais e desigualdades de poder de gênero e (2) individuais: efeitos colaterais dos métodos anticoncepcionais e a auto-responsabilização pelo controle da fertilidade do casal. A multiparidade traz repercussões negativas para a vida dessas mulheres e, apesar de as participantes da pesquisa, em alguma medida, terem consciência dos fatores que limitam o seu potencial de autonomia para escolherem quando e quantos filhos ter, elas parecem não ter poder para modificar essa situação. No entanto, como o poder circula nas relações, suas falas sugerem que existe sempre a possibilidade de que elas ocupem posições de poder e consigam minimizar as dificuldades que enfrentam para controlar sua fertilidade. A pesquisa permite concluir que a retórica produzida no campo do planejamento familiar e sua ênfase na defesa dos direitos reprodutivos contradizem as experiências vividas pelas mulheres pobres que participaram desta pesquisa, no sentido de que essas mulheres não estão exercendo o direito de controlar sua fertilidade. O estudo traz contribuições para o trabalho dos profissionais de saúde no sentido de indicar não só as circunstâncias e os fatores implicados com a produção do fenômeno da multiparidade em comunidades pobres, como também de mostrar os limites das ações e dos serviços que atuam no campo do planejamento familiar. / This dissertation analyzes experiences of contraception among low-income multiparae women, considering factors that condition their autonomy in the field of contraception. The research is characterized as qualitative, descriptive-exploratory. Data collection was carried out through focus groups of multiparae women who attended a Basic Health Unit in Porto Alegre. Information was analyzed through the content analysis proposed by Minayo. The analysis has suggested that, for the participants of this research, the high number of children is justified by their reduced contraceptive autonomy, which is generated both by social and individual factors. The analysis has pointed out the following factors as being implied in the production of multiparity. (1) Social: financial problems, difficult access to health services and contraceptive methods, and inequality of gender power; (2) Individual: side effects of the contraceptive methods, and self-responsibility for the couple’s fertility control. Multiparity causes negative effects in those women’s lives and, although the participants of this research, to a certain extent, were aware of the factors that limit their autonomy potential to choose when and how many children to have, they seemed not to have power to change this situation. However, as power circulates in the relationships, their speech suggests that there is always the possibility to occupy power positions and be able to minimize difficulties they face to control their fertility. The research allows for the conclusion that the rhetoric produced in the field of family planning and its emphasis on the advocacy of reproduction rights contradicts the experiences that poor women have had, in the sense that those women are not exercising their right to control their fertility. The study has brought contributions to work of health professionals, not only indicating the circumstances and factors implied in the production of the multiparity phenomenon in low-income communities, but also showing the limits of actions and services that are present in the field of family planning. / La disertación analiza las experiencias de anticoncepción de mujeres pobres multíparas, considerando los factores que condicionan su autonomía en el campo de la anticoncepción. La investigación fue de cuño cualitativo, del tipo descriptivoexploratorio. La colecta de las informaciones fue desarrollada a través de la realización de grupos focales con multíparas que frecuentan una Unidad Básica de Salud de la región metropolitana de Porto Alegre. Las informaciones fueron analizadas a través del análisis de contenido propuesto por Minayo. El análisis sugiere que, para las participantes del estudio, el número elevado de hijos se justifica en función de su autonomía contraceptiva reducida generada por factores sociales e individuales. El análisis indicó los siguientes factores involucrados en la producción de multipariedad – (1) sociales: dificultades financieras, problemas de acceso a los servicios de salud y a los métodos anticoncepcionales y desigualdades de poder de género y (2) individuales: efectos colaterales de los métodos anticoncepcionales y la auto-responsabilidad por el control de la fertilidad de la pareja. La multipariedad trae repercusiones negativas para la vida de esas mujeres y, a pesar de que las participantes de la investigación, en cierta medida, tengan conciencia de los factores que limitan su potencial de autonomía para escoger cuándo e cuántos hijos tener, ellas parecen no tener poder para modificar esa situación. Sin embargo, como el poder circula en las relaciones, sus discursos sugieren que siempre existe la posibilidad de que ellas ocupen posiciones de poder y consigan minimizar las dificultades que enfrentan para controlar su fertilidad. El estudio permite concluir que la retórica producida en el campo de la planificación familiar y su énfasis en la defensa de los derechos reproductivos contradicen las experiencias vividas por las mujeres pobres que participaron de esta investigación, en el sentido de que esas mujeres no están ejerciendo el derecho de controlar su fertilidad. Este estudio también trae contribuciones para el trabajo de los profesionales de la salud en relación a la posibilidad de indicar no solo las circunstancias y los factores implicados en la producción del fenómeno de lamultipariedad en comunidades pobres, como también de mostrar los límites de las acciones y de los servicios que actúan en el campo de la planificación familiar.
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Sa??de reprodutiva e obje????o de consci??ncia: uma proposta educacionalDarz??, Omar Ismail Santos Pereira 11 June 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-06-11 / A discuss??o sobre obje????o de consci??ncia no curr??culo m??dico, requer um modelo educacional que estimule o racioc??nio ??tico e habilidades de comunica????o, minimizando o conflito moral e os preju??zos que a recusa possa causar aos pacientes. Objetivos: Avaliar a efic??cia da t??cnica do role-playing na abordagem do tema da obje????o de consci??ncia no curr??culo m??dico. Verificar entre acad??micos de medicina a preval??ncia, fatores motivadores ?? recusa em prestar servi??os em sa??de reprodutiva e o conhecimento ??tico sobre o tema. Os resultados ser??o apresentados sobre a forma de artigos. M??todos: Estudo de interven????o, envolvendo 120 estudantes de medicina. O projeto foi composto por 8 m??dulos com 15 alunos cada. Inicialmente aplicou-se um question??rio incluindo informa????es demogr??ficas, religiosidade, conhecimentos ??ticos sobre obje????o de consci??ncia na pr??tica m??dica e sobre a concord??ncia, ou n??o, e o seu conforto em conduzir situa????es como o abortamento legal, a prescri????o da contracep????o de emerg??ncia e a orienta????o contraceptiva a adolescentes. Ap??s, foram exibidos 3 filmes de curta metragem, criados exclusivamente para o projeto. O primeiro aborda a nega????o de um m??dico a realizar um abortamento em uma jovem de 15 anos, vitimada sexualmente. O segundo simula a obje????o de um m??dico a fornecer orienta????o contraceptiva a uma adolescente de 13 anos, e sem a ci??ncia dos pais. O ??ltimo filme retrata a recusa do m??dico em prescrever a contracep????o de emerg??ncia a uma jovem. Em seguida, estimulou-se uma discuss??o considerando principalmente: as legisla????es existentes sobre o tema, o direito ?? obje????o de consci??ncia do m??dico, a viola????o da autonomia da paciente, o potencial de discrimina????o e o preju??zo ?? sa??de do solicitante decorrente da recusa. Formaram-se ent??o subgrupos de 3 alunos que simularam os casos cl??nicos, atuando o mais pr??ximo poss??vel de uma situa????o real, havendo um revezamento entre os pap??is de m??dico, paciente e observador. Ao final, foi reaplicado o question??rio. Os dados foram analisados pelos testes do ??2, teste t e teste de McNemar, com n??vel de signific??ncia de 5%. Resultados: O abortamento foi recusado por 35,8% dos estudantes, a contracep????o aos adolescentes por17,5% e a contracep????o de emerg??ncia por 5,8%. A alta religiosidade(p<0,001) e a maior frequ??ncia a cultos(p=0,034) foram os preditores identificados ao abortamento previsto em lei. A recusa da contracep????o aos adolescentes foi significativamente maior entre os homens (p=0,037). Da amostra, 25% n??o explicaria o motivo da recusa,15% n??o descreveria todos os procedimentos e 25% n??o faria o encaminhamento. A altera????o do conforto na condu????o do abortamento previsto em lei, ap??s a interven????o, foi significativa(p<0,001). O mesmo foi observado na orienta????o contraceptiva a jovens adolescentes(p<0,001) e na prescri????o da contracep????o de emerg??ncia(p=0,002). A mudan??a de opini??o quanto ?? obje????o ao abortamento legal foi significativa(p=0,003) e, tamb??m, quanto ?? orienta????o contraceptiva a jovens adolescentes(p=0,012). N??o se observou diferen??as na prescri????o da contracep????o de emerg??ncia(p=0,500). Conclus??es: O abortamento previsto em lei foi a situa????o mais objetada. Os fatores motivadores a esta recusa foram o alto compromisso e uma maior pr??tica religiosa. Uma parcela razo??vel dos alunos n??o demonstrou ter conhecimentos ??ticos sobre o tema. A aplica????o desta metodologia, no grupo participante, tornou mais confort??vel a condu????o dos casos discutidos e forneceu um conte??do t??cnico, legal e ??tico para o melhor embasamento de suas opini??es.
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[pt] A RELIGIÃO NO ESPAÇO PÚBLICO BRASILEIRO E O CONTROLE REPRODUTIVO DOS CORPOS FEMININOS: UMA ANÁLISE DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DO STF NAS ADPFS 54 E 442 / [en] RELIGION IN THE BRAZILIAN PUBLIC SPACE AND THE REPRODUCTIVE CONTROL OF FEMALE BODIES: AN ANALYSIS OF THE PUBLIC HEARINGS IN THE STF IN ADPFS 54 AND 442LARA RODRIGUES DE MORAES 18 May 2022 (has links)
[pt] Ao se observar o espaço público brasileiro nas últimas décadas, é possível
se identificar uma elevação constante do número de representantes religiosos, seja
apenas como participantes nos debates sobre políticas públicas e direitos
fundamentais, seja assumindo cargos políticos. Dentre eles destacam-se,
principalmente, católicos e evangélicos. Com a iminência de se tornarem maioria
no Congresso Nacional, torna-se necessário discutir sobre como, e, se seria sequer
possível conciliar religião, democracia e laicidade, quando o uso fiel da razão
pública democrática exige uma autocontenção para a utilização de argumentos
baseados na razoabilidade e, contraditoriamente, parte dos participantes do debate
público defendem verdades absolutas e dogmas inegociáveis. Na prática o que se
tem observado é uma completa ausência de efetivo debate, o antagonismo entre as
partes se exacerba, ocorrendo apenas destilações irracionais de ódio entre si. Os
grupos minoritários e vulneráveis são os mais prejudicados aqui, pois veem suas
demandas estagnadas ou rejeitadas. Nesse sentido, o presente trabalho buscará
expor essa problemática, discutindo-a de forma direcionada às questões de gênero
nessas circunstâncias, com foco nos direitos reprodutivos da mulher e um exame
crítico e reflexivo apontado para a presença religiosa no espaço público, mais
especificamente por meio de análise teórica e empírica sobre o uso de argumentos
religiosos nas audiências públicas do Supremo Tribunal Federal nas ADPFs 54 e
442 que trataram, respectivamente, da descriminalização da antecipação
terapêutica do parto no caso de fetos anencefálicos e da descriminalização da
interrupção voluntária da gravidez até a 12ª semana de gestação. / [en] When observing the Brazilian public space in recent decades, it is possible
to identify a constant increase in the number of religious representatives, whether
as participants in debates on public policies and fundamental rights, or assuming
political positions. Among them, Catholics and Evangelicals are the ones that
stand out. With the imminence of becoming a majority in the National Congress,
it becomes necessary to discuss how, and if it would even be possible to reconcile
religion, democracy and secularism, when the faithful use of democratic public
reason requires self-restraint in the use of arguments based on reasonableness and,
contradictorily, at the same time, part of the participants in the public debate
defend absolute truths and non-negotiable dogmas. In practice, what we have
observed is a complete lack of effective debate, the antagonism between the
parties is exacerbated, occurring only irrational distillations of hatred between
them. Minority and vulnerable groups are the most affected here, as they see their
demands stagnant or rejected. In this sense, the present work will seek to expose
this problem, discussing it in a way directed to gender issues in these
circumstances, focusing on women s reproductive rights and a critical and
reflective exam aimed at the religious presence in the public space, more
specifically through theoretical and empirical analysis on the use of religious
arguments in public hearings in the Federal Supreme Court in ADPFs 54 and 442,
which dealt, respectively, with the decriminalization of therapeutic anticipation of
childbirth in the case of anencephalic fetuses and the decriminalization of
voluntary interruption of pregnancy up to the 12th week of pregnancy.
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