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O turista e a medicina de viagem: as ocorrências médicas com turistas brasileiros em viagem ao exterior / The tourist and the travel medicine: medical incidents with Brazilian tourists traveling abroad

Butuhy, Júlio César 29 November 2018 (has links)
Inserida na Medicina Tropical, existe a especialidade denominada de medicina de viagem, que tem o intuito de diminuir os riscos de ocorrências médicas e mortalidade durante e após as viagens, desenvolvendo no turista a consciência para uso de medidas preventivas. Este estudo inicia por sintetizar o atual conceito da medicina de viagem e os órgãos de fomento ao desenvolvimento do turismo com segurança no Brasil. Continua por realizar um levantamento exploratório e uma compilação dos dados relativos à quantidade de viagens realizadas por brasileiros ao exterior e como são transmitidas informações sobre os riscos à saúde do turista nestas viagens, através de dados fornecidos por fontes oficiais públicas, além de publicações e sites do mercado turístico e da vigilância sanitária. Finaliza por realizar uma pesquisa de campo com professores que trabalham em instituições de ensino superior na cidade de São Paulo, com a intenção de conhecer e especificar as ocorrências médicas que aconteceram durante a sua viagem ao exterior. Resultados: tem-se que as ocorrências médicas durante a viagem afetaram 45% dos entrevistados, principalmente por problemas gastrointestinais/digestivos, circulatórios e cefaleia e destes, apenas 50% procurou assistência médica. Ao comparar com pesquisa nacional realizada em 2013, enquanto neste estudo 56,43% dos entrevistados possuíam doenças pré-existentes conhecidas, na pesquisa de 2013, o percentual era de 34,15%. Outro ponto importante de comparação foi que este estudo apresentou como principal ocorrência médica a gastrointestinal com 41%, enquanto em 2013, a maior quantidade de ocorrências foram as de ordem respiratória, com 13,6%. A proporção deste estudo foi semelhante aos resultados da maioria dos estudos internacionais. A realizar o cruzamento de dados deste estudo, os mesmos demonstram que os entrevistados que viajaram sozinhos tiveram 71% a mais de chance de terem alguma ocorrência médica do que quem viajou acompanhado e que, se este mesmo turista viajou para participar de um evento acadêmico, a chance de ocorrer alguma anormalidade foi de quase 1,4 vezes superior, em relação a quem viajou lazer, por exemplo. Igualmente, entrevistados com doenças pré-existentes apresentaram quase 2 vezes mais chances de terem alguma ocorrência médica, do que o turista sem histórico de doenças pré-existentes. Conclusão: é sugerido que se faça uma consulta por parte do viajante, à clinicas especializadas em saúde do viajante, principalmente para turistas com histórico de doenças pré-existentes que podem desenvolver outras morbidades durante a viagem. Já os problemas digestivos, por serem a maior quantidade absoluta e percentual de ocorrências médicas nesta e nas demais pesquisas internacionais, demonstra haver a necessidade de o turista ser mais seletivo na escolha dos locais e dos alimentos que serão consumidos em suas viagens ao exterior. Igualmente, sugere-se que agências e operadoras de viagens, empresas que enviam seus colaboradores para viagens ao exterior e a ANVISA, sejam mais proativas e orientem os futuros turistas, sobre os possíveis riscos deste deslocamento e o que esperar do local para onde se está viajando. / As part of Tropical Medicine, there is a specialized area called Travel Medicine whose purpose is to reduce the risks of medical incidents and mortality during and after travels, making the tourist more aware of preventive measures. This study begins by clearing up the current concept of travel medicine and the agencies that promote the development of safe tourism in Brazil. It follows by performing an exploratory survey and a compilation of data related to the number of trips made by Brazilians abroad and how information about the risks to the health of the tourist are passed before and during these trips; the survey is based on data provided by official public sources, as well as publications and websites of tourism market and health surveillance. It ends up conducting a field research with teachers working in higher education institutions in the city of São Paulo aiming at knowing and specifying the medical occurrences during their trip abroad. Results: The medical occurrences during the trip affected 45% of the participants, mainly due to gastrointestinal/digestive, circulatory and headache problems, and only 50% sought medical care. When compared with national research conducted in 2013, this study showed that 56,43% of the participants had known pre-existing diseases, while in the 2013 survey, the percentage was of 34,15%. Another important comparison point was that this study had the gastrointestinal medical occurrence as the main one (41%), while in 2013, the majority of occurrences were those concerning respiratory problems (13,6%). The percentages of this study were similar to the results of the majority of international studies. When cross-referencing the data of this study, we can see that the participants who traveled alone were 71% more likely to have a medical incident than those who traveled with a companion, and that if the person traveled to attend an academic event, the chance of some abnormality occurring was almost 1,4 times higher as compared to those who traveled at leisure, for example. Similarly, participants with preexisting diseases had almost 2 times more chances of having a medical incident than those with no history of preexisting diseases. Conclusion: It is suggested that the traveler be consulted at specialized health clinics, especially for tourists with a history of preexisting diseases who are prone to develop other morbidities during the trip. On the other hand, being the digestive problems responsible for the greatest amount and percentage of medical incidents in this and other international surveys, there is a need for the tourists to be more selective concerning the food they consume in trips abroad. It is also suggested that travel agencies, airlines, companies that send their employees abroad and ANVISA be more proactive and inform future tourists about the possible risks of travels and what to expect from the place where they are traveling to.

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