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Efeitos da administração de cialotrina sobre a atividade de macrófagos peritoneais de ratos / Effects of cyhalothrin administration on peritoneal macrophage activity of ratsRighi, Dario Abbud 18 August 2006 (has links)
Os piretróides sintéticos, em especial os do tipo II, como a cialotrina, são extensivamente utilizados para o controle de uma ampla variedade de ectoparasitas que acometem os animais de produção. Entretanto, no Brasil e em outros países, sua utilização vai além da saúde animal, sendo utilizados também em saúde pública, no controle de diversos vetores, como é o caso do vetor da dengue, dentre outros. Visto que a cialotrina modifica a atividade de macrófagos peritoneais, o objetivo deste trabalho foi investigar os prováveis mecanismos através dos quais este piretróide modifica a atividade destas células. Os presentes resultados, analisados em seu conjunto, mostram de maneira inequívoca que a cialotrina tem um efeito direto e/ou indireto sobre a atividade de macrófagos peritoneais. Especificamente, observou-se neste trabalho que o praguicida causou em ratos: 1 ? marcação fos positiva em neurônios do núcleo paraventricular do hipotálamo (NPH), após a dose de 3,0 mg/kg/dia; 2 - diminuição do percentual e intensidade de fagocitose de macrófagos peritoneais ativados e avaliados por citometria de fluxo; 3 - diminuição dose-dependente da produção de nitrito (NO2); 4 ? diminuição do percentual e intensidade de fagocitose de macrófagos peritoneais ativados, em ratos adrenalectomizados e/ou tratados com metirapona (inibidor da síntese de corticosterona) e RU 486 (antagonista de receptores glicocorticóides) com a finalidade de modular os níveis de glicocorticóides, e tratados com 3,0 mg/kg/dia de cialotrina; 5 ? aumento dos níveis de noradrenalina hipotalâmica em animais tratados com a dose de 3,0mg/kg/dia de cialotrina; 6 - diminuição do percentual e intensidade de fagocitose, bem como diminuição da produção de nitrito de macrófagos peritoneais ativados, em ratos simpatectomizados químicamente com 6-OHDA; 7 - diminuição dose dependente do percentual e intensidade de fagocitose, bem como da produção de nitrito de macrófagos peritoneais ativados e tratados in vitro com 10 e 100 nM de cialotrina. No entanto, não observamos: 1 ? alterações na produção de nitrito realizada por macrófagos peritoneais ativados, em ratos adrenalectomizados e/ou tratados com metirapona e RU 486; 2 - alterações na viabilidade celular induzida pelo tratamento in vitro com a cialotrina na concentração de 10 e 100 nM e 3 ? alterações nos efeitos da cialotrina sobre a atividade de macrófagos tratados in vitro com os ligantes de receptores benzodiazepínicos periféricos. Em conjunto, os presentes dados mostram que a cialotrina interfere com a atividade de macrófagos por atuar indiretamente, através da ativação do eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA), e/ou diretamente sobre os mesmos modulando sua atividade. É muito provável que o efeito resultante do tratamento in vivo com este praguicida esteja ligado à somatória destas ações / Synthetic pyrethroids, particularly those of type II, such as cyhalothrin, are extensively used in agriculture for the control of a broad range of ectoparasites in farm animals. However, in Brazil and some other countries, these pyrethroids have also been used in public health, for the control of insects that are known to be vectors of diseases such as dengue. Since it has been suggested that cyhalothrin alters activity of peritoneal macrophages, the objective of our study was to investigate the putative mechanisms for the changes induced by pyrethroid in these cells. The results presented here show, in an unequivocal manner, that cyhalothrin has a direct or indirect (or both) effect on the activity of peritoneal macrophages. We specifically observed in this work that this pesticide induced in rats: 1- Fos-positive immunostaining in neurons of the paraventricular nucleus of the hypothalamus (NPH), after 3.0 mg/kg/day; 2 ? a reduction in the percentage and intensity of phagocytosis by activated peritoneal macrophages, evaluated by flow cytometry; 3 ? a dose-dependent reduction in nitrite production (NO2); 4 ? a reduction in the percentage and intensity of phagocytosis by activated peritoneal macrophage from adrenalectomized rats treated or not with metirapone (inhibitor of corticosterone synthesis) or RU 486 (antagonist of glicocorticoids receptors) with the propose of modulating the levels of glicocorticoids, and treated with 3.0 mg/kg/day of cyhalothrin; 5 ? an increase in the hypothalamic levels of noradrenaline in rats treated with 3.0 mg/kg/day of cyhalothrin; 6 ? a reduction in the percentage and intensity of phagocytosis and also a decrease in the production of nitrite by activated peritoneal macrophages, after chemical sympatectomy with 6-OHDA; 7 ? a dose-dependent reduction of the percentage and intensity of phagocytosis, and also a decrement in nitrite production by activated peritoneal macrophages treated in vitro with 10 and 100 nM of cyhalothrin. However, we found no differences on: 1 ? nitrite production by activated peritoneal macrophages after adrenalectomy, treated or not with metirapone or RU 486; 2 ?cell viability of peritoneal macrophages treated in vitro with 10 and 100 nM of cyhalothrin, and 3 ? the effects of cyhalothrin on macrophage activity after in vitro treatment with peripheral benzodiazepine receptor ligands. Altogether, the present results show that cyhalothrin interferes with the activity of peritoneal macrophages by acting indirectly, via activation of the hypothalamus-pituitary-adrenal axis, or directly on these cells, altering their activity. As a matter of fact, it is quite possible that the results of in vivo cyhalothrin treatment on macrophage activity would be related to the combined effect of these direct and indirect influences
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Efeitos da administração de cialotrina sobre a atividade de macrófagos peritoneais de ratos / Effects of cyhalothrin administration on peritoneal macrophage activity of ratsDario Abbud Righi 18 August 2006 (has links)
Os piretróides sintéticos, em especial os do tipo II, como a cialotrina, são extensivamente utilizados para o controle de uma ampla variedade de ectoparasitas que acometem os animais de produção. Entretanto, no Brasil e em outros países, sua utilização vai além da saúde animal, sendo utilizados também em saúde pública, no controle de diversos vetores, como é o caso do vetor da dengue, dentre outros. Visto que a cialotrina modifica a atividade de macrófagos peritoneais, o objetivo deste trabalho foi investigar os prováveis mecanismos através dos quais este piretróide modifica a atividade destas células. Os presentes resultados, analisados em seu conjunto, mostram de maneira inequívoca que a cialotrina tem um efeito direto e/ou indireto sobre a atividade de macrófagos peritoneais. Especificamente, observou-se neste trabalho que o praguicida causou em ratos: 1 ? marcação fos positiva em neurônios do núcleo paraventricular do hipotálamo (NPH), após a dose de 3,0 mg/kg/dia; 2 - diminuição do percentual e intensidade de fagocitose de macrófagos peritoneais ativados e avaliados por citometria de fluxo; 3 - diminuição dose-dependente da produção de nitrito (NO2); 4 ? diminuição do percentual e intensidade de fagocitose de macrófagos peritoneais ativados, em ratos adrenalectomizados e/ou tratados com metirapona (inibidor da síntese de corticosterona) e RU 486 (antagonista de receptores glicocorticóides) com a finalidade de modular os níveis de glicocorticóides, e tratados com 3,0 mg/kg/dia de cialotrina; 5 ? aumento dos níveis de noradrenalina hipotalâmica em animais tratados com a dose de 3,0mg/kg/dia de cialotrina; 6 - diminuição do percentual e intensidade de fagocitose, bem como diminuição da produção de nitrito de macrófagos peritoneais ativados, em ratos simpatectomizados químicamente com 6-OHDA; 7 - diminuição dose dependente do percentual e intensidade de fagocitose, bem como da produção de nitrito de macrófagos peritoneais ativados e tratados in vitro com 10 e 100 nM de cialotrina. No entanto, não observamos: 1 ? alterações na produção de nitrito realizada por macrófagos peritoneais ativados, em ratos adrenalectomizados e/ou tratados com metirapona e RU 486; 2 - alterações na viabilidade celular induzida pelo tratamento in vitro com a cialotrina na concentração de 10 e 100 nM e 3 ? alterações nos efeitos da cialotrina sobre a atividade de macrófagos tratados in vitro com os ligantes de receptores benzodiazepínicos periféricos. Em conjunto, os presentes dados mostram que a cialotrina interfere com a atividade de macrófagos por atuar indiretamente, através da ativação do eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA), e/ou diretamente sobre os mesmos modulando sua atividade. É muito provável que o efeito resultante do tratamento in vivo com este praguicida esteja ligado à somatória destas ações / Synthetic pyrethroids, particularly those of type II, such as cyhalothrin, are extensively used in agriculture for the control of a broad range of ectoparasites in farm animals. However, in Brazil and some other countries, these pyrethroids have also been used in public health, for the control of insects that are known to be vectors of diseases such as dengue. Since it has been suggested that cyhalothrin alters activity of peritoneal macrophages, the objective of our study was to investigate the putative mechanisms for the changes induced by pyrethroid in these cells. The results presented here show, in an unequivocal manner, that cyhalothrin has a direct or indirect (or both) effect on the activity of peritoneal macrophages. We specifically observed in this work that this pesticide induced in rats: 1- Fos-positive immunostaining in neurons of the paraventricular nucleus of the hypothalamus (NPH), after 3.0 mg/kg/day; 2 ? a reduction in the percentage and intensity of phagocytosis by activated peritoneal macrophages, evaluated by flow cytometry; 3 ? a dose-dependent reduction in nitrite production (NO2); 4 ? a reduction in the percentage and intensity of phagocytosis by activated peritoneal macrophage from adrenalectomized rats treated or not with metirapone (inhibitor of corticosterone synthesis) or RU 486 (antagonist of glicocorticoids receptors) with the propose of modulating the levels of glicocorticoids, and treated with 3.0 mg/kg/day of cyhalothrin; 5 ? an increase in the hypothalamic levels of noradrenaline in rats treated with 3.0 mg/kg/day of cyhalothrin; 6 ? a reduction in the percentage and intensity of phagocytosis and also a decrease in the production of nitrite by activated peritoneal macrophages, after chemical sympatectomy with 6-OHDA; 7 ? a dose-dependent reduction of the percentage and intensity of phagocytosis, and also a decrement in nitrite production by activated peritoneal macrophages treated in vitro with 10 and 100 nM of cyhalothrin. However, we found no differences on: 1 ? nitrite production by activated peritoneal macrophages after adrenalectomy, treated or not with metirapone or RU 486; 2 ?cell viability of peritoneal macrophages treated in vitro with 10 and 100 nM of cyhalothrin, and 3 ? the effects of cyhalothrin on macrophage activity after in vitro treatment with peripheral benzodiazepine receptor ligands. Altogether, the present results show that cyhalothrin interferes with the activity of peritoneal macrophages by acting indirectly, via activation of the hypothalamus-pituitary-adrenal axis, or directly on these cells, altering their activity. As a matter of fact, it is quite possible that the results of in vivo cyhalothrin treatment on macrophage activity would be related to the combined effect of these direct and indirect influences
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A neurobiologia da depressão em pacientes com estresse precose: o papel do eixo HPA e da função dos receptores glicocorticóides (GR) e mineralocorticóides (MR) / Neurobiology of Depression in Patients with Early Life Stress: the Role of the HPA Axis and Glucocorticoid (GR) and Mineralocorticoid (MR) Receptor FunctionBaes, Cristiane von Werne 24 June 2016 (has links)
Introdução: Crescentes evidências indicam que o abandono e o abuso infantis são fatores de risco para transtornos psiquiátricos. Estudos realizados tanto em animais como em humanos sugerem que o estresse nas fases iniciais de desenvolvimento pode induzir alterações persistentes na capacidade do eixo HPA em responder ao estresse na vida adulta e que esse mecanismo pode levar a uma maior suscetibilidade à depressão. Esta desregulação do eixo HPA parece estar relacionada às mudanças na capacidade dos glicocorticóides circulantes em exercer seu feedback negativo na secreção dos hormônios do eixo HPA por meio da ligação aos receptores de mineralocorticóides (MR) e glicocorticóides (GR) nos tecidos do eixo HPA. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta do eixo HPA frente aos agonistas e antagonistas dos GR e MR em pacientes depressivos com e sem estresse precoce (EP) e controles. Metodologia: Selecionamos uma amostra total de 75 sujeitos composta por um grupo de pacientes com diagnóstico de episódio depressivo atual (n=47) e um grupo de controles saudáveis (n=28). Os pacientes foram divididos em 2 grupos de acordo com o estresse precoce: um grupo de pacientes depressivos com EP (n=33) e um grupo de pacientes depressivos sem estresse precoce (n=14). Os pacientes foram avaliados por meio da Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI-Plus), para a confirmação do diagnóstico. Para avaliação da gravidade dos sintomas depressivos foi aplicada a Escala de Depressão GRID de Hamilton (GRID-HAM-D21), sendo incluídos apenas pacientes com HAM-D21>=16. Para a avaliação do estresse precoce foi aplicado o Questionário Sobre Traumas na Infância (CTQ). Utilizamos também a Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS), o Inventário de Depressão de Beck (BDI-II), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), a Escala de Desesperança de Beck (BHS), a Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), a Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11) e o Questionário de Qualidade de Sono de Pittsburg (PSQI), para a avaliação dos sintomas psiquiátricos. A avaliação endócrina foi controlada por placebo, cego por parte dos controles e pacientes, não randomizada, onde os efeitos da fludrocortisona (0.5 mg), da prednisolona (5 mg), da dexametasona (0.5 mg) e da espironolactona (400mg) foram avaliados através do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) plasmático, do cortisol plasmático e salivar, da prolactina plasmática e do sulfato de desidroepiandrosterona (DHEA-S) plasmático. A secreção de cortisol salivar e dos hormônios plasmáticos foi avaliada em todos os sujeitos, após terem tomado no dia anterior às 22h: uma cápsula de placebo, fludrocortisona, prednisolona, dexametasona e espironolactona. A secreção de cortisol salivar foi avaliada às 22h após a tomada da medicação ou do placebo, ao acordar, 30 e 60 min após acordar e às 9h (antes da coleta plasmática), para avaliação da resposta do cortisol ao acordar (CAR) e do ritmo circadiano do cortisol (RC). Foi realizado também uma coleta plasmática as 9h nos dias seguintes após os desafios para medir o cortisol plasmático, o ACTH, o DHEA-S e a prolactina. Resultados: Os pacientes depressivos apresentaram níveis basais menores de cortisol salivar, de prolactina e de DHEA-S e níveis maiores na relação cortisol/DHEA-S. Não foram encontradas diferenças entre os pacientes depressivos e os controles nos níveis basais de ACTH, de cortisol plasmático, na CAR e no RC. Os pacientes depressivos apresentaram níveis menores de ACTH e de DHEA-S após a dexametasona e a fludrocortisona e tenderam a apresentar níveis menores de cortisol salivar após a fludrocortisona. Após a espironolactona encontramos níveis menores de ACTH, de cortisol salivar e de DHEA-S e níveis maiores no índice cortisol/DHEA-S nos pacientes depressivos. Os pacientes depressivos apresentaram também níveis menores de DHEA-S após a prednisolona, porém não foram encontradas diferenças entre os grupos nos demais hormônios avaliados após a prednisolona. Não foram encontradas diferenças no cortisol plasmático e na prolactina após os desafios entre os pacientes depressivos e os controles. Com relação à avaliação do estresse precoce nas medidas hormonais, encontramos uma tendência dos pacientes com EP apresentarem níveis menores basais de prolactina e após a fludrocortisona, a prednisolona, a dexametasona e a espironolactona do que os pacientes sem EP. No entanto, não foram encontradas diferenças entre os grupos nas demais medidas hormonais basais e após os desafios avaliadas neste estudo. Conclusão: Nossos achados fornecem evidências de que existem diversas alterações nas medidas hormonais relacionadas ao funcionamento do eixo HPA e de seus receptores GR e MR nos pacientes depressivos, associado à hipocortisolemia e um aumento do feedback inibitório mediado pelos GR e MR. Sugerem também o envolvimento da prolactina no desenvolvimento de quadros depressivos com estresse precoce, porém mais estudos são necessários para elucidarmos melhor a importância dos demais hormônios do eixo HPA e dos seus receptores em quadros depressivos com estresse precoce / Introduction: There are evidences indicating that child neglect and abuse are risk factors for psychiatric disorders. Studies that had as subjects animals or human suggest that stress in early phases of development may induce persistent changes in HPA axis response to stress in adulthood, which can lead to a greater susceptibility of developing depression. These abnormalities appear to be related to changes in the ability of circulating glucocorticoids and negative feedback on the secretion of HPA hormones through binding to glucocorticoid (GR) and mineralocorticoid receptors (MR) in HPA tissue. Aim: The aim of the present study was to assess HPA response after ingestion of GR and MR agonists and antagonists by depressive patients with and without early life stress (ELS) and controls. Methods: The sample was composed by a group of patients in current depressive episode (n=47), and a healthy control group (n=28). The depressed patients were divided in 2 groups, according to the presence or absence of ELS - a group with ELS (n=33) and a group without ELS (n=14). For diagnostic assessment, MINI International Neuropsychiatric Interview (MINI-Plus) was used. To assess the intensity of depressive symptoms, GRID-Hamilton Depression Rating Scale (GRIDHAM-D21) was applied, and for being included in the patient\'s group, subjects had to score >=16 in GRID-HAM-D21. To assess ELS, Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) was applied. Other instruments were also used in the present study to assess psychiatric symptoms: Montgomery-Åsberg Depression Rating Scale (MADRS), Beck Depression Inventory II (BDI-II), Beck Anxiety Inventory, Beck Hopelessness Scale (BHS), Beck Scale for Suicide (BSI), Barratt Impulsiveness Scale (BIS-11), and Pittsburg Sleep Quality Index (PSQI). The neuroendocrine assessment was controlled using placebo, blind to subjects, and non-randomized. The effects of fludrocortisone (0.5 mg), prednisolone (5 mg), dexamethasone (0.5 mg), and spironolactone (400mg) were assessed by measuring plasmatic adrenocorticotropic hormone (ACTH), plasmatic and salivary cortisol, plasmatic prolactin, and plasmatic dehydroepiandrosterone sulfate (DHEA-S). The secretion of all plasmatic hormones was assessed in all subjects in blood collection sample at 9AM, after they took a pill containg placebo or fludrocortisone or prednisolone or dexamethasone or spironolactone, the day before, at 10 PM. The secretion of salivary cortisol assessed the day before 10 PM (after the ingestion of the pill), upon awakening, 30 minutes and 60 minutes after awakening, and at 9AM (before plasmatic collection), for assessed the cortisol awakening response (CAR) and the cortisol circadian rhythm (CR). At 9 AM there was a blood sample collection to assess plasmatic cortisol, ACTH, DHEA-S and prolactin. Results: Depressive patients presented lower basal levels of salivar cortisol, plasmatic prolactin and DHEA-S, and higher levels in the ratio cortisol/DHEA-S. There were no differences between depressive patients and healthy controls in basal levels of ACTH, plasmatic cortisol, in CAR, and in CR. Depressive patients had lower levels of ACTH and DHEA-S after dexamethasone and fludrocortisone, and there was a tendency of having lower salivary cortisol levels after fludrocortisone. After spironolactone, lower levels of ACTH, salivary cortisol, DHEA-S were found, and higher levels in ratio cortisol/DHEA-S were found in depressive patients. These patients also presented lower levels of DHEA-S after prednisolone, although there were no differences between groups concerning the levels of other hormones assessed after prednisolone. There were no differences found in plasmatic cortisol and prolactin levels after all challenges between depressive patients and controls. Considering ELS and hormonal level assessment, there was a tendency of patients with ELS of presenting lower levels of prolactin after placebo, fludrocortisone, prednisolone, dexamethasone, and spironolactone than patients without ELS. Nevertheless, there were no differences between these groups concerning the other hormonal basal levels and after the pharmachological challenges. Conclusion: Our findings provide evidence that there are several changes in hormonal levels related to the functioning of the HPA axis and its receptors GR and MR in depressive patients associated to hypocortisolism and the increase of negative feedback MR- and GR- mediated. Our data also suggest the role of prolactin in the development of depressive disorder with ELS, however, more studies are needed to better highlight the importance of other hormones of HPA axis and its receptors in depressive disorders with ELS
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Diagnóstico diferencial entre transtorno afetivo bipolar e transtorno de personalidade borderline fundamentado na história de estresse precoce e em avaliação psiconeuroendócrina / Differential diagnosis between bipolar disorder and borderline personality disorder based on history of early stress and psychoneuroendocrine assessment.Mazer, Angela Kaline 03 December 2013 (has links)
Introdução: O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) e o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) apresentam características clínicas em comum que frequentemente tornam difícil seu diagnóstico diferencial, podendo implicar em indicações terapêuticas inadequadas. Assim, é importante ampliar o conhecimento diagnóstico sobre esses transtornos mentais buscando identificar marcadores que auxiliem sua diferenciação. A história de estresse precoce, associada à vulnerabilidade individual no desenvolvimento de transtornos mentais relatada na literatura, pode representar um fator de diferenciação entre TAB e TPB, assim como sua associação com manifestações clínicas e respostas neuroendócrinas específicas a cada um desses diagnósticos. Objetivo: Avaliação e comparação de pacientes com diagnóstico de TAB e TPB buscando indicadores de seu diagnóstico diferencial, relacionados a fatores associados a sua sintomatologia, etiopatogênese e marcadores neuroendócrinos. Metodologia: A amostra do estudo foi composta por 51 mulheres, distribuídas em 3 grupos constituídos por pacientes com diagnóstico clínico de TAB (n=16) e TPB (n=20), e controles saudáveis (n=15). Para sua avaliação, foram utilizados instrumentos para confirmação diagnóstica e entrevista semiestruturada para delineamento do perfil sócio-demográfico e clínico. A gravidade da sintomatologia psiquiátrica foi avaliada através dos instrumentos de Beck para avaliação de ansiedade, depressão, desesperança e ideação suicida, além de escalas de avaliação de sintomas maníacos e impulsividade. A história de estresse precoce foi investigada pelo Questionário de Traumas na Infância (CTQ), e classificada segundo os subtipos abuso emocional, abuso físico, abuso sexual, negligência emocional e negligência física. O funcionamento do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal (HHA) foi avaliado pela dosagem de cortisol basal plasmático. Os resultados das avaliações foram analisados em um segundo momento de acordo com a presença ou ausência de estresse precoce. Resultados: A amostra de pacientes com diagnósticos de TAB e TPB analisadas apresentaram diferenças significativas em relação à idade e tempo de tratamento, maiores no grupo TAB. A análise da sintomatologia psiquiátrica indica maior gravidade de ansiedade, impulsividade, depressão, desesperança e ideação suicida no grupo TPB. A história de estresse precoce foi identificada como mais prevalente e significativamente mais grave nas pacientes do que em controles saudáveis, nos escores de CTQ total, abuso emocional, negligência emocional e negligência física, que também diferenciaram os grupos diagnósticos, sendo maiores no TPB comparado ao TAB. A partir da presença do estresse precoce em níveis de moderado a extremo, o subtipo negligência física diferenciou significativamente os diagnósticos, indicando ser mais grave quando associado ao TPB. A avaliação endócrina indicou diferenças entre os diagnósticos TAB e TPB em relação aos controles saudáveis, com níveis mais baixos de cortisol apresentados pelas pacientes. A presença de estresse precoce em pacientes com TAB demonstrou diferença significativa com menores níveis de cortisol em relação aos controles. O cortisol mensurado nas pacientes com TPB foi significativamente menor comparado ao dos controles na presença de negligência emocional e negligência física. O cortisol apresentou correlações significativas e opostas nos grupos diagnósticos com o abuso sexual, sendo uma correlação de Pearson negativa no TAB e positiva no TPB. A presença de estresse precoce associada ao diagnóstico de TPB revelou ainda correlação significativa negativa do cortisol com a negligência física. Discussão: Considerando a necessidade de uma análise multifatorial, o diagnóstico diferencial entre TAB e TPB pode ser facilitado pela análise dos sintomas psiquiátricos e da história de estresse precoce. O diagnóstico de TPB se associa a sintomatologia mais grave de ansiedade, impulsividade, depressão, desesperança e ideação suicida; assim como, a maior prevalência e gravidade da história de estresse precoce em geral e em relação aos subtipos abuso emocional, negligência emocional e, especialmente, negligência física quando presente em maior gravidade. O funcionamento do eixo HHA avaliado pelo cortisol sugere diferenciar-se em ambos os diagnósticos, na associação com experiências estressantes precoces no TAB e, especialmente, com história de negligência física no TPB. Conclusão: Assim, a análise integrada dos parâmetros relacionados a psicopatologia, ao estresse precoce e funcionamento neuroendócrino fornecem indicadores úteis na diferenciação entre os diagnósticos de TAB e TPB, mas que necessitam ser melhor explorados e compreendidos através de futuros estudos. / Introduction: Bipolar Disorder (BD) and Borderline Personality Disorder (BPD) have clinical features in common that often make it difficult differential diagnosis , and may result in inadequate therapeutic indications. Thus , it is important to expand knowledge diagnosis on these mental disorders in order to identify markers that make clear the differences. The history of early stress associated with individual vulnerability to develop mental disorders can be a difference factors between BD and BPD , as its association with clinical and neuroendocrine responses. Objective: To assess and compare patients with BD and BPD seeking indicators of differential diagnosis, related to factors associated with its etiology and pathogenesis, symptoms and neuroendocrine markers. Methodology: The study sample consisted of 51 women , distributed in 3 groups: patients diagnosed with BD (n=16) and BPD (n=20) and healthy controls (n=15). We confirm the diagnosis with SCID I and SCID II; and semi-structured interview for delineating the socio-demographic and clinical features. Severity of psychiatric symptoms was assessed using the Beck instruments for assessment of anxiety , depression , hopelessness and suicidal ideation, as scales of impulsivity and manic symptoms. The history of early stress was investigated by the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), and classified according to subtypes emotional abuse, physical abuse, sexual abuse, emotional neglect and physical neglect. The functioning of the hypothalamic- pituitary- adrenal (HPA) axis was evaluated by measurement of basal plasma cortisol. Results were analyzed in a second time according to the presence or absence of early stress. Results: A sample of patients with diagnoses of BD and BPD were analyzed and showed significant differences in relation to age and treatment time , higher in BD. The analysis of psychiatric symptoms indicating greater severity of anxiety, impulsivity, depression, hopelessness and suicidal ideation in the group BPD. The history of early life stress has been identified as the most prevalent and significantly worse in patients than in healthy controls, in scores of CTQ total emotional abuse, emotional neglect and physical neglect, which also differentiated the diagnostic groups and were higher BPD compared BD. From the presence of early life stress the subtypes physical neglect differed significantly , indicating higher severity when associated with the BPD. The endocrine evaluation indicated differences between diagnoses BD and BPD compared to healthy controls , with lower levels of cortisol presented by patients. The presence of early stress in patients with BD showed significant difference with lower cortisol levels compared to controls. Cortisol measured in patients with BPD was significantly lower compared to controls in the presence of emotional neglect and physical neglect. Cortisol was significantly correlated and opposite in diagnostic groups with sexual abuse , being a Pearson correlation negative in BD, and positive BPD. The presence of early stress associated with the diagnosis of BPD also showed a significant negative correlation of cortisol with physical neglect. Discussion: Considering the need for a multifactorial analysis, differential diagnosis between BD and BPD can be facilitated by analysis of psychiatric symptoms and history of early life stress. The diagnosis of BPD is associated with more severe symptoms of anxiety, impulsivity, depression, hopelessness and suicidal ideation, as well as the increased prevalence and severity of history of early life stress in general and in relation to subtypes emotional abuse, emotional neglect, and especially , physical neglect when present in greater severity . The functioning of the HPA axis measured by cortisol suggests differentiate the diagnosis and association with early stressful experiences in BD and particularly with a history of physical neglect in BPD. Conclusion: Thus, the integrated analysis of the parameters related to psychopathology, stress and neuroendocrine function provide early indicators useful in differentiating between diagnoses of BD and BPD, but these need to be better explored and understood by future studies.
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Relação da depressão com os eixos hipotálamo-hipófise-adrenal, hipotálamo-hipófise-tireóide e o estresse precoce / Relationship of depression with the hypothalamic-pituitary-adrenal axis, hypothalamic-pituitary-thyroid axis and early stressVilela, Lúcia Helena Moraes 08 October 2014 (has links)
Introdução: Alterações nos eixos Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA) e Hipotálamo-Hipófise-Tireóide (HHT) estão associados a depressão. Objetivo: Avaliar a associação entre depressão e alterações nos eixos HHA, HHT e o estresse precoce (EP) em deprimidos. Metodologia: Foram avaliados 52 deprimidos e 52 voluntários com idade entre 18 e 45 anos. O diagnóstico de depressão foi baseado no DSM-IV e MINI. A gravidade da depressão foi avaliada pela HAM-D-17 e pelo IDB. Foram aplicados o CTQ buscando avaliar eventos estressantes na infância, além de questionário sócio-demográfico e clínico. Voluntários foram pareados segundo sexo, idade, IMC e submetidos aos mesmos questionários. Foram realizadas dosagem de TSH, T4 livre, anticorpos anti TPO e ATG, Cortisol plasmático, ACTH, DHEA-s, lipidograma, glicemia de jejum e cortisol salivar em 05 tempos. Resultados: Todos os deprimidos apresentaram história de EP. Houve concentrações maiores de TSH, anti TPO, anti TG, cortisol plasmático e salivar, ACTH, colesterol total, LDL, VLDL, triglicérides, AUC 8-23 e AUC0-30-60, além de concentrações menores de DHEA-s e HDL em casos do que controles, considerando a primeira e segunda coleta de dados e conforme a amostra estudada. Houve correlações entre as variáveis estudadas. Conclusão: O EP foi um dos fatores de risco para depressão. Achados desse estudo confirmam a literatura quando se compara deprimidos com controles e se relaciona depressão com os eixos HHT, HHA e o EP. Esse foi o primeiro estudo em que se comparou todas as variáveis supracitadas em pessoas CEP e SEP, gerando resultados positivos, além de revelar diferenças de gênero conforme o resultado. / Introduction: Changes in the axis hypothalamus-pituitary-adrenal (HPA) and hypothalamic-pituitary-thyroid (HPT) are associated with depression. Objective: Evaluating the association among depression and changes in the HPA, HPT axes and early stress (ES) in depressed. Methodology: A total of 52 depressed and 52 volunteers aged between 18 and 45 years were evaluated. Depression diagnosis was based on DSM-IV and MINI. The severity of depression was assessed by HAM-D-17 and BDI. The CTQ were applied for assessing stressful events in childhood, as well as socio-demographic and clinical questionnaire. Volunteers were paired by gender, age, BMI, and underwent the same questionnaires. TSH measurement was performed, free T4, anti TPO and ATG antibodies, plasma cortisol, ACTH, DHEA-s, lipid profile, fasting glucose and salivary cortisol in 05 times. Results: All depressed had history of ES. There were higher concentrations of TSH, anti TPO, anti TG, plasma and salivary cortisol, ACTH, total cholesterol, LDL, VLDL, triglycerides, AUC 8-23 and AUC0-30-60 and lower concentrations of DHEA-s and HDL in cases than controls, taking into account the first and second data collection and according to the studied sample. There were correlations between variables. Conclusion: The ES was one of the risk factors for depression. Findings of this study confirm the literature when compared depressed with controls and associated depression with HPT, HPA axes and ES. This was the first study in which we compared all the above variables in people WES and WOES, generating positive results and revealed gender differences according to result.
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Relação da depressão com os eixos hipotálamo-hipófise-adrenal, hipotálamo-hipófise-tireóide e o estresse precoce / Relationship of depression with the hypothalamic-pituitary-adrenal axis, hypothalamic-pituitary-thyroid axis and early stressLúcia Helena Moraes Vilela 08 October 2014 (has links)
Introdução: Alterações nos eixos Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA) e Hipotálamo-Hipófise-Tireóide (HHT) estão associados a depressão. Objetivo: Avaliar a associação entre depressão e alterações nos eixos HHA, HHT e o estresse precoce (EP) em deprimidos. Metodologia: Foram avaliados 52 deprimidos e 52 voluntários com idade entre 18 e 45 anos. O diagnóstico de depressão foi baseado no DSM-IV e MINI. A gravidade da depressão foi avaliada pela HAM-D-17 e pelo IDB. Foram aplicados o CTQ buscando avaliar eventos estressantes na infância, além de questionário sócio-demográfico e clínico. Voluntários foram pareados segundo sexo, idade, IMC e submetidos aos mesmos questionários. Foram realizadas dosagem de TSH, T4 livre, anticorpos anti TPO e ATG, Cortisol plasmático, ACTH, DHEA-s, lipidograma, glicemia de jejum e cortisol salivar em 05 tempos. Resultados: Todos os deprimidos apresentaram história de EP. Houve concentrações maiores de TSH, anti TPO, anti TG, cortisol plasmático e salivar, ACTH, colesterol total, LDL, VLDL, triglicérides, AUC 8-23 e AUC0-30-60, além de concentrações menores de DHEA-s e HDL em casos do que controles, considerando a primeira e segunda coleta de dados e conforme a amostra estudada. Houve correlações entre as variáveis estudadas. Conclusão: O EP foi um dos fatores de risco para depressão. Achados desse estudo confirmam a literatura quando se compara deprimidos com controles e se relaciona depressão com os eixos HHT, HHA e o EP. Esse foi o primeiro estudo em que se comparou todas as variáveis supracitadas em pessoas CEP e SEP, gerando resultados positivos, além de revelar diferenças de gênero conforme o resultado. / Introduction: Changes in the axis hypothalamus-pituitary-adrenal (HPA) and hypothalamic-pituitary-thyroid (HPT) are associated with depression. Objective: Evaluating the association among depression and changes in the HPA, HPT axes and early stress (ES) in depressed. Methodology: A total of 52 depressed and 52 volunteers aged between 18 and 45 years were evaluated. Depression diagnosis was based on DSM-IV and MINI. The severity of depression was assessed by HAM-D-17 and BDI. The CTQ were applied for assessing stressful events in childhood, as well as socio-demographic and clinical questionnaire. Volunteers were paired by gender, age, BMI, and underwent the same questionnaires. TSH measurement was performed, free T4, anti TPO and ATG antibodies, plasma cortisol, ACTH, DHEA-s, lipid profile, fasting glucose and salivary cortisol in 05 times. Results: All depressed had history of ES. There were higher concentrations of TSH, anti TPO, anti TG, plasma and salivary cortisol, ACTH, total cholesterol, LDL, VLDL, triglycerides, AUC 8-23 and AUC0-30-60 and lower concentrations of DHEA-s and HDL in cases than controls, taking into account the first and second data collection and according to the studied sample. There were correlations between variables. Conclusion: The ES was one of the risk factors for depression. Findings of this study confirm the literature when compared depressed with controls and associated depression with HPT, HPA axes and ES. This was the first study in which we compared all the above variables in people WES and WOES, generating positive results and revealed gender differences according to result.
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Diagnóstico diferencial entre transtorno afetivo bipolar e transtorno de personalidade borderline fundamentado na história de estresse precoce e em avaliação psiconeuroendócrina / Differential diagnosis between bipolar disorder and borderline personality disorder based on history of early stress and psychoneuroendocrine assessment.Angela Kaline Mazer 03 December 2013 (has links)
Introdução: O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) e o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) apresentam características clínicas em comum que frequentemente tornam difícil seu diagnóstico diferencial, podendo implicar em indicações terapêuticas inadequadas. Assim, é importante ampliar o conhecimento diagnóstico sobre esses transtornos mentais buscando identificar marcadores que auxiliem sua diferenciação. A história de estresse precoce, associada à vulnerabilidade individual no desenvolvimento de transtornos mentais relatada na literatura, pode representar um fator de diferenciação entre TAB e TPB, assim como sua associação com manifestações clínicas e respostas neuroendócrinas específicas a cada um desses diagnósticos. Objetivo: Avaliação e comparação de pacientes com diagnóstico de TAB e TPB buscando indicadores de seu diagnóstico diferencial, relacionados a fatores associados a sua sintomatologia, etiopatogênese e marcadores neuroendócrinos. Metodologia: A amostra do estudo foi composta por 51 mulheres, distribuídas em 3 grupos constituídos por pacientes com diagnóstico clínico de TAB (n=16) e TPB (n=20), e controles saudáveis (n=15). Para sua avaliação, foram utilizados instrumentos para confirmação diagnóstica e entrevista semiestruturada para delineamento do perfil sócio-demográfico e clínico. A gravidade da sintomatologia psiquiátrica foi avaliada através dos instrumentos de Beck para avaliação de ansiedade, depressão, desesperança e ideação suicida, além de escalas de avaliação de sintomas maníacos e impulsividade. A história de estresse precoce foi investigada pelo Questionário de Traumas na Infância (CTQ), e classificada segundo os subtipos abuso emocional, abuso físico, abuso sexual, negligência emocional e negligência física. O funcionamento do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal (HHA) foi avaliado pela dosagem de cortisol basal plasmático. Os resultados das avaliações foram analisados em um segundo momento de acordo com a presença ou ausência de estresse precoce. Resultados: A amostra de pacientes com diagnósticos de TAB e TPB analisadas apresentaram diferenças significativas em relação à idade e tempo de tratamento, maiores no grupo TAB. A análise da sintomatologia psiquiátrica indica maior gravidade de ansiedade, impulsividade, depressão, desesperança e ideação suicida no grupo TPB. A história de estresse precoce foi identificada como mais prevalente e significativamente mais grave nas pacientes do que em controles saudáveis, nos escores de CTQ total, abuso emocional, negligência emocional e negligência física, que também diferenciaram os grupos diagnósticos, sendo maiores no TPB comparado ao TAB. A partir da presença do estresse precoce em níveis de moderado a extremo, o subtipo negligência física diferenciou significativamente os diagnósticos, indicando ser mais grave quando associado ao TPB. A avaliação endócrina indicou diferenças entre os diagnósticos TAB e TPB em relação aos controles saudáveis, com níveis mais baixos de cortisol apresentados pelas pacientes. A presença de estresse precoce em pacientes com TAB demonstrou diferença significativa com menores níveis de cortisol em relação aos controles. O cortisol mensurado nas pacientes com TPB foi significativamente menor comparado ao dos controles na presença de negligência emocional e negligência física. O cortisol apresentou correlações significativas e opostas nos grupos diagnósticos com o abuso sexual, sendo uma correlação de Pearson negativa no TAB e positiva no TPB. A presença de estresse precoce associada ao diagnóstico de TPB revelou ainda correlação significativa negativa do cortisol com a negligência física. Discussão: Considerando a necessidade de uma análise multifatorial, o diagnóstico diferencial entre TAB e TPB pode ser facilitado pela análise dos sintomas psiquiátricos e da história de estresse precoce. O diagnóstico de TPB se associa a sintomatologia mais grave de ansiedade, impulsividade, depressão, desesperança e ideação suicida; assim como, a maior prevalência e gravidade da história de estresse precoce em geral e em relação aos subtipos abuso emocional, negligência emocional e, especialmente, negligência física quando presente em maior gravidade. O funcionamento do eixo HHA avaliado pelo cortisol sugere diferenciar-se em ambos os diagnósticos, na associação com experiências estressantes precoces no TAB e, especialmente, com história de negligência física no TPB. Conclusão: Assim, a análise integrada dos parâmetros relacionados a psicopatologia, ao estresse precoce e funcionamento neuroendócrino fornecem indicadores úteis na diferenciação entre os diagnósticos de TAB e TPB, mas que necessitam ser melhor explorados e compreendidos através de futuros estudos. / Introduction: Bipolar Disorder (BD) and Borderline Personality Disorder (BPD) have clinical features in common that often make it difficult differential diagnosis , and may result in inadequate therapeutic indications. Thus , it is important to expand knowledge diagnosis on these mental disorders in order to identify markers that make clear the differences. The history of early stress associated with individual vulnerability to develop mental disorders can be a difference factors between BD and BPD , as its association with clinical and neuroendocrine responses. Objective: To assess and compare patients with BD and BPD seeking indicators of differential diagnosis, related to factors associated with its etiology and pathogenesis, symptoms and neuroendocrine markers. Methodology: The study sample consisted of 51 women , distributed in 3 groups: patients diagnosed with BD (n=16) and BPD (n=20) and healthy controls (n=15). We confirm the diagnosis with SCID I and SCID II; and semi-structured interview for delineating the socio-demographic and clinical features. Severity of psychiatric symptoms was assessed using the Beck instruments for assessment of anxiety , depression , hopelessness and suicidal ideation, as scales of impulsivity and manic symptoms. The history of early stress was investigated by the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), and classified according to subtypes emotional abuse, physical abuse, sexual abuse, emotional neglect and physical neglect. The functioning of the hypothalamic- pituitary- adrenal (HPA) axis was evaluated by measurement of basal plasma cortisol. Results were analyzed in a second time according to the presence or absence of early stress. Results: A sample of patients with diagnoses of BD and BPD were analyzed and showed significant differences in relation to age and treatment time , higher in BD. The analysis of psychiatric symptoms indicating greater severity of anxiety, impulsivity, depression, hopelessness and suicidal ideation in the group BPD. The history of early life stress has been identified as the most prevalent and significantly worse in patients than in healthy controls, in scores of CTQ total emotional abuse, emotional neglect and physical neglect, which also differentiated the diagnostic groups and were higher BPD compared BD. From the presence of early life stress the subtypes physical neglect differed significantly , indicating higher severity when associated with the BPD. The endocrine evaluation indicated differences between diagnoses BD and BPD compared to healthy controls , with lower levels of cortisol presented by patients. The presence of early stress in patients with BD showed significant difference with lower cortisol levels compared to controls. Cortisol measured in patients with BPD was significantly lower compared to controls in the presence of emotional neglect and physical neglect. Cortisol was significantly correlated and opposite in diagnostic groups with sexual abuse , being a Pearson correlation negative in BD, and positive BPD. The presence of early stress associated with the diagnosis of BPD also showed a significant negative correlation of cortisol with physical neglect. Discussion: Considering the need for a multifactorial analysis, differential diagnosis between BD and BPD can be facilitated by analysis of psychiatric symptoms and history of early life stress. The diagnosis of BPD is associated with more severe symptoms of anxiety, impulsivity, depression, hopelessness and suicidal ideation, as well as the increased prevalence and severity of history of early life stress in general and in relation to subtypes emotional abuse, emotional neglect, and especially , physical neglect when present in greater severity . The functioning of the HPA axis measured by cortisol suggests differentiate the diagnosis and association with early stressful experiences in BD and particularly with a history of physical neglect in BPD. Conclusion: Thus, the integrated analysis of the parameters related to psychopathology, stress and neuroendocrine function provide early indicators useful in differentiating between diagnoses of BD and BPD, but these need to be better explored and understood by future studies.
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A neurobiologia da depressão em pacientes com estresse precose: o papel do eixo HPA e da função dos receptores glicocorticóides (GR) e mineralocorticóides (MR) / Neurobiology of Depression in Patients with Early Life Stress: the Role of the HPA Axis and Glucocorticoid (GR) and Mineralocorticoid (MR) Receptor FunctionCristiane von Werne Baes 24 June 2016 (has links)
Introdução: Crescentes evidências indicam que o abandono e o abuso infantis são fatores de risco para transtornos psiquiátricos. Estudos realizados tanto em animais como em humanos sugerem que o estresse nas fases iniciais de desenvolvimento pode induzir alterações persistentes na capacidade do eixo HPA em responder ao estresse na vida adulta e que esse mecanismo pode levar a uma maior suscetibilidade à depressão. Esta desregulação do eixo HPA parece estar relacionada às mudanças na capacidade dos glicocorticóides circulantes em exercer seu feedback negativo na secreção dos hormônios do eixo HPA por meio da ligação aos receptores de mineralocorticóides (MR) e glicocorticóides (GR) nos tecidos do eixo HPA. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta do eixo HPA frente aos agonistas e antagonistas dos GR e MR em pacientes depressivos com e sem estresse precoce (EP) e controles. Metodologia: Selecionamos uma amostra total de 75 sujeitos composta por um grupo de pacientes com diagnóstico de episódio depressivo atual (n=47) e um grupo de controles saudáveis (n=28). Os pacientes foram divididos em 2 grupos de acordo com o estresse precoce: um grupo de pacientes depressivos com EP (n=33) e um grupo de pacientes depressivos sem estresse precoce (n=14). Os pacientes foram avaliados por meio da Mini Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI-Plus), para a confirmação do diagnóstico. Para avaliação da gravidade dos sintomas depressivos foi aplicada a Escala de Depressão GRID de Hamilton (GRID-HAM-D21), sendo incluídos apenas pacientes com HAM-D21>=16. Para a avaliação do estresse precoce foi aplicado o Questionário Sobre Traumas na Infância (CTQ). Utilizamos também a Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS), o Inventário de Depressão de Beck (BDI-II), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), a Escala de Desesperança de Beck (BHS), a Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI), a Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11) e o Questionário de Qualidade de Sono de Pittsburg (PSQI), para a avaliação dos sintomas psiquiátricos. A avaliação endócrina foi controlada por placebo, cego por parte dos controles e pacientes, não randomizada, onde os efeitos da fludrocortisona (0.5 mg), da prednisolona (5 mg), da dexametasona (0.5 mg) e da espironolactona (400mg) foram avaliados através do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) plasmático, do cortisol plasmático e salivar, da prolactina plasmática e do sulfato de desidroepiandrosterona (DHEA-S) plasmático. A secreção de cortisol salivar e dos hormônios plasmáticos foi avaliada em todos os sujeitos, após terem tomado no dia anterior às 22h: uma cápsula de placebo, fludrocortisona, prednisolona, dexametasona e espironolactona. A secreção de cortisol salivar foi avaliada às 22h após a tomada da medicação ou do placebo, ao acordar, 30 e 60 min após acordar e às 9h (antes da coleta plasmática), para avaliação da resposta do cortisol ao acordar (CAR) e do ritmo circadiano do cortisol (RC). Foi realizado também uma coleta plasmática as 9h nos dias seguintes após os desafios para medir o cortisol plasmático, o ACTH, o DHEA-S e a prolactina. Resultados: Os pacientes depressivos apresentaram níveis basais menores de cortisol salivar, de prolactina e de DHEA-S e níveis maiores na relação cortisol/DHEA-S. Não foram encontradas diferenças entre os pacientes depressivos e os controles nos níveis basais de ACTH, de cortisol plasmático, na CAR e no RC. Os pacientes depressivos apresentaram níveis menores de ACTH e de DHEA-S após a dexametasona e a fludrocortisona e tenderam a apresentar níveis menores de cortisol salivar após a fludrocortisona. Após a espironolactona encontramos níveis menores de ACTH, de cortisol salivar e de DHEA-S e níveis maiores no índice cortisol/DHEA-S nos pacientes depressivos. Os pacientes depressivos apresentaram também níveis menores de DHEA-S após a prednisolona, porém não foram encontradas diferenças entre os grupos nos demais hormônios avaliados após a prednisolona. Não foram encontradas diferenças no cortisol plasmático e na prolactina após os desafios entre os pacientes depressivos e os controles. Com relação à avaliação do estresse precoce nas medidas hormonais, encontramos uma tendência dos pacientes com EP apresentarem níveis menores basais de prolactina e após a fludrocortisona, a prednisolona, a dexametasona e a espironolactona do que os pacientes sem EP. No entanto, não foram encontradas diferenças entre os grupos nas demais medidas hormonais basais e após os desafios avaliadas neste estudo. Conclusão: Nossos achados fornecem evidências de que existem diversas alterações nas medidas hormonais relacionadas ao funcionamento do eixo HPA e de seus receptores GR e MR nos pacientes depressivos, associado à hipocortisolemia e um aumento do feedback inibitório mediado pelos GR e MR. Sugerem também o envolvimento da prolactina no desenvolvimento de quadros depressivos com estresse precoce, porém mais estudos são necessários para elucidarmos melhor a importância dos demais hormônios do eixo HPA e dos seus receptores em quadros depressivos com estresse precoce / Introduction: There are evidences indicating that child neglect and abuse are risk factors for psychiatric disorders. Studies that had as subjects animals or human suggest that stress in early phases of development may induce persistent changes in HPA axis response to stress in adulthood, which can lead to a greater susceptibility of developing depression. These abnormalities appear to be related to changes in the ability of circulating glucocorticoids and negative feedback on the secretion of HPA hormones through binding to glucocorticoid (GR) and mineralocorticoid receptors (MR) in HPA tissue. Aim: The aim of the present study was to assess HPA response after ingestion of GR and MR agonists and antagonists by depressive patients with and without early life stress (ELS) and controls. Methods: The sample was composed by a group of patients in current depressive episode (n=47), and a healthy control group (n=28). The depressed patients were divided in 2 groups, according to the presence or absence of ELS - a group with ELS (n=33) and a group without ELS (n=14). For diagnostic assessment, MINI International Neuropsychiatric Interview (MINI-Plus) was used. To assess the intensity of depressive symptoms, GRID-Hamilton Depression Rating Scale (GRIDHAM-D21) was applied, and for being included in the patient\'s group, subjects had to score >=16 in GRID-HAM-D21. To assess ELS, Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) was applied. Other instruments were also used in the present study to assess psychiatric symptoms: Montgomery-Åsberg Depression Rating Scale (MADRS), Beck Depression Inventory II (BDI-II), Beck Anxiety Inventory, Beck Hopelessness Scale (BHS), Beck Scale for Suicide (BSI), Barratt Impulsiveness Scale (BIS-11), and Pittsburg Sleep Quality Index (PSQI). The neuroendocrine assessment was controlled using placebo, blind to subjects, and non-randomized. The effects of fludrocortisone (0.5 mg), prednisolone (5 mg), dexamethasone (0.5 mg), and spironolactone (400mg) were assessed by measuring plasmatic adrenocorticotropic hormone (ACTH), plasmatic and salivary cortisol, plasmatic prolactin, and plasmatic dehydroepiandrosterone sulfate (DHEA-S). The secretion of all plasmatic hormones was assessed in all subjects in blood collection sample at 9AM, after they took a pill containg placebo or fludrocortisone or prednisolone or dexamethasone or spironolactone, the day before, at 10 PM. The secretion of salivary cortisol assessed the day before 10 PM (after the ingestion of the pill), upon awakening, 30 minutes and 60 minutes after awakening, and at 9AM (before plasmatic collection), for assessed the cortisol awakening response (CAR) and the cortisol circadian rhythm (CR). At 9 AM there was a blood sample collection to assess plasmatic cortisol, ACTH, DHEA-S and prolactin. Results: Depressive patients presented lower basal levels of salivar cortisol, plasmatic prolactin and DHEA-S, and higher levels in the ratio cortisol/DHEA-S. There were no differences between depressive patients and healthy controls in basal levels of ACTH, plasmatic cortisol, in CAR, and in CR. Depressive patients had lower levels of ACTH and DHEA-S after dexamethasone and fludrocortisone, and there was a tendency of having lower salivary cortisol levels after fludrocortisone. After spironolactone, lower levels of ACTH, salivary cortisol, DHEA-S were found, and higher levels in ratio cortisol/DHEA-S were found in depressive patients. These patients also presented lower levels of DHEA-S after prednisolone, although there were no differences between groups concerning the levels of other hormones assessed after prednisolone. There were no differences found in plasmatic cortisol and prolactin levels after all challenges between depressive patients and controls. Considering ELS and hormonal level assessment, there was a tendency of patients with ELS of presenting lower levels of prolactin after placebo, fludrocortisone, prednisolone, dexamethasone, and spironolactone than patients without ELS. Nevertheless, there were no differences between these groups concerning the other hormonal basal levels and after the pharmachological challenges. Conclusion: Our findings provide evidence that there are several changes in hormonal levels related to the functioning of the HPA axis and its receptors GR and MR in depressive patients associated to hypocortisolism and the increase of negative feedback MR- and GR- mediated. Our data also suggest the role of prolactin in the development of depressive disorder with ELS, however, more studies are needed to better highlight the importance of other hormones of HPA axis and its receptors in depressive disorders with ELS
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Efeito do sumatriptano no teste da simulação de falar em público / Effect of sumatriptan in the simulated public speaking test.Marcos Gonçalves de Rezende 31 January 2012 (has links)
O Teste da Simulação de Falar em Público (SFP) é um teste sensível a drogas que interferem com a neurotransmissão mediada por serotonina (5-HT), e algumas evidências sugerem que ele possa recrutar os mesmos sistemas neuronais envolvidos na fisiopatogenia do Transtorno do Pânico (TP). Diferentes fármacos que, direta ou indiretamente, modulam receptores serotoninérgicos, já foram testados em voluntários saudáveis submetidos ao SFP, mas nenhum estudo, até o momento, utilizou drogas que permitissem avaliar o papel de receptores do tipo 5-HT1D na ansiedade. O sumatriptano, um agonista específico de receptores 5-HT1D, parece ser um bom candidato como sonda farmacológica, tendo em vista sua ampla utilização na prática clínica para o tratamento de enxaqueca, com segurança e boa tolerabilidade. A hipótese testada neste estudo foi a de que, devido à ativação de receptores pré-sinápticos 5-HT1D e conseqüente redução na liberação de 5-HT, o sumatriptano aumentaria o medo provocado pelo SFP. Para tanto, foi conduzido um estudo duplo cego, randomizado, utilizando 36 voluntários saudáveis do sexo masculino, distribuídos em três grupos de tratamento: placebo (n = 12), 50mg (n = 12) ou 100mg (n = 12) de sumatriptano, administrado duas horas antes do SFP. Antes, durante, e após o SFP, medidas subjetivas de ansiedade foram registradas através da Escala Analógica Visual do Humor (VAMS) e da Escala dos Sintomas Somáticos (ESS). Também foram tomadas medidas fisiológicas de ansiedade (pressão arterial, freqüência cardíaca, dosagem hormonal e eletrocondutância da pele). Os resultados foram submetidos à análise multivariada de variância, sendo a medida basal utilizada como covariada (MANCOVA). O grupo tratado com 100mg de sumatriptano apresentou aumento mais pronunciado da ansiedade subjetiva do que os grupos tratados com 50mg de sumatriptano e com placebo durante as fases de preparação e de desempenho. O grupo tratado com 100 mg de sumatriptano também mostrou-se mais alerta na fase de preparação e desempenho do que o grupo placebo. Não foram observados efeitos significativos do tratamento sobre as medidas de pressão arterial, freqüência cardíaca e eletrocondutância da pele. O sumatriptano provocou redução dos níveis de prolactina, independentemente da fase da sessão experimental, mas não interferiu nos níveis de cortisol plasmático. Por outro lado, observou-se um amento dos níveis de cortisol plasmático imediatamente após o SPF, em comparação com os níveis pré-teste, independente do grupo de tratamento. A redução da disponibilidade de 5-HT levou a um aumento do medo provocado pelo SFP, o que está de acordo com a proposição de que a diminuição de 5-HT na matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPD) aumenta o medo incondicionado. Devido a esse efeito ansiogênico do uso agudo do sumatriptano também poder ocorrer na prática clínica, em pacientes com migrânea, deve-se atentar para a possibilidade da manifestação de sintomas semelhantes aos de ataque de pânico em pacientes ansiosos. A diminuição da função 5-HT também provocou redução dos níveis plasmáticos de prolactina, provavelmente pela facilitação da transmissão dopaminérgica. Por sua vez, embora discreto, o aumento dos níveis plasmáticos do cortisol sugerem uma atuação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) pelo SFP. A interpretação da resposta do cortisol ao estresse psicológico é complexa e depende de vários fatores, como tema do discurso, tipo de avaliação social, falta de controle da situação, tamanho amostral e estratégias de regulação emocional do voluntário. Mais estudos são necessários para elucidar o papel dos receptores 5-HT1D na ansiedade e para compreender a resposta do cortisol ao estresse psicológico. / The Simulated Public Speaking Test (SPS) is an experimental model sensitive to drugs that interfere with the neurotransmission mediated by serotonin (5-HT). It has been proposed that the SPS recruits the same neural systems involved in the pathophysiology of panic disorder (PD). Different drugs that directly or indirectly modulate serotonin receptors, have been tested in healthy volunteers submitted to the SFP, but no study have been carried out so far for assessing the role of 5-HT1D receptors in anxiety. Sumatriptan, a specific agonist of 5-HT1D receptors, seems to be a good candidate as a probe drug, given its wide use in clinical practice for the treatment of migraine, with good safety and tolerability. The hypothesis tested in this study was that, due to the activation of presynaptic 5-HT1D receptors and consequent reduction in the release of 5-HT, sumatriptan would increase the fear caused by the SPS. To that end, we conducted a double-blind, randomized study using 36 healthy male volunteers who were divided into three treatment groups: placebo (n = 12), 50mg (n = 12) or 100mg (n = 12) of sumatriptan, administered two hours before the SFP. Before, during, and after the SPS, subjective measures of anxiety were recorded by Visual Analogue Mood Scale (VAMS) and the Bodily Symptom Scale (BSS). Physiological measures were also taken for anxiety (blood pressure, heart rate, hormone dosage and skin conductance). The results were submitted to multivariate analysis of variance (MANCOVA) with the baseline measures as covariate. The group treated with 100 mg of sumatriptan was more anxious than, respectively, 50mg and placebo groups during the test, and also proved to be more alert in preparation and performance than the placebo group. There were no significant effects of treatment on measures of blood pressure, heart rate and skin eletrocondutance. Sumatriptan caused a reduction of prolactin levels, independently of the experimental phase of the session, but did not interfere with plasma cortisol levels. On the other hand, there was an increased of plasma cortisol levels immediately after the SPF, compared with the pre-test, independently of treatment group. The reduced availability of 5-HT led to an increase of fear caused by the SFP, which is consistent with the proposition that a reduction of 5-HT in the dorsal periaqueductal gray (MCPD) increases unconditioned fear. Because of this anxiogenic effect of acute use of sumatriptan also can occur in clinical practice in patients with migraine should be alert to the possibility of manifestation of symptoms similar to panic attacks in patients anxious. The decreased function of 5-HT also caused a reduction in plasma levels of prolactin, probably by facilitating dopamine transmission. In turn, although slight, the increase in plasma cortisol levels suggest a role of the hypothalamic-pituitary-adrenal (HPA) for the SFP.The interpretation of the cortisol response to psychological stress is complex and depends on several factors, such as theme of the discourse, type of social assessment, lack of control of the situation, sample size, emotional regulation strategies of the volunteer. Further studies are needed to elucidate the role of 5-HT1D receptors in anxiety and to understand the cortisol response to psychological stress.
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Efeito do sumatriptano no teste da simulação de falar em público / Effect of sumatriptan in the simulated public speaking test.Rezende, Marcos Gonçalves de 31 January 2012 (has links)
O Teste da Simulação de Falar em Público (SFP) é um teste sensível a drogas que interferem com a neurotransmissão mediada por serotonina (5-HT), e algumas evidências sugerem que ele possa recrutar os mesmos sistemas neuronais envolvidos na fisiopatogenia do Transtorno do Pânico (TP). Diferentes fármacos que, direta ou indiretamente, modulam receptores serotoninérgicos, já foram testados em voluntários saudáveis submetidos ao SFP, mas nenhum estudo, até o momento, utilizou drogas que permitissem avaliar o papel de receptores do tipo 5-HT1D na ansiedade. O sumatriptano, um agonista específico de receptores 5-HT1D, parece ser um bom candidato como sonda farmacológica, tendo em vista sua ampla utilização na prática clínica para o tratamento de enxaqueca, com segurança e boa tolerabilidade. A hipótese testada neste estudo foi a de que, devido à ativação de receptores pré-sinápticos 5-HT1D e conseqüente redução na liberação de 5-HT, o sumatriptano aumentaria o medo provocado pelo SFP. Para tanto, foi conduzido um estudo duplo cego, randomizado, utilizando 36 voluntários saudáveis do sexo masculino, distribuídos em três grupos de tratamento: placebo (n = 12), 50mg (n = 12) ou 100mg (n = 12) de sumatriptano, administrado duas horas antes do SFP. Antes, durante, e após o SFP, medidas subjetivas de ansiedade foram registradas através da Escala Analógica Visual do Humor (VAMS) e da Escala dos Sintomas Somáticos (ESS). Também foram tomadas medidas fisiológicas de ansiedade (pressão arterial, freqüência cardíaca, dosagem hormonal e eletrocondutância da pele). Os resultados foram submetidos à análise multivariada de variância, sendo a medida basal utilizada como covariada (MANCOVA). O grupo tratado com 100mg de sumatriptano apresentou aumento mais pronunciado da ansiedade subjetiva do que os grupos tratados com 50mg de sumatriptano e com placebo durante as fases de preparação e de desempenho. O grupo tratado com 100 mg de sumatriptano também mostrou-se mais alerta na fase de preparação e desempenho do que o grupo placebo. Não foram observados efeitos significativos do tratamento sobre as medidas de pressão arterial, freqüência cardíaca e eletrocondutância da pele. O sumatriptano provocou redução dos níveis de prolactina, independentemente da fase da sessão experimental, mas não interferiu nos níveis de cortisol plasmático. Por outro lado, observou-se um amento dos níveis de cortisol plasmático imediatamente após o SPF, em comparação com os níveis pré-teste, independente do grupo de tratamento. A redução da disponibilidade de 5-HT levou a um aumento do medo provocado pelo SFP, o que está de acordo com a proposição de que a diminuição de 5-HT na matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPD) aumenta o medo incondicionado. Devido a esse efeito ansiogênico do uso agudo do sumatriptano também poder ocorrer na prática clínica, em pacientes com migrânea, deve-se atentar para a possibilidade da manifestação de sintomas semelhantes aos de ataque de pânico em pacientes ansiosos. A diminuição da função 5-HT também provocou redução dos níveis plasmáticos de prolactina, provavelmente pela facilitação da transmissão dopaminérgica. Por sua vez, embora discreto, o aumento dos níveis plasmáticos do cortisol sugerem uma atuação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) pelo SFP. A interpretação da resposta do cortisol ao estresse psicológico é complexa e depende de vários fatores, como tema do discurso, tipo de avaliação social, falta de controle da situação, tamanho amostral e estratégias de regulação emocional do voluntário. Mais estudos são necessários para elucidar o papel dos receptores 5-HT1D na ansiedade e para compreender a resposta do cortisol ao estresse psicológico. / The Simulated Public Speaking Test (SPS) is an experimental model sensitive to drugs that interfere with the neurotransmission mediated by serotonin (5-HT). It has been proposed that the SPS recruits the same neural systems involved in the pathophysiology of panic disorder (PD). Different drugs that directly or indirectly modulate serotonin receptors, have been tested in healthy volunteers submitted to the SFP, but no study have been carried out so far for assessing the role of 5-HT1D receptors in anxiety. Sumatriptan, a specific agonist of 5-HT1D receptors, seems to be a good candidate as a probe drug, given its wide use in clinical practice for the treatment of migraine, with good safety and tolerability. The hypothesis tested in this study was that, due to the activation of presynaptic 5-HT1D receptors and consequent reduction in the release of 5-HT, sumatriptan would increase the fear caused by the SPS. To that end, we conducted a double-blind, randomized study using 36 healthy male volunteers who were divided into three treatment groups: placebo (n = 12), 50mg (n = 12) or 100mg (n = 12) of sumatriptan, administered two hours before the SFP. Before, during, and after the SPS, subjective measures of anxiety were recorded by Visual Analogue Mood Scale (VAMS) and the Bodily Symptom Scale (BSS). Physiological measures were also taken for anxiety (blood pressure, heart rate, hormone dosage and skin conductance). The results were submitted to multivariate analysis of variance (MANCOVA) with the baseline measures as covariate. The group treated with 100 mg of sumatriptan was more anxious than, respectively, 50mg and placebo groups during the test, and also proved to be more alert in preparation and performance than the placebo group. There were no significant effects of treatment on measures of blood pressure, heart rate and skin eletrocondutance. Sumatriptan caused a reduction of prolactin levels, independently of the experimental phase of the session, but did not interfere with plasma cortisol levels. On the other hand, there was an increased of plasma cortisol levels immediately after the SPF, compared with the pre-test, independently of treatment group. The reduced availability of 5-HT led to an increase of fear caused by the SFP, which is consistent with the proposition that a reduction of 5-HT in the dorsal periaqueductal gray (MCPD) increases unconditioned fear. Because of this anxiogenic effect of acute use of sumatriptan also can occur in clinical practice in patients with migraine should be alert to the possibility of manifestation of symptoms similar to panic attacks in patients anxious. The decreased function of 5-HT also caused a reduction in plasma levels of prolactin, probably by facilitating dopamine transmission. In turn, although slight, the increase in plasma cortisol levels suggest a role of the hypothalamic-pituitary-adrenal (HPA) for the SFP.The interpretation of the cortisol response to psychological stress is complex and depends on several factors, such as theme of the discourse, type of social assessment, lack of control of the situation, sample size, emotional regulation strategies of the volunteer. Further studies are needed to elucidate the role of 5-HT1D receptors in anxiety and to understand the cortisol response to psychological stress.
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