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Gestão competitiva em empresas brasileiras : a prática da estratégia por meio de suas visões, ferramentas e atores do processo

Maia, Jonas Lucio 18 June 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T19:50:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 3161.pdf: 4637531 bytes, checksum: 4c53d765063e54a9fc0993350014649e (MD5) Previous issue date: 2010-06-18 / Financiadora de Estudos e Projetos / The complexity assigned to the strategy term has been largely discussed in the literature. The large amount of theoretical contributions to this issue, brought by several knowledge areas; the different tools proposed by academicians and consultants to operationalize its concepts, the plurality of actors that play their roles inside the organizational field are just some examples of the building blocks of such complexity. Also relevant to this discussion is the movement named Strategy as Practice , initiated by European researchers in order to bring a sociological focus to organizational strategies, considering them as something a company does instead of something a company has. Thus, the main goal of this thesis is to identify and compare how Brazilian companies actually practice their competitive strategy, and to what extent/in which way such practice is aligned with the main firm s idiosyncratic variables and with their competitive environments. In order to achieve such goal, this work took advantage of a mixed research method, with a survey with companies listed on Brazilian Stock Exchange and six case studies. Concerning industry perception and company praxis, the main findings indicate that: (1) the internal and external views of competitive advantage are, indeed, perceived as complementary regarding firm strategies; (2) even in more traditional industries, companies perceive their environment as dynamic, due to companies´ mobility, group consolidations or internal rivalry; (3) even in industry with high barriers to entry, firms regularly adopt a surveillance approach to monitor newcomers; (4) innovation tends to be more focused on process than on products, and there is a gap between intended and implemented innovation; (5) the perception of resources and competences spread throughout company networks suggests that controlling these resources may be more important than owning them; (6) at least in the studied companies, low relevance has been assigned to knowledge as a strategic advantage. Regarding strategy practices: (7) an annual strategy planning cycle takes place, focused on formulation activities and perceived as static in nature; (8) workshops and performance meetings were the most often identified strategic events; (9) strategy tools were perceived as highly effective and mainly targeted at structuring analysis and ensuring strategy implementation, with special emphasis to the abundance of financial tools and lack of creativity ones. Concluding, concerning practitioners: (10) it could by empirically identified the existence of an organizational structure responsible for companies strategic planning, generally close to financial areas; (11) those generally involved in strategic activities show a primarily analytical profile, with low presence of women; (12) senior executives have developed their careers mainly inside the company or inside the industry, with relevant business knowledge, while middle management plays its role by implementing decisions made by high executives; (13) consultancies tend to be highly used, and their recontracting is contingent upon the patterns of their involvement in the strategy process; (14) business press has been assigned low relevance, being substituted in some cases by financial releases or by information from industry entities. / A complexidade do tema estratégia tem sido amplamente discutida por diversos autores na literatura. O grande conjunto de contribuições teóricas ao tema, prestadas pelas mais diversas áreas do conhecimento; as diversas ferramentas propostas por acadêmicos e consultores para a operacionalização de seus conceitos; e a pluralidade dos vários atores deste espaço organizacional são apenas alguns exemplos dos fatores constituintes desta complexidade. Relevante também ao tema é o movimento Estratégia como Prática , iniciado por pesquisadores europeus no sentido de trazer um enfoque sociológico às estratégias, considerando-as como algo que as empresas fazem e não algo que as mesmas puramente possuem. Desta forma, o principal objetivo desta tese foi identificar e comparar como as empresas brasileiras efetivamente praticam sua estratégia competitiva e como esta prática está alinhada com as diversas variáveis intrínsecas às firmas e aos seus ambientes competitivos. Para tanto, foi empregado um método de pesquisa combinado, com a realização de survey junto às empresas da BM&F Bovespa e seis estudos de caso. No que se refere à compreensão setorial e à práxis das empresas, as principais conclusões do trabalham apontam que: (1) as visões internas e externas da origem de vantagem competitiva são, de fato, percebidas como complementares no que tange às estratégias da firma; (2) mesmo em setores mais tradicionais, as empresas os percebem como dinâmicos, seja por mobilidade de empresas, por consolidação de grupos ou por rivalidades internas; (3) mesmo em setores com elevadas barreiras à entrada, as firmas adotam postura de vigilância permanente sobre novos competidores; (4) a inovação tende a ser mais focada em processos que produtos, e existe uma lacuna entre inovação pretendida e aquela efetivamente implementada; (5) a percepção de recursos e competências espalhados na rede indica que talvez seja mais relevante controlar do que efetivamente possuir tais recursos; (6) ao menos nas empresas estudadas, baixa relevância pode ser atribuída à questão do conhecimento como diferencial estratégico. No que se refere às práticas, tem-se que: (7) na maioria das empresas existe um ciclo anual de planejamento estratégico, com foco em atividades de formulação e que são percebidos como estáticos; (8) workshops e reuniões de resultado foram os eventos estratégicos mais frequentemente identificados; (9) as ferramentas de estratégia foram percebidas como de alta eficácia e principalmente voltadas para estruturação de análise e garantia de implementação, com destaque para abundância de ferramentas financeiras e escassez de ferramentas de criatividade. Por fim, acerca dos praticantes tem-se que: (10) ficou evidenciada a existência de uma estrutura organizacional com responsabilidade sobre planejamento estratégico da empresa, geralmente próxima a áreas de finanças; (11) os profissionais envolvidos possuem perfil eminentemente analítico e com baixa presença de mulheres; (12) o executivo sênior desenvolveu sua carreira eminentemente na empresa ou no setor, com relevante conhecimento do negócio, enquanto a média gerência assume papel de implementadora de decisões da alta direção; (13) as consultorias tendem a ser bastante utilizadas e a recontratação das mesmas é contingente à forma do envolvimento no processo estratégico da companhia; (14) a imprensa de negócios assume pouca relevância, sendo substituída, em alguma medida, por releases financeiros das empresas ou informações de entidades setoriais.

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