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Peacekeepers e controle do estresse nas missões de paz: um estudo das funções da religião no processo de enfrentamento / Peacekeepers and stress management in peacekeeping operations: a study of the roles of religion in the coping process

Mellagi, André Gonçalves 06 May 2016 (has links)
O presente estudo propôs investigar os modos de enfrentamento dos guardiães da paz (peacekeepers), militares do Exército Brasileiro que participaram do contingente 15 (entre 2011 e 2012) e do contingente 19 (entre 2013 e 2014), sendo que neste último o pesquisador participou na função de psicólogo do batalhão brasileiro. Desde 2004, o Brasil tem enviado tropas e liderado o componente militar supranacional da MINUSTAH, a missão da ONU para estabilização do Haiti. Nos seis meses que cada contingente é mobilizado para a missão de paz, os militares enfrentam diversos desafios: o risco das operações, a distância da família, o confinamento e outros estressores inerentes a este tipo de missão. O estudo concentrou-se na análise do enfrentamento e na construção do sentido. Em particular, investigou de maneira mais aprofundada o modo de enfrentamento religioso. Para a análise quantitativa, utilizou um formulário geral para coleta de dados do perfil e da vida religiosa de cada participante nos dois contingentes; aplicou uma Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) e outra escala de coping religioso/espiritual na versão breve (CRE-Breve). Na parte qualitativa, coletou o relato de oito capelães militares que participaram da missão de paz no Haiti em diferentes contingentes, cujos depoimentos puderam descrever as relações da religião institucionalizada praticada nas bases militares com o enfrentamento religioso e estressores da missão. As análises dos dados, juntamente com o depoimento dos capelães e a experiência do pesquisador na missão in loco, revelaram que os modos de enfrentamento são em geral mais focados no problema. As estratégias de coping religioso apresentaram similaridade entre os contingentes tomados separadamente, mas variavam conforme grupos categorizados em cada contingente, a saber, entre oficiais e praças e entre grupos de católicos e evangélicos pentecostais. A análise mostrou maior uso de coping religioso positivo em geral em todas as amostras, maior uso significativo de coping religioso negativo entre praças e evangélicos em comparação com oficiais e católicos, além de maior uso de determinados fatores de coping religioso, tanto positivos quanto negativos, em evangélicos. Os relatos dos capelães militares, juntamente com os dados analisados, salientaram a característica situacional do enfrentamento enquanto processo, contextualizado no momento da missão, nos grupos específicos e nos estressores que os peacekeepers se deparam ao longo da missão. A revisão da literatura sobre estressores, enfrentamento e coping religioso em ambientes de combate e missões de paz, indica que as situações de crise suscitam percepções de incerteza e desamparo, e o papel da religião pode tanto amenizar a instabilidade e beneficiar o indivíduo na criação de sentido e resiliência, quanto prejudicar ao se tornar mais um evento gerador de estresse. Considerar a miríade de formas que a religião desempenha no processo de enfrentamento, capacitará aos profissionais de saúde e aos capelães militares uma melhor compreensão sobre os sentidos resilientes ou vulneráveis que os militares levam à missão / This study aims to investigate the coping strategies of peacekeepers, Brazilian Army\'s soldiers who participated in the contingent 15 (between 2011 and 2012) and contingent 19 (between 2013 and 2014), and in the latter the researcher participated as the psychologist of the Brazilian battalion. Since 2004, Brazil has sent troops and led the military supranational component of MINUSTAH, the UN mission to stabilize Haiti. Within six months of each contingent mobilized for the peacekeeping mission, the military face several challenges: the risk of operations, the distance from the family, the containment and other stressors inherent from this type of mission. The study focused on the analysis of coping and the meaning-making. In particular, it investigated more deeply on religious coping styles. For quantitative analysis, we used a general form for profile data collection and religious life of each participant in both continents; applied a Combat Modes Problems Scale (EMEP) and a scale of religious/spiritual coping in the short version (CRE-Brief). In the qualitative part, we collected reports of eight military chaplains who participated in the peacekeeping mission in Haiti in different contingents, whose testimony could describe the relationships of institutionalized religion practiced in military installations with religious coping and mission stressors. The analysis of the data, along with the testimony of chaplains and the experience of the researcher in the mission on the spot, revealed that coping strategies are more problem-focused. The religious coping strategies showed similarity between the contingent taken separately, but varied according categorized groups in each contingent, namely, between officers and enlisted ranks and between groups of Catholics and Pentecostals. The analysis showed greater use of positive religious coping in general in all samples, most significant use of negative religious coping among enlisted ranks and evangelical compared with officers and Catholics, as well as greater use of certain factors of religious coping, both positive and negative, in Pentecostals. Reports of military chaplains, along with the data analyzed, pointed situational characteristic of coping as a process, contextualized in the emplacement of the mission, in specific groups and in the stressors that peacekeepers face throughout the mission. The literature on stress, coping and religious coping in combat environments and peacekeeping missions indicates that the crisis raises uncertainty and helplessness perceptions, and the role of religion can both mitigate instability and benefit the individual creating sense and resilience, or harm as a stressor. Considering the myriad ways that religion plays in the coping process, enable health professionals and military chaplains a better understanding of the resilient or vulnerable senses that the military bring to mission
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Peacekeepers e controle do estresse nas missões de paz: um estudo das funções da religião no processo de enfrentamento / Peacekeepers and stress management in peacekeeping operations: a study of the roles of religion in the coping process

André Gonçalves Mellagi 06 May 2016 (has links)
O presente estudo propôs investigar os modos de enfrentamento dos guardiães da paz (peacekeepers), militares do Exército Brasileiro que participaram do contingente 15 (entre 2011 e 2012) e do contingente 19 (entre 2013 e 2014), sendo que neste último o pesquisador participou na função de psicólogo do batalhão brasileiro. Desde 2004, o Brasil tem enviado tropas e liderado o componente militar supranacional da MINUSTAH, a missão da ONU para estabilização do Haiti. Nos seis meses que cada contingente é mobilizado para a missão de paz, os militares enfrentam diversos desafios: o risco das operações, a distância da família, o confinamento e outros estressores inerentes a este tipo de missão. O estudo concentrou-se na análise do enfrentamento e na construção do sentido. Em particular, investigou de maneira mais aprofundada o modo de enfrentamento religioso. Para a análise quantitativa, utilizou um formulário geral para coleta de dados do perfil e da vida religiosa de cada participante nos dois contingentes; aplicou uma Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) e outra escala de coping religioso/espiritual na versão breve (CRE-Breve). Na parte qualitativa, coletou o relato de oito capelães militares que participaram da missão de paz no Haiti em diferentes contingentes, cujos depoimentos puderam descrever as relações da religião institucionalizada praticada nas bases militares com o enfrentamento religioso e estressores da missão. As análises dos dados, juntamente com o depoimento dos capelães e a experiência do pesquisador na missão in loco, revelaram que os modos de enfrentamento são em geral mais focados no problema. As estratégias de coping religioso apresentaram similaridade entre os contingentes tomados separadamente, mas variavam conforme grupos categorizados em cada contingente, a saber, entre oficiais e praças e entre grupos de católicos e evangélicos pentecostais. A análise mostrou maior uso de coping religioso positivo em geral em todas as amostras, maior uso significativo de coping religioso negativo entre praças e evangélicos em comparação com oficiais e católicos, além de maior uso de determinados fatores de coping religioso, tanto positivos quanto negativos, em evangélicos. Os relatos dos capelães militares, juntamente com os dados analisados, salientaram a característica situacional do enfrentamento enquanto processo, contextualizado no momento da missão, nos grupos específicos e nos estressores que os peacekeepers se deparam ao longo da missão. A revisão da literatura sobre estressores, enfrentamento e coping religioso em ambientes de combate e missões de paz, indica que as situações de crise suscitam percepções de incerteza e desamparo, e o papel da religião pode tanto amenizar a instabilidade e beneficiar o indivíduo na criação de sentido e resiliência, quanto prejudicar ao se tornar mais um evento gerador de estresse. Considerar a miríade de formas que a religião desempenha no processo de enfrentamento, capacitará aos profissionais de saúde e aos capelães militares uma melhor compreensão sobre os sentidos resilientes ou vulneráveis que os militares levam à missão / This study aims to investigate the coping strategies of peacekeepers, Brazilian Army\'s soldiers who participated in the contingent 15 (between 2011 and 2012) and contingent 19 (between 2013 and 2014), and in the latter the researcher participated as the psychologist of the Brazilian battalion. Since 2004, Brazil has sent troops and led the military supranational component of MINUSTAH, the UN mission to stabilize Haiti. Within six months of each contingent mobilized for the peacekeeping mission, the military face several challenges: the risk of operations, the distance from the family, the containment and other stressors inherent from this type of mission. The study focused on the analysis of coping and the meaning-making. In particular, it investigated more deeply on religious coping styles. For quantitative analysis, we used a general form for profile data collection and religious life of each participant in both continents; applied a Combat Modes Problems Scale (EMEP) and a scale of religious/spiritual coping in the short version (CRE-Brief). In the qualitative part, we collected reports of eight military chaplains who participated in the peacekeeping mission in Haiti in different contingents, whose testimony could describe the relationships of institutionalized religion practiced in military installations with religious coping and mission stressors. The analysis of the data, along with the testimony of chaplains and the experience of the researcher in the mission on the spot, revealed that coping strategies are more problem-focused. The religious coping strategies showed similarity between the contingent taken separately, but varied according categorized groups in each contingent, namely, between officers and enlisted ranks and between groups of Catholics and Pentecostals. The analysis showed greater use of positive religious coping in general in all samples, most significant use of negative religious coping among enlisted ranks and evangelical compared with officers and Catholics, as well as greater use of certain factors of religious coping, both positive and negative, in Pentecostals. Reports of military chaplains, along with the data analyzed, pointed situational characteristic of coping as a process, contextualized in the emplacement of the mission, in specific groups and in the stressors that peacekeepers face throughout the mission. The literature on stress, coping and religious coping in combat environments and peacekeeping missions indicates that the crisis raises uncertainty and helplessness perceptions, and the role of religion can both mitigate instability and benefit the individual creating sense and resilience, or harm as a stressor. Considering the myriad ways that religion plays in the coping process, enable health professionals and military chaplains a better understanding of the resilient or vulnerable senses that the military bring to mission

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