nÃo hà / Este trabalho busca compreender o processo de circulaÃÃo da obra do pintor, desenhista e gravador Raymundo BrandÃo Cela (1890-1954), desde seu perÃodo de formaÃÃo na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), no inicio do sÃculo XX, atà exposiÃÃes realizadas nos dias de hoje. Por meio da reproduÃÃo das obras do artista, impressas em catÃlogos de exposiÃÃo, procuro construir uma sociologia do objeto artÃstico, ou seja, o modo como determinadas convenÃÃes sÃo acionadas para classificÃ-las e como tal classificaÃÃo recebe camadas de significados. Portanto, nÃo apenas a ordem discursiva sobre as obras terà lugar de destaque, mas tambÃm o suporte no qual elas circulam: exposiÃÃes, catÃlogos, livros-catÃlogo, folhetos e jornais. No caso dos catÃlogos de exposiÃÃo, estes tÃm lugar de destaque, pois trazem à tona a maneira pela qual os mundos da arte atuam, ou seja, como fomentam um sistema de enunciados sobre exposiÃÃes, artistas e obras, a partir de uma rede de interdependÃncia presente nas instituiÃÃes da arte. Tal abordagem contribuirà para os debates â ainda iniciais â sobre a histÃria dos impressos nos mundos da arte, alÃm de levantar questÃes sobre a arte brasileira por intermÃdio das exposiÃÃes e coleÃÃes de arte.

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Essa tese à o resultado de pesquisa sobre a presenÃa do pÃblico em exposiÃÃes de artes plÃsticas em centros culturais e museus de arte. Utilizando dados da observaÃÃo etnogrÃfica, descrevemos prÃticas sociais e interaÃÃes efetuadas entre os atores sociais durante o tempo em que estÃo em exposiÃÃes. ApÃs aproximarmos o leitor do universo da pesquisa e discutirmos conceitos da abordagem sociolÃgica de exposiÃÃes de arte, tratamos das prÃticas sociais fundamentais do pÃblico em exposiÃÃes, como estudar, brincar, conversar, observar a obra, dar uma olhada, conviver, fazer carinho e namorar. Tentamos tambÃm mostrar como a exposiÃÃo pode consistir em item de um conjunto de atividades significativas para os atores sociais. A tÃtulo de conclusÃo, apresentamos nossas contribuiÃÃes e discutimos os limites do modelo um indivÃduo / uma obra e da concepÃÃo de exposiÃÃo de arte como arena de recepÃÃo de mensagens. / The result of the following thesis was based on research upon public attendance to art exhibition in Cultural Centres as well as Art Museums. Utilizing observing ethnographic facts, we describe social practices and interactions which take place amongst social actors during the time of the exhibit. On bringing the reader to the researching universe and discussing concepts based on a sociologic approach of art exhibition, we cover the fundamental social practices of the public during exhibits on how to study, play, talk, observe the artistic work, take a glimpse, familiarize, caress and court it. We also try to show how the exhibit may consist an item of a group of activities significant to the social actors. As to conclude, we presented our contributions and discussed the limits of the pattern individual / art work and that of the conception of art exhibition as a receptive message arena.

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Cette thÃse propose une recherche sur les Expositions Universelles en tant que dispositif de diffusion dâun certain modÃle de modernità auquel le BrÃsil avait la prÃtention de sâinsÃrer. Les Expositions Industrielles, soit au niveau national soit au niveau rÃgional (dans les deux cas, ces expositions fonctionnaient comme une prÃparation aux ÃvÃnements internationaux qui se passaient en Europe et/ou aux Ãtats-Unis), sâengageaient à la crÃation des mÃcanismes qui permettaient le BrÃsil dâÃtre en accord avec lâidÃe de progrÃs en vigueur pendant le XIXe siÃcle et le dÃbut du XXe siÃcle. En se comparant aux pays au capitalisme plus avancÃ, le BrÃsil mettait en Ãvidence ses particularitÃs en tant que nation tropicale, mais aussi finissait par rehausser ses difficultÃs en termes de technologie. La logique du capitalisme libÃral et ensuite celle des empires coloniaux, pendant les derniÃres dÃcennies du XIXe siÃcle, avaient le but dâamener plusieurs pays avec ses multiples caractÃristiques culturelles et temporalitÃs vers un seul systÃme dâÃconomies unifiÃes. On a essayà de comprendre comment le BrÃsil, à partir des Expositions Universelles, sâinsÃrait et se diffÃrenciait dans ce scÃnario politique et Ãconomique. / Esta pesquisa tem por objetivo investigar as ExposiÃÃes Universais enquanto dispositivo de propagaÃÃo de um determinado modelo de modernidade, do qual o Brasil pretendia partilhar. As ExposiÃÃes Industriais, tanto em nÃvel nacional quanto regional, que eram preparatÃrias para os eventos realizados na Europa e/ou Estados Unidos, buscavam criar mecanismos que permitissem ao paÃs estar em sintonia com a ideia de progresso propalada no sÃculo XIX e inÃcios do XX. Ao buscar se comparar com os paÃses de capitalismo mais avanÃado, o Brasil, ao mesmo tempo em que mostrava suas particularidades enquanto naÃÃo tropical, realÃava seus descompassos tecnolÃgicos. A pretensa unificaÃÃo das diversas economias dentro da lÃgica do capitalismo liberal, e depois do imperialismo, praticado nas dÃcadas finais do sÃculo XIX, levou para dentro de uma estrutura polÃtica paÃses das mais variadas matizes culturais e dos mais variados tempos produtivos. Buscamos entender como o Brasil, usando das ExposiÃÃes Universais, participava e se diferenciava nesse cenÃrio polÃtico.