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Ação política, transformação social e reconstrução de identidades: um olhar a partir do feminismo para a militância das mulheres rurais nos movimentos sociais / Politic action, social transformation and identities reconstruction: a view from the feminism to rural women militancy in social movimentsCRUZ, Elizabeth Ferreira January 2008 (has links)
CRUZ, Elizabeth Ferreira. Ação política, transformação social e reconstrução de identidades: um olhar a partir do feminismo para a militância das mulheres rurais nos movimentos sociais. 2008. 180f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Fortaleza-CE, 2008. / Submitted by Liliane oliveira (morena.liliane@hotmail.com) on 2011-11-28T16:59:10Z
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Previous issue date: 2008 / The present research's main objective was to identify and analyze the transformations that
occurred in the dimensions of the identity and the subject position of rural women that
exercise political militancy in social movements in rural Ceará. It sought also to
apprehend if the linking or proximity with feminism, as it ideology/vision of the world,
theory or social movement, it constitutes a differential for the change of position of the
subject of militant women, contributing so that these women can be more autonomous, so
much in the movements of which they are a part, as in their routine life in the scope of the
familiar relations. The analysis concentrates itself in the experiences of militant women of
three social movements: Movement of Rural Working Women of the Northeast –
MMTR/NE, Movement of Rural Workers Without Land – MST and Union Movement of
Rural Workers – MSTTR. It analyzes also the experiences of rural women that aren't
militants in social movements of form to be able to identify and complicate differences and
resemblances between the two groups, establishing or not if the political militancy
provokes significant transformations in the dimensions of the identity and in the routine
practices of the militant women. The key concepts in this study are: identity, subject, social
transformation and militancy. This reflection is based on epistemological, theoretic and
methodological principles of Feminist Theories e Marxism. In able to better apprehend the
object of study, a methodological procedure to qualitative research was adopted, in a
feminist approach, reaping the empirical facts through individual and collective interviews
(focal group), participant observation, as well as the analysis of documents. The
conclusions indicate that the political militancy in social movements, even if they are not
sufficient to constitute the women as full subjects of themselves, it contributes in a
significant form so that these women act in their own lives, political and private, with more
autonomy than those that are not militants in social movements. The militancy enables
bigger knowledge, bigger access to the information and the experience in a political-public
world that creates conditions for the exercise of a citizen practice, such as proposition and
claim of rights. There are significant differences between the women who are active
militants and those that are not, specifically, in their vision about class and gender
domination trials in the world. Even if there are resemblances in the perceptions about the
transformations occurred in the rural environment, the militant women show a posture
more critical about those transformations, some identifying in them contradictions. Also, it
was possible to identify that between the militant women there is a perception more critical
of the uneven relations between women and men and of the present patriarchal culture in
out society, especially, those that have some straight or indirect bond with the feminism.
Between these, it was established a trial of change in the relations of kind in the family
scope, including a bigger division of the housework. / A presente pesquisa teve como principal objetivo identificar e analisar as transformações ocorridas nas dimensões da identidade e na posição de sujeito das mulheres rurais que exercem militância política em movimentos sociais rurais no Ceará. Buscou também apreender se a vinculação ou aproximação com o feminismo, seja como ideologia/visão de mundo, teoria ou movimento social, constitui um diferencial para a mudança de posição de sujeito das mulheres militantes, contribuindo para que estas sejam mais autônomas, tanto nos movimentos em que militam como em sua vida cotidiana no âmbito das relações familiares. A análise concentra-se nas experiências de mulheres militantes de três movimentos sociais: Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste – MMTR/NE, Movimento Sem Terra – MST e Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – MSTTR. Analisa também as experiências de mulheres rurais que não militam em movimentos de forma a poder identificar e problematizar diferenças e semelhanças entre os dois grupos, constatando ou não se a militância política provoca transformações significativas nas dimensões da identidade e nas práticas cotidianas das mulheres militantes. São conceitos-chave neste estudo: identidade, sujeito, transformação social e militância. Esta reflexão toma como base os princípios epistemológicos, teóricos e metodológicos das Teorias Feministas e do Marxismo. Para dar contar de apreender melhor o objeto de estudo, adotou-se como procedimento metodológico a pesquisa qualitativa, numa abordagem feminista, colhendo os dados empíricos através de entrevistas coletivas (grupo focal) e individuais, observação participante, bem como a análise de documentos. As conclusões indicam que a militância política em movimentos sociais, ainda que não seja suficiente para constituir as mulheres como sujeitos plenos de si, contribui de forma significativa para que estas mulheres ajam e se coloquem em suas vidas, política e privada, com mais autonomia do que aquelas que não militam em movimentos sociais. A militância possibilita maior conhecimento, maior acesso à informação e a vivência em um mundo público-político que cria condições para o exercício de uma prática cidadã, de proposição e reivindicação de direitos. Há diferenças significativas entre as mulheres que militam e aquelas que não militam, em especial, na sua visão de mundo sobre os processos de dominação de classe e de gênero. Ainda que haja semelhanças nas percepções sobre as transformações ocorridas no meio rural, as mulheres militantes mostram uma postura mais crítica sobre essas transformações, algumas identificando nelas contradições. Também foi possível identificar que entre as mulheres militantes há uma percepção mais crítica das relações desiguais de poder entre mulheres e homens e da cultura patriarcal presentes na sociedade, sobretudo, aquelas que têm algum vínculo direto ou indireto com o feminismo. Entre estas, foi constatado um processo de mudança nas relações de gênero no âmbito familiar, inclusive uma maior divisão do trabalho doméstico.
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