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Le vélo au féminin : déterminants et pratiques cyclistes dans les perspectives des femmes de Montréal et de Belo Horizonte

Dutra Dias Viola, Priscilla 03 1900 (has links)
Les caractéristiques environnementales, dont celles reliées au cadre bâti et qui correspondent notamment à la présence et au type d’infrastructures disponibles, sont considérées comme facteurs déterminants pour la pratique du vélo. Leur influence peut toutefois varier selon les individus (en fonction du genre, de l’âge, etc.) ainsi que selon les contextes socioculturels spécifiques. Menée dans une perspective comparative et avec une méthodologie mixte (quantitative et qualitative), cette recherche explore les expériences vécues des jeunes femmes de deux grandes villes, soit Montréal (Canada) et de Belo Horizonte (Brésil), dont la participation parmi les cyclistes est très contrastée, allant respectivement de moins de 10 % à 48 % , pour répondre la question suivante : Quelles sont les pratiques et les facteurs déterminants du vélo chez les jeunes femmes dans ces deux contextes urbains ? La recherche adopte une approche écologique et, dans sa composante qualitative, prend appui sur l’analyse de 46 entrevues semi-dirigées (28 à Montréal et 18 à Belo Horizonte) menées auprès de femmes cyclistes âgées entre 18 et 35 ans. En complément, plusieurs analyses quantitatives des données des enquêtes Origine Destination 2012 (Belo Horizonte), 2013 et 2018 (Montréal) ont été réalisées, en plus d'autres analyses basées sur les données géoréférencées du Système de classification du confort et de la sécurité des voies cyclables canadiennes (Can-BICS). Lors des entretiens, les participantes ont partagé leurs points de vue sur le contexte spatial dans lequel elles font du vélo, les avantages et les inconvénients du cyclisme, ainsi que les conflits et les peurs auxquels elles sont confrontées. L’analyse de leurs témoignages a permis de mettre en évidence des tensions entre les stéréotypes liés au genre et l'image véhiculée socialement à l’égard des femmes cyclistes. Le sentiment d’insécurité routière s’est avéré particulièrement important pour la pratique du vélo dans la perspective des interviewées. À Belo Horizonte, les participantes envisagent le déploiement d’infrastructures en site propre (pistes cyclables) comme condition à l’amélioration de leur sentiment de sécurité pendant leurs déplacements ; à Montréal, ce sont davantage les caractéristiques spécifiques de telles infrastructures (largeur, éclairage, type de chaussée, etc.) qui sont considérées comme conditions à des déplacements plus sécuritaires et confortables. Sur la base de ces témoignages et en croissant des données de la plus récente enquête Origine Destination et des données Can-BICS, il a été possible d'analyser une hypothèse de relation entre la sécurité et le confort des infrastructures cyclables et la pratique du cyclisme féminin à Montréal. Cette évaluation a montré que les secteurs de la ville où il y a une plus grande concentration d'infrastructures cyclables de grand confort sont aussi les endroits où l’écart entre les femmes et les homes est moindre à l’égard du nombre de déplacements à vélo. À la lumière de ces résultats, un modèle écologique original est proposé, pouvant servir de cadre pour évaluer les facteurs qui influencent la pratique du vélo chez les femmes lors de recherches futures. En explorant ainsi les facteurs et leur niveau d’influence sur le cyclisme féminin, cette recherche contribue à une meilleure compréhension des défis contemporains de la promotion du vélo dans une perspective de genre et globale. / Environmental characteristics, including those related to the built environment, which correspond to the presence and type of available infrastructure, are considered determining factors for the use of bicycles. Its influence may, however, vary between individuals (depending on gender, age, etc.) or specific sociocultural contexts. Conducted from a comparative perspective and with a mixed methodology (quantitative and qualitative), this research explores the lived experiences of young women from two large cities, Montreal (Canada) and Belo Horizonte (Brazil), whose participation among cyclists is very contrasting, ranging from less than 10% to 48% respectively, to answer the following question: What are the practices and determinants of cycling among young women in these two cities? The research adopts an ecological approach and, in its qualitative component, is based on the analysis of 46 semi-structured interviews (28 in Montreal and 18 in Belo Horizonte) conducted with female cyclists between the ages of 18 and 35. In addition, several quantitative analyzes from the Origin Destination 2012 (Belo Horizonte), 2013 and 2018 (Montreal) surveys were carried out, in addition to other analyzes based on georeferenced data from the Canadian Bikeway Comfort and Safety Classification System (Can-BICS). During the interviews, the participants shared their views on the spatial context in which they cycle, the pros and cons of cycling, and the conflicts and fears they face. The analysis of their testimonies has highlighted the tensions between gender stereotypes and the socially conveyed image of women cyclists. The feeling of road insecurity proved to be particularly important for the practice of cycling from the perspective of the interviewees. In Belo Horizonte, the participants envisage the deployment of infrastructure on their own site (cycle paths) as a condition for improving their feeling of safety during their travels; in Montreal, it is the specific characteristics of such infrastructures (width, lighting, pavement type, etc.) that are considered to be conditions for a safer and more comfortable travel. Based on these testimonies, the data from the most recent Origin Destination survey, and Can-BICS data, it was possible to analyze a hypothesis of relation between the safety and comfort of cycling infrastructures and the practice of female cycling in Montreal. This evaluation showed that the sectors of the city where there is a greater concentration of comfortable cycling infrastructure are also the places where the gap between women and men is smaller in terms of the number of bicycle trips. In light of these results, an original ecological model is proposed, which can serve as a framework to evaluate the factors that influence cycling among women in future research. By exploring the factors and their level of influence on women's cycling, this research contributes to a better understanding of the contemporary challenges of promoting cycling from a gender and global perspective. / As características ambientais, incluindo as relacionadas com o ambiente construído, e que correspondem nomeadamente à presença e tipo de infraestruturas disponíveis, são consideradas fatores determinantes para a utilização da bicicleta. A sua influência pode, no entanto, variar entre indivíduos (dependendo do gênero, idade etc.) ou contextos socioculturais específicos. Realizada a partir de uma perspectiva comparativa e com metodologia mista (quantitativa e qualitativa), esta pesquisa explora as experiências vividas por mulheres jovens de duas grandes cidades, Montreal (Canadá) e Belo Horizonte (Brasil), cuja participação entre os ciclistas é muito contrastante, variando de menos de 10% a 48%, respectivamente, para responder à seguinte questão: Quais são as práticas e determinantes do ciclismo entre as mulheres jovens destas duas cidades? A pesquisa adota abordagem de uma metodologia ecológica e, em seu componente qualitativo, baseia-se na análise de 46 entrevistas semiestruturadas (28 em Montreal e 18 em Belo Horizonte) realizadas com mulheres ciclistas com idades entre 18 e 35 anos. Além disso, foram realizadas diversas análises quantitativas de dados das pesquisas Origem Destino 2012 (Belo Horizonte), 2013 e 2018 (Montreal), além de outras análises baseadas em dados georreferenciados do Sistema de Classificação de Conforto e Segurança das Ciclovias Canadenses (Can -BICS). Durante as entrevistas, as participantes partilharam as suas opiniões sobre o contexto espacial em que pedalam, os prós e os contras da utilização da bicicleta e os conflitos e medos que enfrentam. A análise dos seus depoimentos destacou as tensões entre os estereótipos de gênero e a imagem socialmente transmitida das mulheres ciclistas. O sentimento de insegurança viária mostrou-se particularmente importante para a prática do ciclismo na perspectiva das entrevistadas. Em Belo Horizonte, as participantes vislumbram a implantação de infraestrutura de ciclovias como condição para melhorar sua sensação de segurança durante seus deslocamentos; em Montreal, são as características específicas dessas infraestruturas (largura, iluminação, tipo de pavimento etc.) que são consideradas como condições para uma viagem mais segura e confortável. Com base nestes testemunhos, nos dados da mais recente pesquisa Origem Destino, e nos dados Can-BICS, foi possível analisar uma hipótese de correlação entre a segurança e o conforto das infraestruturas cicloviárias e a prática do ciclismo feminino em Montreal. Esta avaliação mostrou que os setores da cidade onde há maior concentração de infraestruturas cicloviárias confortáveis são também os locais onde a disparidade entre mulheres e homens é menor no que diz respeito ao número de viagens de bicicleta. À luz destes resultados, é proposto um modelo ecológico original, que pode servir de estrutura para avaliar os fatores que influenciam o ciclismo entre as mulheres em pesquisas futuras. Ao explorar os fatores e o seu nível de influência no ciclismo feminino, esta investigação contribui para uma melhor compreensão dos desafios contemporâneos da promoção do ciclismo numa perspectiva de gênero e global.

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