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O zapatismo e a geografia histórica das comunidades indígenas mesoamericanas: um estudo a partir do conceito de metabolismo geográfico / The zapatismo and the historical geography of mesoamerican indigenous communities: a study by the concept of geographical metabolism

Centelhas, João Paulo Rabello de Castro 07 March 2017 (has links)
O objeto geral desta pesquisa é o devir histórico-geográfico de largo espectro das sociedades mesoamericanas. Através dele se problematiza os fundamentos que animaram seu movimento de reprodução e formaram as condições objetivas de existência dos indígenas de Chiapas (México), onde o EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional) tem por excelência seu campo de atuação. A investigação se concentra sobre a tendência integrativa do trabalho social em escalas progressivamente mais amplas, correpondendo a diferentes metabolismos geográficos em que as comunidades ameríndias eram configuradas ou mesmo descaracterizadas enquanto tais sob o imperativo de relações societárias supra-comunitárias, hierarquizadas e regionais. Este processo, em sua face colonial, desmontou e reestruturou radicalmente as territorialidades das sociedades ameríndias, atomizando e reduzindo sua organização territorial em comunidades locais de pequeno porte, ao passo que as articulava sob a ordem colonial da superexploração do trabalho a nível intercontinental. Esta integração-fragmentadora da formação territorial do México colonial engendrou elaborações étnico-identitárias, tanto singulares (grupos étnicos), quanto gerais (indígena), que se constituíram mediante tal geografia política colonial, muitas vezes radicando sua condição campesina, comunitária e autóctone como fundamento de sua própria etnicidade. A questão que se apresenta é a interrogação sobre o desenvolvimento histórico-geográfico das sociedades ameríndias na sua importância quanto ao entendimento do atual embate político em que os grupos e as comunidades estão inseridos em toda América Latina. A emergência e a atuação do movimento zapatista aparece como um ator insurgente, que permitiu um amplo processo de recuperação de terras indígenas mediante o levante armado de 1994, mas desde então tem sofrido uma feroz e sofisticada campanha de contra-insurgência protagonizada pelo Estado mexicano e seus apoiadores privados (nacionais e internacionais). O modo de vida indígena-comunitário passa a ser resignificado no âmbito de uma valorização étnico-cultural de sua ancestralidade, mas ao mesmo tempo é atravessado por processos fragmentadores que tensionam as bases e os laços da vida social comunitária. O metabolismo geográfico do capital monopolista transnacional reinsere os territórios indígenas sob uma geografia política altamente complexa, em que as configurações territoriais assumem um papel imperativo na normatização e no controle das práticas sociais e políticas. Por consequência da estrutura do metabolismo contemporâneo, a racionalização global-regional das geografias locais resulta em um grave problema cognitivo à elaboração da luta pelos atores locais, seja no campo ou na cidade, implicando dramaticamente sobre as possibilidades estratégicas do agir político. Este objeto específico é investigado em função do desenvolvimento das práticas políticas do EZLN, sobretudo, nos termos possíveis da ação regional e supra-comunitária. / The general object of this research is the broad historical and geographical becoming of Mesoamerican indigenous communities. Through it we discuss the fundamentals that inspired its playback movement and the formation of the objective conditions of existence of Chiapas\'s indigenous people (Mexico), where the EZLN (Zapatista Army of National Liberation) has quintessential their actuation\'s field. The investigation focuses on the integrative tendency of social work progressively in larger scales, the different geographical metabolisms in the Native American communities, largely were necessarily integrated. This process, in its colonial face, dismounted and seriously restructured the territoriality of Mesoamerican societies, atomizing and reducing its territorial organization in small local communities, while they were articulated under the colonial order of the overexploitation of labor in a inter-continental level. This fragmentary integration of the territorial formation of colonial Mexico engendered ethnic-identitarian elaborations, both singular (ethnic groups) and general (indigenous), which were constituted by such colonial political geography, often rooted in its peasant, communitarian and autochthonous condition as a foundation of their own ethnicity. The question that arises is the inquiry about the historical-geographic development of Amerindian societies in their importance in understanding the current political clash in which groups and communities are inserted throughout Latin America. The emergence and performance of the Zapatista movement appears later in this scenario as an insurgent actor, who allowed a broad process of recovery of indigenous lands by the armed uprising of 1994, but since has undergone a fierce and sophisticated campaign of counterinsurgency led by the Mexican State and its private backers (national and international). The Indian-communal way of life becomes reframed within an ethno-cultural appreciation of their ancestry, but at the same time is crossed by fragmenting processes tensioning the foundations and ties of community social life. The geographical metabolism of transnational monopolist capital reinserts indigenous territories in a highly complex political geography, where territorial settings play an imperative role in the regulation and control of social and political practices. As a result of the structure of contemporary metabolism, global-regional rationalization of local geographies results in a serious \"cognitive problem\" to the subjects in general, generating dramatic implications for strategic possibilities of political action. This particular object is investigated with the development of the EZLN\'s political practices, particularly on the possible terms of regional and supra-community action.
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O zapatismo e a geografia histórica das comunidades indígenas mesoamericanas: um estudo a partir do conceito de metabolismo geográfico / The zapatismo and the historical geography of mesoamerican indigenous communities: a study by the concept of geographical metabolism

João Paulo Rabello de Castro Centelhas 07 March 2017 (has links)
O objeto geral desta pesquisa é o devir histórico-geográfico de largo espectro das sociedades mesoamericanas. Através dele se problematiza os fundamentos que animaram seu movimento de reprodução e formaram as condições objetivas de existência dos indígenas de Chiapas (México), onde o EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional) tem por excelência seu campo de atuação. A investigação se concentra sobre a tendência integrativa do trabalho social em escalas progressivamente mais amplas, correpondendo a diferentes metabolismos geográficos em que as comunidades ameríndias eram configuradas ou mesmo descaracterizadas enquanto tais sob o imperativo de relações societárias supra-comunitárias, hierarquizadas e regionais. Este processo, em sua face colonial, desmontou e reestruturou radicalmente as territorialidades das sociedades ameríndias, atomizando e reduzindo sua organização territorial em comunidades locais de pequeno porte, ao passo que as articulava sob a ordem colonial da superexploração do trabalho a nível intercontinental. Esta integração-fragmentadora da formação territorial do México colonial engendrou elaborações étnico-identitárias, tanto singulares (grupos étnicos), quanto gerais (indígena), que se constituíram mediante tal geografia política colonial, muitas vezes radicando sua condição campesina, comunitária e autóctone como fundamento de sua própria etnicidade. A questão que se apresenta é a interrogação sobre o desenvolvimento histórico-geográfico das sociedades ameríndias na sua importância quanto ao entendimento do atual embate político em que os grupos e as comunidades estão inseridos em toda América Latina. A emergência e a atuação do movimento zapatista aparece como um ator insurgente, que permitiu um amplo processo de recuperação de terras indígenas mediante o levante armado de 1994, mas desde então tem sofrido uma feroz e sofisticada campanha de contra-insurgência protagonizada pelo Estado mexicano e seus apoiadores privados (nacionais e internacionais). O modo de vida indígena-comunitário passa a ser resignificado no âmbito de uma valorização étnico-cultural de sua ancestralidade, mas ao mesmo tempo é atravessado por processos fragmentadores que tensionam as bases e os laços da vida social comunitária. O metabolismo geográfico do capital monopolista transnacional reinsere os territórios indígenas sob uma geografia política altamente complexa, em que as configurações territoriais assumem um papel imperativo na normatização e no controle das práticas sociais e políticas. Por consequência da estrutura do metabolismo contemporâneo, a racionalização global-regional das geografias locais resulta em um grave problema cognitivo à elaboração da luta pelos atores locais, seja no campo ou na cidade, implicando dramaticamente sobre as possibilidades estratégicas do agir político. Este objeto específico é investigado em função do desenvolvimento das práticas políticas do EZLN, sobretudo, nos termos possíveis da ação regional e supra-comunitária. / The general object of this research is the broad historical and geographical becoming of Mesoamerican indigenous communities. Through it we discuss the fundamentals that inspired its playback movement and the formation of the objective conditions of existence of Chiapas\'s indigenous people (Mexico), where the EZLN (Zapatista Army of National Liberation) has quintessential their actuation\'s field. The investigation focuses on the integrative tendency of social work progressively in larger scales, the different geographical metabolisms in the Native American communities, largely were necessarily integrated. This process, in its colonial face, dismounted and seriously restructured the territoriality of Mesoamerican societies, atomizing and reducing its territorial organization in small local communities, while they were articulated under the colonial order of the overexploitation of labor in a inter-continental level. This fragmentary integration of the territorial formation of colonial Mexico engendered ethnic-identitarian elaborations, both singular (ethnic groups) and general (indigenous), which were constituted by such colonial political geography, often rooted in its peasant, communitarian and autochthonous condition as a foundation of their own ethnicity. The question that arises is the inquiry about the historical-geographic development of Amerindian societies in their importance in understanding the current political clash in which groups and communities are inserted throughout Latin America. The emergence and performance of the Zapatista movement appears later in this scenario as an insurgent actor, who allowed a broad process of recovery of indigenous lands by the armed uprising of 1994, but since has undergone a fierce and sophisticated campaign of counterinsurgency led by the Mexican State and its private backers (national and international). The Indian-communal way of life becomes reframed within an ethno-cultural appreciation of their ancestry, but at the same time is crossed by fragmenting processes tensioning the foundations and ties of community social life. The geographical metabolism of transnational monopolist capital reinserts indigenous territories in a highly complex political geography, where territorial settings play an imperative role in the regulation and control of social and political practices. As a result of the structure of contemporary metabolism, global-regional rationalization of local geographies results in a serious \"cognitive problem\" to the subjects in general, generating dramatic implications for strategic possibilities of political action. This particular object is investigated with the development of the EZLN\'s political practices, particularly on the possible terms of regional and supra-community action.

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