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Geografia e complexidade = das diferenciações de áreas à nova cognição do sistema Terra-Mundo / Geography and complexity : on the areal differentiation to new cognition of the Earth-World systemDutra-Gomes, Rodrigo 16 August 2018 (has links)
Orientador: Antonio Carlos Vitte / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências / Made available in DSpace on 2018-08-16T09:56:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2010 / Resumo: O projeto de conhecimento moderno, entre os séculos XVI e XVIII - da Renascença ao Iluminismo -, buscou construir uma ciência de pretensões universalistas, objetiva e descobridora de leis infinitas. Pretensões expandidas para a moralidade, com os esforços Iluministas voltados à emancipação e libertação humana. Todo o particular e contingente na natureza buscou ser domado e submetido às leis soberanas. A experiência geográfica do período (ex. As grandes descobertas) e a concepção de espaço, a matriz espacial, com o Espaço e Tempo absolutos, homogêneos e infinitos, de Newton, detiveram influência marcante na estruturação deste projeto. O Tempo foi considerado como mais fundamental do que o espaço, traduzido num sentido de 'controle e determinação' na ciência, e de 'progresso histórico' para a sociedade humana. Contudo, bem distanciou-se da emancipação da humanidade ao favorecer a expansão capitalista com base segregação e exploração do homem pelo homem. Essas pretensões, e matriz espacial, entraram em crise no final do século XVIII, quando dentre outras, a experiência geográfica (as explorações naturalistas continentais) trouxeram as particularidades e contingência como não redutíveis às totalizações mecanicistas, exigindo uma nova figura de natureza - orgânica - e sistematização dos fenômenos. A Geografia moderna surge para organizar e estruturar uma nova matriz espacial, com a problemática de se ordenar-universalizar a multiplicidade e particularidades observadas na superfície terra. E foi justamente a partir deste embate entre o universal e o particular, que caracterizou-se o dinamismo da modernidade, e da Geografia enquanto ciência até os dias atuais (internacionalismo/nacionalismo, global/local, sistemático/regional, determinismo/possibilismo, nomotético/idiográfico, Espaço/Lugar). No século XX a crise da matriz espacial e razão se aprofundaram e atingiram uma situação de limiar agora no início do XXI. Importantes mudanças na experiência espacial e desenvolvimentos científicos na primeira metade do XX repercutiram na Geografia depois de 50 com a Nova Geografia, mas que ainda manteve acesas as pretensões de um conhecimento voltado ao universal-infinito. Na segunda metade do século XX, se estabeleceu um 'salto qualitativo' em relação à crise. Tanto na experiência espaçotemporal da Sociedade Informacional, quanto nos avanços na ciência ligados à emergência do contexto da Complexidade, colocaram-se em xeque o sentido de universal e sua relação com o particular, reconhecendo sua paridade e interpenetração. Isso traz perspectivas de ajustes ontológicos e epistemológicos que permitem, tendo a Complexidade como apoio, conceber a possibilidade de construção de uma nova cognição do Sistema Terra-Mundo, referente à construção de um novo projeto de sociedade, conhecimento e humanidade. A Geografia encontra-se numa situação de limiar. Neste vislumbre reconhece-se o caráter fundamental de particularidades histórico-geográficas dos fenômenos da natureza e geográficos. As dualidades e fundos dicotômicos persistentes se dissolvem e fluem numa perspectiva organizacional, sem perder suas distinções e legitimidades. O panorama é de diálogos e comunhões entre as formas de conhecimentos antes pautadas na referência dual, e busca de terceiras proposições. O espaço - as interações espaciais - torna-se o configurador do dinamismo temporal, agora não guia exterior, mas atrelado às particularidades de vivência - temporalidades - dos corpos. O espaço torna-se a coexistência da multiplicidade, das temporalidades; antevê-se uma nova postura de reconstrução do projeto de humanidade, agora a partir do aporte espacial, com respeito à convivência das diferenças. O progresso deixa de ser algo externo e impositor, à favor do capital, para tornar-se vinculado aos objetivos e pretensões específicas em cada caso. A noção de diferenciação de áreas retorna como pertinente baliza para a conjugação destes entendimentos. Destaca-se na reconstrução do projeto de humanidade, pois, as diferenciações, as multiplicidades espacialmente manifestas, colocam em relevo a pertinência e necessidade de se incorporar e desenvolver a alteridade na prática científica / Abstract: The project of modern knowledge born in the time from Renaissance to the Enlightenment between the sixteenth and eighteenth century has sought to build a science of claims related to universality, objectivity and made of endless discoveries of laws. Scientific claims have moved to the construction on morality due to the efforts from the Enlightenment movement that focused on the emancipation and liberation of mankind. Any particular and contingent sense in the nature turned out to be subjected to sovereign scientific laws. The geographical experience of the period (eg. The great discoveries), the conception of space, the spatial matrix, and the absolute, homogeneous and infinite space and time from Newton have apprehended an important influence in the shaping of this project. Time was considered much more fundamental than space, translated into a sense of 'control and determination' for science, and 'historical progress' for the human society, however, well distanced from the emancipation of mankind meanwhile promoting the capitalist expansion based on segregation and exploitation of man by man. These claims and the spatial matrix have come into crisis in the late eighteenth century, when geographical experience (the continental naturalist expeditions - XVIII and XIX), among other things, brought particularity and contingency not reducible to mechanistic holistics, demanding a new figure of nature - organic - and a process of systematization of the phenomena. Modern Geography comes up to organize and structure a new spatial matrix focusing on the diffusion of the multiplicities and particularities observed in the Earth surface. Precisely in the time of this clash between universal and particular starts the dynamism of modernity, and geography as a science so on (international/national, global/local, systemic/regional, determinism/possibilism, nomothetic/idiographic, Space/Place). In the twentieth century the matrix and the rationale crises deepened and reached an edge now at the beginning of the XXI. Major changes in the spatial experience and scientific developments in the first half of the twentieth century have influenced Geography after the 1950s in the New Geography movement, which still keeps alive the aspirations of a knowledge-oriented to the universal. In the second half of the twentieth century, it established a 'quantum leap' in relation to its crisis. The spatial timeline experience of the Information Society and the scientific advances related to the emergence of the Complexity context have put into question the universal meaning and its relation to the particular, recognizing its parity and interpenetration. This brings a perspective for ontological and epistemological adjustments taking for granted Complexity in order to conceive a possibility to build a new cognition of the Earth-World System based on the construction of a new project of society, knowledge and humanity. Geography stood on the edge. It has been recognized in this glimpse the essential character of the historical-geographical particularities of the phenomena from nature and geography. By the time dualities and persistent dicothomic backgrounds are dissolved but also keep flowing without losing their distinctiveness and legitimacies. This is a picture of dialogs, communions between forms of knowledge before they ruled in a dual reference, and finally a search of third propositions. Space - spatial interactions - becomes the designer of temporal dynamism, not an outer guide anymore, tied to the particularities of experience of the bodies - temporalities. Space becomes the locus for the coexistence of multiplicity, temporalities, envisioning a new approach to the reconstruction project of humanity based on the spatial input and the respect to the coexistence of differences. Progress is no longer something external or made of enforcement in favor of the capital. It becomes linked to specific goals and aspirations in each case. The concept of differentiation of areas returns as a relevant signal for the combination of these understandings. Stands out in the reconstruction project of humanity, therefore the manifest spatial differences and multiplicities highlight the importance and need to incorporate and develop the otherness in the scientific practice / Doutorado / Análise Ambiental e Dinâmica Territorial / Doutor em Ciências
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